Sweeter Than Fiction escrita por Miss Tunney


Capítulo 5
'Eu te amo, Lisbon. E estou muito orgulhoso disso'




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Toda aquela situação me deixava enjoada e com dores de cabeça. Jane tentava se manter passivo.

–Você não precisa ser tão cruel com sua equipe, Lisbon.

–Eles estavam em um caso, Jane...sem me avisar! -Ressaltei. Ele abaixou seu tom de voz em uma tentativa de me fazer ficar mais calma.

–Sim, eu sei, e você tem toda razão de estar irritada, mas pega leve. Eles se arrependeram. E convenhamos: é mais racional pensar em algo para ajudar a Grace do que ficar dando bronca na equipe.

–Tudo bem. -Me convenci. - Você está certo.

Pela milésima vez, Rigsby tentava convencer Carl a soltar sua amada. Ele entrou na sala, pálido. Carl contornava o pescoço de VanPelt com o braço e uma de suas mãos pressionava a arma contra a cabeça dela. Rigsby levantou seus braços.

–Eu só vim conversar...-Gaguejou ele.

–Vão me deixar embora? -Rigsby olhou pra mim com uma expressão que dizia ''Por favor, me deixe liberar esse desgraçado!''.

Aquela era o tipo de situação que eu jamais consideraria quando decidi minha profissão. Carl era, de fato, um criminoso. Estava claro que se eu o soltasse, ele iria fazer mais vítimas. Por outro lado, havia Grace... Eu estava completamente perdida.

Rigsby puxou uma cadeira e se sentou. Se desespero o levou a desabafar com o sequestrador.

–Sabe...-Começou ele- eu demorei muito tempo para admitir que eu amava essa mulher. Nós trabalhamos lado a lado por tanto tempo e, depois que ficamos juntos eu percebi o quão covarde eu era. A questão é que eu perdi tempo demais ficando longe dela. E agora que ignorei meu medo e consegui tê-la, você está querendo arrancá-la de mim...Eu a amo, deixe-a comigo, eu imploro!

Depois de ouvir aquilo, eu olhei para Jane. Ele me encarava com olhos que pareciam ter brotado lágrimas. Ao contrário de nós, Carl não se comoveu e ainda exigia que fosse liberado.

–Estou cansado dessa ladainha! Se não me deixaram sair, eu acabo com essa ruivinha aqui.

Jane continuava olhando pra mim esperando alguma reação.

–Que se dane o profissionalismo, Lisbon. Libere esse cara ou ele vai matar Grace. -Jane era o tipo de homem que não pensava nas consequências...

–Vou acabar logo com isso! -Me levantei e entrei na sala. Pude ouvir Jane protestando contra isso mas ignorei.

–Rigsby saia da sala! -Ordenei.

–Mas Boss...

–Saia!- Gritei. Ele obedeceu mesmo não concordando. Eu tirei minha Calibre 38 ,que ficava ''pendurada'' em meu cinto, junto com o distintivo, e apontei para Carl. Ouvi alguém gritar ''Lisbon, não!''. Carl se sentiu intimidado e pressionou ainda mais seu braço contra o pescoço de VanPelt.

–Eu vou matá-la! -Gritou Carl.

–Solte-a e seremos só nós dois. Vamos resolver isso do jeito certo. Não seja covarde.

Não!- Carl hesitou. Aos poucos fui me aproximando dele. Acho que agora, quem não estava medindo as consequências era eu...

Eu olhei para VanPelt e mandei um sinal. Ela parece ter decifrado. Então, sem pensar duas vezes, disparei um tiro pro alto. Carl se assustou e Grace aproveitou do descuido dele para se abaixar e escapar de seus braços. Rigsby a pegou no colo e a abraçou forte. Carl começou a atirar para todos os lados.

Eu mirei perfeitamente em sua cabeça e atirei. Ele caiu no chão em cima da poça que seu próprio sangue havia formado.

Jane entrou na sala e me abraçou.

–Lisbon....

–Acabou Jane!- Eu sorri.

–Vai ficar tudo bem. -Ele me abraçava cada vez mais forte.

–Jane, eu estou bem.

–Você não está sentindo dor?

–Dor? Mas por que eu...- Jane pegou minha mão e a guiou até meu ombro. Estava sangrando.

–Ele acertou você...- Jane disse isso com um tom calmo e desesperado ao mesmo tempo. Era estranho eu não ter sentido dor. Eu só me sentia....um pouco tonta, e sem equilíbrio e...sem visão. E entãome vi caída no chão, completamente sem os sentidos.

Abri meus olhos cautelosamente e, de repente, não estava mais no CBI e sim, num hospital. Alguém estava do meu lado segurando minha mão.

–Jane?! Ouvi uma risada.

–Não...Sou eu, Grace.

–Oh, oi Grace, como você está?

–Eu que pergunto. Se sente melhor?

–Estou ótima. -Eu disse meio sonolenta.

–Que bom...olha, Lisbon, eu não sei se um dia vou poder te agradecer direito....Você foi incrível.

–Não se preocupe com isso. O importante é que estamos todos bem! -Jane entrou no quarto e Grace foi conversar com Rigsby, nos deixando á sós.

–Como vai a heroína mais sexy da Califórnia?

–Seu bobo! Não sou heroína...-Antes que eu pudesse terminar de falar, o médico entrou no quarto.

–Sra. Lisbon, a cirurgia de remoção da bala foi um sucesso. Parabéns, seu organismo reagiu muito bem!

–Oh, que bom. Quando é que eu vou poder sair daqui?

–Bom, pelo que eu estou vendo no seu relatório, você poderá ter alta hoje mesmo. Está tudo bem com você e com o bebê.

Jane se engasgou com o chá que estava bebendo e eu comecei a rir, confusa.

–Bebê? Mas que bebê? -O médico riu também.

–O seu, ora. -Jane não parava de tossir engasgado.

–Doutor, eu acho que houve algum engano aqui. -Eu parei de rir e percebi que aquilo não era uma piada.

–Você é..Teresa Lisbon certo?

–Sim. Mas não estou grávida.

–Bem...aqui no relatório consta que você está sim...- O médico saíra da sala para atender o chamado de uma das enfermeiras que estava no corredor. Ficamos eu e Jane sozinhos, em silêncio. Um silêncio que já estava ficando constrangedor. Minha voz ecoou pelo quarto.

–E agora? -Ele sorriu serene, mas não respondeu. -Não vai responder...eu entendo.- Ele sorriu novamente e sussurrou pra mim:

–Eu amo você, Lisbon. E estou muito orgulhoso disso...


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Notas finais do capítulo

Eu ia terminar a fic no capítulo 4 mas resolvi extender um pouco a história haha. Espero que tenha agradado os mentalistas de plantão ♥