Another Hogwarts escrita por Sorrow Queen, Ciba, Rafeullas, brubs


Capítulo 53
Você me insulta dizendo isso!


Notas iniciais do capítulo

Hey, babys!
Como estão?
Nós estamos ótimas e muito felizes pelos comentários e pela maravilhosa recomendação.
Espero que gostem desse cap e não deixem o Rodolfo morrer.



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Salão Comunal da Corvinal, quase sete horas da manhã.

Lá estava eu, sentada quietinha no canto do sofá, quando a criatura grita pela... quinta vez essa madrugada.

– Quando eu digo que não, é não! – Exclama Zoey gesticulando freneticamente com as mãos.

– Mas... Ontem você disse... – Começa Silas.

– Ontem foi ontem e hoje é hoje.

– Tudo bem. E hoje é sim? – Ele pergunta com carinha pidona.

– Talvez. – Zoey diz e beija a bochecha de Silas. – Bom dia amada!

– Bom dia.

Ficamos em silêncio até que eu me lembro de uma coisa.

– Ei, Silas. Lembra aquela música trouxa que você estava cantando?

– Qual? O rock pauleira ou o reagge?

– O reagge.

– Não lembro, não.

Bufo e me sento mais perto dos dois.

– Não importa. Ontem eu estava refletindo sobre a minha vida e descobri duas coisas.

– O que você descobriu? – Perguntou Zoey.

– A primeira não interessa pra vocês, é entre mim e um ruivo. A segunda é que eu fiz uma paródia dela pra vocês.

– Ai, essa doeu no fundo do coração. – Resmungou Silas. – Mas como ficou a paródia?

– Vou cantar pra vocês. – Fingi que estava limpando a garganta e comecei. – Quando Deus te desenhou, ele estava sem borracha. O grafite escorregou e nasceu essa desgraça. Direto do inferno. Direto do inferno.

Os dois começaram a rir e eu fingi um agradecimento. Até o Mr. Deprê entrar no Salão. Sempre quando Raymond Duncan entra em um lugar, a alegria entra junto. Mas hoje, a tristeza acompanhava meu amigo de perto. Ele entrou e se jogou na poltrona perto da lareira.

– Eu falo ou você fala com ele? – Sussurrou Silas pra mim.

– Eu falo. Deve ser alguma coisa com a Thalia.

– Beleza.

Me levantei e fiquei na frente do moreno. Raymond não se mexeu, ficou ali, parado com o rosto afundado nas mãos.

– Ei, Ray? – Chamei, mas nada aconteceu. – Ou, molenga, olha pra mim quando eu estiver falando com você!

Isso fez ele me olhar. Raymond parecia triste e cansado. Seus olhos estavam um pouco avermelhados e seu cabelo mais bagunçado que o normal. O uniforme estava amarrotado e sua gravata solta.

– Você esta horrível! – Sim, eu sou direta.

– Eu sei. Pode me deixar sozinho, Emily. Eu quero pensar um pouco.

– Ótimo! Vamos pensar juntos. Conta pra titia o que houve.

Raymond me olhou com uma cara de “você é um saco, sabia?”. Bobinho, como se eu não soubesse disso.

– Tá bom. – Ele desistiu. – Eu briguei com a Thalia. Feliz? – Disse se levantando.

– Não! – Puxei seu braço e ele se sentou de novo com cara emburrada. – Eu quero saber por que, Ray. Detalhe por detalhe!

– Por quê?

– Por que a Thalia é minha amiga e você também, seu bolha. Agora conta direito essa história.

Raymond revirou os olhos, mas contou. E que história grande. Acho que ele não sabe resumir as coisas como eu. Demorou tanto, que quando Raymond estava no meio, Zoey e Silas já tinham saído do Salão pra tomar café.

– Olha. Vou te dar um dos meus conselhos top top, ok?

– Lá vem! – Resmungou.

– Calado. Você não pode sair perguntando essas coisas para as mulheres, querido. Precisa ser cuidadoso. Eu conheço a Thalia. Aquela loira te ama de verdade, ela não trairia você com um grifinório qualquer. O melhor que você pode fazer agora é dar um tempo pra ela. Te garanto que quando ela estiver mais calma vai te procurar.

– Tem certeza?

– Raymond, há três coisas no mundo que eu tenho certeza: que um dia todos vão morrer; que laranja nunca vai ser o novo preto; que baratas vão sobreviver a qualquer coisa, principalmente coisas nucleares; e que a Thalia sempre faz a coisa certa quando esta calma.

– Em, são quatro.

– São? Tudo bem, então tem quatro coisas que eu tenho certeza. Agora sobe, toma um banho por que você não está cheirando a Malbec e vai viver sua vida um pouco.

– Está certo. Obrigado, Em. Você é extraordinária. – Ray disse e beijou minha bochecha.

– Ah, essas pessoas que me dizem o óbvio...

Ray subiu e eu fiquei no Salão por mais um tempo, até meu estômago clamar por comida. Peguei minha capa e fui até o Refeitório. No meio do corredor vi a Elena correndo do Jason, ela dobrou um corredor e sumiu. Uns três minutos depois reapareceu, carregada por Jason. O grifinório ia em passos firmes em direção a Torre da Grifinória. Ok. Talvez a sonserina tenha se cansado de andar e ele esta fazendo um favor pra ela. Vou ficar com essa, é mais provável.

Entrei no Grande Salão faminta. Thalia não estava pra pegar suas torradas, Elena estava sendo carregada e Anne... Estava catalogando loiros? Com o Isaac? O que eu perdi? Ela quer vender madeixas pra calvos e mulheres com problemas capilares? Antes que eu pudesse terminar minhas perguntas mentais, a grifinória começa a catalogar meu cabelo.

– Hey, Em. Você é loira, né? Seu cabelo é cacheado ou liso? – Quantas perguntas, credo. Se colocarem uma lâmpada na minha cara eu corro.

– Sim, Anne. Eu sou loira naturalmente. E é liso. Por quê?

Ela e Isaac param lado a lado e me encaram em silêncio. É sério, se aparecer uma lâmpada e dois policiais bancando o “tira bom” e o “tira mal” eu corro até chegar á Austrália. Falando nisso, onde fica a Austrália?

– Por nada. – Anne me tirou da minha aula de geografia mental. – Estamos cuidando de uma infestação de piolhos.

– E por que só estão olhando os loiros?

– Por que... – Ela hesita e olha pra Isaac.

– Por que, até agora, só os loiros reclamaram de piolhos! – Salva pelo namorado, Anne Green.

– Sei... – Digo inocente. – Vão querer ajuda?

– Não! – Respondem automaticamente. Mas só Anne continua. – Quer dizer... Não precisa. Já estamos terminando, faltam só poucos loiros da Corvinal.

– Ok, se precisarem de algo me avisem.

– Sem problemas! – E assim os dois continuam procurando piolhos na cabeça de loiros inocentes.

Tomo meu café sozinha mesmo. Os ovos nunca estiveram tão bons, mas por pouco tempo. Logo o enjoou veio e eu levantei as pressas. Corri pelo corredor até o banheiro. Mas com a minha sorte, trombei com alguém no meio do caminho.

– Desculpa, moço. Depois te mando uma cesta de queijos e vinhos como uma desculpa mais formal.

– Não será necessário se você sair comigo hoje.

Aquela voz... Justamente quem eu mais queria ver.

– Quem sabe mais tarde, ruivo. Agora tenho um encontro com outra pessoa.

– Quem? – Fred perguntou meio decepcionado meio irritado.

– A privada.

Passei correndo por ele e entrei no banheiro feminino, me tranquei em uma das cabines e botei pra fora. Literalmente. Quando não tinha mais nada pra sair, me levantei e fui pra pia, lavei a boca umas três vezes e aproveitei e joguei um pouco de água no rosto, pra disfarçar a palidez. Ouço a porta do banheiro ser aberta, mas ignoro, deve ser alguma menina do segundo ano apertada.

– De novo, Emily! Quem é o pai dessa vez? O Harris? Por favor, não me diga que é aquela cobra miserável!

Muito obrigado, azar! Você é a única pessoa que esta sempre comigo!

Sequei o rosto com as toalhas de papel e me virei para o ruivo. Fred ostentava uma expressão séria, mas podia ver em seus olhos que ele não aguentaria mais nenhuma burrada que eu fizesse. Juntei todas as minhas forças e me aproximei dele. Não tinha contado a ninguém sobre o feitiço que eu achara. O feitiço que me disse quantos meses e qual o sexo do bebê que crescia em mim. Segurei sua mão e sorri, ao ver que ela continha um sorriso de canto.

– É uma menina. – Falei. Fred levantou o rosto e me encarou um pouco confuso. – É uma menina de três meses. Uma poção acelerou um pouco o crescimento dela. Sua idade real é de mais ou menos um mês. Faz um mês que nós... – Parei. Esperando que o ruivo tirasse suas próprias conclusões.

Fred me olhou confuso, depois sua feição mudou. Ele recuou alguns passos e virou de costas.

Droga! Por que eu não disse que era do Ian? Ia ser mais fácil do que ver ele com raiva, negando que é mesmo dele e...

– Há quanto... Há quanto tempo você sabe? – Ele perguntou, virando lentamente pra mim.

– Há um tempinho.

Fred ficou quieto por alguns minutos, então decidi que era melhor eu dizer.

– Olha, eu sei que é meio chocante pra você, mas... Eu acho que você deveria saber que... Que eu pretendo abortar. Achei um livro na Sessão Reservada da Biblioteca que tem um feitiço sobre isso. Só que o bebê tem que ter no mínimo cinco meses. Então... Assim que ela completar cinco meses...

– Não.

– O que?

– Você não vai abortar. Não vai abortar a minha filha.

– Fred, olhe pra nós. Mal nos damos bem um com o outro. Vamos admitir que também não conseguiríamos cuidar nem de uma samambaia, imagine uma criança! E como vai ser quando ela nascer? Por que até lá eu quero estar em casa. Se essa criança nascer aqui, vai ser o fim pra mim. Posso dar adeus a uma vaga no Ministério da Magia e olá a...

O ruivo se aproximou e segurou meus ombros. – Emily, relaxa! Vamos pensar em um jeito de... Ocultar sua gravidez até nossa pequena nascer. E quando ela nascer, não vai estragar seu futuro. Fique calma.

– Certo. Estou calma.

Ficamos em silêncio, enquanto penso e repenso no que acabou de acontecer.

– Você... Você não pirou quando soube do bebê. Por quê? Jorge pirou quando soube do dele.

Fred soltou um riso e me olhou nos olhos.

– Não sou meu irmão, Emily. Eu sempre quis ter um filho, uma família. E desde o dia que você apareceu, meu novo sonho era ter uma família com você. Eu te amo. Eu vou esperar você terminar os estudos aqui, e quando você sair, vamos criar essa criança e ter mais um, e um hipogrifo. Só se você gostar de animais é claro.

– Eu... Eu amo animais!

Sorri por dentro e por fora. Ele estava dizendo que seríamos uma família. E que queria mais de um filho comigo! Finalmente um pouco de sorte na minha vida amorosa!

Como eu não era tão boa quanto Fred com as palavras, fiz o básico, beijei-o. Ah, quanta falta faz ser beijada por esse Weasley.

– Eu prometo que não vou mais fazer nenhuma burrada que nos separe de novo. Eu te amo. – Falei sentindo meu rosto esquentar.

Sem choros hoje, Emily. Hoje é só alegria!

Fred riu alto e me segurou pela cintura, me erguendo no ar e girando. Perfeito!

Quando ele me pôs no chão, ouvi a porta do banheiro sendo aberta e uma garotinha do primeiro ano da Lufa-Lufa entrou. Quando viu Fred ela gritou e saiu correndo, voltando minutos depois com a Professora Minerva. O que aconteceu? Bem, broncas e uma pergaminhada na cabeça do Fred. Mas valeu a pena.

Fomos andando de mãos dadas até a sala de poções, que era a aula dele.

– É sacanagem você ter aula vaga de primeira! – Ele reclamou.

– Não me culpe, culpe a escola. – Disse e soltei sua mão. – Nos vemos mais tarde.

– Ei, Ei. Não tão cedo, mocinha. – Fred vem atrás de mim e segura minha cintura. – Se despeça da maneira correta.

– E qual seria a maneira correta, Sr. Weasley? – Falo em seu ouvido com uma voz sexy.

– Não me provoca agora, Carter. Não sabe do que eu sou capaz.

– Quem esta provocando quem? – Digo com a mesma voz sexy. Sim, eu estava provocando, E estava adorando. Vejo um brilho nos olhos de Fred.

– Sr. Weasley, entre na sala agora. Srta. Carter... – Snape, sempre me menosprezando. – Vá para sua aula.

– Te vejo depois. – Digo dando um selinho em Fred, mas ele me puxa pela nuca e me beija de verdade.

– Sem demonstração de afeto no corredor. – Diz a cobra mal comida.

– Até mais! – Rio e deixo Fred entrar na sala.

Sempre gostei de aulas vagas, mas não dessa vez. Nenhuma das Marias estavam presente pra me fazer companhia. Não achei Zoey, Julie ou Luna. Ray passou correndo por mim, dizendo que precisava ir até o campo de Quadribol, Silas queria treinar com seu goleiro. Vaguei pelos corredores e acabei saindo no Pátio do castelo. Olhei em volta e parei no garoto loiro, com o uniforme da sonserina sentado no banco.

Graças á Deus! Companhia é sempre bom!

– Olá, sumido! – Falei, puxando os ombros do loiro.

– Ei! – Ela disse, sorrindo pra mim.

Sentei ao seu lado no banco, de pernas de índio. Ian estava bem arrumado, a gravata um pouco solta, e um copo de café, mas sem café. O que será que ele estava bebendo?

– O que tem ai? Vinho? Whisky? Meu Deus, cobrinha, você está tomando Vodka? Há! Aprendeu comigo, né danado?

Ian riu e me entregou o copo.

– Não, doida. É só suco. Trouxe no malão uma caixa de um suco trouxa que eu achei. É delicioso, pode provar se quiser.

– Hum. Só um gole.

Levei o copo até a boca e na mesma hora o cheiro familiar invadiu meu nariz. Cheiro de chuva, chiclete e livro novo. Amortencia? Por que tem ppoção do amor extremamente forte no suco de Ian? Afastei o copo e olhei pelo buraco. O líquido tinha uma coloração meio esbranquiçada, levemente perolada.

– Não vai beber? – Ian perguntou-me.

– Vou. Do que você disse que era o suco mesmo?

– Não disse. Mas é de limão. Garanto que você vai se apaixonar por esse suco!

Me apaixonar? Se bem disso. Então era esse o plano de Ian? Me fazer beber o suco com Amortencia e esperando que eu me apaixone por ele? A meu amigo, não é tão fácil me enganar. Não fui colocada na Corvinal pelo Chapéu Seletor por coincidência!

Girei um pouco o suco, fingindo misturar e levei o copo aos lábios. Quando o líquido invadiu minha boca, cuspi discretamente de volta no copo. Ian me olhava esperançoso enquanto colocava o copo no banco.

– Delicioso! – Falei abrindo meu melhor sorriso falso. – Não vai tomar? Eu não tenho sapinho, Ian.

– Não é isso. É que eu estou sem cede. Obrigado.

– Vamos lá, Ian. Se não tomar, vou me sentir mal, sabendo que tomei um suco que era pra você.

Ian sorriu nervoso e um pouco ansioso, talvez estivesse esperando o efeito da poção funcionar em mim. Tolo, não sou burra.

– Em, você não esta sentindo nada diferente?

– Não. Por quê?

– Só pra saber.

– Está esperando a poção fazer efeito, Ian?

– O que?

– Esta esperando que a Amortencia faça efeito e que eu me derreta por você? Bem, pensou errado! Não sou burra, Harris. Senti o cheiro de chuva, chiclete e livro novo assim que peguei o copo. Achou mesmo que ia me enganar?

– Eu não... Pensei que você fosse tomar e...

– IAN HARRIS! Você me insulta dizendo isso! Qual seu problema?! Você não pensou antes de fazer isso? Sabe, eu gostava de você, gostava muito. Mas não o amo. Você sabe que estou com Fred.

– Vocês voltaram?

– Sim. Nós nos acertamos hoje e não adianta tentar nada pra nos separar, eu amo o Fred e isso nunca, nunca vai mudar.

Ian se levantou e parou frente a frente comigo. Ele sempre foi maior que eu, mas não me intimidei. Olhei em seus olhos e estava pronta pra revidar se ele tentasse algo.

– Emily?

Deus, nunca pensei que seria tão grata pela sonserina ter vindo até aqui.

– Ian, o que está acontecendo? – Elena pergunta.

– É Ian, conte á ela o que esta acontecendo!

– Nada. – Ele responde me fuzilando com raiva. – Já estava indo embora. E Elena, - A sonserina o olha. – agradeça seu namorado pela poção.

Jason? Ele fez a poção para Ian me enfeitiçar? Bastardinho dos infernos!

Ian saiu, passando por Elena e trombando em seu ombro. A morena o olhou até que sumisse nos corredores, depois voltou á atenção para mim.

– Acho que ele esta bravo.

– Também acho.

Elena me olhou por alguns minutos, curiosa. Tentei sorrir descontraída, mas não pareceu surgir efeito.

– Eu preciso... Ir... – Começou.

– Claro, claro... Eu também. Obrigado por... Aparecer.

– De nada.

A sonserina foi embora e eu fiquei no Pátio, refletindo sobre o que aconteceu. Resolvi esquecer um pouco isso e voltei para meu dormitório. Arrumei o relógio para despertar no horário da próxima aula e me deitei, dormindo encolhida com o cobertor sobre o rosto.


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Notas finais do capítulo

reviews?