Silêncio Vermelho escrita por Ella NH


Capítulo 6
Capítulo 5: O azul do sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Oi, Minna!
Aqui estou eu de volta!
Avisei que postaria assim que possível, não?
Não tive tempo de revisar, então... Se acharem qualquer erro me avisem, sim? Corrigirei assim que possível!
Preciso de ajuda e não sei quando voltarei a postar! Minha vida está bem corrida!
Agradeço desde já pela paciência e adoraria saber o que acharam do capítulo.
Boa leitura!
Ja ne!!!



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Os segredos começaram a surgir daí. Quanto mais nos conhecíamos mais eu descobria sobre meu amado e sobre a sombra que era seu passado. E quanto mais tempo passava mais conhecimento eu adquiria e mais perigosa eu me tornava.

Não vossa majestade. Eu não era um perigo para o meu anjo dourado. Mas eu me tornei um perigo para os outros que o mantinham no escuro, eu tentei ser a luz que enegrecia o passado do meu amado, mas Eles o mantinham no escuro.

Eu era uma ameaça que precisava ser tirada do caminho, assim como meu filho.

Nós eramos uma falha no plano. Uma horrenda falha que precisava ser retirada do caminho. E eles estavam dispostos a fazer tudo para nos tirar de lá. Nada era impossível.

Nada era impensável. Tudo era lícito. Foi assim que eu e meu filho morremos.

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A jovem mulher de cabelos negros acariciava suavemente a bela barriga protuberante. Sentada na humilde varanda de sua casa observando concentrada o sol que se punha além das montanhas a norte da propriedade de sua Lady. Os campos de um verde brilhante se contrastavam suavemente com o céu alaranjado e rosado do fim da tarde. Os brilhantes raios de sol rapidamente perdiam seu espaço tendo a bela lua como nova guardiã dos céus. A jovem senhora observava aquele belíssimo espetáculo da natureza imaginando quando seu filho poderia observar também. Seus olhos de luar brilhavam só de imaginar a possibilidade e um belo sorriso escorriam pelos lábios que já despertaram o desejo de muitos senhores da extensa propriedade de Lady Tsunade.

Um robusto cavaleiro se aproximava a galopes em direção a bela mulher. O lindo cavalo de cor alaranjada balança a crina ao vento, a armadura brilhava sutilmente nos mesmos tons dourados dos últimos raios de sol que ainda sobreviviam no momento em que a noite derrotava o dia. Sua postura declarava a alta posição a que pertencia dentro do exército real: General. Uma posição desejada e dificilmente conquistada, mas aquele cavaleiro, com muito trabalho e suor, havia honrosamente apropriado-se de tão prestigiado cargo. A jovem senhora de cabelos de noite deixou um sorriso se alastrar ainda mais ao reconhecer a armadura de seu marido, e quanto mais ele se aproximava, mais seu sorriso aumentava e chegou ao pico, quando ele desceu de seu cavalo e retirando o elmo e libertando seus rebeldes fios dourados , mostrou seus maravilhosos dentes brancos emoldurados por grossos e sensuais lábios que permaneciam firmemente repuxados em seu largo sorriso.

Naruto se aproximando carinhosamente da esposa e repousou suas mãos pelo ventre rechonchudo da mesma, o lugar onde seu filho aguardava seguro até o dia em que poderia finalmente sair e conhecer o mundo que seus pais lutavam para fazer belo e perfeito para aquele pequeno ser que estava para chegar ao mundo. Felicidade era a palavra que melhor definia o sentimento compartilhado por aquela bela família num momento tão mágico como aquele.

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Muitos dias assim se passaram até o dia em que a mulher de cabelos cor de noite desse a luz ao bebê mais aguardado das terras de lady Tsunade. O momento fora imensuravelmente festejado. Participaram até mesmo vizinhos da bela baronesa contemplando o nascimento do filho de seu protegido. Sim... Filho... Era um belo menino completamente parecido com seu pai. A família estava tão feliz, que o sentimento era quase tangível.

—Ai Naruto... Ele é tão lindo, tão pequeno, tão perfeito... Eu gostaria de segurá-lo assim em meus braços para sempre! — A pequena mulher falava com seu filho nos braços observando seu sono profundo carinhosamente.

O homem não conseguia se quer esboçar uma emoção em seu rosto de traços quase angelicais, sua alegria e êxtase eram tamanhos que sequer sentia seu corpo, quase como se não conseguisse acreditar que aquele momento era real. A primeira demonstração de que ainda estava vivo e ali, foram as lágrimas que, como que mágicas, começaram a transbordar de seus olhos celestes. Uma a uma iam traçando seu caminho pelo rosto de linhas belas e firmes deslizando pela pele suave e lisa seguindo até o final do rosto de porte masculino e bem moldado e caindo pelo vazio despencando até o chão, sem que o homem percebesse todo seu percurso até ali. Logo um sorriso singelo e moldado a felicidade nasceu em seu rosto como os primeiros raios de sol depois de uma noite de tempestades. Ali brilhavam a alegria, ali brilhava a esperança.

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O Tempo não para ninguém e o pequeno recém-nascido já se tornava um lindo bebê, de rebeldes fios loiros e olhos de um azul mais puro que o azul do céu. Um azul quase sagrado, tamanha beleza que esbanjava. O brilhante sorriso de gengivas à mostra encantava até mesmo o homem mais duro de coração, a beleza da infância brilhava em seu olhar enquanto os primeiros sons que produzira parecia a música mais bela aos ouvidos de seus pais.

Hikaru era um lindo bebê!

A jovem senhora Uzumaki ninava tranquilamente seu lindo filho em seus braços delicados e amorosos, enquanto acariciava tranquilamente os fios macios e dourados do bebê Uzumaki.

—Naruto-kun, ele se parece tanto com você! —A jovem senhora exclamava enquanto seu marido entrava no quarto de seu filho e a encarava com um lindo sorriso desabrochando em seu rosto.

—É verdade Hina-chan... Mas ele é tão manhoso quanto você! — O jovem alfinetou sorridente. A moça riu ao reconhecer a verdade por traz da brincadeira de seu marido. De seu Senhor.

—Não tenho como negar, meu senhor... — Comentou risonha — Sabe... Gostaria de saber se você também se parece com o senhor, seu pai, Naruto-kun, ou quem sabe pareça mais com vossa mãe...? —O complemento soou um tanto quanto duvidoso.

O rapaz suspirou enquanto passava os dedos pelos fios dourados da cabeça de seu filho sorrindo minimamente com um olhar sonhador.

—Eu também gostaria de saber, Hime! Eu também gostaria de saber... —A voz do loiro soou distante, parecia mais que a resposta havia sido dada para seus próprios ouvidos. A jovem de cabelos de noite o olhou amorosamente.

—Conte-me... O que sabe sobre eles? —A jovem sorria afetuosa dizendo vagarosamente cada palavra enquanto colocava o filho dentro do berço e sentava-se na poltrona enquanto observava o marido que se dirigia à janela.

O jovem parou em frente a janela apoiando-se levemente no peitoril da mesma, parecia observar a linda vista que se formava. A lua brilhando lindamente no céu iluminando romanticamente a floresta fechada na beira da campina, as estrelas oferecendo sua luz no céu enquanto uma brisa suave passeava por todo o lugar, agitando o gramado verdejante que por não muito permaneceria assim, mas que logo, logo estaria coberto pela espessa camada de neve. A verdade é que aquele jovem não poderia observar a majestosa paisagem, não quando havia tanto em sua mente. Por um momento fechou os olhos e era como se a voz de Tsunade soasse novamente em sua mente proferindo as exatas palavras que agora dizia a sua esposa:

—Foi no verão que eles se conheceram... Havia um grande festival na capital do País, Moscou*1, e eles acabaram, num infortúnio incidente, encontrando um ao outro. Meu pai havia infiltrado-se como marinheiro e trabalhou como carpinteiro num estaleiro da Holanda*2, assim como minha mãe... Ela queria provar a todos que uma mulher poderia ser livre, que poderia ser independente assim como os homens são, e por isso se fez passar por homem durante todo o percurso do navio, porém meu pai a havia descoberto, e mesmo enfrentando a ira de minha mãe, ele decidiu protegê-la. Ele sabia que se ela, como uma mulher e ainda solteira, fosse descoberta, seria condenada a morte, e mesmo com o risco de ser condenado ao mesmo destino, ele a protegeu. Com sua vida... Não muito tempo depois, eles se casaram e eu nasci. Foi o dia mais feliz da vida deles... — O jovem de cabelos loiros tinha ainda o olhar perdido. A voz soava num suave sussurro banhado em nostalgia. Era como se o coração dele falasse em vez de ser sua boca a contar-lhe a história. Um sorriso ainda mais suave enfeitava o rosto, enquanto os olhos azuis brilhavam demonstrando os sentimentos que esbanjavam em seu ser: Nostalgia, alegria e, o maior de todos, a saudade.

A morena levantou-se e suavemente envolveu a cintura de seu amado com seus finos, delicados e calorosos braços, numa inútil tentativa de cobrir aquele buraco que havia no coração daquele jovem órfão.

—Conte-me mais... —Pediu ainda doce, enquanto suas mãos afagavam com intensa ternura os braços e quadril de seu amado marido.

—Eu não posso Hime... Isso é tudo que sei sobre eles. Foi tudo que Tsunade pôde me contar. —Ele disse com um tom de tristeza em sua voz. Era a solidão que se ocultava por seus olhos cristalinos? Parecia que o velho fantasma tentava mais uma vez despertar no seu jovem senhor.

—Hei... Não fique assim! Eu falarei com ela e verei se há mais que ela possa dizer sobre eles, mas acima de tudo lembre-se que não mais está só. O senhor tem a mim, e ao nosso filho. Hikaru tem a nós, eu tenho vocês, e você tem a nós! — Hinata disse feliz, a verdade sendo demonstrada em seu olhar que transbordava ternura, carinho e muito, mas muito amor.

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A manhã parecia convidativa a um passeio, sendo assim a jovem de olhos de luar decidiu aproveitar tal convite e andar com seu tão pequeno filho pela linda campina que abrigava sua casa e a mansão da bela baronesa, Lady Senju Tsunade.

Com passos decididos, a jovem senhora Uzumaki caminhava apreciando a brisa suave em seu rosto e aquele cheiro típico de um dia quente de verão, claro que a temperatura não passava dos 15°C*3, sua postura altiva, aprendida em seu tempo como herdeira do título de seu pai, estava mais que presente enquanto se aproximava de sua bem-feitora.

A bela baronesa estava sentada em uma bela cadeira ornamentada no hall de sua bela casa, construída com uma simplicidade elaborada que demonstrava requinte e suavidade a quem quer que a observasse. Um sorriso nasceu na face da bela senhora loira ao ver a jovem senhora Uzumaki se aproximando com o pequeno menino nos braços.

—A que devo a honra de sua visita Lady Hinata? —A atrevida senhora a cumprimentou animadamente.

—A honra é minha Lady Tsunade, e por favor, já não sou mais Lady desde que fui expulsa da casa de meu pai. —A jovem respondeu altivamente e com um pequeno toque de mágoa na bela voz.

—Ora, minha querida. Já cansei de lhe dizer que desde que casou com Naruto és muito mais importante do que o título de seu pai proporcionaria. Sou eu quem devo reverenciá-la e não você a mim. —Lady Tsunade tornou a rebater altiva e divertidamente.

Hinata sorriu. Jamais aquela linda senhora admitiria derrota. Ficariam discutindo ali para sempre enquanto a bela baronesa lhe responderia com palavras atrevidas a qualquer alegação que ousasse proferir. Tsunade era muito teimosa. Quase tão teimosa quanto seu senhor, seu marido.

—Tudo bem milady. —Hinata se conformou momentaneamente com o desejo de sua senhora, mesmo que em seu íntimo ainda não se desse por vencida. — Eu vim em vossa casa pois gostaria de conversar com vós.

Tsunade assentiu com o sorriso ainda evidente no rosto e logo ofereceu a jovem senhora uma cadeira para que essa sentasse ao seu lado.

—Qual assunto desejas tratar, Hinata-chan? —Gostaria de saber mais sobre o passado de meu marido. Ele... —A morena pode notar a expressão que se quebrava na face da mulher a sua frente e pode ver em sua bela face algo que nunca pensou que veria. A fúria. Hinata se calou rapidamente em choque ao ver tal expressão. O nariz dilatado para a rápida passagem de ar, o peito que subia e descia rapidamente pela pesada respiração, o rosto vermelho pela raiva, pupilas dilatadas... Fúria!

E... Bem lá no fundo do olhar, o sentimento mais brutal de todos... O medo! Em sua forma mais pura e crua.

—Nunca mais.... —A baronesa proferia lentamente. —Nunca mais... Nunca mais.... Pergunte-me sobre o passado de seu marido. Há coisas que devem ficar ocultas no tempo. Nunca procure saber sobre isso Hinata. Para seu próprio bem. E pro bem de seu filho.

Choque! Era assim que Hinata se encontrava. Olhava espantada para a face da baronesa que aos poucos se acalmava. Sua mente de repente disparou.

“O que houve?”

“Qual o motivo de tanto furor?”

“O que tanto ela teme?”

“ Oque havia no passado de Naruto para tamanha comoção? Fúria, medo?”

“O que ela quis dizer com ‘há coisas que devem ficar ocultas no tempo’?”

“Porque ela me ameaçou... Não... Não foi uma ameaça.... Me pareceu mais um aviso. É por isso o temor?”

“ Oque há de tão grande no passado de meu senhor para tal reação? Ele não é apenas um órfão sem pai ou mãe que foi gentilmente acolhido pela médica?”

“Quem é Uzumaki Naruto?”

“Porque eu tenho que temer por mim e por meu filho? E meu marido?”

Aos poucos o choque se desfazia e a face da morena se tornava indiferente, mas dentro de si uma determinação a dominava. Agora mais do que nunca precisa desvendar o mistério que era o passado de Uzumaki Naruto.

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Durante toda a semana seguinte Hinata investigou incansavelmente e discretamente pela mansão de sua baronesa. Perguntou a empregados antigos, aos novos qualquer informação sobre o passado de seu marido. Perguntou por cartas antigas e objetos ligados a infância de seu anjo loiro.

Havia descoberto informações valiosas e as organizava em sua lista mental:

1 Lady Tsunade estava distante do reino quando Naruto nasceu, e havia voltado correndo após a morte da rainha, amiga íntima da baronesa. Voltou apenas para o funeral e a dor foi tão grande, que havia decidido viajar de novo. No dia seguinte a sua partida, A baronesa foi ao castelo se despedir e ao retornar estava suja, como se houvesse corrido no meio da floresta. Cabelos despenteados, vestido rasgado em vários lugares, as fabulosas meias de cetim se encontravam rasgadas e sujas de terra, seu rosto, maquiado outrora, jazia manchado pelas lágrimas que debulhava desde a notícia da morte da amiga, e com um pequeno embrulho na mão. Envolto em trapos sujos e desgastados estava um bebê de lindos cabelos loiros que dormia tranquilamente nos braços da mulher. Dizendo que a família estava morta no casebre na floresta e mesmo correndo para socorrê-los, chegara tarde demais para salvá-los, mas que conseguira salvar apenas a criança.

2 Uma das amas de Lady Tsunade tinha certeza de que ela mentira ao contar aquela história sobre o bebê, mas nunca se preocupou em perguntar o porque e também não queria enfrentar a Ira daquela senhor.

3 Hinata havia provado a verdade sobre a fala da ama ao encontrar uma carta, no sótão da fabulosa casa de Lady Tsunade, implorando para que essa cuidasse de Naruto e informando que ele jamais poderia descobrir sobre seu passado, e o quanto isso era perigoso.

4 O nome da mãe de Naruto era Uzumaki Kushina.

5 Infelizmente ninguém da casa parecia reconhecer o nome e nem mesmo ela.

6 Lady Shizune, mesmo não sabendo a história por traz do passado de seu marido, deu-lhe o mesmo aviso amedrontador de lady Tsunade. O que comprovou a gravidade do assunto.

7 O anel de casamento que jazia em seu dedo era a única lembrança física da mãe de seu marido que havia restado a ele. O anel de casamento que seu sogro havia dado a sua sogra naquele dia especial, o dia em que haviam se unido eternamente como um só pelos laços do sagrado matrimonio.

Acontece que o que Hinata não sabia é que os temores de Lady Tsunade se provariam reais, naquela mesma noite o incidente que ficaria eternamente na mente de todos se desencadeou.

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A mulher de olhos de luar catava suavemente uma canção para o pequeno ser que jazia quase inconsciente em seu pequeno berço de madeira. O olhar amoro que dirigia a aquele pequeno ser era banhado pelo carinho e eterna devoção. Um sorriso habitava no canto dos lábios fartos apreciando o som da própria voz enquanto os pequenos olhinhos se fechavam lentamente fazendo o pequeno ir para a terra dos sonhos.

Um som despertou a senhora Uzumaki de seus pensamentos. Era o som de palmas, lentas e clara num claro deboche. A morena se virou rapidamente para o ser que proferia aquele som inundada de temor. Seu marido saíra naquela mesma tarde convocado urgentemente pelo exército da realeza. Não poderia haver mais ninguém naquela casa além dela e seu filho e dois criados que frequentemente a ajudava naquela casa, Ordens da própria Lady Tsunade, e eles já estariam em seus aposentos aquela hora.

— Devo parabeniza-la pela bela voz senhora Uzumaki! — O homem disse alto e claro. Cabelos escuros como a noite mais escura e sem estrelas, olhos tão negros quanto seus cabelos e uma grande cicatriz que cobria todo o lado direito do rosto. Em seus lábios um sorriso de desdém.

A mulher se encostou ainda mais no berço de seu filho esticando as mãos para dentro de maneira que pudesse tocá-lo para ter certeza de que ele estava ali. Ainda de pé em atitude protetora para com o bebê.

—Quem é você? O que faz aqui? Não é apropriado aparecer essa hora na casa de uma mulher casada, ainda mais desacompanhado e dentro de cômodos tão íntimos. —A mulher pronunciou baixo , mas seguramente. Quem a ouvisse não diria que tremia tanto ou o medo que estava a fazendo quase sufocar. Ela sabia que só parecia segura porque o instinto materno a fazia querer proteger seu filho daquele homem.

—Quem eu sou não importa, mas o que eu vim fazer aqui sim. Sabe o que eu vim fazer milady? —A voz ainda era banhada no desdém, mas o prazer agora era tangível.

—Não, meu senhor, mas acho apropriado retirar-se de minha casa! —Refutou parecendo agora mais convicta em suas palavras. Ela tirava coragem de dentro de sua alma. Tudo que importava era defender seu filho.

O homem riu assustadoramente, mas por incrível que pareça, a morena nem mesmo hesitou, ainda mantinha uma postura determinada.

—Eu vim mata-la. A você e a essa criança maldita. São peças que estão atrapalhando seu jogo e eu devo eliminá-los. — A seriedade da voz do homem era ameaçadora. A mulher sentiu uma intensa sensação gelada passar por sua coluna. O medo puro e cruel.

Foi rápido. Ele retirou a espada da bainha e com toda destreza e rapidez lançou-se a mulher. Num gesto rápido e puramente irracional ela jogou seu corpo para o lado, mas fora não rápido suficiente. O homem a acertara no lado esquerdo e o golpe passara perto demais de seu coração. Uma dor excruciante se apossou de seu corpo, enquanto a morena caia no chão com um alto urro de dor com sua consciência parcialmente corrompida pela dor que sentia. A única parte ainda lúcida, era a que temia pela vida de seu filho. Por um momento a dor foi mais aguda quando o homem retirou a espada de seu corpo fazendo o sangue jorrar livremente. O chão já se encontrava banhado por seu sangue. Ela não sabia mais se conseguiria proteger seu bebê, já que a consciência se esvaia lentamente.

O homem sorriu desejoso. Aproximou-se do rosto da mulher e segurando grosseiramente o rosto da jovem o aproximou ainda mais do seu olhando profundamente os olhos de luar banhados pelo medo e pela dor.

—Não era para ser assim Milady. Se vós não fosseis tão curiosa, seu filho e a senhora poderiam ter sobrevivido, mas sua curiosidade foi maior. Agora eu lhe daria uma morte rápida e indolor, porém escolheu morrer lentamente. Então, que assim sejas. —A voz banhava-se no maior prazer e felicidade por ver o sofrimento da mulher.

Levantando-a pelos cabelos, a puxou até o canto do cômodo ouvindo os protestos pela dor agonizante da mulher, a jogou no chão e com uma corda que estava presa em sua cintura, amarrou os braços da mulher atrás do corpo. Pegando o punhal no interior da bota, se aproximou das pernas da boça e esfaqueou rapidamente a parte de trás de ambos os joelhos. Outro grito de dor encheu a casa. Logo o bebê acordou por causa do barulho dos gritos de sua mãe. O vestido branco e longo já estava complemente tingido pelo vermelho carmesim.

Levantando-se, o homem chutou o corpo estendido para que ficasse mais no canto do quarto. Outro grito de dor e como se apreciando aquele som, ele a chutou mais umas vezes. Até que com a dor, a mulher perdesse a consciência de vez.

Quando ela, não mais pode gritar, ele se dirigiu ao bebê que chorava incansavelmente no berço e suavemente acariciou a cabeça da criança. O bebê pareceu se acalmar um pouco com aquele gesto. E seus gritos foram substituídos por pequenos suspiros de acordo com que o carinho se tornava continuo e aos poucos ele voltava a dormir com a voz calma daquele homem que dizia que tudo ficaria bem. Quando por fim, o bebê drmiu. O homem riu para si mesmo e saindo da casa ainda olhou o corpo dos dois criados mortos no chão da sala.

Sem o mínimo de pena, acendeu uma tocha a erguendo cumprido seu próximo objetivo. Com um sorriso de lado, ateou fogo na pequena casa.

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*1 Durante o século XVII a capital Russa era a cidade de Moscou, Porém Pedro I, o Grande transferiu a capital de Moscou para uma São Petersburgo, ainda não concluída, no ano de 1712. Assim, em 1703, Moscou perde a condição de capital. O ano de 1812 é, sem dúvida, a data mais conhecida da história da Rússia, pois marca a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. Ao saber que Napoleão chegara às fronteiras da Rússia, os moscovitas elaboraram uma emboscada previamente definida. Quando os franceses chegaram à cidade, em 14 de setembro, o seu assustador exército encontrou uma cidade abandonada e completamente queimada. Sem nada para comer e com o terrível frio russo, as tropas viram-se obrigadas a bater em retirada. A imensa maioria morreu no regresso a França, fazendo com que Napoleão fosse perseguido pelos russos. Depois da vitória, Moscou continua crescendo a um ritmo bastante elevado. Em 1918, durante a Guerra Civil, Moscou serviu de quartel-general do Exército Vermelho, a cidade torna-se capital da União Soviética, em 12 de Março de 1918. Em novembro de 1941, a cidade volta a ser atacada, desta vez pela Alemanha Nazi, durante a Segunda Guerra Mundial. Moscou é evacuada e decretada como campo de batalha. Em meio à invasão, a cidade dava continuidade à construção do metrô iniciada em 1930 que, ironicamente, foi beneficiada pelos bombardeamentos, que permitiram a expansão rápida das linhas. Em 1991, a URSS é dissolvida e, com Boris Iéltsin no poder, Moscou cresce exponencialmente. A cidade passa a ser a capital da Federação Russa, onde fica o poder central, a Duma. Ainda é a capital do país até os dias de hoje.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Moscou

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Petersburgo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_da_R%C3%BAssia

*2 Analogia a história de Pedro I, o Grande.

*3 A temperatura demonstrada serve apenas para fins ilustrativos já que durante o século XVII as escalas de temperatura, tal como as conhecemos, não haviam sido estabelecidas. Sendo a mais antiga a Escala Fahrenheit inventada em 1724 pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit, em seguida a Escala Celsius sendo a escala mais usada no mundo. Construída pelo físico e astrônomo sueco Anders Celsius em 1742 e por último Escala Kelvin. Criada em 1848 pelo físico irlandês Willian Thomson, também conhecido por Lorde Kelvin. Sendo mais utilizada no meio científico.

O tempo em Moscou é flexível, com temperaturas variando dos -25°C aos 0°C no inverno e dos 15°C aos 30°C no verão. Temperaturas consideradas altas no verão situam-se entre 20°C e 26°C, mas durante os períodos de calor, as temperaturas podem exceder os 30°C, por uma ou duas semanas. No inverno, as temperaturas noturnas geralmente alcançam os -10°C, apesar de períodos de calor com temperaturas acima do 0°C.

Infelizmente não consegui encontrar qual a escala termométrica utilizada na Rússia, mas continuarei utilizando a Escala Celsius para futuras abordagens.

Fontes:

http://minhasaulasdefisica.blogspot.com.br/2012/02/temperatura-escalas-termometricas.html

html http://pt.wikipedia.org/wiki/Moscou#Geografia


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Notas finais do capítulo

Quero comentários, ok?
gostaram das informações da minha pesquisa????
Me dediquei bastante a elas com o intuito de dar maior veracidade nos fatos que apresento.
Alguma ideia já?
Agradeço pela atenção!
Quero comentários!!!!!



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