Era muito pior que Voldemort.

Apuramos nossos ouvidos para escutar a conversa:

– Lorde... – era a voz fina e irritante de Bellatriz que cortava o ar agora – Se me permite, por que se sujeita a vir atrás desta... Desta garota? – ela disse, enfatizando a ultima palavra, já que agora deveria saber que eu não era trouxa.

Uma voz metálica cortou o ar.
– Não permito, Lestrange. Cale a boca. – foi tão grave que até eu fechei mais a boca. Pude ver Bellatrix se encolhendo. – Diga, Weasley.

– Pois bem, eu estou sabendo de muita coisa. Coisas como planos de fuga após as férias de Natal. – ele começou e soltou uma risadinha – Deus, isso é tão clichê! Tao obvio! – estremeci, um filete de suor escorreu pela minha têmpora. Se eu não tivesse seguido Draco, estaríamos todos mortos em uma semana. – Esse ataque, hoje, é nossa única chance de pegá-la de vez.

Bisbilhotei-os na esperança de ver que Draco estava tão surpreso quanto eu, assim que avistei-o, percebi que ele me viu também, e conteve a vontade de arregalar os olhos e me mandar correr. Confirmei o que eu pensava e entendi que não deveria alarmá-lo, assim, voltei a escutar quietinha atrás da arvore.

– Examinei a escola, está vazia. – Narcisa disse. – Quero dizer, os corredores estão inabitados.

Ouvi a voz do Weasley novamente:
– O Grande Salão, é pra lá que provavelmente levaram os alunos.

Contive a vontade de bater na minha própria cara. SÓ PODERIA SER LA!

Trevor soltou uma risadinha que mais parecia um guincho de ódio.
– Vamos aniquilar esses idiotas. – ele disse, e só então, percebi que ele passaria por aquela trilha e nos veria assim que começassem a andar.

Olhei para o lado, para avisar Harry, porém, ele tinha sumido. Oh céus! Detive a vontade de gritar quando alguém me puxou e senti um pano acima de mim me cobrir por completa assim que Bellatrix passou cerca de dois metros perto da gente. Fiquei surpresa com os rostos que vi, um a um, reconheci além de nossos suspeitos, Zabini, Nott, Parkinson, Greengras....

A capa da invisibilidade, Harry estava ali. Ele era um gênio, mesmo que eu nunca fosse dizer isso para ele.

Quando Draco passou, logo atrás da tia, seu olhar foi diretamente para a arvore. O alivio que ficou estampado em seu rosto foi inevitável, mas assim que ele percebeu o que estava fazendo tratou de parar. Pareceu uma eternidade até que todos se fossem.

Quando checamos se estávamos sozinhos, tiramos a capa.
– Harry... – comecei, desesperada.

– Temos que encontrá-los antes. – Harry disse.

– Como você saiu? Onde estavam todos? – disparei.

– Vi Malfoy, e depois vi você. Eu corri para a torre da Grifinória quando percebi que você não estava no subterrâneo.

Franzi o cenho.
– Espera... Subterrâneo?

Harry sorriu.
– Exatamente. Hogwarts agora tem um salão no subterrâneo. Simplesmente genial.

Me permiti sorrir.
– Então estão todos bem. – falei, aliviada.

– Sim, mas por pouco tempo. – ele disse.

Um arrepio me tomou.
– Ronald sabe?

– Não. – ele negou – Porém, esqueceram de mascarar o alçapão. E ele fica exatamente no Grande Salão.

– Temos que chegar antes. – falei.

Então, vi que Harry segurava algo além de sua varinha. Uma vassoura.

Sorri para ele.
– Você pensou em tudo.

– Sou Harry Potter, o menino que sobreviveu não podia morrer facilmente. – se gabou. – Suba, temos pouco tempo.

– Teremos que dar a volta para não sermos vistos. – eu disse.

– Relaxa, eu tenho a rota.

– Então vamos enganar esses babacas!

– Vamos salvar Hogwarts! – ele disse.

– Por Dumbledore! – brinquei.

Harry disse com ódio desta vez:
– Por Dumbledore, mandaremos esse cara para os confins do Tártaro.