Summertime Sadness escrita por Pacheca


Capítulo 31
My Bench


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a todo mundo que veio até aqui comigo :) Uma história nunca existiria se ninguém lesse, certo? De verdade, muito obrigada a todos os comentários, sugestões, críticas e tudo mais :) Amo vocês :3



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Se eu estava feliz? É, acho que posso dizer que sim. Saber que ainda se importam tanto comigo me deixa feliz.

Derek podia não me entender. Nem eu entendia direito. Mas a vantagem era poder cuidar deles, como Kramisha me ilustrara na pintura. E que bela pintura.

Se existia céu?

De certa forma sim. Ou não. Como eu vou saber? Eu morri, verdade. Só que eu não sabia se existia inferno para chamar o lugar pra onde eu ia de céu.

Era feito uma praça muito bem cuidada, um jardim de condomínio privado. E tinha nuvens lá no alto. Como se eu olhasse o céu. Então não devia ser o céu.

E eu não ficava lá sempre. Eu descia sempre que eu queria. Ou quando conseguia. Normalmente, eu só vinha nos fins de semana, quando Derek me visitava.

Gostaria de poder respondê-lo. Tirar parte daquela dor da incerteza de cima dele. Mas eu não podia, então só podia ficar lá, sentada na raiz, encarando-o.

E escutando. Michael, Keane, Carly, Kram e Lily, até William. Ele mesmo. E quando ele ia embora eu ainda ficava mais um pouco, vendo-o se afastar.

Só quando ele sumia eu ficava de pé e fechava os olhos, voltando para o “céu”. Eu jamais imaginara que morrer era daquele jeito.

Igual para todo mundo. Quero dizer, se existe inferno, não sei como ir parar lá. Perto do meu banco, onde eu sempre ressurgia nesse plano, surgira há poucos dias um cara que matou a filha de cinco anos. E já vi meus pais andando por aqui.

Eu devia ter sido paciente. Se alguém me perguntasse, e eu pudesse responder, eu sempre diria que não se deve acabar com o bem mais precioso que se tem. Sua vida não deve acabar assim.

Não era arrependimento. Era não querer que mais alguém passasse pelo que Derek e os outros passaram. E não poder mais aproveitar a companhia de ninguém direito.

Minha paz ia chegar, hora ou outra. Eu que fui fominha e botei a carruagem na frente dos cavalos. Agora era obrigada a viver minha vida de longe.

Apenas cuidando deles.

Assim de longe.

Nesse fim de semana, em especial, eu fiquei mais tempo depois que Derek se levantou. E quando ele virou as costas, quis berrar aos ventos.

– Eu te amo, Derek. – Sorri, olhando o céu com o sol brilhante. Eu tinha gritado. Só o que me chateava é que ele não me ouvira. Mas vê-lo todo fim de semana me deixava certa de que ele sabia, e que era recíproco.

Debaixo do sol brilhante, que devia estar bem quente, eu fiquei olhando-o se afastar. Ele chegou a olhar por cima do ombro na minha direção. Só que claro que não me viu.

Fechei meus olhos e ergui o rosto para sentir os raios sobre minhas pálpebras. Só que eu não tinha mais tato. Dos sentidos, minha alma só permanecera com a visão e a audição.

A pele que sentia o calor, a língua que gostava de doces, o nariz que sentia o perfume de grama molhada e sorria eram parte de mim viva. Com um corpo pulsante.

E agora eu era só uma fumaça. Sorri debaixo do sol, os olhos ainda fechados. Já podia me sentir indo embora, de novo.

“Eu amo vocês” E ressurgi no meu banco.


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Notas finais do capítulo

;-; THE END ;-;



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