A Menina de Olhos Cinzentos II escrita por almofadinhas


Capítulo 32
Eu deveria estar Morta


Notas iniciais do capítulo

Sei que vocês nem devem estar acreditando mas sim, I'M BACK BITCHES!!! E desculpa pela leve sumida, se isso pode se chamar de leve sumida. Mas aqui estou eu, com muito mais disposição e sem mais problemas, vou postar tanta coisa agora que vocês vão ficar malucas(os)!!
Agradeço aqueles que não me deixaram e peço desculpas novamente por ter sumido, nunca me passou pela cabeça abandonar isso aqui, só tive alguns probleminhas.
Mas agora estou aqui, e vai ser difícil me tirar hein??!



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– Então quer dizer que tudo o que você está fazendo, sendo melhor do que Hermione em Poções é para apenas impressionar o professor Horácio e ajudar Dumbledore?

– Sim, estamos estudando o passado de Voldemort.

– Sei, você me contou a história sobre os descendentes de Salazar Slytherin e a mãe de Voldemort.- digo ajeitando minhas pernas no sofá.- Já sei de quem ele puxou aquele jeito.

– Não pode contar a ninguém sobre isso Susie, vou contar a Rony e a Hermione depois.

– Tudo bem entendo, mas pensei em uma coisa que você me disse, sobre a mãe de Você Sabe Quem.

– O que por exemplo?

– Ela usou mesmo uma poção do amor com o tal Tom?

– Sim usou.

– Por isso ele talvez seja assim.- Harry me olha curioso.- Bem, eu estudei um pouco sobre isso, depois da aula do professor Horacio, a Amortentia, poção do amor, só causa uma paixonite na pessoa, um exemplo, se você desse a poção para mim eu ficaria completamente apaixonada por você, mas o filho gerado dessa poção não sente amor por ninguém.

– Por que eu daria uma poção do amor para você?.- olho para Harry como se estivesse cansada e ele ri, pego uma almofada e lhe taco direto na cara.

– Não me admira que você só tenha prestado atenção nessa parte – digo me levantando.- Harry, você tem que parar de andar com o Rony.

– O que isso tem haver?

– Ele é o tipo de pessoa que faria essa pergunta.- respondo rindo.

– Tudo bem, perdoe-me, mas, Dumbledore já tinha dito para mim, talvez seja isso mesmo.

– Agora, você só tem que descobrir o resto e se livrar logo disso.

– É o que pretendo.

Eu e Harry ficamos nos olhando e ouvindo os suspiros um do outro, aquilo meio que começou a me incomodar, mas acho que não a Harry, ele parecia bem contente.

– B-Bem, acho que vou dormir agora Harry.

– Tudo bem, boa noite Susie.

– Boa noite senhor das poções.- Harry ri com seu novo apelido e eu vou para o dormitório.

Era bom conversar com Harry, ouvir suas histórias e tentar ajuda-lo, era a melhor coisa que eu podia fazer depois de tudo. Para mim, Harry se sentia à vontade comigo, como se ele estivesse falando com Sirius, à mesma alegria com que ele falava com meu pai, ele fala comigo.

Aquilo me deixava um tanto bipolar, uma mistura de sentimentos, bons e ruins. Lupin uma vez me disse que isso era bom, então acho que dessa vez acredito.

Entro no dormitório sem bater, na verdade já era costume, mas sou recebida com um tanto de grosseria.

– NÃO SABE BATER?

– Mas gente?!...- digo assustada olhando para a cama da ponta esquerda.- O que ouve?.

– Você, você é o que ouve.- Rosemary joga o seu diário na cama e se levanta em minha direção.- Por que não bate quando for entrar?.

– Talvez porque eu não saiba que tenha alguém aqui.

– Eu vou...- Rosemary se levanta alguns centímetros à mais que eu, mas depois treme um pouco a mão e cai no chão, chorando.

– Rosemary?.

– Não, chega, se afasta Susie.

– Não posso, você é minha amiga e tenho o direito de saber o que está acontecendo.

– Não, não tem, eu só...eu não sei.

– Está confusa?.- Rosemary me encara com os olhos cheios de água, respira várias vezes até voltar ao normal.

– Nunca vou entender como você consegue reparar nessas coisas.

– Experiência própria, acredite.

Rosemary ficou meia hora sentada chorando, sem trocar nenhuma palavra comigo, depois que finalmente percebeu que eu não sairia de lá tão cedo, e sem nenhuma resposta, ela se levantou e enxugou o rosto.

– Susie, me desculpe por antes, não quis fazer aquilo, estou n-nervosa, com tudo e todos, me julgando por causa de D-Dominique.- Rosemary funga.

– Olha, eu aprendi que você não tem que ligar para a opinião dos outros, infelizmente não podemos voltar no tempo e reverter o que aconteceu mas, sim ela é a sua mãe, e sim você tem que encarar isso. Sei que é fácil dizer mas é isso, você Rosemary, tem que encarar a realidade. Mesmo que doa.

Por uns instantes pensei que Rosemary fosse me bater, mas ela deu um leve sorriso e agradeceu, saindo do dormitório com seu diário.

Fiquei encarando a parede à frente por alguns minutos, até eu me dar conta de que já estava na hora de levantar e “encarar o mundo”, voltar a ser eu. Fico apenas com a saia e a blusa do uniforme da Grifinória, aquela capa estava me incomodando nos últimos dias, pego alguns papeis e uma caneta. Quando saio do dormitório faço questão de esbarrar em Lilá Brown, aquela menina ainda me tirava do sério só pela fato de respirar.

Desço as escadas até o Grande Salão para jantar, todos estavam em suas mesas, gritando, brincando um com o outro e sorrindo, como se nada estivesse acontecendo. Como se o mundo não estivesse mudando. O aurores, que Dumbledore havia falando no inicio das aulas, estavam em volta do salão, alguns estava lá fora, guardando nosso lar.

Tonks estava provavelmente lá fora, Dumbledore escolheu ela por fazer parte da Ordem, mesmo eu achando que mais alguém estava aqui, e provavelmente não era Lupin. Eu sentia uma imensa falta dele.

Sento-me na ponta da mesa, pegando um pote de sorvete. Começo a rir de mim mesma por estar escrevendo uma carta e ao mesmo tempo comendo sorvete. Era uma situação boba, mas às vezes você deve rir de si mesma para não rir dos erros dos outros, ria primeiro dos seus.

Querido Lupin,

Se em sua carta tiver uma mancha de chocolate por favor me perdoe, eu estava comendo sorvete quando decidi escrever.

Não tem ideia de como estou ficando confusa, agradeço todos os dias a Tonks por ter me ensinado a me controlar, se não passaria vinte e quatro horas por dia com o cabelo rosa ou com uma cor pior. A cada dia que se passa, sinto mais falta dele, não consigo esconder isso muito bem, e as coisas que vem acontecendo me deixam ainda mais preocupada, não quero perder mais ninguém, não quero...

A distração aqui não anima muito por aurores estão por todos os lugares, isso me deixa ainda mais aterrorizada, e sei que ainda vai acontecer alguma coisa. Não estou assim por causa deles, eu sinto dentro de mim que irá acontecer alguma coisa.

Apenas não sei o que é.

Sei que essa carta deveria deixa-lo tranquilizado, mas não consigo, simplesmente não consigo. Eu preciso fazer alguma coisa, mas não sei bem o que.

Confusa novamente.

Sempre me pego olhando para o nada, como se alguém ou algo fosse aparecer, sempre me pego olhando as fotos do broche de meu colar, mesmo agora ele estando guardado em meu malão.

Acho que não fui feita para perdas.

Susie.

PS: Se você ouvir falar que eu me meti em encrenca de novo, por favor acredite, foi por uma boa causa.”

Acabo de escrever a carta e a guardo dentro de um envelope, boto dentro de minha blusa, para eu não perder (sei que é louco, mas enfim). Dou mais uma colherada no copo cheio de sorvete e me dou conta de que Andrew esta sentado a minha frente, olhando para mim.

– O que você quer Andrew?.- pergunto sorrindo.

– Além desse belo sorriso, acho que mais nada.- eu rio com sua cara de bobo.- Não sério, quero seu sorvete.

– Ah, isso de jeito nenhum.

Accio sorvete.- o pote de sorvete sai da minha mão e rapidamente vai para a mão de Andrew, me deixando apenas com uma colher na mão.

– Eí, isso não vale.

– Tudo vale nessa vida.- alguns em volta da mesa riram, e eu fiz um sorrisinho maldoso, levantando minha varinha.

– Susie...

Accio pote.– o pote vem direto para a minha mão, fazendo o sorvete de Andrew ficar sobre a mesa, todos em volta começam a rir.

Andrew mesmo sem o pote, come o sorvete em cima da mesa, não consegui me controlar e ri mais alto. Acho que todos da mesa da Grifinória estavam rindo, o que me animou.

Depois do jantar fomos para os dormitórios, mas vejo Tonks no corredor ao lado e não consigo não ir em sua direção, me desviando da multidão. Ela pareceu surpresa quando me viu mas mesmo assim falei com ela:

– Olá Tonks, o que faz aqui, está tudo...?.

– Sou uma auror esqueceu? E precisam pessoas que protejam a escola

– Eu sei, não consegui terminar de fazer a outra pergunta direito, está tudo bem?.

Tonks pareceu que ia parar de respirar, ela deu um longo suspiro e depois se virou para mim, com um olhar meio triste.

– Olha Susie, as coisas são complicadas, mas não precisa se preocupar.

– Tonks, não sei como dizer que sinto muito por, bem, aquilo, eu não fazia ideia de que era dele que você gosta...

– Mas o que...

–... mas você podia ter se aberto, afinal eu sou filha dele e...

– Susie, do que você está falando?.

– Estou falando de você é meu pai Sirius, você gostava dele.

Tonks me olhou com surpresa e ao mesmo tempo alarmada, não entendi o porquê, afinal no último ano todos nós sabíamos e deduzíamos que ela gostava de Sirius, até no funeral deixou um pouco claro.

– Susie, eu nunca gostei de Sirius, só como um “primo” – ela dá um leve sorriso.- bem, um primo entre aspas.

– Mas todos nós achamos que você gostasse dele.

– Todos?.- ela pareceu um pouco desesperada.- Lupin também?

– Eu não sei, acho que...- parei de falar no momento em que percebi a pergunta de Tonks.

Desde o Natal do ano passado percebo seus olhares discretos para Lupin, seu sorrisos quando ele está por perto e como ficava preocupada quando eu contava a ela sobre as noites de lua cheia.

– Meu santo Merlim.- basicamente grito.

– O que ouve Susie?

– V-Você gosta dele, você gosta do Lupin.

–QUEM ESTÁ AÍ?.- olhamos assustadas para trás, era Madame Nora e Filch.

– É o Filch, se esconda atrás da escada.

– Mas...

– Vai logo!.- Tonks me empurra e eu cambaleio até atrás da escada.

Era bem minúsculo o espaço, mas não me importei, estar longe de detenções e do cheiro medonho e nojento de Filch já era um alivio, sem contar aquela gata inútil.

– Nymphadora Tonks, o que faz pelo corredor do Grande Salão, pelo que sei eu tomo conta desta área.

– É apenas Tonks.- escuto a voz ríspida de Nymphadora, que odiava ser chamada daquele nome.- E sim, sei meu lugar, mas seu trabalho não estava sendo feito corretamente e decidi ficar.

– Sei que tem falado com aquela menina estranha, se eu falar com Dumbledore...

– O Diretor Dumbledore sabe que eu estou aqui para tomar conta de Susie Black, estamos aqui para cuidar de todos os alunos.

Escuto passos fortes e uma gata miando sem parar, foi a primeira vez que vi Filch ameaçando alguém, não que eu já não tenha visto ele ameaçando os gêmeos ou até mesmo os alunos, mas não dele jeito, não com Tonks.

Saio debaixo da escada e encaro Tonks por trás, ela deveria estar pensando que eu havia ido embora.

– Tonks...- ela toma um susto e se vira.- O que era aquilo? Você está aqui para me proteger?.

– Pensei que quisesse saber da história de Lupin.- ela diz com um sorriso fraco e forçado.

– Sim, eu quero saber, quero saber tudo.

Tonks olha de um lado para outro e anda com a cabeça baixa até a escada, se sentando no terceiro degrau.

– Quando conheci Lupin achei ele magnífico, não foi amor a primeira vista mas era diferente, não me importo se ele é mais velho do que eu, é só que...eu gosto dele, e todos os problemas que ele enfrenta eu quero ajudar, não posso deixa-lo.

Sento-me ao lado de Tonks e abraço um de seus ombros. O motivo dela parecer triste, de seu patrono ter mudado e de seu cabelo era aquilo, ela estava sofrendo por Lupin.

– Tonks, se quiser que eu...

– Por favor, só prometa que não irá contar para ninguém, deixe que eu conte na hora certa.- ela parecia implorar, então eu apenas assenti.

– Sabe que pode contar comigo Tonks, você me ajudou muito quando eu precisava me controlar.

– Sei disso, é por isso que estou aqui, para te proteger...- Tonks me olhou com seus olhos um pouco marejados.- Tenho certeza de que você sabe o porquê de eu estar aqui.

– Tenho um palpite e isso tem haver com Travers e Dominique.

– Sim, estou tentando proteger a escola e você, Harry já tem basicamente metade do mundo bruxo protegendo-o. De todos da Ordem eu me ofereci, Dumbledore...

– Espera, como assim você se ofereceu?.

– A Ordem teve uma reunião antes de você acordar e o ano letivo começar, nos dividimos para cada função que Dumbledore nos impôs, decidi ficar com você pois o Ministério já tem Shacklebolt e o Moody.

– E Lupin, o que ele escolheu?.- fiquei surpresa por meu tio não ter me escolhido, mas para todas as suas ações ele tinha um motivo.

– Não tenho certeza, também fiquei curiosa e preocupada, Dumbledore o chamou para uma reunião e quando isso acontece não é coisa boa, quero dizer, a tarefa nem sempre é fácil.- o jeito como Tonks falava de Lupin era tão intenso e ao mesmo tempo fofo.

– Tonks, sei que tenho que tomar cuidado, mas Hogwarts é um lugar seguro, não tem como nada me acontecer aqui.

– Susie, você não está entendendo, quando um Você Sabe Quem passa alguma missão a algum Comensal da Morte ele tem que cumprir até o fim, essa é a regra.

– Como Harry.- sussurro para mim mesma, mas Tonks me escuta e assenti.

– Você e ele são missões que não foram concretizadas.- diz Tonks me olhando com pena. Não conseguia mais respirar devagar, tudo aquilo era insano, não era humano, eu já sabia da obsessão de Travers e Dominique mas cada vez que eu sabia o motivo, as coisas em comum que eu e Harry tínhamos, eu ficava cada vez mais apreensiva.

Eu sou uma missão não concretizada e por isso eu deveria ser morta.

Era para eu estar morta.


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Notas finais do capítulo

comentários? acho que eu mereço de tanto tempo hein?! hahahaha.