Parte De Mim escrita por lady stark


Capítulo 23
Lilah. O Final, parte 2.


Notas iniciais do capítulo

É gente, acaba aqui a fic :(
Espero que vocês tenham gostado, até eu mesma me envolvi na história.
Eu escrevi esse cap. hoje á tarde, e não dava pra conter as lágrimas enquanto digitava, pois é hahaha.
Beijos e boa leitura gente :3



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“Hoje faz 6 meses que sofri um forte ataque de Atalaide. A filha da mãe foi esperta. Depois daquela luta contra seus irmãos, Atalaide enfraqueceu, por isso ficou tão fácil de controlá-la, por ela resolveu se “restaurar”. Por isso passou 9 anos “desativada” e então me atacou. Apesar de traumático, eu vou contar exatamente, tudo o que aconteceu.

Eu tinha acordado no meio da madrugada por que tive um sonho-lembrança e acordei gritando. E o Leo disse que meus olhos estavam lilases, então eu entrei em verdadeiro desespero.

Eu corri para o banheiro e tranquei a porta, quando me olhei, era verdade, meus olhos estavam lilases, os olhos de Atalaide.

–P-por que está fazendo isso? Me deixe em paz! – Disse eu me encarando no espelho enquanto chorava.

–Você me controlou por 13 anos, é minha vez de controlar você agora, Delilah – A voz de Atalaide saiu de dentro de mim.

Nos meus cabelos brotavam mechas cacheadas e douradas. Mas quanto mais meus cabelos ficavam dourados, mais meus olhos ficavam verdes. Atalaide não podia me controlar por completa.

–Você não vai conseguir! Disse eu á ela me contorcendo.

–Lilah, abra a porta! – Eu podia ouvir a voz do Leo e suas batidas na porta, mas não ia adiantar de nada, a fechadura havia sido encantada por Atalaide.

–Leo, fique longe! Eu não quero que se machuque, ela está forte, mantenha distância, por favor! Lamentei.

Não deixaria que aquela vadia infernal machucasse meu Leo, nunca.

–Eu não vou deixar você! Ele gritou de volta.

–Vá agora! Eu não sei quanto tempo vou poder contê-la!

–Eu não me importo! Eu não vou deixar você, abra a porta!

–Mas não sou eu quem está a controlando, é Atalaide. Está encantada!

Eu me encolhi no chão do banheiro, lutando contra mim mesma, contra Atalaide.

Deixe-me te controlar, Delilah. Será mais fácil, eu não machucarei aqueles qual você ama. Disse Atalaide em minha mente.

Não! Você é uma mentirosa! Eu não sou burra, Atalaide. Retruquei.

Mas é fraca, Delilah. Eu sou forte.

VOCÊ É TÃO FORTE QUE ME TENTOU ME ENFEITIÇAR PORQUE ACHOU QUE O NICO GOSTAVA DE MIM! – Berrei para mim mesma – POR QUE VOCÊ ACHA QUE AS PESSOAS GOSTAM DE MIM PELA MINHA FORMA FÍSICA! FOI ASSIM QUE VOCÊ MORREU, NÃO SE IMPORTANDO COM OS SENTIMENTOS DAS PESSOAS! EU SEI, EU TE MATEI.

Meu corpo foi arrastado para trás e eu bati minhas costas na parede com força.

Eu comecei a ver tudo escurecendo e ficando turvo.

Eu estava ficando inconsciente.

Escutei a voz do meu irmão me chamando lá fora.

Eu não podia desmaiar agora. Se eu desmaiasse agora, talvez nunca mais acordasse.

Eu me apoiei e me levantei. Liguei o chuveiro e fiquei embaixo d’água.

Meus pés me arrastavam para fora da água, onde eu estaria vulnerável, mas eu resisti com todas minhas forças para permanecer ali.

Eu comecei a sentir minha pele queimando. Minha pele estava queimando. Atalaide estava fazendo feitiços.

Hecate me alertou que isso poderia acontecer e me disse como reverter, mas e não me lembro de como!

Agora, eu tinha uma queimadura horrenda no meu braço, qual estava fora da água e então o puxei imediatamente para debaixo do chuveiro.

Você não pode me controlar por muito tempo, Delilah Jackson, convenhamos que você está em desvantagem, não pode me vencer. Disse-me Atalaide.

Vá à merda, Atalaide! Eu tenho uma razão pela qual viver, eu tenho uma família, você não, você matou os próprios irmãos! Os irmãos que estavam lutando por você!

Há esse instante, eu senti meu sangue ferver como se eu estivesse sendo cozinhada, aquela água fina do chuveiro não era suficiente.

Eu precisava da água do mar.

Nós estávamos no estreito de Long Island. O.k, eu estava sobre o mar.

Poderia muito bem afundar esse navio, mas poderia ferir as pessoas que estavam tentando destrancar a porta do banheiro. Mesmo que eu pudesse salvar um ou outro não poderia salvar todos.

As lágrimas delineavam constantemente sobre meu rosto.

–Pai! Ajude-me! Por favor! Gritei.

Meu pai, ele precisa me ouvir, estou em seus domínios, ele precisa me ajudar.

O navio agitou-se.

Ele me ouviu.

O navio desancorou e estava se movendo pelo mar agora, eu podia sentir.

Eu imaginei a água do mar em mim. Eu precisava do mar. Agora.

Eu estendi minha mão até a fechadura.

–QUEM ESTIVER ATRÁS DA PORTA SE AFASTE AGORA! EU VOU EXPLODÍ-LA! Disse eu.

Eu não sei se as pessoas se afastaram, o que veio em seguida foi a explosão dos canos da encanação do banheiro. A água comprimiu contra a porta e eu tombei para frente. Não eu, eu me sentia forte. Atalaide.

A porta se desfigurou em milhões de pedaços e a água conduziu meus pés a correrem para fora. Eu sentia as pessoas tentando me segurar, mas eu estava com uma super descarga de adrenalina.

Eu corri pelo convés, não conseguia enxergar nada. Eu só ouvia o som do mar me chamando.

Eu pulei do navio para o mar num salto perfeito.

Quando senti minha pele colidir contra a água do mar, foi como se eu estivesse recuperado o fôlego depois de ter sido presa numa caixa.

Atalaide moveu minhas mãos até meu pescoço, tentando bloquear o ar.

Mas que ar?

Estávamos-nos no mar agora. Não havia oxigênio ali.

Aqueles eram os meus domínios.

Queria que pudesse controlá-la assim, mas ela estava forte.

E eu também.

O que você acha de eu explodir esse navio, Delilah? Com todas aquelas pessoas quais você se importa e ama? Você nunca mais os veria!

NÃO!

Minhas mãos soltaram meu pescoço e se esticaram em direção ao navio.

–NÃO!

Eu virei minha mão para mim mesma bem no momento que Atalaide “disparou” contra o Argo II.

Senti minha pele ferver e queimar e voei para fora do mar de um jeito que poderia morrer ao colidir com a água.

Eu soltei um ganido de dor ao mergulhar na água. Um turbilhão de vozes invadiram meus pensamentos.

Eu estava ficando inconsciente!

NÃO! EU NÃO POSSO FICAR INCONSCIENTE AGORA!

Mas foi tarde, senti meus olhos pesarem.

Eu apaguei.

Acordei, eu não era eu. Via tudo através dos meus olhos e tentava reagir, mas não conseguia. Eu me senti como se estivesse presa dentro de uma caixão tentando abrir a tampa para respirar.

Atalaide estava me controlando.

Eu estava no Argo II. Ela estava incendiando tudo.

Ela estava segurando minha espada. MINHA ESPADA!

Nós ainda estávamos no mar.

Eu senti meus olhos arderem em lágrimas. Eu não posso deixá-la me controlar e acabar com tudo. Eu não posso ficar de braços cruzados vendo-a acabar tudo meu.

Respirei fundo e contrai meus braços para mim mesma e depois os abrir fortemente como se estivesse quebrando vidro. Pois essa foi a sensação, eu senti como se houvesse cacos de vidros penetrando nos meus braços.

MEUS BRAÇOS! Eu consegui!

Atalaide nos jogou no chão e levou as mãos ao pescoço tentando me sufocar.

Eu não posso deixá-la fazer isso.

Movi uma mão para fora do pescoço e logo em seguida a outra e então fiquei de pé. Eu a sentia lutando ainda.

Nós duas estávamos empatadas. Mas ta na hora de desempatar esse jogo.

Mas eu não conseguia controlá-la. E ela não conseguia me controlar.

Seria uma angustia vê-la destruir todos qual amo. Eu não a deixaria fazer isso.

Eu peguei minha espada do chão.

–Eu amo vocês – Essas foram minhas últimas palavras antes de enfiar a espada na minha barriga.

Sangue jorrou incontrolavelmente e eu senti minha vida se esvaindo.

Comecei a tossir sangue enquanto tentava estancar o ferimento com as mãos.

Pude ver o Leo correndo até mim e me segurando de joelhos. Ele estava ferido, mas estava bem. Essa era a única coisa que importava.

–Lilah, fique comigo, não morra! Por favor! – Podia ouvi-lo chorando sobre mim.

–Eu... te... amo – Disse com a voz falhando.

De repente, eu vi tudo escurecer.

Eu estava morrendo.

–NÃO! Ouvi uma voz gritar e invadir a escuridão como um clarão de luz.

Senti uma mão segurar a minha e de repente foi como se eu levasse uma pontada no peito, mas não era como se eu estivesse morrendo, foi como se eu estivesse... Voltando.

Abri os olhos exasperadamente e arfei desesperadamente.

Eu estava viva.

Sentei-me e o Leo me deu um forte abraço, ainda chorando, como eu.

Mas meus olhos derramaram uma cascata de lágrimas, quando eu vi quem segurou minha mão.

Ele estava deitado no chão ao meu lado.

Eu o segurei pelos ombros e o chacoalhei.

–NICO! ACORDE! NÃO! NICO, ABRA OS OLHOS! Gritei.

Ele abriu os olhos gradativamente. A mão dele roçou em meu rosto e ele sorriu.

–E-eu-eu amo vo-voc-você – Soluçou ele.

–NICO NÃO MORRA!

–Bianca... Eu vejo Bianca – Essas foram as últimas palavras que ele disse antes de fechar os olhos e agora eu não sentia mais sua respiração.

Ele estava morto

–NICO! Eu abracei seu corpo morto enquanto chorava desesperadamente.

Não podia ser.

–Acorde, por favor – Solucei olhando seu rosto. Eu tirei seus cabelos da frente de seus olhos.

Ele tinha uma vida toda pela frente. Mas ele estava morto agora.

Por minha causa! Eu fui tão estúpida!

Eu o abracei novamente ainda chorando.

Percy tentou fazer sair de perto dele, mas eu o ignorei.

–Lilah... Disse Annabeth, mas eu a ignorei.

–Nico, por favor. Não pode ser!

Eu não conseguia parar de chorar. Só consegui quando meu coração se acelerou o suficiente e eu desmaiei.

Acordei na enfermaria do Acampamento Meio-Sangue.

Eu pulei da cama, mas o Percy me conteve.

–Lilah, calma, pelo amor dos deuses. Você está bem?

–Cadê o Nico? – Era a única coisa que queria saber.

Percy baixou a cabeça e nos no sentamos.

Meus olhos queimaram em lágrimas novamente e eu levei as mãos ao rosto. Chorando.

–Não! – Percy me abraçou enquanto eu ensopava sua camisa com minhas lágrimas.

–Ele deu a vida pela sua. “A vida daquela que ama com a sua se pagará”. Nico era filho de Hades, era a única pessoa que podia trocar uma alma por outra. Ele tentou trocar a alma de Dédalo pela de Bianca, eu me lembro.

–Mas ele está morto agora! Ele trocou a vida dele pela minha!

–Lilah, acalme-se. Você precisa descansar agora.

–Não preciso não.

–Lilah, a profecia dos gêmeos dos gêmeos se cumpriu.

Eu limpei o nariz.

–Os “gêmeos” dos gêmeos são Charlie e Meredith. A vida daquela que ama com a sua se pagará: Nico deu a vida pela sua. Trazendo a queda das duas faces e o retorno do compasse: Atalaide se foi, Lilah.

Eu solucei.

–Como?

–Quando você se matou, matou a ela também, e quando Nico trocou a alma de vocês dois, ele deixou a alma dela morrer, não a sua. Ela não é mais uma parte de você.

–Mas mesmo assim... Ele está morto! E é tudo minha culpa!

–Não é sua culpa, Lilah. Você fez o que fez para salvar a gente. Havia muitas pessoas no Argo quando Atalaide atacou. Você teria ido para o Elísio.

–Eu deveria ter ido para o Elísio! Nico não merecia morrer, ele era tão novo ainda... Ele era como meu irmão, e ele acabou de me salvar pela 3ª e última vez.

–Ele está com a família agora.

–Eu era sua família também, talvez não de sangue, mas era.

Nós enterramos Nico dois dias depois, em Livorno, no mesmo cemitério em que a mãe dele estava enterrada.

Eu nunca, nunca, esquecerei-me do que ele fez por mim.

Ele deu sua vida pela minha.

E eu nunca terei como retribuir esse favor.

Eu visitarei o cemitério lá em Livorno uma vez á cada 3 meses até acabar o ano.

E agora, 6 meses depois, aqui estou eu, á bordo do Argo II, com a minha família, á caminho de Livorno para deixar uma nova rosa em seu tumulo”.


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Notas finais do capítulo

Ps- eu farei um tipo "bônus" em agradecimento e com umas "revelações" ainda, então, é isso ai.
Espero que tenham gostado da fic, e é tudo, eu acho hahah.
Até mais, nos vemos nos "bônus" u.u



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