Narr. Paulina ON

Sentir aquele abraço de carlos daniel foi a melhor coisa que podia acontecer naquele dia, mesmo estando completamente desolada pela morte da minha mãe, eu sabia que eu teria a amizade de carlos daniel para poder seguir em frente. Me separei lentamente de seus braços passando as mãos no rosto, para secar as lágrimas, ele me olhava pensativo talvez ele quisesse perguntar-me algo mas não sabia como.

Paulina: sabe, carlos daniel eu não sei o que fazer, não tenho pai, perdi a minha mãe, não tenho nenhum parente vivo pelo o que sei, eu me sinto perdida(falei segurando o choro)

Carlos daniel se endireitou ao meu lado na areia, e falou:

Carlos daniel: olha, paulina você pode não ter nenhum parente, mas, você sabe que tem a mim e quando precisar de mim, eu estarei ao seu lado para o que der e vier.(falou colocando sua mão sobre a minha)

Paulina: eu sei, carlos daniel(apertei levemente sua mão)

Ficamos ali sentados na areia sem dizer uma só se quer palavra. Carlos daniel era sempre tão compreensivo que ás vezes ele não aparentava ter somente 10 anos de idade, parecia ter mais não por ele ser alto sabe mas ele tinha uma mentalidade de um jovem um pouco mais velhos ele não era que nem os outros garotos esnobes que tinha na cidade, ele era diferente não se importava por ele ser rico não dava importância se seus amigos fossem de classe baixa as vezes me perguntava será que existia algum outro menino assim como ele? acho que não.
E agora que perdi a minha mãezinha preciso saber o que vai acontecer comigo por que não tenho ninguém que possa cuidar de mim ao menos pelo o que eu sei. Eu não queria ter que ir para um orfanato assim como as outras crianças que perdiam os pais, eu sei que lá eu não teria amor nem carinho, não conseguiria fazer amigos por que sou muito tímida.
eu sei que tenho carlos daniel como amigo, mas, se não fosse por ele eu nunca teria falado com ele.

Flashback On

Eu adorava ficar na biblioteca da escola adorava ficar lendo na hora do intervalo era melhor do que ficar na volta daquelas minhas colegas patricinhas que só sabiam ficar falando de maquiagem isso e aquilo, na verdade eu nunca tive amigos eu sempre fui muito sozinha, os trabalhos da escola sempre fazia sozinha, na hora do lanche/almoço sempre sentava sozinha ninguém jamais sentou-se ao meu lado era como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa que ninguém chegava perto de mim nem para dizer um "olá" ou "quer fazer o trabalho comigo" ou "Posso sentar do seu lado". Aqui mesmo sendo escola publica tem muitos que são Ricos ao invés de estudarem em uma escola particular os pais preferem colocar aqui por que pode ser publica mas o ensino é ótimo, eu ao menos acho isso aprendi a ler primeiro que os meus colegas de sala de aula.

Certo dia quando eu estava lendo o livro "O pequeno príncipe" ouvi uma voz ao meu lado me chamando não pelo nome, achei estranho pois ninguém nunca falou comigo, continuei com o livro nas mãos só virei a cabeça, quase dei um salto da cadeira mas claro que eu não iria fazer isso, olhei para o garoto ao meu lado ele era um pouco mais alto que eu, deveria ter uns 8 anos de idade, e eu tinha 7 anos, ele era o menino mais lindo que eu já tinha visto em toda essa minha pequena vida, ele tinha os cabelos castanhos escuros quase pretos, os olhos castanhos lindos, tinha a pele morena, vestia uma calça jeans escura e uma camisa social preta e um tipo de sapatenis.

Fui tirada de meus devaneios pela voz dele, era uma voz não muito grossa combinava com ele, olhei para ele totalmente envergonhada. Ele estava sorrindo mostrando seus dentes perfeitamente brancos e alinhados.

Paulina: Ah, Oi?(perguntei envergonhada e um pouco confusa)

Ele me examinava com o olhar deveria pensar que eu era uma menina pobre, que não tinha dinheiro nem para comprar um calçado novo, entre muitas outras coisas que pensam de pessoas pobres.

Ainda sorrindo ele me respondeu:

Garoto: oi, meu nome é carlos daniel, eu queria saber se posso me sentar nessa cadeira, que esta livre aqui no seu lado?(perguntou ele me olhando)

Paulina: pelo o que sei a livraria é pública(falei voltando a ler meu livro)

Sei que não deveria ter falado assim com ele, mas não sei, ainda acho muito estranho do nada esse garoto querer sentar ao meu lado. Voltei a ler meu livro, percebi que ele sentou-se na cadeira livre que tinha ao meu lado pegou o seu livro era "Romeu e julieta" tá isso é novidade para mim, um garoto lendo Romeu e julieta me surpreendi agora.
Nunca reparei no silencio mas agora estava achando frustrante ficar sem falar nada com alguém que estava sentado ao meu lado, mas não falei nada deixei assim vai que ele queria ler seu livro tranquilamente.
Passou-se uns 15 minutos ele continuava ali lendo o livro e eu já estava acabando de ler o
meu, estava quase terminando o intervalo. Carlos daniel largou o livro por um tempo pegou sua mochila e colocou sobre a mesa retirando algo dali.

Carlos daniel: você quer??(perguntou-me oferecendo uma metade de seu sanduiche)
olhei para ele e falei:

Paulina: não obrigada(disse a ele)

Carlos daniel: por favor, aceite (falou estendendo a mão com a fatia de sanduiche)

Pensei em não aceitar mas minha barriga me denunciou dando um pequeno ronco, fazendo com que ele desse uma risada, não consegui ficar seria dei um pequenino sorriso e estiquei minha mão e peguei o sanduiche.

Paulina: okay, mas só desta vez(dei uma mordida no sanduiche) nossa é muito bom.

Carlos daniel: obrigada, foi a cozinheira lá de casa quem fez, a dona joana, ela é uma cozinheira de mão cheia.(falou dando uma mordida na outra metade do sanduiche)

Paulina: Pode dizer para ela, que adorei o sanduiche(falei dando mas uma mordida)

Carlos daniel: pode deixar(sorriu, mordendo seu sanduiche)

Flashback OFF

E desde aquele dia viramos amigos praticamente inseparáveis, sabíamos tudo um do outro, nossos colegas é claro sempre ficavam fazendo piadinhas sem graça em relação a nossa amizade. Mas não dávamos bola, preferíamos ficar quietos por que ninguém morava conosco ou sabia da nossa vida, para poder ficar falando coisas que não sabiam.
E saber que tenho sua amizade, me faz pensar que não estou sozinha nesse mundo, e imaginar que ao menos por um momento estou segura ao lado dele.