Número 32 - Porque Nunca É Tarde Para Descobrir escrita por AmanteSolitária


Capítulo 6
Capítulo 5 - A descoberta


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa mesmo!! Eu sei que estou BEM atrasada. Eu tive várias provas e depois o NYAH! não estava no ar. vcs me desculpam?
Pra compensar o atraso eu fiz um capítulo maior e explicando váriass coisinhaas
Beijos.
Proximo capítulo até dia 26/11



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“Mirra, esta é Esmeralda, sua irmã”

–Vou deixar vocês um pouco sozinhas. – Ele saiu da sala.

–Você não é a minha irmã. – Disse encarando a menina a minha frente. – Minha irmã morreu.

–Mirra, me escute. Eu vou te contar toda a verdade, mas você tem que se acalmar.

–Me acalmar? Como você espera que eu me acalme com uma noticia dessas?

–Ok, já percebi que você não vai me deixar falar. Neste caso temos três opções: A primeira é você calar a boca, a segunda é te amordaçar e a terceira é eu chamar outra pessoa pra contar.

–Meu Deus! O que é você?

– A mesma coisa que você, a única diferença é que eu cresci aqui.

–Então vou reformular a pergunta: O que você se tornou?

–Isso é algo que você vai descobrir mais pra frente.

–Você quer mesmo que nossa primeira conversa seja comigo amarrada.

–Desculpe, Mirra, eu não escolho.

–E quem escolhe por você?

–Você não entende, você não sabe.

–Então me conta. – Gritei. O mesmo homem de terno entrou na sala, olhou para Esmeralda e apontou para fora. Ela saiu de cabeça baixa.

–Pode deixar que eu te conto.

“Você tem a mínima ideia do que é o projeto genoma1 ? – assenti. Bom, depois que eu me aprofundei no assunto há mais ou menos 30 anos, comecei a imaginar como seria um ser humano perfeito, sem um único defeito aparente... Contratei vários cientistas para desenvolver a fórmula da perfeição, a eliminação dos defeitos e do sofrimento humano. A primeira fórmula foi desenvolvida e estudada por alguns anos em animais até que descobrimos um defeito: Os adultos que recebiam a dose não resistiam as alterações em seu organismo e havia falência de todos os órgãos internos, então começamos a estudar as reações em recém-nascidos e a maioria sobreviveu, porém depois de um certo tempo de vida eles iam perdendo as aptidões recebidas com o soro e voltavam ao “normal”. Então desenvolvemos uma segunda dose, que aplicada algum tempo depois evitavam a falha da primeira fórmula e diminuía ainda mais as falhas deixando-o completamente perfeito e como já haviam recebido algo parecido o organismo não rejeitava... Mas não bastava estudar as reações, eu tinha que estudar o comportamento de cada um em um habitat com seres “imperfeitos” e em um com apenas seres perfeitos.

Com a pesquisa concluída era hora de testar no verdadeiro objetivo: Os humanos. Eu não podia avaliar seres com DNA diferentes então a experiência foi realizada apenas em gêmeos idênticos. Cinquenta no Brasil e cinquenta pelo mundo, para ser exato. Um dos gêmeos vai para casa e o outro é dado como morto e trazido para o laboratório. O gêmeo que ia para casa começa a ser vigiado em torno dos dez anos de idade até os quinze, ano que recebe a segunda dose.

Sim, Mirra, você é uma dessas experiências.”

Fiquei alguns minutos digerindo a informação e imaginando o por quê de alguém querer um ser humano perfeito. Será que alguém sabe disso? A única pergunta que consegui formular foi a mais idiota possível:

–Se existem 100 iguais a mim no mundo, que número eu sou?

–32.

Um longo período de silêncio se instalou na sala até que Esmeralda entrou:

–Senhor, tudo pronto.

–Mirra, você vai tomar a segunda dose do soro e vai ter que ficar aqui alguns dias. O principal é que você não pode contar isso pra ninguém, se você contar eu serei obrigado a exterminar cada um deles. E eu posso fazer isso.

–Como você quer que ninguém saiba? Eu vou ficar dias fora, não?

–Não, Esmeralda vai para casa em seu lugar.

–Como? Ela nem me conhece! Como vai se passar por mim?

–Ela foi treinada muito tempo para isso!

Essa frase me assustou. Se isso for mesmo verdade eu posso ficar anos presa aqui e ninguém perceberia.

Fui guiada por alguns corredores entre dois seguranças que me levaram até uma sala branca com uma mesa cirúrgica no centro. Uma menina com a boca coberta veio até mim e me amarrou a mesa:

–Por quê isso é necessário? – Ela olhou para mim pela primeira vez.

–Procedimento de segurança.

Ela ligou fios na minha cabeça que davam para os computadores, medidores de temperatura, pressão e batimentos. Amarrou um elástico no meu braço e saiu da sala. Minutos depois um homem entrou com uma agulha, um tubo vazio e uma bolsa com um líquido azul dentro dela. Ele encheu o tubinho com o meu sangue e enfim conectou a bolsa na agulha já em minha veia.

Aproximadamente 10 minutos depois uma dor aguda começou a percorrer meu corpo, meus dedos se contorciam e eu não tinha controle sobre o meu corpo. Lágrimas começaram a correr em meu rosto e a dor foi aumentando mais e mais até que gritei. Gritei o mais alto que pude e minha garganta começou a queimar, agarrei as bordas da mesa até não sentir mais os dedos e a dor só aumentava. No ápice da tortura eu apaguei.

Acordei ainda na mesa com os dedos intactos e sem nenhuma queimação na garganta. Comecei a pensar se tudo isso não é um sonho, mais um sonho que me atormenta.

O mesmo homem de terno entrou na sala:

–Como se sente?

–Ótima.

–Não imaginei que fosse diferente.

–O que aconteceu?

–Depois de gritar e se contorcer por quase duas horas você apagou... Por 3 dias. Até que foi menos comparado as outras experiências.

–Tanto faz, agora que eu fiz o que queria eu posso ir para casa, voltar para minha vida normal?

–Só precisamos fazer mais uma coleta de sangue, então você será vendada e levada para a sua casa. Nos vemos logo, senhorita Coutinho, não se esqueça que ninguém pode saber o que ocorreu aqui ou as consequências serão graves. Estaremos observando você.

***

Um carro sem placa me deixou em frente a minha casa e Esmeralda entrou no carro pela porta oposta a que eu saia.

Entrei em casa e comecei a chorar. O que aconteceu? O que colocaram em mim? O que eu sou de verdade?

Subi as escadas e fiz a única coisa que eu poderia fazer para me acalmar. Falar com Pedro. Abri o computador e ele estava online. Chamei-o.

–Oi princesa.

–Oi P. É tão bom ouvir sua voz!

–Também é muito bom ouvir a sua, aconteceu alguma coisa? –Pensei em contar pra ele, mas no segundo seguinte desisti.

–As mesmas coisas de sempre. E ai?-Ouvi um barulho e uma garota loira de cabelos cacheados entrou no meu campo de visão segurando um copo.

Who is she, sweetheart?2

–Just a friend.3–Ele respondeu para a garota.

–Só uma amiga? É isso que eu sou pra você? Tudo bem então, fica aí com a sua namorada. Tchau. – Desliguei a chamada e mensagens começaram a surgir. Alguém “perfeito” não deveria ter sentimentos.

P: Mirra, atende. Deixa eu te explicar.

P: Mirra, não é o que você está pensando.

P: Mih... Sem essa vai. Me ajuda, Porra, eu estou do outro lado do mundo.

M: Acho que esse é o problema. Eu não sei o que sinto por você e você está do outro lado do mundo.

1-Projeto Genoma é o nome de um trabalho conjunto realizado por diversos países visando desvendar o código genético de um organismo (podendo ser animal, vegetal, de fungos, bactérias ou de um vírus) através do seu mapeamento.

2- Quem é ela, amorzinho?

3-Apenas uma amiga.


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Notas finais do capítulo

eai o que acharam??



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