Doce Sorriso Apimentado Olhar escrita por Ro_Matheus


Capítulo 11
Capitulo 10 - Conversas


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap procês ^^



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O lado bom de dar a festa foi à animação e o fato de todos à nossa volta estarem empolgados, se divertindo em algo sem limites e, ao mesmo tempo, com a certeza de que tudo vai dar certo amanhã.

O lado ruim foi à detenção, que foi determinada perdurar até ao final do ano, e sem direito a ir aos outros cerimoniais e muito menos jogos de quadribol, obrigada a fazer detenção todos os dias à noite, e sábados de manhã.

Por isso mesmo entrei e desfaleci naquele sábado sobre o canto da mesa de almoço do salão principal. Deitei a cabeça sobre a mesa e os cabelos todos emaranhados caindo para fora.

Estava varada de fome, mas o cansaço era maior, olhava concentrada para a travessa de frango implorando para um deles vir para meu prato, e no caminho que por favor chamasse a batata assada e a vagem também, por que estava fora de cogitação levantar os braços para pegar.

Obviamente os alimentos estavam em uma revolução muda em um pacto de não agressão, onde placidamente não se mexeriam, para serem comidos.

Suspirei pensando se conseguiria durar até a próxima refeição, uma vez que, a tarde teria minhas aulas particulares de transformação e o auxilio no desenvolvimento de novas técnicas.

É, comer podia ser dispensado, precisaria de mais energia.

Pensando nisso Dominique senta ao meu lado e tão elegante quanto à irmã me da um abraço servindo-se de uma batata assada, opa, acho que alguém não jantará hoje.

– Querida, como está? – Diz por educação que eu sei, comendo partindo as coisas em pedaços mínimos e levando com suavidade aos intensos lábios vermelhos enquanto não tirava os olhos de alguém da mesa a frente. Oh-oh, algum lufano está condenado.

– Ótima! Contabilizando quantos poros meus ainda não estão cansados, três somados, mas um, desconfio que está falando isso por pura teimosia e determinação grifinória. – Digo rindo e ela acompanha.

– Pegaram pesado com vocês dessa vez não é? –Ela comenta me olhando de relance antes de voltar sua vista ao alvo da vez.

– Oh sim! Sem a menor duvida, mas merecemos também, então tudo certo.

– Por que não tentaram disfarçar e impedir que soubessem quem fez?

– Não que tivesse muito como deter, mas não, eu assumo sempre as responsabilidades daquilo que faço, a festa foi divertida, todo mundo amou, e foi muito legal, seria muito prático assumir um codinome e dizer que foi esse, só tomar as glórias, mas e se tivesse dado algo errado? E tivesse de recorrer à ajuda dos mais velhos? Eles seriam culpados por nossos erros e ninguém paga por meus erros, por isso assumi dando tudo certo, mas se tivesse ocorrido algo errado teria de ter assumido a culpa, portanto a detenção faz parte.

– Priminha, você é peculiar.

– Você quer dizer: estranha, não é, loira?

– Claro, mas tento valer a educação rebuscada francesa que mamãe me deu. – Piscou para mim tomando um gole de suco e lambendo os lábios de forma lenta, sem motivo aparente.

– Notei isso na festa. – Digo piscando de volta olhando para trás e avisando um loirinho todo fofo encolhido e com o rosto avermelhado.

Meu comentário pareceu despertar a atenção de minha prima que parou o flerte e me olhou unindo suas mãos as minhas.

– Sobre isso, mil perdões por atrapalhar sua festa, não tinha essa intenção, todavia Scorpius me tira do sério!

– É, eu bem sei como ele e Albus podem ter mente fechada.

– Albus nem tanto, ele é um doce de menino, meio toupeirinha por ir pela mente do amigo. Scorpius sim que me irrita! Aquele manipulador, metido, loiro, desgraçado de uma figa! Onde já se viu?! Ficar se metendo na minha vida! Como se tivesse alguma moral.

– Verdade deslavada, e nem encana, deixa que ele se exploda, você tem coisa melhor pro seu sábado e eu também.

– Hmmmm quem vai pegar em priminha?

Fiquei roxa de vergonha e tratei de concertar.

– Ni-nin-ninguém, vou para minha tutela de transfiguração.

– Cê pegou assistência?!

– Sim eu quero trabalhar com transfiguração e formação de leis disso.

– Ai, após anos tentando desesperadamente; convenci a diretora a isso, difícil devido ao meu comportamento, mas o quadro do antigo diretor me ajudou.

– Quantos anos?

– Desde o primeiro, na realidade.

– Meu Deus, como você ama estudar.

– E o que posso fazer, se sou demais?!

Eu acho isso engraçado em Dominique, ela tem a mesma classe da irmã, mas sem toda aquela preocupação social de ser aceita, ela é autossuficiente há momentos que a considero mais madura que a irmã, e outros eu sei que essa revolta e rebelião vão trazer muitas dores de cabeça, pois a sociedade em si não é assim. Acho que sei lá, é preciso pensar em um meio termo.

Meio termo também não tem sido o nível de Hugo, ele fica comigo em aulas e nas detenções e o resto do tempo ele some! Ele e Rita estão muito descuidados. Sei bem como é isso de ficar com quem ama, mas isso era realmente preocupante.

Por isso, uma semana depois do Halloween, tentei cercar o Hugo para conversar, mas ele fugiu o que me deu uma tarde livre, corri para a sala de a fim de ficar um pouco com ele e conversar com alguém.

– Professor Lupin! - Digo quando a porta se abre e o vejo despojado como sempre, eu sei que não tem ninguém em volta, só que, nos últimos tempos tenho curtido “brinca” com aquilo.

– Senhorita Potter. – Me deu um sorriso sacana e feliz em resposta, que demonstra que ele também.

– Poderia ter contigo uma conversa sobre coisas que ando pesquisando e tenho duvidas? – Não era de todo mentira, precisava mesmo de ajuda em pesquisas, isso e desejava ficar junto a ele tomando um café e curtindo sua presença.

– Claro, entre. – Dei licença segurando o riso que estourou assim que entramos

Apoiei na parede do lado da porta e comecei a falar como sempre faço.

– Eu estou morta! Sério! Não me arrependo da festa, afinal nunca me arrependo de nada que faço, mas estou morta de cansaço, a diretora está arrancando meu couro.

– É claro! Você sabe que você é o xodó dela. – Ele se joga na poltrona me olhando divertido.

– Sem essa! – Digo incrédula bagunçando o cabelo. – Ela deve nem me aguentar mais de tanto que eu apronto e encho o saco dela!

– Ela te pôs de assistente e está te ensinando independente do que causa aqui, você apronta muito mais do que qualquer um faz ou fez, cara pega os marotos, eles tinham um codinome! Todos sabiam que eram eles, e tudo mais, mas nunca aprontavam de frente aos professores. Seus pais aprontavam em uma guerra ou por uma guerra, aprontavam calados em pequenas saídas. No entanto, você e Hugo não! Fazem na frente de todos usando e abusando de poderes de magias difíceis e requintadas. Você não tem limites, não importa se a magia está muito a frente do seu nível ou não, você aprende a dominar e a moldar em conjunto com as demais. E isso ao mesmo tempo que a faz admira-la por ser assim a deixa irritada pelos motivos que você age.

– Qual o problema da minha motivação? Quero só me divertir e divertir os outros. – Eu disse bufando.

– O problema é que você esquece que só tem 14 anos Lily, você não tem limite e nem pensa em limites, e age sem medo de ser feliz, mas a verdade é, você só tem 14 anos, e as suas ações tem reações e pesos na vida das pessoas. Se você errar, quem paga são os professores, diretores, alunos, mas no geral, você pode ferir as pessoas, e mesmo assim Mcgonnagall te alivia não lhe expulsa nem nada, você é a xodó dela e ela só quer seu bem e que cresça.

– EU sei, e por isso mesmo sempre assumi! – Digo irritada de verdade e levemente chateada comigo mesma. – E sempre arquei com as consequências.

– E tem coisas que vão além de consequências...

Fiquei um tempo quieta pensando em como lidar com isso. Eu não quero causar dor e sofrimento em ninguém, eu gosto de ver as pessoas se divertirem, e adoro ver quando a velha segura o sorriso cada vez que briga comigo. É verdade, não sou infalível, e preciso pensar em uma solução, pois não vou parar de ser o que sou, tão pouco vou colocar a vida das pessoas em risco. Apertei minhas mãos em raiva até os nós dos dedos ficarem brancos.

E todo meu raciocínio foi parado ao ver Teddy se aproximar e segurar meu rosto com as duas mãos.

– Não se preocupe, você achará uma solução... –E me beijou, com tanto carinho, amor e compreensão, sua boca com um leve sabor de menta e café, estava delicioso e nada além de seus lábios no meu, suas grandes mãos envolvendo todo meu rosto com delicadeza. – Estava te devendo o beijo da chegada.

Roubei um selinho e pisquei.

– Obrigada! – Corri e me joguei na poltrona

– Hey! Esse não estava no acordo! – Ele disse rindo se jogando ao meu na outra poltrona com a lareira entre nós.

– Hunf! Não se acostume.

– Pode deixar capitão. Falando nisso capitão, o ponto de negação ao nosso envolvimento é a idade não é? Bom deixe te inteirar de alguns fatos, vovô Artur é quatro anos mais velho que vovó Molly, e tio Bill é sete anos mais velho que Fleur, e todos aceitam bem...

– Sim, mas a diferença deles para nós é quase dois anos a mais Lily.

– Bom e seu pai e sua mãe então? – Pergunto chutando de leve a poltrona dele.

– O que tem meu pai e minha mãe?- Teddy perguntou interessado.

– Conta ai para mim a história deles.

– Eu? Você não a conhece?

– Conheço, mas quero ouvir sua versão.

– Ela era Auror e ele era da resistência, fazia parte da Ordem e tinha um sério problema de se aceitar como lobisomem, e era todo para baixo por que tinha perdido um casal de amigos e traído por outro, quando minha mãe surgiu com sua energia e não desanimar com as coisas, e ele a admirou, então quando Sirius morreu e ele ficou só, ela foi à luz, ele lutou contra, mas não conseguiu vencer o que sentia e por fim ficaram juntos e viveram intensamente o tempo que tinham juntos. – Ele disse com carinho intenso.

–Exatamente como nós, você luta contra, mas sabe que o melhor para nós é sim ficarmos juntos... – digo o olhando intensamente e ele engole em seco, então balanço a mão em negação, para dispersar as ideias. - Mas você esqueceu, ou então desconhece um fato.

– Qual? – Ele pergunta genuinamente curioso

– Você sabe que eles têm treze anos de diferença no nascimento?!

Ele levou as duas mãos aos cabelos bagunçou-os.

– Droga! Tinha esquecido.

– Eu sei Teddynho, agora nega ai a nossa diferença de idade! Por toda nossa família existia e existe isso, e ninguém liga,... – Dei um sorriso de lado.

– Certo, mas e o fato de eu ser seu professor?! E esse tipo de envolvimento ser crime e visto como: “aliciamento de menores”.

– Bom, para aliciar você que tem de procurar o menor, e você está fugindo dela, então isso ai não cola.

– E o resto?

– Ah o resto?! A gente pensa em algo. – Decidi desconversar e levantei sentando sobre a mesa e cruzando as pernas peguei uma pena, tinteiro, e um pergaminho, a fim de fazer anotações. - Só que por hora, bom, por hora vou é me preocupar com minhas pesquisas, me diga uma coisa, quanto tempo você pode se manter em uma forma?

– NOSSA! Assim você me fere, vem aqui, rouba meus beijos, joga coisas na minha cara, e quando pergunto, além de não me responder vem e me pergunta coisas como se eu fosse um mero ratinho de laboratório!

– Oh, não meu bem, você não é um mero ratinho de laboratório, e sim o MEU ratinho de laboratório, agora deixe de enrolar e responde. – Bati do meu lado. – Vem senta a bunda aqui e fala.

Ambos rimos, enquanto ele sentava.

– Certo, então vamos lá, nunca tentei passar muito tempo, mas creio que posso ficar quanto tempo desejar, afinal eu fico com o cabelo azul o tempo todo, mesmo dormindo.

– Você nasceu de cabelo azul?

– Não sei, mas azul sempre foi minha cor favorita. – Ele disse pegando uma mexa e brincando com ela.

– Então se é assim, você tem uma forma original, ou simplesmente muda conforme não gosta? - Respondeu começando a trançar o cabelo, será que ele não conseguia prestar atenção no que eu digo?!

– Acho que tenho uma forma original sim, que é essa que uso, mas posso mudar quando desejo. – Ele responde e como para confirmar pega outra mexa.

– Sua mudança faz só modificações em coisas já existentes correto? – Perguntei de proposito para chamar atenção dele para pesquisa.

– Como assim?- Ele parou me olhando. Aha! Consegui fazer ele prestar atenção no papo.

– Por exemplo, sua magia natural não criaria um dedo caso tivesse nove dedos.

– E por que teria nove dedos?

– Sei lá, mas é um ponto interessante.

– Não, certeza que não cria.

– Posso pegar amostras!? – Pergunto anotando mais coisas no papel.

– Que?!? – Ele parecia realmente surpreso com a pergunta.

– Sabe, amostras, amostras de cabelo, saliva, pele, um pouco de sangue talvez... – Explico enumerando para mostrar para ele oque de fato precisava.

– Para que raios você precisa disso?! – Ele parecia completamente em pânico.

– Análises, - Ele arregalou os olhos de uma forma bizarra. – Hey! Não me olha assim! Eu realmente preciso disso, e outra, trouxas usam essas coisas para analise toda hora, para de me olhar assim.

– Certo, amanhã lhe dou, pode ser?

– Valeu!! – O empurrei com o braço. – Teddy faz um favor para mim? Levanta e faz algumas mudanças para mim?

Passei a próxima meia hora dando ordens e dizendo como e oque modificar e fazendo anotações, preciso urgente aprender a desenhar para fazer esses modelos de forma real e ter as análises mais precisas, mas não, eu agora fico aqui rabiscando medidas e correndo para ir até ele fazer as medidas e voltar.

Ele ria da minha cara e depois passamos duas horas brincando com suas transformações, transformando ele nas mais diversas pessoas e as deformando as misturando umas com as outras imaginando como seriam seus filhos.

No fim, foi uma tarde agradável.


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Notas finais do capítulo

Eh eu sei parece bobo mas ela aos poucos está o desarmando