Condenados escrita por Lilian Smith


Capítulo 11
Capítulo 10 - Completo


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal! Como vocês estão? Eu estava morrendo de saudades de vocês! Mais algum viu a noticia de que Percy Jackson vai virar musical? O que acharam dessa novidade?

Bem, aqui está o capítulo da luta. Não sou muito boa escrevendo cenas de ação, por isso não sei se ficou mesmo muito legal. Vou tentar melhor mais nisso, e na próxima cena – que não vai demorar á chegar – eu vou buscar fazer algo melhor. Mas espero que vocês gostem dela. E me digam no que eu não acertei, tipo, em um nível realmente preocupante. Vou adorar ter dicas para melhorar.

Não tenho muito o que falar aqui, então, podemos nós encontrar nas notas finais! Espero que gostem do capítulo, e agradeço por continuarem acompanhando! Amo muito vocês, por isso!



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Sete anos atrás, 18 de agosto.

Annabeth estava tremendo. O frio penetrava pelos seus ossos, e fazia com que a menina tivesse uma sensação de formigamento. Ela sabia que em breve, perderia os movimentos temporariamente. Batendo os dentes, a garota correu pela pista sem carros, e entrou em um beco escuro e vazio. Ela avistou um latão de lixo, e ficou feliz por perceber que ele ficava próximo a parede. Seria uma proteção contra qualquer pessoa que pudesse vê-la. Não que a menina pensasse que alguém seria insano o suficiente para sair na rua naquele dia.

Dia 18 de agosto. O dia em que o dilúvio caiu sobre os Estados Unidos. Não exatamente um dilúvio, mas era similar a um. Ruas alagadas, falta de iluminação, raios e trovoes. E o mais intrigante de tudo, foi que as coisas aconteceram de uma hora para outra. Durante a madrugada, havia chuviscado, e as coisas começaram a piorar durante a manha. À tarde, a chuva atingiu o auge e virou uma tempestade violenta. Escolas foram fechadas, e as pessoas foram dispensadas do seu trabalho. O conselho dado para todo o país, na hora em que a energia ainda funcionava, era de que ninguém saísse de casa. Até mesmo os moradores de rua, haviam se protegido. Enquanto buscava um abrigo, durante a tarde, Annabeth percebeu que os mendigos haviam desaparecido, e buscado um teto firme em casas abandonadas. Ela podia ter se abrigado em algum lugar como esse, mas lhe faltou coragem para enfrentar as outras pessoas. E agora ela estava ali, sozinha, sujeita ao frio e as doenças que a água suja trazia.

Com raiva de si mesma, por ser tão fraca e não ter coragem para enfrentar os moradores de rua mais velhos, Annabeth tirou uma superfície de plástico de dentro do latão, e conseguiu encaixa-lo entre ele e a parede, formando um abrigo improvisado. Espremendo-se, ela se enfiou no espaço apertado, e rezou para a noite passar logo.

Então, mais ou menos cinco minutos depois de a garota ficar ali, ela ouviu um barulho. Alguém estava entrando no beco, e vindo exatamente para o lugar onde ela estava. Annabeth se colocou de pé, em um salto, e só depois de já ter feito isso, foi que percebeu que era uma ação idiota. Rapidamente a garota virou as costas para o beco, e encarou a parede, brigando com si mesma. Atrás dela, alguém se aproximava. Annabeth sentiu a tensão e o pavor tomar conta dela.

– Por que você está aqui? – A pessoa perguntou, e Annabeth percebeu que era um menino. Surpresa, mas ainda sem confiar totalmente no garoto, ela permaneceu de costas para ele, pensando e quais seriam as suas chances caso ele tentasse ataca-la. – Não está com frio?

Aquela era uma pergunta bastante idiota. É claro que Annabeth estava com frio, qualquer um perceberia isto. Annabeth começou a se irritar com o menino e permaneceu em silencio.

– Tudo bem então, você não quer falar. – Ele murmurou, sua voz estava estranha com o barulho da tempestade batendo no chão e nos telhados. E foi só quando notou esse fato, foi que a menina percebeu que o garoto estava à mercê da tempestade também, e que ela estava se molhando muito mais agora que havia derrubado sua proteção. – Mas eu gostei de você, parece ser uma pessoa legal. Tome, pode ficar com o meu casaco.

Annabeth sentiu quando uma espécie de tecido bateu em suas costas, e escorregou em direção ao chão, e em um reflexo a garota o impediu de cair, puxando-o para si. Tinha cheiro de mar. Era um cheiro incomum e encantador. Antes que ela pudesse agradecer, um raio cruzou o céu, e bateu em uma antena que estava no telhado acima do beco. O relâmpago clareou o beco, e vez os pelos de Annabeth se arrepiarem. Atrás dela, o menino resmungou alguma coisa indecifrável.

– Essa tempestade vai durar muito tempo. – Ele falou, e Annabeth notou certo tom de irritação incomum na voz dele. – Venha. Venha comigo, posso dar abrigo a você.

Aquelas palavras deixaram Annabeth indecisa. Não podia confiar naquele garoto, mas por outro lado, ele não parecia ser uma pessoa má, e poderia estar falando a verdade... Mas que bem faria em se abrigar em uma casa desconhecida? Quando teria de fugir, assim que a família dele notasse que ela era uma das garotas desaparecidas que surgia nas caixas de leite? Não, não valia a pena.

– Não posso. – Annabeth respondeu, sentindo-se mais derrotada do que nunca. – Não posso ir, me desculpe.

Ela não entendeu o porquê de ter pedido desculpas. Era ridículo. Mas as palavras saíram sem que ela tivesse como controla-las.

Mais um raio cruzou o céu, e dessa vez caiu assustadoramente perto de onde eles estavam. Era melhor sair dali.

– Hum, eu entendo. – O menino falou, sua voz saiu entrecortada. – Bem, boa sorte então. Espero que você fique bem.

Annabeth ouviu os passos dele indo embora. Espirrando água em todas as direções. Um pouco atônita pela conversa tão estranha e inesperada, ela esperou que alguns minutos se passassem entre a saída do menino e a dela, mais por habito do que por temer o garoto desconhecido. Na verdade, ele foi a primeira pessoa em quem ela confiou desde que tinha fugido de casa. Com os pensamentos presos a lembrança do menino sem rosto, Annabeth quase se deixou ser arrastada pela correnteza da água acumulada na rua. Xingando-se mentalmente, por quase ter se molhado por inteiro, a garota passou a prestar mais atenção para onde estava indo. Ela acabou se vendo bem mais cuidadosa do que durante à tarde do temporal, e mesmo não gostando de admitir, isso provinha do casaco que o menino havia dado para ela. Annabeth não queria de jeito nenhum danificar o casaco de qualquer maneira. O objeto tinha virado uma espécie de amuleto para ela.

Já era noite, e a tempestade conseguiu piorar. Annabeth estava começando a acha que aquela chuva jamais iria acabar. Relâmpagos clareavam o céu com uma frequência assustadora, e alguns focos de incêndio podiam ser vistos nos bosques e em algumas casas. O fogo não chegava a ser alto por culpa da tempestade, mas ainda servia como exemplo para a fúria daquela chuva repentina.

Pensando na tempestade, Annabeth conseguiu enfim achar um abrigo particularmente seguro, que ficava em um galpão abandonado. A garota não tinha muita certeza de onde ele ficava, por que na escuridão da noite e apenas com os relâmpagos como fonte de luz, era meio complicado reparar no nome das ruas ou avenidas.

Annabeth organizou o abrigo com as coisas que conseguiu encontrar, e no fim, enrolou-se no casaco do menino. O cheiro de maresia desaparecia pouco a pouco, um dano que ela não poderia evitar. Antes de dormir, ela repassou na cabeça a memória da conversa incomum que teve com ele, e se arrependeu profundamente por não ter olhado no rosto dele. Queria muito saber como ele era. Quando enfim coseguiu ignorar o barulho dos trovões, e dormir, Annabeth sonhou com um par de olhos verdes. Da cor do oceano, mais puro e limpo que já existira. Porém, quando ela despertou na manha seguinte, e toda a ação de encontrar um novo abrigo, comida e uma forma de se proteger tomou todo o seu tempo, a memória do sonho já havia desaparecido, assim como a conversa da manha passada. Apenas algumas frases ficaram na cabeça de Annabeth, e mesmo elas desapareciam à medida que o dia transcorria.

Venha. Venha comigo.Mas infelizmente, a resposta foi negativa.

***

Você mais do que ninguém deveria saber, que nada dura para sempre...

Annabeth não conseguia se concentrar em mais nada, que não fosse aquela frase. Aquelas palavras. Mesmo o fato de que havia sido enganada por espíritos do vento, não a incomodavam. Nem mesmo estar estirada no chão, como uma verdadeira perdedora a despertaram para a realidade assustadora de uma luta extremamente desigual entre ela, Grover e Thalia, contra aqueles autônomos bizarros.

O que aquela garota estava querendo dizer? Para quem, segundo a outra menina, Annabeth havia proferido aquelas palavras? Por que aquela frase enchia a garota de nostalgia? Por que uma lembrança tão nebulosa e estranha, envolvendo uma melodia hipnotizante, agora insistia em chamar sua atenção e impedir o cérebro da menina, de pensar em qualquer outra coisa?

– Ora, ora, parece que alguém esqueceu o passado não é? - Uma voz irritante e agora conhecida, tirou Annabeth dos seus devaneios. Com uma baixa exclamação de surpresa, a garota percebeu que a ventania havia diminuído. Ela ainda permanecia no chão, e Grover estava deitado do lado dela, olhando para o grupo. Nem um minuto havia se passado. – Pena que você não vai ter mais tempo para recuperar as memórias que escondeu. –Annabeth observou, sem se mexer, o grupo começar a mover-se em direção a ela e Grover. Eles montaram um circulo estranho ao redor dos dois. Cada um em uma posição diferente, lembrando as pontas de uma estrela.

– Grover. – Annabeth sibilou, ao mesmo tempo, em que se erguia. – Acho que está na hora de lutarmos.

O sátiro engoliu em seco, e se levantou junto com a garota. Ele estava estranho. Annabeth sentia isso. Uma tensão que ia além da luta, estava tomando conta dos sentimentos do amigo. Porém, ela não estava com tempo para prestar atenção nisso. Os dois se ergueram, e ficaram de costas um para o outro, encarando cada um dos cinco com bastante cautela. A cena lembrava os filmes de ação e aventura, que passavam na televisão dos mortais.

Annabeth empunhou sua adaga, e sem conseguir esperar, atacou. Um garoto de mais ou menos, doze anos, era a pessoa que estava mais próximo dela. Ela usou um dos golpes que Quiron havia lhe ensinado. Gire para um lado, e ataque do outro. Seu inimigo não vai ter tempo de ver o seu golpe verdadeiro. Annabeth foi para a direita, mas sua adaga foi para o lado contrario. E estava próximo, muito próximo do pescoço do garoto. Annabeth já estava sentindo impacto da arma contra o corpo. E então a mão dele a parou. Uma expressão de espanto tomou conta do rosto da menina, e ao ver aquilo, o garoto sorriu. A adaga caiu no chão, e o garoto a chutou para longe. Antes que Annabeth pudesse recuperar o controle, um punho que não estava lá a um segundo, a atingiu, e ela foi jogada para trás.

Um grito de ódio, a fez ter consciência de que outra luta havia começado, entre Grover e os outros adolescentes. A cabeça de Annabeth girava, e ela só via pontos pretos a sua frente, mas conseguiu se colocar de pé. Sem enxergar absolutamente nada, ela se lançou para frente, buscando atingir com socos e pontapés o garoto que havia se desviado de seu ataque.

Ele fez questão de mostrar para ela onde estava. Dois pares de mão agarram as pernas dela, e outro par, segurou um dos braços. Annabeth ficou completamente desorientada. Três pessoas? Mas Grover... E então, outro soco foi desferido na menina. Dessa vez, ela não caiu. Alguma coisa a segurou, e a puxou de volta. Daquela vez Annabeth se preparou. Ela sentiu a aproximação do punho, e desviou-se no último segundo. O soco se perdeu no chão.

– Olha só, - uma voz desconhecida, mas que Annabeth sabia que pertencia ao menino com a qual ela lutava, exclamou. Ela teve certeza de que ele estava sorrindo. – Não é que você é mesmo esperta, semideusa. Isso é novidade.

Annabeth fez um esforço, e implorou para que sua visão ficasse estabilizada. Lutar sem ver nada era algo apavorante. Finalmente, ela conseguiu enxergar o rosto do menino. Ele tinha um sorriso diabólico no rosto, nada parecido com o cadáver que ela havia observado nas manchetes dos jornais. Os olhos eram, assim como os da outra, vermelhos. Mas a coisa mais assustadora eram os braços. Havia mais de cinquenta, saindo de suas costas.

– Você é um centimano! – Annabeth gritou, paralisada. Não poderia ser possível. Centimanos são criaturas extintas. E mesmo que não fossem eles não tem a capacidade de se parecerem com humanos. Mas então a imagem da ventania arremessando Thalia longe passou pela cabeça dela. Na hora, havia achado que espíritos do vento estavam junto com os jovens. Mas agora percebeu o que realmente havia acontecido. Aquela garota era um espírito do vento. Mas o que diabos estava acontecendo ali?

– Abra sua mente, filha de Atena. – O centimano falou. – Tudo o que o seu povo conhece, não é tudo o que se tem para ver no mundo.

– Aberração. – Annabeth sussurrou. – Você é uma aberração!

– Tsc, tsc. Esse é o problema de vocês.

O susto de perceber que criaturas da mitologia, estavam no corpo de seres humanos, fez com que Annabeth não conseguisse se preparar para o golpe que levou. O centimano a ergueu com seus braços e arremessou no ar.

Annabeth caiu com tudo em cima de Grover, e o derrubou no chão. O impacto fez com que uma das costelas da garota se partisse. O amigo gritou de dor, e Annabeth percebeu que o peso de seu corpo, deslocou uma das “pernas” do sátiro.

– Vocês não conseguem lutar sem mim, não é? – Annabeth quase gritou de alivio. Thalia. Thalia estava ali de volta. Levantando-se, Annabeth girou para a direção da voz da amiga. Ela parecia cansada, mas sem muitos ferimentos. Erguia o escudo Aegis, e uma de suas espadas estava apontada na direção de outro adolescente. Grover também se levantou, e pareceu aliviado ao rever a semideusa.

– Vamos embora. – Grover declarou. – Não vamos conseguir lutar contra eles, vamos embora. Estou com uma sensação horrível.

Aquilo deixou Annabeth irritada. Ela não ia fugir. Grover achava que ela não daria conta?

– Não vou fugir desses pirralhos estranhos. – Annabeth rosnou. E com toda a determinação que conseguiu juntar, partiu para cima da garota mais próxima dela. Sem armas. Apenas com os punhos e suas pernas. No fundo ela sabia que era algo idiota. Mas o orgulho ferido, falava mais alto.

A garota não esperava a atitude de Annabeth. A semideusa a acertou na base da garganta, e aquilo fez a criatura dar alguns passos para trás. Annabeth sabia que ela era feita de metal, e ficou surpresa ao perceber que a parte do pescoço era pele humana. Ela esperava uma estrutura de ferro.

Pelo canto do olho, ela viu Grover entrar em uma batalha contra dois autônomos, e um deles, produzia fogo nas mãos. O amigo estava apavorado, e o tempo todo olhava para o chão. Annabeth começou a pensar seriamente em dar o fora dali. Do outro lado, Thalia duelava com outros dois autônomos “Humanos” e aparentemente estava ganhando. Ela erguia o escudo contra um, e empunhava a espada contra outro. O espírito do vento era um de seus adversários.

A adversária de Annabeth estava irritada. Não ficou nem um pouco satisfeita de ter levado um golpe tão obvio.

– Você vai me pagar, filha de Atena. – Ela rosnou. Suas mãos se ergueram em direção ao pescoço de Annabeth, como se ela fosse enforca-la. – Queria tanto que os mortais pudessem ver você morrer. Ao que parece, tudo o que eles vêm é uma briga de colegial.

Annabeth não deu atenção à tentativa dela de lhe distrair. Chutou uma das pernas da garota e se decepcionou quando seu pé entrou em contato com o metal duro. Quais partes do corpo dela eram feitas e ferro e quais não eram?

– Eu quero tanto duelar com você. – A garota continuava falando, ao mesmo tempo, em que continuava a tentar atingir Annabeth com as mãos. A cada nova tentativa Annabeth recuava. Era impressão dela, ou Thalia e Grover estavam “duelando” da mesma maneira. E eles estavam tão próximos dela... - Mas infelizmente, o tempo está se esgotando. Você vai conhecer um lugar que jamais sonhou que existia, semideusa.

Annabeth se chocou contra o ombro de Thalia e de Grover, e aproveitou para olhar para o sátiro. Ele estava com uma expressão vaga. Mal prestava atenção às pessoas que lutavam com ele. Annabeth começou a entrar em pânico. Por que ela não fugiu quando ele falou que deveriam ter fugido? Aquela luta estava esquisita. Não era como se eles lutassem de verdade.

– Agora vocês estão no ponto certo! – A garota “espírito do vento”, exclamou. E subitamente, os cinco pararam de lutar. A espada de Thalia acertou o vazio. – Fechem seus olhos durante a viagem.

Ela bateu a mão no chão, e um circulo estranho cintilou de baixo dos pés de Annabeth. Uma sensação que sufocava tomou conta dela. O ar ficou mais denso. Um zumbido estranho começou a surgir em seu cérebro. Ela não conseguia pensar.

– Fechem os olhos. E deem as mãos. – A voz de Grover soou extremamente alta. Annabeth teve a sensação de estar sonhando. Mas alguma parte do seu cérebro que não estava totalmente entorpecida percebeu que ele falava com ela e Thalia. Ela mal sentiu os dedos da amiga, quando estes se fecharam sobre os dela. Os cinco autônomos agora não passavam de meros borrões com sorrisos assustadores. – Falem com ela. Antes que seja tarde.

A voz de Grover ficou mais baixa. Mas Annabeth soube que ele estava triste. Ela buscou o amigo, mas não conseguiu encontra-lo. Ela não conseguia senti-lo. A única coisa firme era a mão de Thalia. A amiga estava permitindo que Annabeth não ficasse a deriva em algo que ela nem sabia descrever.

– AGORA! – Um grito vindo de fora daquele sonho, afetou as sensações de Annabeth. Tudo começou a ficar escuro. A última coisa que ela ouviu antes de desmaiar foi a voz de Grover.

– Cumpram a missão. As duas. Ou algo terrível vai acontecer.

***

– Estamos perdendo tempo. – Marie exclamou. – E tempo significa falta de mercadoria! Não tinha hora melhor para eles se machucarem?

– Acalme-se Marie. – Ele exclamou. – Vai dar tudo certo. Temos estoque o suficiente. Agora, chega deste assunto. Estamos parados há muito tempo, e depois daquela infelicidade com Henry, acho melhor darmos um pouco de ação para aquelas crianças.

– Está sugerindo...?

– Uma batalha de titãs é claro.

***

Uma terrível dor de cabeça estava atrapalhando o dia de Sally Jackson. A mulher andava inquieta pela casa, procurando desesperadamente por um remédio para o problema. Logo, ela teria de ir buscar o filho mais novo na escola, e não queria chegar lá com aquela sensação de mal estar.

Ao procurar pela terceira vez, na caixa de recordações que ela mantinha no guarda roupa, Sally foi tomada pela surpresa, ao ver uma foto familiar a ela. Uma sensação pior do que qualquer dor de cabeça a tomou no instante em que pôs os olhos no menino de cabelo preto e sorriso no rosto. Memórias daquela noite terrível, da tempestade que não parecia ter fim e do desespero que sentiu, ao esticar a mão e não senti-lo deixaram a mulher tonta. Desesperada para livrar-se daquela sensação, Sally fez a única coisa que conseguiu pensar. Pegou a fotografia, e a rasgou em milhares de pedaços. Ela tremia muito e percebeu tarde demais que estava chorando.

Quando a foto já não passava de pedacinhos, Sally percebeu o erro gravíssimo que tinha comedido. Única. Era a única foto que ainda tinha do menino. E agora não passava de lixo no chão. Desesperada, ela se agachou e tentou reunir os pedacinhos, mas era um trabalho em vão. Jamais conseguiria reconstruir aquela foto. Uma dor latejante, que não era física, tomou conta dela e a fez cambalear até a cozinha, desesperada por um copo de água. A imagem que destruiu seu coração, brilhando na frente dos seus olhos. A decepção que sentiu naquele dia, não foi nada comparada a perda que teve, pouco tempo depois. Maior que isso. Culpa. A culpa que sentiu, foi algo que jamais soube descrever. Mesmo agora, sete anos depois, ainda tinha pesadelos com aquele ano terrível. Com aquele dia terrível. Com aquela tempestade maldita, que acabou com a razão que Sally tinha para continuar viva. E o pior de tudo, era que a maior parte da culpa era dela. Se ela tivesse continuado do lado dele, se tivesse tomado consciência do que estava acontecendo...

O barulho estridente da campainha tocando, fez Sally derrubar o copo no chão. Ele se estilhaçou e ficou em pedaços, exatamente como a foto que Sally havia rasgado. Tremula, ela se dirigiu a porta, e a abriu, ao mesmo tempo em que secava as lagrimas.

Duas adolescentes, bastante sujas e desarrumadas, estavam na porta da casa dela, e a olharam cheias de expectativa. Sally percebeu que uma delas havia chorado no caminho até ali, por que seu rosto estava molhado.

– Posso ajuda-las? – Sally perguntou, desejando que elas fossem logo embora. Ela precisava sair. Ir buscar o filho na escola, e esquecer o que tinha acabado de acontecer.

– Você é Sally Jackson? – A mais velha, com cabelos curtos e pretos, e certo estilo punk, perguntou. Quando Sally fez que sim, a expectativa nos olhos da outra menina, que era loira, pareceu aumentar. – Bem, desculpe o incomodo, mas nos duas gostaríamos de conversar com você.

– Sobre o que? Não posso ficar muito tempo, tenho de ir buscar uma pessoa. – Sally ficou imediatamente na defensiva. Havia algo de estranho com aquelas meninas.

– É um assunto importante. – A garota punk respondeu. – É sobre um garoto. Sobre Percy Jackson, para ser mais exata.

***

De uma das torres de seu palácio, o deus observava a marcha dos mortos em direção aos campos da punição. Hades estava cansado, e mesmo que aquela não fosse a melhor vista do mundo, ainda era melhor que se arrastar pelos cômodos de sua casa, até achar um local confortável para dormir. Preguiça era a palavra que o definia naquele momento.

– Aceita um chá, mestre Hades? – Um de seus servos apareceu, e Hades confirmou o pedido com um aceno. Ele precisava de algo para se acalmar. Logo após se servir, ele dispensou o empregado, e continuou a observar a marcha dos mortos. Mesmo que fosse um evento mórbido, ainda era interessante. Hades acha incrível, o quanto os humanos podiam ser verdadeiramente tolos e fúteis. Mas diferente de seus irmãos, Hades não os menosprezava. Talvez por ser o deus da morte, e já ter visto bastantes assassinatos e assassinos, ele passou a não mais subestimar os mortais. Mesmo que não tivessem poderes mágicos, ou que não fossem deuses, os humanos conseguiam ser inteligentes e perigosos. Talvez, até mais do que as criaturas mitológicas. Monstros, não conseguiam bolar planos tão cruéis, como os das pessoas que agora, ardiam no fogo eterno.

– Mortais, são realmente perigosos. – Hades murmurou para si mesmo. – Pena que Zeus os menospreza. Erro dele. Humanos podem ser piores do que qualquer monstro que aquele babaca possa ter derrotado.

Para a infelicidade de Hades. Ele estava completamente certo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Espero que sim! E se não, me digam no que eu errei na cena da luta. Pretendo melhorar nisso!

Há, e finalmente, alguém descobriu a dica! Parabéns, Juh! Você descobriu! A referencia a maldição do titã, que está presente em uma das fases da transformação, é que todos que vão ser transformados, tem de segurar o céu! Ou melhor, quase todos. Em breve, eu vou explicar o por que. E aí, vem a pergunta. Como eles seguram o céu, e nenhum deus reparou? Afinal, as vezes é necessário vigiar Atlas certo? E outra, o que acontece com Atlas, quando tem alguém no seu lugar? Alguém tem alguma teoria? Valendo outro prêmio. Dessa vez, um dia com o campista que vocês escolherem!
— A propósito, Juh, o seu prêmio vai ser entregue depois. ^^ Aproveite ele!

Bom, acho que é tudo. Vou tentar acelerar mais o próximo cap. Desculpem pela demora desse, e até o próximo! Amo vocês, pessoal! Beijos e dracmas para todos, por que em breve, vai rolar a bienal!

OBS : Ainda olhando os dados de acompanhando, e percebi que existe MUITOS leitores fantasmas aqui. Podem comentar leitores desconhecidos, eu não sou uma psicopata, ok? Eu fico triste quando vejo que não conheço vocês. Adoraria conversar um pouquinho. Mas de todo jeito, fico feliz que estejam acompanhando. Beijos para vocês também, fantasmas!