Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 34
Esforço


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos que estão lendo. E estão comigo nessa. E mesmo que nem todos estejam comentando, vocês me fazem verdadeiramente felizes.



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"Acho que o amor, quando é amor, tem lá suas dores bonitas."

Dentro de mim estava tudo muito confuso. Às vezes tudo que eu mais queria era que o Jesse viesse me procurar, tentar entender o que eu nem mesmo conseguia entender ou explicar. Por outro lado eu queria que ele sumisse, ficasse o mais distancia possível. Eu queria esquecê-lo, queria parar de sentir essas coisas que estão confundindo a minha cabeça.

— Você vai não vai? – Amy e eu saímos da aula de matemática com livros e cadernos em mãos. — O Jesse e os meninos vão tocar hoje...

— Não. – eu disse secamente. — Eu não vou. Não estou me sentindo muito bem. – forcei um sorriso. Ela retribuiu sem fazer mais perguntas. — Vamos? Uma viagem pela história da América nos espera.

Fiquei sabendo depois com mais detalhes sobre a apresentação da banda do Jesse aquela tarde. Mas eu não iria. Iria aproveitar o tempo sozinha para descansar enquanto todos do internato estavam reunidos no pátio para ouvi-los tocar.

— Hayley! – ouvi alguém gritar por mim um pouco antes de me trancar pelo resto do dia no quarto. — Espera.

Tyler correu em minha direção, mesmo cansado de saber, que a entrada dele na ala feminina era proibida. Mas quem se importava?

— O que foi? – olhei bem pra ele já parada na minha frente, preocupada pela sua expressão.

— Eu ia te falar uma coisa. – ele sorriu sem jeito passando a mão na nuca. — Mas acabei esquecendo. Deixa pra lá. – ele me deu um rápido beijo. Depois um selinho. — Depois a gente se fala.

Tá de brincadeira?

— Mas calma aí – ele se virou outra vez, como quem acaba de lembrar-se de uma coisa. — estão todos descendo para o pátio. Ver uma apresentação dos meninos. Você não vai?

— Não. Só quero deitar. Estou com uma terrível dor de cabeça.

— Tem certeza de que vai ficar bem?

— Não se preocupe, Tyler. Vou ficar bem. – beijei-o rapidamente outra vez antes de entrar no quarto e fechar a porta.

Tomei um banho, amarrei o cabelo azul, procurei algo pra vestir, optei por uma camiseta velha do meu irmão de uma banda desconhecida e um shortinho. Só queria relaxar e apagar por um momento. Antes de cair na cama fechei as janelas e liguei o aquecedor.

Há um bom tempo eu não tinha pesadelo. Mas aquela tarde eles resolveram retornar a minha vida. Acordei suando frio, dando um pulo sobre a cama ao me assustar com o meu próprio grito. Olhei para os lados intrigada, a procura de algo, e não vi nada além da falta de iluminação.

Xinguei mentalmente.

Sonhara com acidente de carro do Brandon. Mas dessa vez, foi como se eu estivesse lá, do lado de fora, vendo a tudo em câmera lenta.

Pensando nisso, massageei o peito sentindo uma dor afiada no coração. Tomei um outro susto ao ouvir alguém bater na porta. Olhei para o relógio e não fazia nem meia hora que eu pegara no sono. Conclui que a apresentação da banda do Jesse ainda estava acontecendo. Então quem seria na porta? Provavelmente Amy ou Nath esquecera algo.

— Precisamos conversar. – ele entrou no quarto assim que eu abri a porta. Quase cai pra trás tamanha sua grosseria.

— O que você está fazendo aqui? – olhei pra ele assustada. — Sabe que não pode estar aqui. Sabe que a ultima coisa que eu quero agora é conversar com você. Não temos nada para conversar!

— Precisamos conversar. – ele repetiu, como se não tivesse escutado nada do que eu acabara de dizer. Acendi a luz do quarto. Olhei bem pra ele, e pela primeira vez, o que eu estava vendo bem na minha frente não era o Jesse. Era ele. Mas não exatamente ele. — E você vai me ouvir. Tudo que tenho a dizer é muito importante, Hayley.

Um pedido de desculpas talvez? Ou ele veio até aqui só pra me beijar? Afinal, é assim que ele faz. Beija-me sempre que tem vontade sem se importar com qualquer circunstancia.

— Tá. Pode começar. – sentei na minha cama, ereta, séria e com os olhos fixos nele. Pela primeira vez desde que entrou no meu quarto, Jesse pareceu relaxar os ombros. Sentando-se no beliche a minha frente.

— Eu vim aqui pra te dizer que eu tomei uma decisão. – nesse momento meu coração começou a bater mais forte. Cheio de falsas expectativas. — Eu vou conversar com a Alexa. Vamos voltar.

— O quê? – levantei no mesmo momento, completamente atônita com o rumo daquela conversa. — E você veio aqui pra me dizer isso?

Olhei pra ele enojada. Voltei a me sentar tentando manter a calma.

— Olha Hayley, eu sei que o que vivemos no feriado foi muito significativo pra você. – ele mexia os dedos de maneira impaciente. — Mas acredite, pra mim também. Até mais do que eu mesmo gostaria de ter que admitir. Mas não posso. Não podemos. Você não me ama. Eu não posso te amar. Você ainda é louca pelo Brandon mesmo depois que ele morreu. Você não consegue deixar de ama-lo e nem sei se algum dia vai deixar. Mas eu não te culpo. Ele é seu primeiro amor. E primeiros amores marcaram para sempre. E eu sei, porque você mesma disse, quando você olha pra mim não é como se me olhasse de verdade. Você lembra dele. Você quer estar com ele. E eu não posso. Não posso ser ele. Não posso trazer ele de volta pra você!

Em parte, Jesse tem razão. Mas por outro lado, me pergunto por que ele não pode me amar? Mas e eu, eu o amo? Sei que não paro de pensar nele, sei que quero estar com ele, sei que ele me faz mais feliz do que pode imaginar, sei que já o desejei bem mais do que eu gostaria.

Mas afinal, isso é amar?

— É difícil ter que admitir isso, mas, eu gosto de você! Gosto de verdade. Você é bem melhor do que eu imaginei que fosse. É diferente de tudo que já conheci antes. Mas não sei se sou capaz de fingir que sou o melhor pra você. E tem também a Alexa, nós namoramos por pouco tempo, mas eu gosto dela. Ela gosta de mim! E eu não posso ser injusto com você, nem com ela, nem comigo mesmo. – ele pausou, passando a mão na testa para recuperar o folego. — Então, é isso. Antes de ir até lá falar com ela, tentar acertar as coisas, eu só queria vir aqui antes para te dizer que não podemos mais nos envolver. Mas que isso não muda em nada. Podemos ser amigos, podemos conversar, podemos agir normalmente como antes. Eu não quero que nada mude.

— Tudo bem, Jesse. – abaixei a cabeça perplexa o bastante com a minha própria compreensão. — Mas, acho que não vai dá. Pelo menos não por um tempo. Eu preciso de espaço. Eu estou muito confusa e não sei exatamente no que pensar, no que acreditar, no que dizer.

— Tá querendo dizer que...

— Vamos nos manter afastados por um tempo, tudo bem? Por enquanto por um tempo indeterminável. Quando for a hora saberemos recomeçar do zero. – tento sorrir, é o máximo que posso oferecer.

— Se é assim. – ele deu de ombros, sem mostrar muita importância. São pequenos detalhes como esse, em que percebo, que o que sinto é bem maior do que ele sente. — Eu preciso voltar lá pra baixo...

— Ah. Tudo bem. – levantamos juntos. — Vou te acompanhar até a porta.

Abro-a para ele passar. Jesse passa por mim lentamente, sinto o cheiro do seu perfume no ar. Tento não pensar nisso. Tento não pensar que não sei quando voltaremos a nos falar outra vez. Normalmente como dois amigos. Como no inicio, quando estava começando a colocar meu plano em pratica para ajudar Amy a conquista-lo.

Jesse está parada na minha frente, me olhando de um jeito todo dele com aqueles olhos que ainda me fazem flutuar. Ele dá um meio sorriso, não sei o que isso pode significar, mas retribuo. E ficamos, por um tempo longo, o que me é estranho, apenas nos olhando.

— Tchau, Hayley. Fica bem.

— Tchau, Jesse. E boa sorte.

Voltamos a sorrir um para o outro. Dois idiotas. Então, já estou preparada para fechar a porta e deixa-lo ir, quando de repente, sinto-o me puxar pela cintura. Desajeitadamente caio em seus braços. E antes que eu possa impedir aquele momento, sinto seus lábios pressionados aos meus e minha boca involuntariamente abrindo para beija-lo.

Enquanto nos beijamos, o que é praticamente uma despedida, me vejo lembrando os nossos outros tantos beijos. A maioria deles em momento exatamente como esses: importunos e inesperados.

— Me desculpe por isso.

E então ele se vai, levando consigo tudo que me restara da sensação mais próxima que já estive de estar perto do céu.

— Então eles voltaram? – Amy pergunta durante o café da manhã no dia seguinte. Passei a noite em claro pensando na minha conversa com Jesse. Mal consigo conter os olhos abertos.

Amy perguntou após ver Jesse passar com Alexa abraçados. Tento não olhar muito. Tento fingir não me importar que isso me incomode e que estou muito abalada ainda.

— Amy, às vezes é necessário gostar de quem gosta da gente. – digo devorando meu ultimo pedaço do cookie.

— Bom dia meninas! – e então Oliver aparece, cumprimentando-nos com beijinhos no rosto. — Nossa que desanimo vocês duas!

— Oliver, não enche. – o faço rir. — Olha só a nossa volta. Quantas pessoas estão felizes em acordar às sete da manhã?

Quanto mais tento me manter distante do Jesse, parece que mais ocasiões surgem de estarmos juntos. Mesmo que seja contra a nossa vontade. Naquele dia tive três aulas seguidas com ele. Por pouco não temos que fazer uma atividade juntos. Por sorte, fui aceitar em outro grupo apesar de algumas pessoas ainda parecerem ter medo de mim.

Não nos falamos. Mal olhamos um para o outro. É melhor assim, apesar de muito incomodo. Tento me manter o mais distante possível, porque sei que será mais fácil assim. Mesmo que a todo o momento ele esteja em meus pensamentos, nas minhas lembranças, até mesmo na letra das musicas favoritas.

— O que aconteceu com você maninha? – Oliver senta-se ao meu lado em um dos bancos onde estou no tempo livre após mais uma tarde em nada de interessante a se fazer. Às vezes, eu detesto o inverno e essa neve toda. Só queria meu jardim verde de volta outra vez. — Não parece bem.

Oliver passa seus braços pelos meus ombros.

— Não é nada, Oliver. – tento não olhar pra ele. Sei que qualquer um perceberia que estou mentindo nesse momento. Minha voz me entrega, minha aparência de esgotada me entrega, meu desanimo me entrega, até mesmo meu mau-humor me entrega. Todos contra mim.

— Primeiro aprenda a mentir. Depois a disfarçar melhor. – ele sorriu graciosamente, depois beija meu rosto. — Alguma coisa entre você e o Jesse não é? – ele pergunta como quem não quer nada, tocando o pingente do colar que Jesse me deu um dia antes de voltarmos para o internato. O colar ainda está no meu pescoço. — Tem a ver com a Alexa?

— Tá tão na cara assim? – perguntei fazendo uma careta. Oliver riu, apertando meu nariz.

— Não muito. – ele volta a sua expressão séria e normal. Fico impressionada o quanto meu irmão é bonito. Apesar de não nos parecermos em nada fisicamente. — Mas é que eu sei bem mais do que você imagina. – fico sem entender, e antes que eu faça perguntas, Oliver se vai, deixando-me intrigada e sozinha outra vez.

Os próximos dias passam rapidamente para a minha total satisfação. Venho pensando cada vez menos em Jesse e Alexa. É melhor assim. Mas pra isso, tive que ocupar minha cabeça com outro tipo de preocupação: o estudo. Tenho me impressionado muito comigo mesma ultimamente. Estou muito mais esforçada e dedicada durante as aulas. Tenho tentando me controlar mais em relação aos professores que eu não me dou muito bem, assim como também as matérias que eu não gosto. Amy, que é muito inteligente, tem me ajudado bastante e os resultados estão sendo satisfatórios. Pelo menos, por enquanto.

Não sou a melhor, mas pelo menos agora posso dizer que estou na média. Comparando aos anos anteriores, isso é um ótimo progresso. Sei que mamãe ficaria orgulhosa de mim. E agora, diferente de antes, isso parece realmente ter importância. Acho que estou mesmo mudando, e ao contrário do que eu imaginava, eu estou gostando disso.

— B+ no trabalho individual de física? – Amy olha para mim com certo orgulho e certa surpresa pelo meu resultado. Assim que pego o trabalho já corrigido que está sendo entregue pelo professor.

— Graças a vocês amiga! – digo, dando-lhe um abraço apertando no meio da sala de aula. Sem me importar que os outros estejam nos olhando curiosos. Amy tem me ajudado bastante e devo isso a ela. Em alguns momentos tenho que deixar de lado o meu mau jeito por carinhos íntimos ou excessivos para agradecer a quem merece com pequenos gestos.

Vamos almoçar com Oliver depois da aula. Tenho notado também que ele tem estado menos com os amigos com quais ele se isolava, especialmente com as tantas garotas que viviam aos pés dele. Oliver tem tido mais tempo para nós, tem estado mais perto, mais interessado. Não sei se só por mim, mas também pela Amy.

— Soube que você tirou um notão em física? – Natalie pergunta surpresa ao se sentar conosco para o almoço. Sem Eric, o que é muito estranho. Eles não se desgrudam nunca.

— Sim, é verdade. A Amy fez um ótimo trabalho! – eu e ela trocamos um olhar cúmplice. Pousei minha mão sobre a dela antes de voltar-me para Natalie outra vez. — Cadê o Eric?

— Nem me fale dele. – ela revira os olhos de um jeito engraçado enquanto tenta abrir a caixinha do suco. — Nós brigamos. – ela revela. Eu já imaginava. — Vocês acreditam que uma garota do primeiro ano deu em cima dele e ele não fez absolutamente nada?

— Garotas. – Oliver diz de um jeito debochado, ouvindo tudo em silencio enquanto come. Até fazer tal comentário, que nos faz rir.

— Isso é muito sério! – Nath retruca contrariada. — Ele poderia ter dito: “Desculpe gata, mas eu tenho namorada” – ela tentou imitar a voz de um garoto. Foi muito engraçado. — Ou qualquer coisa do tipo! Mas não, ele não fez nada. Ficou sorrindo feito um idiota. E eu estava do lado!

Continuamos a rir. Nath, quando quer, consegue ser muito engraçada mesmo brava. Acho que ciúmes é uma coisa maluca que meche muito com a gente em todos os sentidos.

— Parabéns maninha, pela nota em física. Continue assim e eu estarei sempre orgulhoso de você. – ele se levanta, após o termino do nosso almoço. E beija minha testa. — Amy vem comigo até a biblioteca? Preciso te mostrar um livro muito bom que eu encontrei.

E desde quando Oliver gosta de livros? A Amy eu sei que é apaixonada. Mas ele... Não consigo nem imaginar. Tenho que parar de me surpreender com meu irmão. Ele é uma nova pessoa. Isso ele já deixou muito claro. E eu também deveria estar orgulhosa disso. E estou.

Os dois se vão. Termino meu almoço junto de Natalie.

— Não deixe que essa bobagem estrague seu relacionamento com o Eric. – estamos muito caladas até então. Tento dizer algo para reconforta-la. Às vezes uma palavra amiga é tudo que as pessoas precisam para se sentir um pouquinho melhor.

— Obrigada, Hayley, - ela finalmente sorri. A franjinha caindo sobre os olhos que parecem duas jabuticabas. Eu já terminei de comer, mas Nath ainda está terminando o segundo prato. — Mas, desde quando você diz essas coisas?

Nós duas rimos. Natalie tem razão. Eu mesma confessei dezenas de vezes que sou péssima em dar conselhos. E que prefiro não dá minha opinião, porque às vezes ela não é o que as pessoas querem escutar. Prefiro não me meter para não complicar ainda mais a situação. Sou boa ouvinte, mas não boa conselheira. E agora, tudo que eu faço é o contrario do que costumava fazer. E se eu estou surpresa com tudo isso, imagino como estão me interpretando as pessoas a minha volta.

Ando pelos corredores distraidamente em direção ao meu quarto para tomar um banho quando sou laçada pelo Tyler.

— Preciso muito falar com você. – ele diz, logo em seguida me dando um beijo. Um beijo muito saboroso.

— E porque não agora? – vejo que ele está com presa. E mesmo ainda no inverno, Tyler está de bermudas e uma regata.

— Estou indo para o treino. – ele me dá um ultimo beijo. — Mas depois a gente conversa, ta bom?

Durante meu banho, fico me perguntando o que de tão urgente Tyler tem pra conversar comigo todas as vezes que nos encontramos, mas ele nunca parece ter tempo para dizer. Pensando melhor, não deve ser algo muito importante ou sério.

Passo o resto da tarde na sala de estar assistindo televisão. Alguém me oferece pipoca. Eu aceito e agradeço. Pelo visto, nem todos tem medo de mim. Há exceções. Afinal, não tem porque ter medo de mim. Eu não sou mais aquela Hayley de meses atrás. E eu não sei exatamente porque deixei de ser. E ainda tento entender exatamente o que me fez mudar.

Fico paralisada quando vejo Jesse entrar abraçado com Alexa onde estou. Às vezes parece um tipo de perseguição ou provocação. Mas não acredito que ele seja capaz disso. Apenas me levanto e saio dali passando por eles sem nem olha-lo diretamente.

Ainda não é fácil pra eu aceitar que do dia pra noite não somos mais o que costumávamos a ser. Mesmo que nunca tivéssemos tido nada muito sério ou concreto. Era bom estar com ele. E se não a melhor sensação do mundo estava entre uma das. Tenho saudade de tudo que passamos juntos, por mais que eu tente, não é fácil de apagar. E eu nem sei se quero apagar. Gosto de me lembrar.

Ainda me lembro de cada palavra que Jesse me disse na ultima vez em que passamos juntos e que agora não parece fazer nenhum pouco de sentido: “O que realmente importa é o que carregamos dentro de nós. E eu quero que você, guarde isso pra sempre na memoria. Porque eu vou te carregar sempre comigo.”.

Foi o que ele me disse.

Eu deveria mesmo acreditar nele? Logo agora que suas atitudes não condizem com suas palavras.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá, é importe deixar no minimo um comentário!



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