Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 32
Juntinhos


Notas iniciais do capítulo

Esse é um dos capítulos mais especiais que já escrevi.



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"Esperança. A única coisa mais forte que o medo."

Poucas vezes em toda a vida estive tão incerta quanto ao que vestir para um simples almoço na casa do vizinho. Não era como se minha cabeça se conformasse que só era um almoço simples. A sensação que eu tinha era que estava prestes a conhecer os pais do meu namorado e que meu futuro inteiro dependeria do meu bom comportamento.

— Você está linda. – Jesse me olhou de baixo pra cima, demorando-se um pouco mais em meu rosto. Ele sorria perfeitamente. Optei pelo vestido branco e simples que mamãe me deu para usar no natal. Um casaco preto e meus All Star. — Vamos?

Alexander preparou o almoço e com a ajuda de Jesse colocou a mesa. Desde que entrei em sua casa, ele mal me olhou, apenas me cumprimentou. O que achei muito forçado da parte dele. Como se estivesse fazendo um esforço enorme só para agradar ao sobrinho. As palavras de Alec ainda ecoavam em minha mente, quando ele deu a entender que eu nunca seria o tipo certo de garota pra nenhum garoto. Muito menos para o Jesse que é o “todo perfeitinho.”.

Jesse me levou até o seu quarto, onde passamos algumas noites juntos e tivemos muito momentos bons. Sentei-me em sua casa, ao seu lado, enquanto ele segurava minha mão sobre o colo.

— Eu sei que essa situação é um tanto desconfortante. Mas lembra de quando eu disse que faria com que Alec conhecesse seu lado bom? Eu só achei que esse almoço poderia ser uma boa possibilidade para...

— Tudo bem, Jesse. Tudo bem. – interrompi-o. — Não tem problema, se não for dessa vez. Não tem problema se seu tio nunca vai gostar de mim. Ele está coberto de razão. E por mais que eu me importe com seu esforço de reverter essa situação, nós dois sabemos que nem sempre as coisas são como a gente quer que seja. O que importa – toque seu rosto com a mão livre. — é que você gosta de mim.

— Eu gosto. – ele sorriu, elevando um lado da boca mais que o outro. Doce e irresistível. — Gosto muito. Gosto de verdade.

E quando pensei que ele iria me beijar... Alec bate na porta, nos chamando para o almoço antes que esfrie.

Estamos em total silêncio durante a refeição. Alec gosta de ouvir música clássica durante a refeição. Um hábito estranho e o mesmo tempo tão bonito. Troco um olhar com Jesse ao meu lado. Sorrimos um para o outro. E é como se eu pudesse estar conectada com ele de alguma forma.

— Tio, a Hayley gosta muito de pintar, sabia? – Jesse quebra o silêncio. E de maneira preguiça Alec ergue o olhar e nos encara enquanto mastiga. — Ele é muito talentosa! E nunca nem chegou a fazer curso ou coisa do tipo. – Jesse volta-se pra mim. — Alec também pinta. Tio, que tal mostrar alguns quadros a Hayley mais tarde?

— Fique a vontade para mostrar a ela o que quiser. – ele é seco e estranhamente frio. Engulo em seco, mal sentindo o gosto da comida. Mas não me deixo abalar.

— O almoço estava ótimo. – é tudo que digo após o termino. Para evitar maiores constrangimentos, Jesse me carrega até a pequena galeria de quadros de Alec no andar superior. — O que mais ele sabe fazer?

Estou impressionada, é quase como ter um museu próprio dentro de casa. Há telas espalhadas por todos os lados. Coloridas ou não. Algumas que ainda não foram finalizadas, algumas mais significativas, outras mais estranhas e abstratas.

— Todos da sua família sabem fazer tudo? – viro-me para Jesse que está observando uma tela perto da janela.

— Nem tudo, Hayley. Que exagero! – nós rimos por um pequeno intervalo de tempo até Jesse voltar a ficar sério outra vez. — Alec não pinta há meses. Não sei exatamente o que está acontecendo com ele. Parece que há dias em que a saudades de Kristin é tanta que ele mal consegue suportar e fica sem animo para viver.

— Eu sei como é se sentir assim. – digo, agora ao lado de Jesse olhando para o mesmo quadro que ele. — Essa era a Kristin?

Uma mulher ruiva com o rosto jovial coberto por sardas.

Jesse não responde diretamente a minha pergunta. Seu silencio pode ser interpretado como sim, aquela era Kristin que morreu de câncer.

— Vamos voltar lá pra baixo. Não quero me sentir triste. Não essa tarde que você esta aqui comigo. – ele pega minha mão e descemos.

Alec nos serve com a sobremesa: biscoitos de chocolate assados.

— Você dois, fiquem a vontade. Eu vou dá uma saidinha. – não há tempo para protestos. Alec está de saída. Ou ele realmente me detesta ou ele não está em um bom dia. Fico com a primeira opção.

— Eu sinto muito Hayley. – Jesse diz assim que o tio sai. — Eu queria que as coisas fossem diferentes.

— Eu já disse Jesse, não tem problema...

— Claro que tem! – ele se levanta alterado. Jesse está vermelho com os punhos cerrados. — Como acha que eu me sinto diante dessa situação? Eu queria muito que ele pudesse te dar uma chance. Uma única chance! Mas veja só como ele age: mal conversa com você, nem se quer te olha dentro dos olhos. E por quê? Tudo porque você foi uma criança travessa como qualquer outra...

— Jesse – levantei-me receosa. A situação era realmente preocupante. Poucas vezes vi o Jesse com tanta raiva. Na verdade, eu nunca o vi dessa forma. Nem todas as vezes que ele implicou comigo pareceu tão furioso quanto agora. — Jesse... Por favor...

Tentei me aproximar, toca-lo para acalma-lo ou ampara-lo de alguma forma. Jesse me afastou com um único gesto.

— Desculpe Hayley. Eu sinto muito! – ele deu de costas. Senti sua voz vacilante. Como se ele estivesse prestes a... Chorar. — Você pode ir pra casa, por favor? Eu não estou muito bem.

— Mas eu...

— Por favor! – ele elevou o tom de voz, assustando-me. — Vai embora. Agora. Por favor.

O que era pra ser uma tarde no mínimo agradável acabou se tornando em uma tarde desastrosa.

— O que aconteceu? – Oliver veio ao meu encontro, assim que entrei pela porta. Pelo menos ele estava sozinho. — O que você tem?

— Nada. – disse grosseiramente, me esquivando. Indo em direção as escadas. — Não aconteceu nada. Só preciso ir para o meu quarto.

Jesse nunca me tratou daquela maneira. Sim, já brigamos e discutimos muitas vezes. Ficamos dias sem nos falar por pura bobagem de ambas as partes. Eu já quis mata-lo. Isso nós já superamos. Mas agora, foi diferente. O motivo é sério e real. Eu falava sério quando disse que se Alexander não gostasse de mim estava tudo bem. Mas Jesse ficou de fato aborrecido com o tio. Não o culpo por isso. Nenhum dos dois. A culpa é toda minha. Sempre foi. Eu não deveria ter aceitado ir a aquele almoço, assim, não teria estragado nada e tudo estaria bem nesse momento.

Acabo caindo no sono por falta do que fazer. Eu bem que tentei assistir a televisão, ouvir música, acessar a internet, mas nada funcionou, nada me tirava o Jesse da cabeça. O melhor foi dormir. Sem nada de sonhos, pesadelos ou pensamentos impróprios.

Ao abrir meus olhos percebo que o escuro do anoitecer já invadiu o meu quarto. Acendo meu abajur e quase tenho um troço do coração quando vejo o Jesse sentado sobre a minha cama olhando pra mim.

— O que você está fazendo aqui? – sento-me, respirando com dificuldade após meu pequeno susto. Eu esperava por tudo, por uma alma perdida, um fantasma ou coisas do tipo. Não espera vê-lo aqui. Por quanto tempo ele esta ali? Fico horrorizada só de imaginar.

— Vim me desculpar por hoje mais cedo. Fui um babaca em ter te tratado daquela maneira. Desculpe. Eu sei o quanto foi errado.

— É, foi. – digo, ainda confusa. Passo a mão pelo cabelo, na esperança de que ele esteja bom, pelo menos aparentemente. — Que horas são?

— Sete e meia. – ele responde após ter olhado no visor do celular. — Estão todos lá em baixo jantando. Acabei de chegar, por isso, pediram que eu viesse aqui te chamar.

— Não quero comer nada. Estou sem fome. – faço uma careta, sentindo-me menos mal por ele ter acabado de confessar que não estava ali por muito tempo.

— Hayley, queria te pedir uma coisa. – ele se aproximou, sentando mais perto dessa vez. Ainda com os olhos cor de âmbar nos meus. — Uma coisa muito séria.

— Então peça.

— Dorme comigo essa noite? Por favor. É tudo que te peço antes de voltarmos para o internato amanhã. Sei que parece inapropriado, mas, só queria passar uma ultima noite com você. Não precisamos fazer nada, nenhum tipo de sacanagem. Se você quiser pode dormir. Só quero ficar perto de você, nem que seja pela ultima vez.

— Jesse, isso é tudo muito lindo. Mas, não posso. Por Deus, como eu gostaria de poder. Mas não posso. Não posso chegar lá em baixo e dizer: vou passar uma noite com o Jesse no quarto dele, na cama dele, nos braços dele. Volto amanhã de manhã. Não se preocupem, não vamos transar. Apenas conversar e ficar juntinhos.

— Hayley, você não entende – ele pegou minhas duas mãos e me olhava repletos de uma espécie de aflição, desespero. — Não é que quero passar uma noite com você. Eu preciso ter só mais uma noite com você. E ninguém vai precisar ficar sabendo, como das outras vezes...

Sua proposta é tão tentadora, que não tive como não pensar a respeito. Afinal, quantas vezes saí escondida e nunca ninguém descobriu? E mesmo que descobrissem, que importância isso tem? Pelo Jesse eu seria capaz de fazer muito sacrifícios.

Não importa quanto tempo eu teria que esperar para poder sair sem ser percebida. Cada minutos que se passava fazia com que meu coração batesse cada vez mais forte. Minha ansiedade só aumentava. Não que eu nunca tivesse passado uma noite com ele. Só que dessa vez seria diferente. Ele pediu, não seria algo que iria acontecer por acaso. Ele quis tanto quanto eu queria.

Os primeiros a se recolher foram meus pais. Amy e Oliver permaneceram no sofá da sala, quase que abraçados, vendo a um filme qualquer. Fingi que já estava morrendo de sono e anunciei que iria dormir para poder acordar cedo no outro dia. Por sorte, as coisas já estão todas preparadas: malas, mochilas, bolsas. Como Amy pode acabar dormindo no sofá ou no quarto com Oliver – não sei dizer o que se passa na cabeça daqueles dois – aproveito e tranco a porta do quarto para que ninguém possa entrar e perceber minha ausência. Vou sair pela janela.

Jesse me recebe pela porta dos fundos da casa de Alec. Subimos até o seu quarto de fininho, sem fazer barulhos. Alec já está trancafiado em seu quarto. Assim fica mais fácil. Jesse também tranca a porta do seu quarto e fecha suas janelas.

Queria que após tudo que fizemos para estarmos aqui, essa noite, juntos e sozinhos; queria que Jesse viesse até mim e me beijasse, fazendo com que meus pés saíssem do chão. Mas foi bom ele não ter feito nada, não sei se conseguiria parar caso avançássemos.

Deitados um de frente pro outro. Jesse puxou o coberto sobre nós dois e deixou uma das mãos livre soltas sobre a minha cintura. O quarto está pouco iluminado. Está tudo tão quente e reconfortante, além de silencioso e tranquilo. Ficamos olhando um para outro entre sorrisos.

— Vou ter que voltar pra casa antes das cinco da manhã. Meu pai vai levar a gente bem cedinho de volta para o internato. Não quero chegar em casa antes que alguém acorde. – digo, sentindo a respiração dele contra a minha. Jesse está uma calça de moletom cinca e uma camiseta simples branca. E meias nos pés. Pés que ele enrosca na minha perna. — O que vamos fazer para passar o tempo?

— O que você quer fazer?

Nada. Nada além de ficar aqui com você.

— Só quero te beijar. Só isso.

Apoio-me sobre um dos cotovelos, sentindo-o tremer ao inclinar minha cabeça para beija-lo. Senti os dedos firmes de Jesse na minha pele, quentes mesmo que por cima do tecido da roupa. Beijei sua boca pequena por alguns segundos, depois beijei cada centímetro do seu rosto, fazendo o sorrir de olhos fechados. Não há nada mais bonito. Passei meus dedos por seus cabelos, acarinhando seus fios dourados. Contornei seus lábios com a ponta dos meus dedos, depois, voltei a beija-lo lentamente, mordendo seus lábios inferiores. Nossas línguas se entrelaçavam uma na outra, pude sentir o gosto doce do seu beijo.

Jesse me puxou desajeitadamente para cima do seu corpo, fazendo meus cabeços cair como uma cortina. Ao beijar seu pescoço, ouvi-o soltar um gemido abafado enquanto arqueava as costas para trás. Senti seu perfume misturado com o perfume de sabão das roupas.

Sentia em meu peito as batidas desregulares do meu coração.

Jesse está com os braços firmes em volta do meu corpo, pressionando-o contra o seu. Nosso beijo se aprofundou lentamente, suave e intenso como uma chama em um fósforo. Uma urgência interminável de estarmos só nós dois, fazendo o que tínhamos vontade. Deslizava meu corpo sobre o dele com certa leveza. Minhas mãos percorrendo seu corpo, sentindo seus ombros, os músculos e as costas.

Há muito tempo, desde Brandon, que não me vejo querer romper todas as barreiras como agora. Quando as mãos de Jesse encontraram a bainha da minha blusa de mangas longas, estiquei o braço, para que ele pudesse tira-la. Assim que fiquei livre da blusa, puxei-o para mais perto, beijando-o mais ferozmente. Não achei que poderíamos nos aproximar mais, mas de alguma forma, enquanto nos beijamos, sinto que podemos ser um só finalmente. O beijo cada vez mais faminto e profundo.

Nossas mãos se moviam rapidamente sobre os corpos um do outro, e depois, mais devagar, sem pressa. O desejo de tê-lo era tão grande que chegava a doer. Era como poder sentir seu coração batendo aceleradamente junto ao meu. Senti-o tremer, e soube, no mesmo instante, que estávamos à beira de um caminho sem volta.

— Não podemos. – Jesse soltou um ruído baixo e suave em minha boca. Sua respiração desregulada. — Se não pararmos agora, não vou conseguir parar depois.

Suspirei fundo tentando voltar à calmaria. Ele tem razão. Rolei para o seu lado, onde eu estava minutos atrás, saindo de cima dele.

— Você não quer? – virei à cabeça para olhar pra ele. Jesse está com o cabelo desgrenhado, o que me faz pensar, se o meu também está assim depois de praticamente nos “atacarmos”.

— Quero, mas quero que aconteça de outro jeito. – ele desviou o olhar, agora, olhando para o teto do quarto. Parecia perdido. — É que nós, nem somos namorados e, tem também meu tio que está no quarto ao lado e, não sei, não parece certo. Não nesse momento. Apesar de que, eu nunca quis tanto algo como eu – Jesse voltou a olhar pra mim, os olhos cintilantes a pouca luz. — quero você.

A mão dele veio até o meu rosto. Em seguida, Jesse colou nossas testas uma na outra e sorriu timidamente.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Claro que pode. – Jesse se afastou, porém, deixou a mão solta próxima do meu rosto. — Pergunte.

— Você já... Quero dizer, já fez isto antes?

— Pra ser sincero? Não. Já cheguei perto, mas nunca fui a fundo. E você?

— Fiz. – desviei os olhar, sentindo as bochechas ruborizarem. — Foi por amor. Aconteceu com o Brandon pela primeira e ultima vez. Depois disso, nunca mais. Cheguei muito perto também. Mas nunca conseguia ir até final. Tanto porque não queria, porque também não achava certo.

— Mas... Agora a pouco, você... Nós...

— Sim, você tem razão. Com você – engoli em seco, sentindo certa dificuldade de encontrar as palavras certas para o que eu sentia naquele momento. — é diferente. Por um momento, eu senti que conseguiria e que queria. E que poderia. E que não me arrependeria.

Não tive tempo de ver qual foi à reação dele após a minha pequena confissão. Jesse me puxou pra junto dele e me abraçou. Como se um pequeno e simples gesto pudesse dizer tudo aquilo que não fora dito em palavras.

— Sabe, às vezes, depois que a gente se beija, eu quase, meio que consigo voltar no tempo, e fico pensando no nosso primeiro beijo.

— Eu também me lembro. – digo, sorrindo. Abobalhada. — Você entrou no meu quarto e simplesmente me beijou. Disse que precisava ter certeza de algo. Algo que era só seu. Depois que me beijou, saiu, sem ao menos me dá uma explicação.

— Não. – ele me olhou, confuso. Jesse franziu o cenho. — Aquele não foi nosso primeiro beijo. Nosso primeiro foi no dia da festa a fantasia e – ele parou de falar sem completar a frase. Como se acabara de lembrar-se de um detalhe importante. — Então, você não sabia?

— Calma aí. Não sabia do que? – agora quem está confusa sou eu, sem entender nada.

— No dia da festa a fantasia. No Halloween . Eu recebi um bilhete que deduzi ser da Alexa. Pedindo pra que eu fosse encontra-la atrás no ginásio. Então eu fui, chegando lá estava tudo escuro – enquanto ele narrava, voltei no tempo, com a cena em mente daquela noite. — fiquei esperando. Ai apareceu uma garota. Que só podia ser a Alexa. Ela se aproximou e começou a me beijar. Até ai, tudo bem. Afinal, nós estávamos juntos. Mas no fundo, durante o beijo, sentia que algo estava estranho e muito diferente. O beijo não era o mesmo. Alexa não poderia ser tão ousada fazendo todas aquelas provocações. Ela também não bebe, e eu senti o gosto de bebida alcoólica no beijo.

— Então, foi por isso que você saiu correndo? Eu pensei que era o Tyler! Eu também recebi o bilhete. Também percebi que havia alguma coisa de errado. Mas não parei. Não parei porque eu estava mesmo alterada aquela noite por causa da bebida. Mas era você – arregalei os olhos. — Todo o tempo era você ali. E foi por isso, no dia seguinte, que você foi até o meu quarto e me beijou. Você queria ter certeza de que...

— Era você. – ele completou.

— Mas como você imaginou que poderia ser eu? Pois, também poderia ser qualquer outra. Não sou a única garota ousada naquele internato e nem a única que bebe!

— Eu não sei como sabia, eu só sabia. E queria ter certeza. E quando tive, após nosso segundo beijo no seu quarto, eu me senti muito culpado. Primeiro, porque eu correspondi a todas suas provocações, mesmo tendo em mente que poderia ser você e não a Alexa. Segundo que, eu pensei muito naquele beijo, mesmo depois ter a certeza de que era você, mas eu não poderia pensar, não poderia me sentir assim, porque eu estava com a Alexa. E eu devia isso a ela.

Exatamente como eu acho que devo algo ao Brandon quando estou com Jesse.

— E por isso você mudou tanto depois daquele beijo. Você não falou comigo por dias! E mal olhou pra mim. Foi como se nunca tivesse me conhecido. – soltei um riso, incrédulo. — E eu pensando que era porque você só me via como qualquer outra.

— Não Hayley! Nunca. – ele selou aquele momento com um beijo rápido. Fazendo meu coração disparar outra vez. — Você não é qualquer uma. Nunca foi e nunca será. Eu sei disso desde a primeira vez que olhei pra você. Sempre soube que você era diferente. E o mais estranho, é que eu nunca senti isso por ninguém.


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Notas finais do capítulo

Quando tudo parecia que estava perdido... Coisas boas aconteceram. Gostaram?

Acho que posso finalmente dizer que estou de férias. Foi o meu ultimo ano na escola. Estou feliz e triste ao mesmo tempo. O próximo ano será uma nova etapa na minha vida. Mas então, me contem, já estão de férias também? E quais são seus planos para essas férias?



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