Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 13
Limites


Notas iniciais do capítulo

Ufa, depois de um bom tempo com o site em manutenção posso voltar a postar. Eu já estava com saudades de tudo isso. Espero que gostem.



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"Vivemos tempos de loucos amores. Só é feliz quem sabe o que quer."

Estão todos muito excitados para o tão grande dia esperado por todos: o dia da festa a fantasia em comemoração ao Halloween. Muitos já começaram a se preparar desde cedo. Eu estou bem tranquila, afinal. É só mais uma festinha meia boca, sem muito animo, nada comparada as festas que eu presenciava fora do internato.

Nada de muito interessante aconteceu nesse pequeno intervalo de tempo até esse dia, o dia da festa. Apenas a aproximação intensa entre Jesse e Alexa. O ciúme de Amy. Nath e Eric isolados do mundo vivendo seu próprio romance. Os carinhos exagerados de Tyler e a sorte por não termos sidos descobertos pelo roubo dos gabaritos. Apesar dos professores não terem acreditado em nossas notas altas.

— E ai, já foi lá pegar a sua fantasia? – Jesse me barrou no corredor. O sol já estava se pondo. — Está uma loucura!

— Foi o que pensei. – eu ri, boba. — Ainda não fui. Pretendo ser uma das ultimas. Quero evitar aquela agitação toda.

Ele sorriu.

As fantasias encomendadas pelos alunos estavam todas penduradas nos cabides do grande teatro com os respectivos nomes dos donos.

— Hayley! Você ainda está aí parada? – Natalie me questionou, me olhando firme. — Cadê a Amy? Você a viu por aí? – eu disse que não, ela bufou. — Ai meu Deus! Eu vou ficar maluca!

Natalie tinha razão. Andava de um lado para o outro como se aquilo fosse o fim do mundo para ela. Eu só conseguia rir, despreocupada.

— Hayley, não ria de mim! Estou uma pilha de nervos! – ela disse histérica. — Vou pegar as fantasias. Fique aí e me espere.

Eu deveria estar preocupada pelo simples fato de ter deixado minha arrumação por conta de Natalie. Mas algo me dizia para relaxar. Tudo daria certo e ela não faria nada para me aborrecer. Ela me conhece o suficiente para saber o que eu gosto ou não gosto. Ou pelo menos, assim espero.

Bocejei diversas vezes a espera de Nath ou Amy. Acabei caindo no sono, exausta. Como se tivesse trabalhado e ralado duro o dia inteiro de baixo de um sol escaldante.

Acordo com as vozes altas e risinhos animados. Pisco três vezes até conseguir perceber o que há a minha frente.

Amy está irreconhecível. Nem parece a garota frágil e sensível que ela é na maior parte do tempo. Amy está ainda mais bonita, a fantasia valoriza sua beleza exuberante.

Amy está vestida de Exterminadora. Um vestido não muito curto de couro e mangas longas. Um cinto grosso e preto com fivela emoldura sua cintura fina. Ela usa botas também pretas até o joelho. Em uma das coxas há um coldre, que é onde pendura a arma que, no caso, não existe.

Como a pele de Amy é pálida e os cabelos chanel lisos e pretos, parecem à combinação perfeita. A fantasia parece ter sido feita especialmente para se ajustar ao corpo magro de Amy. Ela está linda! É impressionante. O batom vermelho lhe dar um ar de maturidade e a deixa provocante e sensual. E esse deve ser o proposito.

— Uau! – é tudo que eu consigo dizer ao meu sentar. Ela sorri timidamente, abaixando o olhar. Nath fez um ótimo trabalho! — Não tem como o Jesse não notar você essa noite.

— Mas essa não sou eu, Hayley.

— Parem já com isso! – Natalie bate o pé. — Hayley, vamos, levante dai. Vá tomar um rápido banho. – Natalie está bem maquiada, porém ainda sem fantasia, ela veste um roupão branco. — A Amy já está pronta, agora é sua vez. Vamos mocinha, estou esperando.

Não ouso questionar e vou para o banho. Confesso que a transformação de Amy me deixou um tanto empolgada para essa noite. O Jesse vai ficar muito surpreso. Pode apostar.

Sento-me em uma cadeira de frente para a penteadeira e tento relaxar meu corpo ao fechar os olhos. Natalie vai começar a me maquiar. Nunca ninguém antes me maquiou além de mim mesma. Geralmente eu me maquio o mais básico possível em tons neutros e escuros.

Em seguida ela prende meus cabelos em um coque alto. Até ai ainda estou de olhos fechados, com receio de ver meu reflexo no espelho. Fico me perguntando o que Natalie estará fazendo comigo me puxando de um lado para o outro, esticando, pintando, passando lacquer.

— Pronto! Agora é só colocar o vestido. Quer ajuda?

Vestido? Estou atordoada demais com o impacto da palavra para raciocinar direito. Apenas sigo ordens. E olha que eu, normalmente não sigo ordens de ninguém. Faço por mim o que tenho vontade.

Mas aquela noite em especial deixei que cuidassem de mim e fizessem de mim qualquer coisa.

Sinto-me estranha enquanto ando com aqueles sapatos altos, não muito altos, se não eu já estaria no chão e pela primeira vez sinto vergonha de mim cada vez que nos aproximamos mais e mais do salão de festas.

Amy, ao meu lado, parece sentir-se igualmente. Já Natalie está sorridente e animada. E realmente muito bonita em seu vestido de dançarina de cabaré vermelho em tons escuros. Ela não consegue esconder a felicidade. Ao seu lado, com os dedos entrelaçados nos dela, está Eric, fantasiado elegantemente de Lord.

No exato momento em que entramos no salão de festa, o DJ troca de música. Todos se voltam para nós. Ou especialmente para mim ou pelo menos essa é a impressão que tenho. Realmente estou muito diferente do que sou. Olham pra mim como se eu fosse de outro mundo e estivesse invadindo aquela festa.

A minha fantasia - lembrando que quem escolheu foi a Natalie - é de dama mascarada. Um vestido preto de época fino na cintura e mais solto na saia até os joelhos. Estou usando uma meia fina branca que é sufocante e sapatinhos brancos. Meu cabelo azul está amarrado em um coque bem fixado no alto da cabeça. Minha maquiagem é simples e delicada. Uso luvas brancas até o dorso do braço e uma mascara clara e simples esconde meu rosto.

Sinto-me estupidamente ridícula.

— Hayley, é você mesma? – Tyler se aproxima alegremente com pulinhos de empolgação. — Nossa! Você está linda.

Ele me roda. Sinto-me mais ridícula ainda. Mas não consigo dizer nada, é como se minha garganta estivesse seca e sem forças.

Tyler cumprimenta os demais. Elogiando a Amy e Natalie.

As luzes do salão se apagam, o que é um alívio, e a música eletrônica alta volta a tocar. Como se pudesse estremecer meu coração e balançar o chão. Muitos dançam freneticamente na pista de dançar, sozinhos, em grupos ou em dois. As luzes coloridas fluorescentes rodopiam pelo salão melhorando a minha visão.

— Se a Amy não fosse sua amiga, eu ficaria com ela. – Tyler brinca, sussurrando no meu ouvido.

A essa altura, Amy já se perdeu por aí com Natalie e Eric. Estamos apenas eu e Tyler, parados no mesmo lugar desde que entrei.

— Vamos lá. Mude essa carinha. A noite só começou!

Aos poucos me deixo embalar pelo ritmo da música. No começo, pressionada por Tyler. Mas agora me sinto bem melhor e pelo menos finjo que sei dançar movimentando-me de um lado para outro sem me preocupar com a impressão que estão tendo de mim pela fantasia.

Eu nunca me importei. Porque agora deveria me importar?

Jake se aproxima com outros amigos. No começo eu não poderia reconhecer que era ele. Jake está fantasiado de lobo-mal. O que é bem a cara dele. Começo a rir. Na certa, ele já pegou metade das garotas da festa e está à procura da outra metade.

Tyler está extremamente sedutor, mexendo-se a minha frente ao ritmo da dança. Ele pode até não saber dançar, mas é bem melhor que eu e torna-se ainda mais atraente, com sua fantasia de agente da FBI.

Os tipos de fantasias são diversos. Alguns mais engraçados e divertidos como Jake, outros atraente como Amy e Tyler, sedutores como Eric e criativos como Natalie. E eu. A minha fantasia se encaixa aos "estranhos desconhecidos", que se fantasiam ao contrário daquilo que costumam ser.

Tyler foi pegar uma bebida pra mim. Jake ainda dançar por perto, e com o afastamento de Tyler, ele vem pra cima de mim. Sei que está sorrindo, posso não ver por causa da fantasia, mas imagino seu sorriso ousado. Ou ele está brincando como tantas vezes ou ele está mesmo dando em cima de mim como outras tantas vezes.

— Sai fora Jake! – o empurro, brincando.

Vejo Alana passar por mim com suas amigas. Ela está fantasiada de gatinha. O que é muito a cara dela: ousada. Gosta de aparecer. Mas admito, ela está mesmo atraente, com sua roupa provocante e os cabelos louros dando certo constaste com a roupa preta e a bota de salto.

— Hayley, vem – sinto Tyler me puxar pelo braço para um canto mais reservado. A luz bate no rosto dele. Vejo seus olhos brilhando. — Olhe.

Quando olho para baixo, vejo sobre a palma aberta de sua mão uma espécie de comprimido. Logo na hora, sem que ele precise dizer, eu já sei do que se trata: é droga.

— Toma. Pode pegar. – ele sorri largamente. — Eu consegui várias dessas. Se precisar tem mais. Muito mais!

Jogo para dentro da boca e engulho.

Não sou de usar drogas. Na verdade, eu nunca uso. Não acho correto e não recomendo. Pode levar a morte. Mas, nesse momento, é tudo que eu preciso. E o efeito começa a surgir rapidamente: bem-estar e euforia. Era tudo que eu precisava para me soltar mais.

Aos poucos vou me sentindo leve como se estivesse em outra dimensão. Estou suando, porque estou dançando demais. Pulo, balanço e dou risada. Caio no chão, tropeçando nos próprios pés ou esbarando em alguém. Levanto e volto a dançar como se nada tivesse acontecido. Tudo ao mesmo tempo. E bebo, o que deveria ser refrigerante, mas não é, pois Tyler deu um jeito pra isso. Ele sempre dá.

— Você está bem? – ouço alguém muito de longe perguntar. Viro-me e dou de cara com a Amy.

Abraço-a. Ela se assusta.

— Hayley, tem certeza de que está bem?

— Não importa. – dou risada, como uma bêbeda fora de si. — Cadê o Jesse em? – olho para os lados, em alerta. — Jesse! – grito. Amy, na mesma hora, tapa minha boca. Alarmada.

— Tá ficando doida?

— Vem Amy! – puxo-a para o meio do salão. — Vamos dançar!

Sei que Amy não está entendendo nada. Mas é quase como se eu não pudesse controlar a própria alegria que correr em minhas veias.

— Olha o Jesse ali. – eu grito, puxando-a novamente. Vi Jesse passar por ali, mas não sei exatamente para onde ele foi.

— Hayley, você está vendo coisas! – ela me encara friamente. — O Jesse deve estar por ai com sua nova namoradinha. – Amy refere-se a Alexa com toda sua ironia. Ela parece bem irritada, não sei o que dizer. — Vou beber um pouco de água. Já volto.

A situação de Tyler é bem mais critica que a minha. Ele gira em volta de si mesmo no meio do salão com os amigos em volta. Aproximo-me e ele me enlaça pela cintura. Dançamos juntinhos e colados um no outro entre risos. Estamos muito felizes para se importar com a opinião alheia.

Estou suada, um tanto cansada e minha fantasia já deve estar um caco em menos de três horas de festa. Eu sei. Mas nada pode me parar nesse momento. Sinto-me liberta, de volta ao mundo que eu tinha lá fora.

Olhando para Tyler, sinto um desejo invadir-me por dentro, quase como se de repente, tudo tivesse sido trocado, e ele na verdade fosse o Brandon. Meu Brandon. Ali, diante dos meus olhos. Beijo-o com vontade.

De repente tudo fica escuro e tudo ao me redor some como num passe de mágica. O ar já não é mais abafado, não há movimentação e nem musica alta. Consigo ver apenas o brilho do céu estrelado.

Olho bem para frente, com a visão embaçada e dou de cara com o meu irmão me encarando sério. Agora sei como vim parar aqui fora.

— Ai garoto, que susto! – levo a mão ao coração, depois solto uma risada alta. — O que você quer? – tento parecer o mais séria possível.

— O que você pensa que tá fazendo? – ele me olha. Sem sorrir. — O que você está usando Hayley? Drogas? – não há tempo para responder. — Com certeza foi aquele mauricinho quem lhe arranjou não foi? Só pode ser.

— Relaxa irmão – caiu na risada. — Não vem com essa de novo. Não precisa fingir que se importa. Eu estou bem! Eu sei me virar.

Percebo que Oliver está fantasiado de Fora da Lei.

— Hayley, escuta aqui – ele me sacode apertando meu braço. — não banque a espertinha comigo. Você – ele apontou o dedo pra mim. — pensa que sabe se cuidar. Mas não sabe. Não quero te ver envolvida com drogas, Hayley. Isso é sério!

Não sei se ria ou se chorava. Oliver adora bancar o durão, mas todos sabem inclusive eu, que ele é bem pior que eu. Porque ele está sempre tentando ter essa moral toda como se fosse o-todo-perfeitinho?

— Me deixa, vai. Vai atrás das suas garotas!

Volto para a festa esbanjando sorrisos. Nesse momento, sou amiga de todos. Como se conhecesse a todos. Danço e me divirto com todos.

Esse me parece o momento perfeito para me vingar de Alana, não diretamente, mas de um jeito que vai tira-la do sério por ter tentando me matar aquele dia na piscina.

Ela está agarrada ao Andrew fantasiado de vampiro, com os braços enlaçados em seu pescoço, enquanto faz uma dança sensual. Suas amigas, por perto, aplaudem com os olhos.

Aproxime-me devagar, interrompo sua dança, tocando o braço de Andrew o fazendo prestar atenção em mim. Ele sorri quando me ver.

— Oi Hay...

Não espero ele terminar a frase e o beijo. Um beijo caloroso. Pensei que ele iria recusar no inicio, mas aos poucos, foi cedendo e sua boca se igualando a minha. Não sei qual foi à reação de Alana. Mas sei que ela deve ter ficado muito irada, posso até imaginar. Já que eles estão ficando juntos há um tempo. Isso não parece ser muito importante pra ele quanto pra ela já que estamos nos beijando agora. Nesse momento.

— Desculpe por isso, Andrew. – digo ao termino do nosso beijo. Ele parece atordoado e só consegui sorrir enquanto me afasto.

Não sei quantos viram aquilo, mas imagino que muitos.

Foi muito estranho beijar o Andrew. Não que houvesse sido ruim, pelo contrário, foi ótimo. Uma sensação diferente. Há poucos mais de seis meses eu não beijo ninguém além de Tyler. Mesmo que não sejamos namorados, até então, não queria ficar com mais ninguém. Eu não gosto do Andrew, apesar dele ser talentoso e bonito com sua voz sexy de vocalista, mas fiz aquilo justamente para contrariar Alana.

Todos se divertem na festa. Sem sombra de duvidas aquela é a melhor festa desde então. A mais agitada e animada, além de mais bem decorada. Com enfeites de Halloween por todas as partes. Bruxas, caveiras, múmias, vampiros, abóboras e morcegos.

Até agora não tocou outra ritmo além de música eletrônica, o DJ manda bem e sabe animar a galera com sua lista de músicas dançantes.

Amy está sentada em um canto, em um sofázinho velho, perto de outras pessoas que parecem entediadas. Ela parece triste e completamente desmotivada. Eu prometi que a ajudaria com o Jesse. Mas até agora não o vi em canto nenhum.

Alexa está entre outras meninas. Jesse não está por perto e isso me parece estranho, já que eles não se desgrudam desde que se conheceram, suspeito até que estejam tendo um envolvimento, mas não querem acreditar nisso por alguma razão.

Alexa provavelmente é a garota mais bonita da festa e se não a mais é uma das. Ela está fantasiada de Cinderela e é impressionante tamanha semelhança com a princesa. É mais que claro o porquê das pessoas gostarem tanto dela e admira-la. Ela é invejável.

Alana me empurra, mas logo sai de perto. Não a tempo de fazer nada a respeito. Volto a olhar para Alexa e ela está no mesmo lugar, parada com as amigas. Porém, Amy sumiu. Onde foi que ela se meteu?

— Você é Hayley Collins? – alguém fantasiado de múmia se aproxima, interrompendo minha dança. Mal posso vê-lo por causa da densa escuridão. A música ainda parece acelerar meu coração a cada batida.

— Sim, sou eu.

— Hayley, isso aqui é pra você. – a múmia, muito amigavelmente, estende um pedacinho de papel.

— Quem foi que mandou isso?

— Eu não sei. Apenas me mandaram te entregar. – percebo que a múmia está sorrindo. — Acho melhor você dá uma olhada.

E ela se vai. Ou ele. A múmia.

A caligrafia é horrível. Mal dá pra entender o que está escrito ali. Não sei se por causa da bebida, que venho ingerido com abundancia, ou se é o efeito da droga. Demoro para decifrar as palavras.

O papel diz: Me encontre lá fora. No lugar de sempre.

Só pode ser o Tyler com mais uma de suas invenções. É claro que é ele. E um sorriso largo se faz em meu rosto. Com certa dificuldade passo entre as pessoas e tento sair dali para encontra-lo.

A brisa suave da noite me atinge em cheio. É uma sensação poderosa, quase revigoradora. Estou muito empolgada, imaginando o que Tyler quer comigo atrás do ginásio.

Deve estar com saudade.

O céu está lindo como sempre. A brisa da noite balança a copa das arvores e bate docemente em meu rosto. Ali fora, em direção ao ginásio, no jardim, posso respirar com facilidade. Dentro do salão de festa o ar era pesado e abafado. Quase sufocante. Agora me sinto melhor.

Resolvo fazer uma surpresa ao Tyler. Ele sempre me pega de surpresa e agora é minha vez. Vou entrar pelo sentido contrário, pelo qual ele não me espera. Silenciosamente me aproximo cada vez mais, tentando não fazer barulho algum. Tento controlar minha respiração com o sorriso estampado no rosto. Não posso vê-lo com pressão, por conta na escuridão da noite, mas posso ver sua silhueta cada vez que me aproximo mais.

Tapo seus olhos. Ele estremece. Sorriu ainda mais. Mas tento não estragar a pequena surpresa. Um gesto de carinho. Beijo suavemente sua nuca delineada. Sinto seus pelos se eriçarem. Sei que ele se controla ao máximo para não acabar com o efeito da magia. Sinto a inquietação em seu corpo tenso e imóvel.

Prefiro continuar a provoca-lo.

Passando a ponta dos dedos na curvatura do seu pescoço e ombro, essa é uma das partes que mais gosto no corpo de um homem. Ela deixa que eu acaricie sua orelha pequena e bem desenhada. Em seguida, deslizo meus dedos pelo seu braço e entrelaço meus dedos nos seus. Deposito um beijinho em sua bochecha gelada e depois encosto minha cabeça na musculatura de suas costas.

Tyler suspira profundamente. Sinto-o sorrindo.

Ficamos ali, encostados um no outro por um ou dois minutos, até ele tomar a iniciativa de virar-se e encostar sua mão no meu rosto. Fecho os olhos para sentir seu toque em minha pele.

Tyler beija minha testa, depois as duas bochechas, a ponta do nariz e brinca com um beijinho no queixo. Tyler me provoca com beijinhos suaves nos dois cantos da boca. Estou desesperada. Quero seu beijo, mas ele só quer brincar por enquanto. Não quero atrapalhá-lo. Ele todo direito, já que agora a pouco eu quem o provocava.

Por fim, seus lábios são pressionados contra os meus. E minha boca vai abrindo lentamente até a ponta das nossas línguas se encontrarem. Ou estou ficando maluca, ou posso sentir o gosto de refrigerante. Não tenho certeza. Mas não importa. O momento é único e magico. Só quero continuar a beija-lo pelo resto do tempo.

Uma das mãos dele está em uma minha nuca, puxando-me para si, da mesma forma que a outra está em minhas costas, puxando-me. Ele parece ter a necessidade de me ter. E eu devo me controlar, pois mesmo estando fora de mim, não posso passar do limite.

Sei bem o que ele quer. Mas não posso. Por Brandon e por mim.

Nosso beijo foi aumentando a velocidade e a precisão. A ponta dos dedos de Tyler apertava a minha pele. Senti a respiração acelerada dele de encontro a minha. Meu coração batia tão alto e depressa que tive medo que ele pudesse ouvir e sentir o quão eu estava necessitada daquilo quanto ele.

— Tyler... Eu... – disse quando parei de beija-lo. Precisava de um tempo para respirar melhor.

Provavelmente Tyler estava me olhando inquieto, perguntando-se porque diabos eu não quisera continuar.

— Me desculpe Tyler. Eu não posso.

Não sei ao certo o que deu nele. Tyler recuou um passo para trás, e não deu nem três segundos, ele saiu correndo para bem longe de mim.

Será que ficara chateado com a minha limitação?


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Notas finais do capítulo

Gostaria que vocês comentassem ou dessem qualquer sinalzinho de que estão acompanhando.
E gostando. Beijão! ♥



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