Black Hole escrita por juliananv


Capítulo 18
Capítulo 18 Enterro




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            Saí pela janela do Charlie e fiquei na floresta ouvindo o que a Bella ia conversar com o cachorro. Sei que isso não era legal da minha parte, mas eu estava preocupada com a sua segurança e também queria saber que tipo de relação a Bella podia ter com ele. Ouvi que o carro dele estava com o motor ligado durante o tempo em que ele estava com ela dentro da casa. Então o “Totó” estava com medo de vir sozinho conversar com ela? Isso era bom, ele pelo menos estava demonstrando algum respeito.


 


            - Festinha do pijama – disse o cachorro de forma sarcástica.


 


            - É. O que você tem a ver com isso?


 


            Balancei a cabeça. Bella também não facilitava; se o cachorro perdesse o controle com ela, eu teria de interferir e isso não seria nada bom.


 


            - Onde está sua “amiga”?


 


            - Ela teve algumas coisas para fazer. Olhe, Jacob, o que você quer? – eles pareciam estar andando pela casa enquanto conversavam. - Ei. Qual o seu problema? – Bella estava bastante irritada.


 


            - Não me agrada ter vindo aqui.


 


            - Então lamento que tenha vindo. Por que não me diz de que precisa? Assim pode ir embora.


 


            - Só tenho que lhe fazer algumas perguntas. Não vai demorar muito. Temos que voltar para o enterro.


 


            - Tudo bem. Vamos acabar com isso, então.


 


            Bella parecia estar muito magoada com ele. Isso significava que ele era muito importante para ela; Edward ficaria com ciúmes...


 


            - Um dos Cullen está aqui com você.


 


            Ele estava fazendo reconhecimento do campo inimigo; não era bom eu estar em desvantagem, eles podiam tirar proveito disso.


 


            - Sim. Alice Cullen.


 


            Bella era muito ingênua. Não sabia o que ele estava fazendo: entregara-me para eles em uma bandeja de prata.


 


            - Quanto tempo ela vai ficar?


 


            - O tempo que ela quiser. É um convite aberto.


 


            - Você acha que poderia... por favor... explicar a ela sobre a outra... Victoria?


 


            Fiquei tensa com o rumo que a conversa deles estava tomando. Não sabia como funcionava a cabeça torta dos lobisomens; eles podiam imaginar que todos os vampiros eram iguais e me verem como ameaça à vida da Bella. Precisava do meu pai mais do que nunca, pois a coisa toda podia sair muito facilmente do meu controle.


 


            - Já contei a ela sobre isso.


 


            - Precisa saber que só podemos vigiar nosso próprio território com uma Cullen aqui. Você só ficará segura em La Push. Não posso mais protegê-la aqui.


 


            Pelo menos o cachorro demonstrava estar mesmo preocupado com a segurança da Bella e, ao que parecia, eles ainda respeitavam o tratado que Carlisle havia feito com eles anos atrás. Isso também era bom.


 


            - Tudo bem. É só isso?


 


            - Só mais uma coisa.


 


            - Sim?


 


            - Os outros vão voltar? – Bella não respondeu. - E então?


 


            - Não – ela respondeu com a voz embargada.


 


            - Tudo bem. É só isso.


 


            - Bom, pode ir correndo. Vá dizer ao Sam que os monstros apavorantes não vão voltar para pegar vocês.


 


            Com essa eu tive que rir. Ou a Bella era muito corajosa ou não fazia mesmo ideia dos riscos que corria andando tanto na companhia de lobisomens como de vampiros. Ela gritava com ele como se estivesse brava com um humano comum.


 


            O cachorro parecia estar indo embora. Andei em direção à casa da Bella, mas, assim que eles começaram a falar de novo, parei, irritada. Bella estava chorando por causa do cão? Edward não iria gostar de saber disso. Se fosse comigo, se Jasper estivesse chorando por outra, eu arrancaria a cabeça dela.


 


             Queria poder ligar para o meu pai, mas deixei o celular na minha bolsa. Precisava dos conselhos do Carlisle, estava com medo das coisas ficarem feias quando Edward chegasse, não sabia como ele reagiria ao cachorro. Eu teria logo que contar para ele tudo o que estava acontecendo com a Bella e, quando isso acontecesse, precisaria de reforços para lidar com a situação. Tinha certeza de que meu temperamental irmão ficaria furioso e iria atrás da Victoria, sem mencionar os lobos.


 


            Voltei a me concentrar na conversa da Bella com o garoto; ao que aparentava, os dois eram muito íntimos. Edward nunca gostou muito dele; diferentemente dos outros meninos, Bella parecia gostar deste.


 


            Fui procurar pelo futuro do Edward, na esperança de que ele já estivesse na marina, ou mesmo no avião. Entrei em pânico: Edward estava muito confuso, só o que conseguia ver era que ele havia decidido se matar de qualquer maneira, mas não podia ver como. A cabeça dele parecia estar em uma enorme confusão, ele não conseguia se decidir, seu futuro mudava de maneira frenética. Isso só poderia acontecer se ele soubesse da quase-morte da Bella. Mas como isso seria possível? Alguém devia ter ligado para ele, só podia ser isso, e eu deixei passar enquanto me concentrava na Bella. “O que posso fazer?”, eu me debatia procurando por uma saída. Podia ligar para o Jasper e o Emmett, mas sabia que ninguém seria capaz de segurá-lo; se ao menos pudesse falar com o meu pai, ele saberia o que fazer.


 


            Comecei a andar de um lado para o outro. Resolvi tentar fazer com que a Bela ligasse para o Edward; se ele ouvisse a sua voz, se visse que ela estava viva, ele voltaria atrás. Corri para a casa dela, sabendo que me encontraria com o cachorro lá. O difícil era ter que aguentar seu cheiro insuportável; entretanto, não era hora para ser seletiva quanto a isso.


 


            Ao passar pela janela, ouvi que Bella discutia com o cão novamente. Parei na escada e encarei o cachorro; ele automaticamente começou a tremer e eu tive de controlar o impulso de voar e dilacerar o seu pescoço. Agora outras coisas eram mais importantes; foquei-me em Bella para manter o controle.


 


            - Agora olhe aqui, Jacob Black...


 


            - Tchau, Bells.


 


            Disse Jacob, assim que conseguiu se controlar do choque de me ver ali parada tão perto dele. Ele se dirigiu para a porta, Bella foi atrás dele; ele se virou rapidamente para mim, visivelmente em dúvida sobre alguma coisa. Eu mal olhava para ele, estava preocupada demais com o que acontecia com o Edward; precisava da Bella urgentemente.


 


            - Bella.


 


            Quando Bella pareceu notar o meu estado de tensão, correu em minha direção.


 


            - Alice, qual é o problema?  


 


            Ela colocou as mãos quentes sobre o meu rosto pétreo de mármore, eu não sabia o que dizer para a Bella. O que eu podia dizer para ela? Só sabia que precisava ser rápida.


 


            - Edward.


 


            Assim que falei o nome dele, Bella desmaiou e, antes que eu pudesse pegá-la, o cachorro o fez. Ele a levou para o sofá enquanto rosnava; eu tive de prender a respiração e, contrariando todos os meus instintos, cheguei perto deles. Dava delicadas batidinhas no rosto dela, o cachorro parecia estar perdendo o seu controle, ele me xingava de todos os palavrões que parecia conhecer, eu não prestava atenção a isso. Tinha muita pressa, Edward chegaria antes de nós na Itália, isso se a Bella quisesse ir comigo.


 


            - Bella, ande. Você precisa acordar. Edward precisa de você.


 


            - O que você fez com ela? – Jacob perguntava, gritando.


 


            - Bella? Bella, pare com isso. Precisamos correr.


 


            - Fique longe daqui.


 


            Vi que ele estava muito perto de explodir e se transformar em um lobo, o que não era bom, já que estava sem tempo para brigar com ele. E, agarrado a Bella como ele estava, minha amiga sairia machucada.


 


            - Calma, Jacob Black. Não vai querer fazer isso tão perto dela.


 


            - Não acho que terei problema em manter o foco – cachorro idiota.


 


            - Alice? – Suspirei aliviada quando ouvi a voz dela. – O que houve?


 


            - Não sei.


 


            O que eu podia falar para ela? “Edward está indo se matar”? Nem conseguia pensar nisso, quanto mais falar. Principalmente falar isso para a Bella.


 


            - O que ele está pensando!?


 


             Peguei o meu celular na minha bolsa e rapidamente liguei para a nossa casa em Denali; alguém que sabia da história da possível morte da Bella havia falado com o Edward. Essa era a única explicação que eu encontrava.


 


            - Rose, preciso falar com Carlisle, agora.


 


            - Alice, ele ainda não voltou.


 


            - Tudo bem, assim que ele voltar.


 


            - Quer que alguém vá atrás dele e mande ele te ligar?


 


            - Não, estarei em um avião. Olhe, soube alguma notícia do Edward? – joguei um verde.


 


            - Sim, eu falei com ele agora há pouco. Alice... sei que você pediu para não contar sobre a morte da Bella para ele, mas eu não concordo com você. Então achei melhor falar de uma vez. Quem sabe assim ele não para com essa frescura e volta a ser ele mesmo? – escutei chocada o que Rose me contava.


 


            - Por quê? – eu estava tremendo, o celular quase caiu da minha mão. – Por que você fez isso, Rosalie?


 


            - Quanto antes ele aceitar que a garota morreu, antes vai estar recuperado dessa obsessão. Quero o meu irmão de volta!


 


            Minha vontade era de bater a cabeça da Rosalie na parede.


 


            - Bom, mas você está errada nos dois sentidos, Rosalie. Então isso é um problema, você não acha?


 


            - O que quer dizer, Alice? Que a garota não morreu ou que Edward não vai voltar ao normal?


 


            - Sim, ela está bem. Está absolutamente bem.


 


            - Como “bem”? Você não a viu pular de um penhasco?


 


            - Eu estava errada... É uma longa história.


 


            - Mas você falou isso para o Edward, não falou?


 


            - Mas você errou nessa parte também e é por isso que estou ligando.


 


            - Edward está aprontando alguma coisa? Ele não está planejando nenhuma bobagem, está? Ela é só uma humana sem graça, Edward não... por isso?


 


            - Sim, foi exatamente isso o que eu vi.


 


            - Alice, ele não pode fazer isso... eu não sabia que ele a amava desta maneira...


 


            - É meio tarde para isso agora, Rose. Poupe o seu remorso para alguém que acredite nele.


 


            Desliguei o telefone e tentei falar com o Edward, alguém atendeu no lugar dele. “Droga”, odiava ficar um passo atrás e hoje isso significava a possível morte do Edward. Eu não podia falhar nisso. A única saída era irmos atrás dele na Itália. Buscando por forças, virei-me para Bella, precisava contar para ela a verdade e não seria fácil.


 


            - Alice – Bella me chamou. - Alice, Carlisle voltou, ele ligou antes...


 


            Olhei para Bella, confusa; podia ver claramente onde Carlisle estava. Só liguei para Denali para confirmar o que eu já sabia, que alguém não havia cumprido com a sua palavra, alguém havia sido muito imprudente: Rosalie.


 


            - Há quanto tempo?


 


            - Meio minuto antes de você aparecer.


 


            - O que ele disse?


 


            Olhava fixamente para Bella, ainda tinha um pouco de esperança de que Edward não fosse tão cabeça-dura. Como ele podia acreditar tão cegamente nisso? Não era típico do meu irmão entregar-se antes de lutar. Edward deveria ter me ligado, isso era o que ele faria; não entendia o silêncio dele. A não ser que ele tivesse falado com a Bella e, mesmo assim, resolvido ir à Itália... Mas não havia razão para isso, o coração dela ainda batia, ele marcava o tempo de vida dos dois.


 


            - Eu não falei com ele.


 


             Bella voltou o seu olhar para o cachorro e eu a segui, ele se ajeitou no sofá para tentar proteger a Bella de mim. Idiota! O cachorro parecia estar tendo sérios problemas em se acalmar, tremia sem parar.


 


            - Ele perguntou por Charlie, e eu disse que Charlie não estava aqui – disse.


 


            - Só isso? – Não justificava a reação exagerada do Edward.


 


            - Depois, ele desligou na minha cara.


 


            - Você disse que Charlie estava no funeral – interveio Bella.


 


            Desisti de falar com o cachorro, ele parecia mentalmente atrasado. Voltei a minha atenção para ela. Se...


 


            - Quais foram suas palavras exatas? – perguntei.


 


            - Ele disse: “Ele não está”, e Carlisle perguntou onde Charlie estava, Jacob respondeu: “No enterro”.


 


            Assim que Bella terminou a sua explicação, o meu corpo desmoronou; caí de joelhos na frente dela. Agora tudo esta claro: Edward pensava que o enterro era da Bella! Ele não tinha mais esperança de vê-la, só restava a ele ir para os Volturi, como sempre havia planejado. Um coração, duas vidas.


 


            - Me diga, Alice.


 


            Olhei para Bella pedindo a Deus que me desse forças, não sabia como ela poderia reagir. Teríamos pressa se quiséssemos tentar parar o meu irmão, se ela quisesse salvar o Edward. Bella tinha todo o direito de se recusar a fazer isso, depois de tudo o que Edward a fez passar, mas eu duvidava que ela se recusasse a salvá-lo; seus olhos ainda transbordavam de amor por ele, só que agora este amor estava machucado, ele estava maculado pela dor que ela sentia.


 


            - Não era Carlisle no telefone – sussurrei.


 


            - Está me chamando de mentiroso?


 


            Ignorei completamente os gritos do cachorro, agora precisava encontrar forças para fazer a Bella entender o que estava acontecendo.


 


            - Era Edward – ela ficou mais pálida. - Ele acha que você está morta.


 


            Olhava para Bella, enquanto ela parecia processar a informação.


 


            - Rosalie disse a ele que eu me matei, não foi?


 


            - Sim. Preciso ressaltar que ela acreditava nisso.


 


            Por mais que estivesse furiosa com Rosalie, ela era minha irmã, eu a amava, e justifiquei as suas atitudes para a Bella:


 


            - Eles confiam demais na minha visão, numa habilidade que é tão imperfeita. Mas ela o localizou para contar isso a ele! Será que ela não percebeu... nem se importou? - Não conseguia manter o volume na minha voz.


 


            - E quando Edward ligou pra cá, ele pensou que Jacob estava se referindo ao meu funeral.


 


            Olhei para Bella, ela estava tão calma que obviamente não entendia a gravidade do que estava acontecendo. Meu coração ficou apertado, precisava fazer com que ela entendesse que meu irmão estava agora viajando rumo à sua morte!


 


            - Você não está perturbada – sussurrei para Bella.


 


            - Bom, o momento é horrível, mas tudo isso pode ser consertado.


 


            Olhei para ela, cheia de pena. Bella prosseguiu:


 


            - Da próxima vez que ele ligar, alguém dirá a ele... o que... na verdade...


 


            Bella parou de falar e olhava para mim. Eu fiquei em silêncio, na esperança de que ela conseguisse juntar as peças em sua cabeça... Depois de alguns minutos, voltei a sussurrar:


 


            - Bella, Edward não vai ligar de novo. Ele acreditou nela.


 


            - Eu. Não. Entendo – disse Bella, pausadamente.


 


            Como podia dizer a ela que o seu amor poderia morrer, que ele queria isso? Decidi explicar pelo começo, pois sabia o quanto Edward relutava em contar qualquer coisa sobre a nossa espécie para ela. Provavelmente, Bella não sabia de nada, então seria leve:


 


            - Ele foi para a Itália.


 


            Bella deu um pulo e gritou. Eu me assustei com a rapidez com que ela pareceu entender.


 


            - NÃO! – Bella gritou desesperada. - Não! Não, não, não! Ele não pode! Ele não pode fazer isso!


 


            - Ele se decidiu assim que o seu amigo confirmou que era tarde demais para salvar você.


 


            Bella estava pálida, os olhos dela se encheram de lágrimas.


 


            -Mas ele... ele foi embora! Ele não me queria mais! Que diferença isso faz agora? Ele sabia que um dia eu ia morrer!


 


            - Não acho que ele estava planejando viver muito tempo após a sua morte.


 


            - Como ele se atreve! – Bella gritava enquanto ficava de pé, o cachorro tentava ficar entre nós duas. – Ah, saia da minha frente, Jacob! – Bella segurava o meu braço enquanto tentava me chacoalhar. - O que nós faremos? Não podemos ligar pra ele? Carlisle não pode? – Balançava a cabeça.


 


            - Essa foi a primeira coisa que tentei. Ele largou o telefone numa lata de lixo no Rio de Janeiro... Alguém atendeu...


 


            - Você antes disse que tínhamos que correr. Correr como? Vamos fazer logo, seja lá o que for!


 


            Não era seguro levá-la até os Volturi, mas essa era a única maneira de provar a Edward que eu havia falhado, que a Bella estava viva. Se conseguíssemos sobreviver a isso, provavelmente meu irmão me mataria por levá-la ate lá.


 


            -Bella, eu... não acho que possa pedir a você para...


 


            - Peça! – Bella exigiu.


 


            Cheguei perto da Bella e coloquei a mão sobre o seu ombro, precisava alertá-la de que praticamente não tínhamos esperança de salvar o meu irmão e que muito provavelmente nós duas também poderíamos ser mortas.


 


            - Pode ser tarde demais para nós. Eu o vi indo aos Volturi...  – eu vacilei e a Bella começou a chorar compulsivamente. – Tudo depende do que eles decidirem. Não consigo ver nada até que eles tomem uma decisão. Mas se eles disserem “Não”, e eles podem fazer isso... Aro gosta de Carlisle e não vão querer ofendê-lo... Edward tem um plano B. Eles protegem muito a cidade deles. Se Edward fizer algo para perturbar a paz, ele acha que vão tentar impedi-lo. E tem razão. Eles vão.


 


            Sabia que eram praticamente nulas as chances do Edward, mas não queria acreditar nisso, não podia acreditar. Bella me olhava entre as lágrimas; eu podia ver que ela não temia pela sua vida, e sim pela vida do Edward. Ela estava decidida. Então, continuei a fala, ela precisava saber onde estávamos nos metendo.


 


            - Assim, se eles concordarem em fazer esse favor a Edward, já é tarde demais para nós. Se eles disserem “Não”, e ele pensar num plano para irritá-los rapidamente, será tarde demais para nós. Se ele ceder às suas tendências mais teatrais... talvez tenhamos tempo.


 


            -Vamos!


 


            - Preste atenção, Bella! Quer tenhamos tempo ou não, estaremos no meio da cidade dos Volturi. Seremos consideradas cúmplices se ele for bem-sucedido. Você será uma humana que não só sabe demais, mas também tem um cheiro bom demais. Há uma boa possibilidade de eles eliminem a todos nós. Bom, no seu caso, não será tanto uma punição, mas o jantar.


 


            - É isso que está nos prendendo aqui? Eu vou sozinha, se você estiver com medo.


 


            - Só tenho medo de provocar a sua morte.


 


            Olhei profundamente nos olhos dela, surpreendentemente não havia nenhum vestígio de medo lá. Bella suspirou, antes de admitir a verdade.


 


            - Eu quase me matei diariamente! Me diga o que precisamos fazer!


 


            - Escreva um bilhete para Charlie. Eu vou ligar para a companhia aérea.


 


            Bella foi cuidar da parte dela enquanto eu me entendia com a atendente da companhia aérea. Não consegui um voo direto. Depois de muita discussão, concluí que nossa melhor opção era ir até Nova York e de lá pegar outro voo para a Itália. Reservei os nossos lugares, enquanto rezava para que a Bella tivesse um passaporte. Quando desliguei o telefone, ouvi que a Bella estava discutindo com o cachorro. O tempo estava contra nós. Bella parecia estar preocupada com a proteção de Charlie.


 


            - Rápido, Bella!


 


            Ela correu para a cozinha, fazia muito barulho, o cachorro estava colado a ela como uma sombra. Peguei a minha mala e fiquei esperando por ela na porta da frente da casa; não queria ficar assistindo a cena patética do cachorro. Assim que Bella apareceu, eu disse:


 


            - Pegue sua carteira... Vai precisar da identidade. Por favor, me diga que você tem um passaporte. Eu não tenho tempo para falsificar um.


 


            Bella balançou a cabeça afirmativamente enquanto saía correndo para o seu quarto, deixando eu e o cachorro sozinhos pela primeira vez. Ele me olhava ferozmente e eu provavelmente retribuía da mesma maneira: “Vá cheirar mal assim no inferno!”


 


            - Se alguma coisa acontecer a ela, juro que vou te caçar e te matar – ele tremia bastante.


 


            - Cala a boca, cachorro! Ela está mais segura comigo do que com você – dei um passo para trás na tentativa de me afastar do cheiro; não ajudou em nada.


 


            - O sanguessuga a abandonou, ele quase a matou quanto partiu. Por que agora ela tem que ir salvar a pele dele?


 


            - É melhor você se preparar, provavelmente os dois vão ficar juntos novamente, se sobrevivemos a isso. Edward não vai querer você nem perto dela, então deixe a Bella em paz.


 


            Nada do que eu havia falado antes pareceu afetar tanto o cachorro como o que eu disse agora; fiquei feliz.


 


            - Isso quem decide é ela.


 


            - Tem razão. E pelo visto ela já decidiu. Bella vai buscá-lo; essa você já perdeu.


 


            - E você acha certo fazer com que a Bella passe por isso?


 


            - Não, mas não existe outra maneira. A vida dela está ligada à dele. Como acha que Bella vai reagir se Edward morrer?


 


            - Ela vai sofrer, mas já passou por isso antes, eu cuido dela. Vá sozinha!


 


            Olhei para ele de forma sarcástica, não tinha de ficar explicando os meus motivos para um cão.


 


            - Você pode se controlar de vez em quando, mas esses sanguessugas de onde a está levando...


 


            - Sim. Tem razão, cachorro. Os Volturi são a essência da nossa espécie... São o motivo para os seus pelos se eriçarem quando você sente o meu cheiro. Eles são a substância de seus pesadelos, o pavor por trás dos seus instintos. Não estou alheia a isso.


 


            - E vai levá-la para eles como uma garrafa de vinho para a uma festa!


 


            - Acha que ela vai ficar melhor aqui sozinha, com Victoria em seu encalço?


 


            - Podemos cuidar da ruiva.


 


            - Então por que ela ainda está caçando?


 


            - Parem com isso! - Bella gritou; eu nem percebi que ela estava de volta. - Discutam quando voltarmos, agora vamos!


 


            Eu me virei em direção ao carro e corri, lancei minha mala no banco de trás e me joguei no banco do motorista. Liguei o carro e fiz o balão, parei e abri a porta para Bella entrar. O cachorro fazia cena para se despedir dela; eu acelerava, impaciente. Bella abraçou-o, nojento, antes de se afastar dele e se jogar para dentro do carro. Nem esperei que ela terminasse de fechar a porta; acelerei ferozmente pela estrada.


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Notas finais do capítulo

Como prometido estou indo um pouco mais rápido.
Minha fic vai ter um capitulo a mais que o original.
Então, como podem ver, estamos próximos do fim.
Estou ficando até meio depre por isso.
bjos



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