Judite(foto)

Judite não entendia o motivo de ter sido violentada, tentava lembrar as características do homem no qual se tornou seu pior pesadelo. Já bastava ser prisioneira por engano, teria que aguentar os insultos de Dorian.

Horácio adentra no quarto, acabando com seus devaneios.

– Desculpa pelo o acontecimento de hoje. Deveriam se reencontrar a noite, no jantar.

Decide levantar-se da cama, indo na direção de seu único amigo, o criado.

–Não se preocupe com isso Horácio. A minha preocupação é o motivo dele me manter presa sabendo a verdade.

–Que verdade?

–Que não sou Afrodite.

– Como a sim? Dorian enviou várias cartas para senhorita declarando o seu amor. Acreditava que o motivo da sua volta a Londres era por ele.

–Por algum motivo fui parar aqui... Tenho uma hipótese que ele planejou um seqüestro, já que minha irmã não o correspondia. Ela sempre foi irresponsável e desinibida, diferente de mim.

–Minha nossa!Isso seria muito grave.

–É seria. E por mais que tenha dito o meu verdadeiro nome, ele nega acreditar nas minhas palavras.

– O modo do reencontro foi repentino e talvez com tempo reconhecesse o engano.

– Espero que aconteça isso o mais rápido possível. –disse bufando, levantando as mãos aos céus.

– Acredito na senhorita, porém, ele é refinado e charmoso, qual garota não gostaria de esta no seu lugar - Sorriu.

–Oh... Não eu. Ele seria o último homem da face da terra que escolheria.

Horário gargalha admirado o humor da moça.

– Minha nossa, tenho que voltar aos meus deveres. Até logo.

– Até logo.

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Dorian no escritório revisava alguns papéis sobre a respeito de Afrodite. Acreditar que os seus capangas tinham pegado a pessoa errada se nega a crer na possibilidade.

Lendo uma das folhas, Bruce adentra no recinto o interrompendo.

–Com licença. O jantar já foi servido.

– Obrigado por avisar- Continuou cabisbaixo, com olhos fixados nas folhas. Mas, antes que Bruce saia do recinto, Dorian o interroga.

– Você chegou a ter contato com Afrodite?

–Não... Conheço por fotos. O porquê da pergunta?

–Nada. Já pode se retirar.

Judite entediada de permanecer parada no cômodo decide sair para conhecer a casa. Continuar naquele lugar torturante e não se lembrar do monstro que tirou sua inocência a deixava mais entristecida.

Caminhando pelo corredor, esbarra com Dorian caindo em seus braços. Ele a olha dos pés a cabeça sem pudor coloca seus lábios nos dela. Judite tenta se libertar, chutando novamente a sua perna.

– Aah qual é... Não pode ser mais amorosa Afrodite.

Ela levanta a mão, dando uma bofetada na face dele, deixando a marca de seus dedos.

–Não ouse beijar-me novamente. E mais uma vez, eu não sou Afrodite.

Sai marchando na direção da escadaria. Dorian sendo mais rápido agarra o seu braço a levando contra a parede a cercando com os braços.

–. Declarei meu amor e devoção. Por que não me respondeu?- Tocou com o polegar trilhando pelas as formas do rosto de Judite.

Por mais que negasse, ela sentia atração por ele. As cartas que lerá, deixou-a mais fascinada. Entretanto, o sentimento que ele nutria era pela sua irmã, e não poderia cair no jogo dele.

– Já disse e repito: Sou Judite, Judite. E me deixe sair.

–Não

Dorian a pega desprevenida. Com os braços ao seu redor, coloca as mãos no quadril aproximando ambos, levando contra a parede e a beija ardentemente. Dessa vez, ela é derrotada pelos seus próprios sentimentos e o traidor do corpo que clamava pelo toque dele.

Sem fôlego, Dorian a aprecia com possessão e desejo. Sorri com a vitória continuando na mesma posição.

–Agora admita Afrodite... Você gostou desse novo Dorian?O não certinho. Realmente o estrago foi feito.

Judite fica perplexa, com a boca entreaberta. Preste a proferir algumas palavras buliçosas é interrompida pelo o toque quente da mão do homem a sua frente.

– Acredite padeci com sua rejeição.

Percorrendo de um lado para outro com as mãos nos cabelos, os olhos lacrimejavam como se a consternação tivesse acontecido ontem.

–Lembro da sua doçura...

Judite não esperava pela essa reação e se comove pelas as palavras dele o reconfortando.

–Acredite... Minha irmã não merece seu amor. Ela nunca ousou abrir os envelopes, foi eu que li. Admiro o modo como a ama, e desejo que um homem me ame do mesmo modo. –Judite aproxima a mão até o rosto dele para acariciar- E não sou eu o que deseja, é a Afrodite.

Ela desaparece pelo corredor o deixando pensativo.