As Criações escrita por Sky Salvatore


Capítulo 28
Capítulo 27 - Cinzas & Ossos


Notas iniciais do capítulo

Bom Dia Recrutados !

Ah hoje completei 1.056 visualizações em "As Criações" mesmo que em um capítulo 40 vejam e 6 comentem, tudo bem né eu amo vocês e amo postar para vocês. A continuação provavelmente se chamará "Os Criadores" ou "Desastre" ainda não sei.

Mas, esse é o último capítulo do ano meus amores desejeo a vocês um prospero ano novo, que seus desejos se realizem e que 2014 seja ótimo a todos.

Boa Leitura



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POV Theo

Nós estávamos todos sentados. Subliminarmente várias vezes me disseram que eu precisava de ajuda profissional, que eu estava negando que Tessa havia morrido. Eu não estava negando, porque há quase dois dias ninguém ouviu falar nela e se estivesse viva teria achado uma maneira de me dizer.

Eles apenas não entendiam o que era perder a família e a namorada em um curto espaço de tempo. Sei que todos tem dores maiores que as minhas, mas dizer que eu estava “faltando parafusos” era aguentar além do que minha paciência permite.

Meu coração martelava ódio. Eles poderiam levar um tiro meu a qualquer minuto. Aylin falava a todo momento que nós deveríamos seguir com o plano. Rafaela dizia que eu deveria me afastar. Adam e Rachel ficavam quietos, por isso gostava mais deles.

–É bem simples, eu vou matar todos eles – digo sentado à mesa.

Eles queriam me confortar, mas isso não era possível. Dizer que “sente muito” não traria Tessa de volta, nem pude ver seu corpo. Eles o cremaram. A uma hora dessas minha Tessa era apenas cinzas e ossos.

–Se você entrar sozinho vai morrer como ela e tudo que Tessa fez vai ser nada além de poeira – disse Adam.

–Minha vida pode ser levada se isso matar Amélia...

–Theo você tem uma irmã que depende de você – disse Aylin – Tessa não iria querer que você simplesmente se encaminhasse para a morte.

–Acontece que a Tessa não está mais aqui – gritei batendo na mesa, fazendo todos se olharem para mim – Então não fiquem me dizendo, Tessa quer isso ou Tessa quer aquilo. A Tessa iria querer que eu lutasse.

–Quer se matar, vá sozinho – gritou Rafaela – Vá e se mate, não leve todos nós juntos.

A porta da sala de reunião se abriu brutalmente, um dos recrutados entrou ofegante.

–A Tess...

–Isso não é hora para brincar – digo a ela.

–Não – disse ofegante – A Tessa está caída na entrada da Cúpula.

POV Tessa – Três Horas Atrás

Acordei quando alguém me chutou. Era uma garotinha gritando para a mãe que havia um corpo caído na rua, acordei assustada e logo eles chamariam os guardas. Meu rosto estava estampado nos jornais como a criação que foi executada.

–É a criação – gritou alguém – Ela fugiu.

Sai correndo, corri a ponto dos meus pulmões estourarem. Ouvi pessoas gritando atrás de mim e pedindo para que eu parasse de correr. Mas, não o fiz apenas corri mais.

Todos sabiam sobre as criações. Éramos conhecidos e seriamos caçados se não soubéssemos nos cuidar. Mortos um a um como aconteceu anos atrás antes do Aska.

Não vi nada nem ninguém, quando estava longe o suficiente tudo começou a rodar. Estava no caminho de ir para o campo de treinamento.

Vomitei sangue novamente, meu corpo não aguentaria mais correr. Ele não aguentaria mais andar. Eu não estava nada bem, mas consegui andar três horas até chegar na base de treinamento.

Assim que consegui entrar e chegar na entrada avistei Rachel olhando apavorada para mim. Seu olhar me dizia que mesmo sem estar, todos tinham me considerado como morta. E era o que eu definitivamente deveria estar.

Não consegui fazer nada e naquele momento, milhares de coisa passaram pela minha cabeça. Como chorar de alivio por estar “em casa”, gritar por ajuda, dizer que eu estava viva. Mas, naquele momento nada saiu e eu apenas caí no chão inanimada.

POV Theo – Três Horas Depois

Todos corremos para a entrada do centro de treinamento da Cúpula, meu coração bateu forte uma vez e parou. Tessa estava ensanguentada caída no chão. Seu corpo perdera toda a cor, havia machucados espalhados pelo seu rosto, braços e pernas.

–Chamem os paramédicos – gritou Rafaela.

Corri para o lado de Tessa e se ela não respirasse pausadamente acharia que ela estava morta. Os paramédicos chegaram logo e não deixaram que eu colocasse minhas mãos nela.

Eles realizaram os procedimentos normais de primeiros socorros. A levaram para a enfermaria onde seus ferimentos seriam sanados. Acompanhei sem saber se podia, até que quando entraram na área de emergência impediram minha entrada.

–Ela disse alguma coisa? – perguntei a Rachel.

–Não, quando ela me viu – suspirou – Apenas caiu inanimada. Eu também não consegui dizer nada a meia hora atrás eu achei que estava...morta.

–Como ela sobreviveu? – perguntou Aylin em um murmúrio.

–Eu não consigo nem imaginar – respondi olhando fixamente para a porta esperando para entrar.

[...]

Depois de quase cinco horas os mais preocupados tinham ido embora, meu corpo quase adormeceu ali sentado se não fosse pela enfermeira abrindo brutalmente a porta teria mesmo dormido ali.

–Ela ainda dorme, Sr. Theo – informou a enfermeira – Pode vê-la se quiser.

–Como ela está? – minha pergunta vinha carregada de medo, talvez eu só quisesse que ela contasse uma mentira qualquer e dissesse que Tessa estava bem

–Não tenho como explicar, é como se ela estivesse apenas dormindo mesmo com todos aqueles machucados e remédios rondando pelo seu organismo – explicou a moça – Bem, de qualquer forma pode ir vê-la.

Ela saiu andando em direção oposta a minha. Caminhei a passos curtos até o quarto, meu coração acelerou e tive medo do que encontraria do outro lado.

Abri a porta tentando não fazer barulho, meus olhos chocaram-se com a visão da Tessa deitada na cama com os cabelos em uma trança impedindo que seus fios ruivos ficassem esvoaçados. Sua pele estava translucida e marcadas de cortes vermelhos em lugares estratégicos. Fora vestida com uma camisola branca e grossa. Seus braços pareciam finos e ela estava coberta até metade do corpo. Em sua mão delicada e pequena estava ligada a tubos intravenosos, mas ao contrário de alguém normal não injetava remédio apenas limpava seu sangue.

Acomodei-me na cadeira ao lado pegando sua mão livre, sua respiração era tranquila como a de alguém que dormia. Havia um tubo preso ao seu nariz, enviando oxigênio para os seus pulmões, certificando de que ela “funcionaria” normalmente.

Por um breve minuto suspirei aliviado, Tessa era mais perfeita do que um dia eu pensei. Mais perfeita do que seus pais descreveram para mim anos atrás, ela não era apenas uma garotinha com dons especiais e um cérebro brilhante. Ela era um ser humano único.

–Theo – murmurou ela rouca.

Estou tão fissurado em guardar seus traços já conhecidos para mim que não notei as mudanças no seu rosto, os olhos palpitando se abrindo e seus lábios curvados para baixo, falando comigo.

–Então você está mesmo viva? – murmurei com humor.

–Me matar é difícil, muito difícil – sorriu – Estou mesmo aqui?

–Não, aqui é o céu e eu sou um anjo muito, muito gostoso.

Tessa riu e pela feição de dor que seguiu sua alegria, imaginei que sua costela doesse. Ela apertou sua mão contra a minha, era um aperto fraco e atípico para alguém como ela.

–Não quero que seja um anjo – disse Tessa.

–E porquê?

–Anjos não transam, pelo menos nunca vi um o fazendo.

–Acho que você já está ótima, melhor do que aparenta estar – disse rindo enquanto beijava o topo de sua testa.

Ficamos quietos.

–Theo, eu preciso dizer uma coisa – murmurou.

–O que?

–Eu fui criada... – ela me contou toda a história que eu verdadeiramente não sabia, sobre ela ser realmente criada em laboratório. Acariciei seus cabelos e a confortei como pude embora, Tessa não fosse alguém que precisasse de conforto.

–Sabe que isso não importa, não é mesmo?

–Eu sei – suspirou – Eu só queria que você soubesse.


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Notas finais do capítulo

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