As Criações escrita por Sky Salvatore


Capítulo 18
Capítulo 17 - Marcas no Corpo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey ;3

Esse é o capítulo que eu mais gostei de escrever, quer dizer o capítulo fofo. Depois desse tudo é guerras, mortes e tragédias >
Boa Leitura



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Levei Tessa até um tatuador, ou melhor, uma tatuadora como ela havia me pedido noite passada. Regina era a melhor tatuadora de Sidartha. Ela fora a responsável por desenhar a cobra em meu braço, animal que me representava tão bem.

Imaginava o quão sexy e voraz Tessa ficaria com uma tatuagem exposta em qualquer parte do seu corpo. Fiquei surpreso quando ela me pediu. Achei que estivesse brincando com a minha cara. Tessa disse que queria fazer uma porque sentia que aos poucos não era mais ela, queria uma marca que ficasse no seu corpo para lembrar de como ela já foi um dia.

–O que você vai querer fazer? – perguntei enquanto caminhávamos.

–Não sei – declarou com as mãos nos bolsos – Podia ser algo relacionado a fogo.

–Regina saberá o que fazer – disse – Ela sempre sabe.

Por fim chegamos ao estúdio da Regina. Ainda era como eu me lembrava, escuro, apertado e com desenhos espalhados por todas as partes.

Logo avistei Regina. Ela não deveria ter mais que 30 anos, parecia até mais nova que isso. Era magra, alta e ossuda. Tinha os cabelos tingidos completamente de azuis e brincos que lhe cobriam o rosto em várias partes como nariz, orelha, sobrancelha.

–Ora Theodor – disse ela animada vindo em nossa direção – Quanto tempo não lhe vejo aqui.

–Seu nome é Theodor? – perguntou Tessa segurando um risinho.

–Falou a menina que chama Tessalha – rebati sorrindo.

Regina me abraçou calorosamente.

–E quem essa garota? – perguntou – É sua namorada?

–Para todos os feitos – sorri e Tessa sorriu de novo – Essa é a Tessa, e Tessa essa é a Regina. Minha amiga tatuadora.

–Uh, então ela é a bonitinha que vai tatuar? – perguntou.

–Exatamente – respondeu Tessa.

–O que você pretende?

Ela não disse nada assim como eu, Regina olhou para nós dois e sorriu.

–Pensei em algo a ver com fogo – disse Tessa de uma vez – Fogo e Gelo.

Finalizou ele olhando para mim que abri um sorriso.

–Acho que tenho algo que você possa gostar – disse – Venham sentem-se aqui.

Nós dois nos sentamos na cadeira em que ela estava costumada a tatuar.

Regina se sentou na mesa e rapidamente pegou uma folha e um papel. Começou a rascunhar algo. Em poucos minutos ela terminou e nos mostrou o desenho. Eram duas chamas uma vermelha e uma azul ambas se juntavam transformando-se em apenas uma.

–Nossa isso é lindo – exclamou Tessa – Eu quero fazer.

–Está bem, vamos começar mocinha – sorriu Regina – Isso pode doer.

–Não tenho medo de dor – sorriu.

–Eu também quero fazer – disse – Igual a uma da Tessa.

Nossos olhares se cruzaram e ela sorriu.

–Ah, que romântico – sorriu Regina – Vou fazer primeiro a da sua namorada e depois a sua.

Tessa se sentou na mesa e logo ela começou a desenhar um rascunho em sua pele pálida. Ela fez no ombro direito.

[...]

Uma hora depois Tessa tinha parado de gemer de dor e sua tatuagem estava pronta. Depois foi a minha vez, que fiz no mesmo ombro que a Tessa, também levou em média uma hora para ficar pronto.

–Quanto custou Regina? – perguntei.

–Não é nada, você salvou minha irmã Theo lhe devia uma – sorriu.

–Obrigado – agradeceu Tessa – Eu realmente gostei.

Nós saímos para fora do estúdio e começamos a caminhar em direção a um lugar para comermos. Levei Tessa até uma lanchonete, nós nos sentamos em uma mesinha nos fundos e eu pedi batata frita. Aposto que Tessa nunca havia comido isso.

–O que é isso? – perguntou – É bom demais.

–Batata frita – sorri – Lize adora isso.

–E com toda razão, isso é bom demais – sorriu.

Ela terminou de comer e eu pedi sorvete, logicamente Tessa se lambuzou todinha. E depois de eu rir muito dela, Tessa passou o guardanapo em seu rosto.

–A tatuagem ficou linda – disse tocando seu local dolorido – Tão selvagem.

–Porque fez uma igual também?

–Tem ideia de como eu gosto de você?

–Não, mas tenho ideia do quanto eu gosto de você.

–Toda vez que olharmos para essa tatuagem saberemos que sempre estaremos perto um do outro mesmo que não estivermos – declarei.

Tessa colocou sua mão no meu rosto e beijou meus lábios vagarosamente. Aquela menina me deixaria louco aos poucos. Eu a amava, na hora certa lhe diria com todas as letras.

–Trouxe algo para você – tirei do meu bolso uma caixinha pequena e azul marinho. Eu havia ganhado do meu pai em um natal em que mamãe estava doente, ele me disse que só deveria entregar a quem merecesse e Tessa merecia.

Abri a caixinha e mostrei a ela a corrente de pássaro, era um beija flor dourado.

–Theo, isso é lindo – disse.

Levantei da mesa e coloquei em seu pescoço. Logo Tessa pulou em meus braços e me abraçou de forma familiar.

–Obrigado – sussurrou.

–Percebe que não te odeio?

–Só agora vejo.

[...]

Nós voltamos tranquilamente pelas ruas escuras, era quase meia noite e provavelmente nós dois levaríamos uma bela de uma bronca.

Assim que chegamos ao edifício meu coração congelou. A porta estava escancarada de tão aberta. Tessa me olhou e sei que o seu coração gelou como o meu naquele momento.

Entramos cuidadosamente e percebemos que tudo estava ainda mais quebrado do que deveria estar. O elevador tinha sido estourado, alguém nos tinha encontrado.

Orientei em silencio que Tessa não abrisse sua boca. Ela concordou. Entramos no elevador sem porta e começamos a descer, por sorte ele ainda funcionava.

Enquanto descíamos, podíamos ver o massacre. Todos os andares em que passamos – e podíamos ver pela falta da porta – víamos corpos e mais corpos caídos lado a lado, sangue e coisas destruídas.

Puxei Tessa para mais perto e abracei, tínhamos medo do que encontraríamos a chegar no nosso andar.

Como o confirmado ele estava todo revirado, mas não havia mais ninguém no prédio.

–Pai – chamou Tessa desesperada – Mãe.

Ninguém respondeu.

–Mãe, pai – gritei – Chegamos.

Ninguém respondeu.

–Lize

Ouve-se silencio novamente.

Nos olhamos. Andamos pelo apartamento. Tessa foi para um lado e eu para o outro, logo eu os vi. Os quatro mortos. Os pais de Tessa estavam sem os olhos e o seu pai não tinha um dos membros, eles tinham cortes por todo o corpo, suas gargantas estavam degolados.

Meus pais estavam nas mesmas condições. Meu pai não tinha as duas pernas e os cabelos de minha mãe tinham sido cortados, eles quase não tinham o pescoço na cabeça.

Tessa apareceu atrás de mim com Lize chorando em seus braços, ela passou minha irmã para mim e olhou para os seus pais. Desabou chorando, foi até seus pais e agachou ao lado deles e chorou mais ainda.

Acalmava Lize no meu colo e fui até Tessa a levantei tirando do chão e abracei forte. Ela abraçou nós dois. E logo nós três estávamos nos abraçando e chorando.

Dos meus olhos lágrimas doídas saiam com leveza. As duas meninas estavam com a cabeça no meu ombro. O que faríamos agora? Para onde eu iria? Como faria com minha irmã de 12 anos? Não podia aparecer com ela na Cúpula. Ou podia?

–Nós temos que ir – disse com a voz fraquejando – Procurar outro lugar para ficarmos. Pode ser que eles voltem.

–Não quero deixá-los – chorou Lize.

–Agora são apenas corpos – murmurou Tessa – Não podemos fazer mais nada. Temos que ir, ele tem razão.

Nós saímos para fora do prédio destruído, saímos sem rumo sem saber como passaríamos nosso último dia em Sidartha. Meus pais mortos e minha irmã pequena tinha visto tudo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Preparados para as tragédias, mortes & guerras ?

Recomendações para a Tia Miih ?

Até mais amores