As Criações escrita por Sky Salvatore


Capítulo 10
Capítulo 9 - Alucinações


Notas iniciais do capítulo

Bom Dia Recrutados ;3

Tenho que dizer AMEI JOGOS VORAZES, terminei de e estou louca para ler Em Chamas. Mas, não vim falar disso vim trazer mais um capítulo para vocês.

Só digo duas coisas:

1º Não confie em mim

2º As alucinações são reais, elas tem tudo a ver com o cérebro dela está falhando.

Boa Leitura ;3



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Abri meus olhos e um bip constante incomodava meus ouvidos. Estava em um ambiente branco e o que não partilhava dessa cor era apenas claro. Um tubo de plástico mandava oxigênio para os meus pulmões e uma agulha perfurava minha mão direita.

Olhei para baixo e vi um lençol branco que me cobria até a metade do corpo. Eu não estava mais de macacão e meus tornozelos não estavam mais sujos de barro, eu fora vestida com um conjunto branco de regata e short. Feitos de um pano leve e fresco.

Tentei tirar aqueles negócios de mim mas, fora sem sucesso. Eu me sentia fraca e por isso não conseguia. Certo desespero me cercou e eu puxava com mais força as ataduras.

–Ei Tessa, calma aí – falou Rachel graciosamente.

Só agora tinha notado que Rachel e Aylin estavam presentes na sala. Ambas não estavam vestidas com os macacões costumeiros, vestiam as roupas de folgas.

–Onde estou? – perguntei.

–Na enfermaria – informou Rachel.

–O que houve?

Queria saber como meu “show” tinha sido aos olhos dos outros. Todos deveriam achar que eu era uma maluca, há uma hora dessas toda a Cúpula deveria saber do meu episódio de loucura.

–Você saiu correndo da simulação, gritando, pedindo para que não tocassem em você. Theo tentou lhe ajudar mas, você bateu nele e disse que ele tinha chamado você de louca – explicou Rachel – Por sorte você abriu o caminho para nós saímos. Theo nos disse que você tem asma e que é claustrofóbica por isso ficar no escuro em uma casa apertada não foi uma boa para você.

Ele mentiu. Eu não era claustrofóbica e não tinha uma crise se asma desde que o governo em chamou. Porque o Theo tinha mentido para me proteger? O que ele ganhava me protegendo? Como ele sabia sobre eu ter asma? O governo havia apagado isso já que com eles eu não apresentei nada.

–É não foi uma boa ideia – continuei a mentira.

–Você está melhor?

–Sim – menti.

Eu me sentia uma maluca. Uma insana que gritou desesperadamente quando isso não era necessário.

–Será que você estará boa até a luta no sábado? – quis saber Aylin.

–Aly – repreendeu Rachel – Ela está se recuperando.

–É claro que estarei bem – menti novamente.

Eu não me sentiria bem tão rápido.

–Nós estamos ganhando, estamos na frente dos eruditos por 200 pontos. Vamos ensaiar para a natação agora, daqui dois dias. Mas, por enquanto estamos indo bem – comemorou Aylin.

Uma mulher entrou no quarto. Ela era baixinha e eu sabia exatamente quem ela era. Era Amélia.

–Meninas, sou a enfermeira do plantão – era mentira, gritei dentro de mim eu não queria ficar sozinha com ela – Ela precisa descansar.

–Está bem – disse Aylin – Voltamos depois.

–Vou esperar – sorri.

Elas saíram do quarto. Fiquei sozinha com Amélia.

–O que você quer? – perguntei.

–Queria ver se estava tudo bem com você. Fui informada do seu comportamento anormal – falou.

–Eu estou bem – menti.

–Seu cérebro pode estar...

–Meu cérebro está ótimo.

–Se sentir algo vai me dizer? Seu cérebro pode estar se sobrecarregando por causa dos diversos remédios.

Não disse nada, apenas esperei Amélia ir embora.

[...]

Estava de olhos fechados contudo não conseguia dormir. O medo estava se alastrando por minhas veias e as congelando. Tinha medo de que quando fechasse meus olhos Carolyn aparecesse novamente.

–Tessa – chamou alguém da porta.

Antes que meu coração pudesse parar de bater percebi que era apenas Theo, o que me fez se aquietar. Ao menos era alguém vivo.

–Uau, como você está pálida – disse.

–Obrigado, isso me deixou bem melhor – brinquei.

Theo sorriu. Um sorriso ameno como um dia ensolarado sem preocupações como eu nunca tinha visto ele antes. Ele andou até mim e sentou-se em uma cadeira ao meu lado, não esperava que o fizesse.

– Você está melhor?

Pensei antes de responder. Parecia que Theo tinha um radar para minhas mentiras.

– Está pensando se vai mentir ou omitir?

Abri um sorriso envergonhado.

–Estou me recuperando – respondi o meio termo.

–Fiquei preocupado – falou olhando para baixo com as mãos entrelaçadas em seu colo – Você realmente me assustou. Céus Tess, parecia que você estava fora de si.

Por tudo que é vivo porque ele me chamava de Tess? Era tão dócil e provocante que eu não sabia como descrever o que eu sentia ao ouvi-lo. Carolyn era a única que me chamava assim. E quando ele murmurava o Tess parecia que eu flutuaria.

–O que houve?

–Eu... Eu não sou louca Theo – murmurei.

Segurei minhas lágrimas dentro dos olhos, falar sobre o que havia acontecido expunha todos os meus problemas desde que fui para o governo. De todas as noites que não dormi, não comi e fui furada por várias agulhas.

–É claro que você não é – seus dedos gélidos passaram por minhas bochechas – Nunca pensei que fosse. Eu só quero te ajudar, entende isso?

–Acho que não é possível ajudar alguém como eu – sussurrei.

–Não precisa me contar se não quiser, mas eu quero que saiba que eu estou aqui.

Porque ele fazia isso? Faz eu me sentir especial e depois me atinge até que eu sangre. Talvez, ele fosse bipolar.

–Porque mentiu para todo mundo? – questionei curiosa – Eu não sou claustrofóbica e faz um ano que não tenho crises de asma.

–Do que você está falando Tessa? Isso está escrito em seu prontuário.

–Isso é mentira Theo, é você sabe disso. Porque mentiu?

Theo olhou para os lados para ver se alguém estava de aproximando, consequentemente eu olhei para os lados também.

–Queria que eu dissesse pra todo mundo que você teve um surto? Eu menti porque não queria que eles falassem de você, no seu prontuário não tem absolutamente nada. Supus que aquilo era uma crise de claustrofobia, e você parecia ter asma mesmo.

–Mas, você me odeia.

Theo riu.

–Tessa querida, eu odeio muita coisa e você não é uma delas. Só existe uma pessoa nesse mundo autorizada a lhe perturbar pelo que quer que seja e essa pessoa sou eu – sorriu – Não vou deixar um monte de recrutados ficarem lhe importunando.

Abri um sorrisinho sem graça.

–Obrigado – agradeci.

–Disponha – sorriu de volta – Mas, você podia me dizer que diabos aconteceu.

Fiquei pálida, Theo não precisava saber o quão insana eu era ou estava ficando. Aquilo poderia ter sido um episódio exclusivo mas, eu sabia que voltaria a acontecer meu corpo estava dando avisos sobre isso e se eu prestasse mais atenção em mim mesma veria que isso não era de hoje. Eu sabia que os remédios ora ou outra acabariam interferindo no meu corpo por inteiro.

Como eu contaria a alguém que vi minha irmã morta?

–Vai mesmo ficar conversando com você mesma dentro da sua cabeça ao invés de me responder?

Só depois de olhar para o rosto do Theo percebi que faziam alguns minutos que eu estava fora de sintonia.

–Não foi nada, eu só...

Não tinha como explicar aquilo, era tão simples que chegava a ser impossível.

Abri a boca para dizer alguma mentira para ele mas, fora impedida quando minha irmã apareceu no canto do quarto em que eu estava. Ela ainda tinha uma aparência deplorável e me dava arrepios.

–Eu preciso sair daqui – murmurei.

–Ora irmãzinha, achei que você me amasse mais – riu Carolyn – Vai contar a ele que está ficando maluca?

–Me deixa em paz – disse.

Theo me olhou, senti sua mão sob a minha afagando gentilmente minha pele morna.

–O que foi Tess?

Não disse nada apenas apontei para onde Carolyn ria da minha cara, porque ela estava fazendo aquilo? Não tinha sentido nenhum alguém que eu amava virar um fantasma e me assombrar.

–Não tem nada ali – constatou ele.

–Ela... – tentei dizer mas, nada saiu. Carolyn continuava estática rindo.

–Você gosta dele Tessa? Eu o odiava, esse jeitinho arrogante sempre me fez querer quebrar os dentes dele – riu ela – Mas, até que ele ficou mais bonitinho.

–Ela quem Tessa? Você está começando a me assustar de verdade – disse ele.

–Eu sou louca – disse com lágrimas nos olhos – Deve ficar longe de mim.

–Se loucura fosse motivo para eu ficar longe das pessoas minha querida, certamente seria mais sozinho do que já sou – sorriu.

Theo gentilmente passou os dedos por minhas lágrimas limpando-as.

–Outro dia conversamos sobre isso – constatou.

Então Carolyn sumiu, o que me fez suspirar aliviada.

–Você não deveria estar dando treinamento? – perguntei fungando e parando de ficar patética como eu estava naquele momento.

–Quer que eu vá?

–Não é isso... É só que...

Theo sorriu

–Eles estão de folga – disse – Digamos que eu esteja fazendo algo importante agora. Eles acham que estou sei lá, lutando ou treinando sozinho.

–Você gosta de mentir – disse sorrindo.

–Quando se é importante, não vejo porque não omitir.

–E desde quando ficar aqui é importante?

–Tess, você subestima de mais as pessoas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Querem mais?

Me façam felizes u.u