O Báculo Do Poder escrita por dgpaxiel


Capítulo 8
Capitulo 8 - Um Novo Estilo de Batalha




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O dia continuou chuvoso na cidade de Tomoeda. A chuva decorria em tão grande intensidade, que todos os moradores pensaram que não choveria mais pelo resto do ano, pois era como se toda a água do céu fosse acabar naquele dia. Mas nada tão melancólico como o dia de Sakura. Shaoran pediu para almoçar na casa da card captor no dia seguinte de forma tão inesperada, que Sakura imaginou o quão curto era o tempo que Shaoran conseguia ser gentil. Mesmo assim, nada ocupava mais a cabeça de Sakura do que o Eriol havia dito

– Kero, preciso passar na padaria – disse Sakura.

– O que? Mas você está de férias.

– Eu sei, mas preciso comprar umas coisinhas, Shaoran vem almoçar em casa.

Kero deu três piruetas no ar, pois isso significava apenas uma coisa: Sobremesa. Sakura evitava frequentar a própria padaria em que trabalhava, já que estava de férias, mas a ocasião pedia por algo especial. Correu logo cedo, comprou um bolo que estava na vitrine após os devaneios verbais que Fujimoto, seu patrão, compartilhava com ela. Após trinta ou quarenta recomendações, por pouco Sakura não chega em casa em tempo de atender Shaoran pessoalmente. Já estava tão acostumada a ir trabalhar com um uniforme extravagante, que estranhou chegar em casa com suas roupas habituais.

– Olá! Trouxe Eriol comigo – disse Shaoran com a expressão de que não queria aquela companhia.

– Ó, que linda! Como se já não bastasse, é bastante prestativa.

Shaoran olhou de esgueio desaprovando aquela atitude descarada. O tempo passou, os três comeram de forma demorada enquanto Eriol contava todos os detalhes sobre a próxima luta. Sakura quase caiu da cadeira ao ouvir que seria num lugar chamado “Floresta da Desilusão”. De qualquer forma, o maior motivo do desespero era que após a luta, iriam entrar na fortaleza que Eriol lera no livro. Tudo iria começar no mesmo dia, algo que Sakura não previa. Teria que dizer ao seu pai que iria sair para uma viagem acampamento bem longo e que já deixara tudo preparado.

– Lá tem FANTASMAS!!! – gritou Sakura.

– Se tiver, é só você espantá-lo com seu grande poder, usando as Cartas Sakura – assentiu Eriol.

Terminaram de comer, seguiram por pela estrada a leste da cidade por um caminho de aproximadamente um quilômetro, entraram floresta adentro. Era um lugar escuro por causa das densas folhagens das árvores que mal dava para ver o sol. Eriol fazia um caminho tortuoso. Sakura sabia que de alguma forma, Eriol sabia o caminho como se tivesse o feito inúmeras vezes. Logo atrás estava Shaoran com dificuldade para caminhar, passando pelos espinhos e reclamando coisas que não dava para interpretar. Demorou uma hora e meia e chegaram em uma área aberta em forma de círculo. Sakura não precisava entender de ufologia, tampouco de fenômenos sobrenaturais para entender que aquilo fora feito com magia. Eriol continuou andando até o centro do lugar e de repente parou.

– Finalmente – comemorou Shaoran ofegante.

– Esse lugar é perfeito para eu lutar contra você Sakura – disse Eriol dando sinal para Shaoran se afastar um pouco do local. Sakura olhou para todos os lados, não sabia o que dizer, então logo Eriol continuou seu discurso.

– Vou fazer com que você avance no seu conhecimento de magia, lutando contra você. Depois daqui você estará apta a entrar naquela fortaleza – e apontou para uma área arborizada que Sakura não conseguiu definir se ali havia alguma coisa.

Sakura sentiu que deveria ativar a carta SHIELD (Escudo) e Eriol fez uma expressão de que a garota havia tomado uma decisão acertada. Eriol levantou a mão e então começaram a ouvir como se as árvores estralassem. Eram pedras vindas da floresta de todas as direções. Sakura se abaixava, defendia, dava piruetas no ar, parava uma ou outra com a mão.

– Muito bem, muito bem. Os treinamentos fizeram muito bem a você. Não preciso te ensinar muita coisa.

Mas enquanto a menina prestava a atenção em Eriol, alguma coisa a arremessou no ar. Era uma árvore que se movia sozinha.

– POWER (Força) – e pegando a árvore pelas raízes arremessou de volta para a floresta. Eriol aprovava cada movimento. Uma área de areia movediça se formou e com a carta DASH (Corrida) Sakura conseguiu desviar, mas quase fora pega por um deles.

– Parabéns – disse Eriol jogando uma espada – agora você não pode mais usar a SWORD (Espada). Use essa espada para tentar me derrotar.

Sem a SWORD era impossível, pois a espada, apesar de ser algo que aparentava ser raro como um tesouro, não emanava qualquer magia.

Em qualquer explicação Eriol partiu na direção de Sakura com uma espada comum e quando a garota foi atacar, teve a sua espada girando no ar e arremessada para longe. Após recuperar a espada, tentou atacar Eriol, mas era em vão, a espada mais uma vez caia de suas mãos após um ataque.

– Você está tentando me defender de qualquer jeito, se for assim, vou continuar a retirar a espada de suas mãos com um único golpe. Se concentre no estilo que vou te ensinar. Vou lhe ensinar apenas o primeiro movimento para despertar a magia da espada, os outros, você terá que descobrir se familiarizando com ela.

Eriol pegou a espada e fez com que um tronco em pé aparecesse. Fechou os olhos e a espada mostrou um leve brilho amarelado.

– 1º movimento, KA. – Eriol ergueu a espada para o seu lado direito no nível do ombro e num movimento horizontal da direita para a esquerda e depois da esquerda para a direita, cortou o tronco ao meio.

– Esta é a Shinkage. Um tesouro que estou passando para suas mãos, tem muito mais mistérios que envolvem essa espada, mas por hora é tudo o que eu posso te ensinar.

Sakura treinou o movimento por umas três horas, mas tudo o que havia conseguido era tirar uma lascas do tronco. Shaoran dormia profundamente na relva e resolveram fazer uma pausa para o lanche.

–Preciso chamar Shaoran para comer conosco – disse Sakura.

–Espere, antes preciso te contar uma coisa. – Sakura voltou do caminho que já estava fazendo e voltou a se sentar aonde Eriol estava.

– Bom, lembra quando entrei na escola?

– Nem me fale, aquela vez em que tive que transformar todas as cartas e o báculo – disse Sakura lembrando das inúmeras vezes que caía de borco no chão por causa do sono que tinha ao transformá-las.

– Bom, eu vi você, e pensava nas missões que eu tinha aqui no Japão. Mas algo mais havia em minha mente, algo que eu não entendia. Depois de um tempo convivendo com vocês e os outros amigos, é que percebi que gostava de você – Sakura abaixou a cabeça e começou a fitar o chão, então Eriol continuou – Eu não sabia o que dizer, você é diferente, sempre foi diferente dos outros. Hoje em dia as meninas são ingratas, você por outro lado sempre procurou ajudar os outros. Eu tenho certeza que suas amigas seguiram o seu exemplo.

Quando Eriol terminou de falar, percebeu que Sakura o olhava com uma expressão que não dava para identificar. Era séria, surpresa, com os olhos levemente marejados e ao mesmo tempo compreensivos. Sakura era realmente uma pessoa que se preocupava com os outros, e detestava o fato de saber que alguém sofria por causa de algo que ela fez ou por causa dela em si. Gaguejou por um momento, mas finalmente conseguiu falar alguma coisa.

– Sabe, eu tinha uma leve suspeita, mas nunca tive certeza de nada disso. Não tenho como dizer algo que preencha esse seu vazio de tanto tempo, e pra falar a verdade, estou me sentindo tão mal agora que eu poderia esquecer tudo isso que estou fazendo, ir para casa, deitar na minha cama e começar a chorar até amanhã, mas o fato de meu irmão estar desaparecido é a única coisa que me prende aqui. Sendo assim, acho que eu tenho que enfrentar tudo isso não é mesmo?

– Não, não é nada disso, é só que... – Eriol tentou falar algo que fizesse sentido, mas preferiu ficar calado. Sakura desenhava no chão com o dedo e finalmente terminou o que ia dizer.

– A vida é cruel, entende. Inventou algo tão maravilhoso que é o amor que ao mesmo tempo faz com que o coração de uma pessoa exploda de tanta raiva e tristeza. Eu sempre vi o amor como algo injusto. Hoje, você gosta de uma pessoa e a pessoa de você, mas se um terceiro aparece na história, tudo muda, e o que era para ser algo feliz, se torna a coisa mais dolorosa do mundo. Eu amo o Shaoran, isso é algo que nunca vai mudar pra mim, a não ser que um dia ele não me queira mais, então sinto muito por tudo isso.

– Sakura, não faça isso – disse Eriol se recuperando das últimas palavras que ouvira.

– O que?

– Nada, vamos continuar o treinamento.

A ultima conversa fez com que Sakura balançasse a espada com violência e destruísse o tronco em muitos pedaços.

– Acalme-se, você precisa de controle, tente mais uma vez, mas mire em um único ponto – disse Eriol se afastando e fazendo aparecer mais um tronco. Sakura fechou os olhos, mirou em um ponto, assim como Eriol instruiu, fez os dois movimentos necessários e o tronco finalmente estava dividido em dois diante deles. Shaoran finalmente acordou com o lampejo amarelado e único da espada. Eriol então invoca um vento muito forte e mais um tronco. Sakura, que estava longe do tronco, caminhou com dificuldade e mais uma vez dividiu no meio.

– Parabéns, você passou no treinamento para entrar na fortaleza. É claro, que lá dentro, a história é bem diferente do que você fez hoje. Conseguiu um estilo poderoso de espada, leve ela com você, é sua. Consiga o poder necessário para derrotar Cordália e resgatar seu irmão, e sobre mais cedo, não comente com ninguém.

– O que aconteceu mais cedo? – disse Shaoran como se tivesse deslocado de onde estava na velocidade da luz.

– NADA, nada não – disse Sakura sem jeito.

De um canto da floresta, surgem Yue e Kerberus que ficaram surpresos ao ver a Shinkage na mão de Sakura.

– Não me diga que você... – disse Kerberus arquejante.

– Sim, ensinei o primeiro movimento. Acredito que assim ela vai se sair muito melhor. E no final, com certeza, ela vai pegar aquele poder...

– Sem dúvida, mas você já terminou a luta? – perguntou Yue.

– Sim, vamos para a fortaleza que fica bem naquela direção. Ah sim! Antes que eu me esqueça. Pegue isso – disse Eriol entregando uma esfera também amarela – a esfera se ativa sozinho e também através da sua mente toda vez que você precisar. Só não posso dizer para que serve. Descobrir as coisas sozinho e como elas funcionam é o que você precisa fazer daqui para frente.

E então todos tomaram o caminho para a entrada da fortaleza. Tudo estava bem, mas uma coisa intrigava Sakura: O que Eriol queria dizer com “aquele poder”?


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