O Báculo Do Poder escrita por dgpaxiel


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Desaparecimento de Touya




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Se Sakura estava confusa com seus sonhos, agora havia um turbilhão de coisas na cabeça. Uma mulher tentando dominar toda a Terra? Realmente não era algo pra comemorar. Kerberos se transformou em Kero e acompanhou Sakura até em casa com uma grande animação por ter saído do livro. Sakura mostrava um sorriso falso tentando esconder a preocupação, mas em vão, pois Kero percebeu o que estava acontecendo.

- Sakura, estou reparando que você cresceu bastante nesse tempo.

- Ahhh Kero, acho que só no tamanho! – disse Sakura rindo um pouquinho – bom, quando a gente chegar em casa vou fazer um pudim bem gostoso pra você, só vamos ter que comprar algumas coisas, sabe, acho que não tem nada na geladeira.

- AEEEE, pudim, pudim, pudim. Não como há uns cinco anos!!! Vamos logo, quero comer! Guardar as cartas esse tempo todo não foi fácil sabia?

Sakura começou a rir com a euforia de Kero o que a fez se animar um pouco e desviar um pouco seus pensamentos.

- Não adianta, não vou fazer um pudim de chocolate, vai ser normal, não sou rica. E mais, você ficou dormindo esse tempo todo, pensa que não sei?

Kero riu desconsertado, e ficou imaginando aonde poderia chegar a pão-durisse de uma pessoa. Chegaram ao mercado, compraram as coisas e encontraram Yukito trabalhando como caixa. Isso a fez pensar como ele poderia ter chegado lá em tão pouco tempo e pelo jeito estava lá há uns minutos. Passou os produtos e Sakura quase teve um ataque ao ver o preço que havia ficado tudo.

- KERO, o que são todas essas coisas? Você saiu da bolsa e começou a colocar algumas coisas escondidas não é? Eu deveria fazer você devolver tudo e não fazer pudim nenhum. – trovejou Sakura enquanto pegava as sacolas de forma brusca e saia do mercado.

- Eu não pedi pra você fazer nada, você foi logo se oferecendo e... – Kero parou por um instante e viu que a expressão de Sakura não era exatamente de raiva e sim como sentisse uma dor interior. Kero não precisou pensar muito para saber o que estava acontecendo. Sabia que o peso das notícias de mais cedo fora o suficiente para Sakura ter uma nova gama de preocupações suficientes para as próximas semanas.

Kero então começou a falar algumas coisas positivas para ver se ajudava, dando conselhos de como ela poderia derrotar o mal, sobre o fato dele estar junto dela sempre nisso e que ela jamais iria enfrentar tudo sozinha. Sakura ficou surpresa por Kero ver exatamente o que ela estava sentindo. Por mais que ela disfarçasse o sentimento de preocupação, ela não conseguia.

- Kero, depois você vai poder jogar o vídeo game novo que eu comprei, ok? Ahh, e pra ninguém ver que você chegou, você vai entrar pela janela do meu quarto e eu vou entrar pela frente. NÃO FAÇA BARULHO! – esbravejou Sakura ao perceber que Kero fazia uma festa particular.

Sakura entrou de fininho em casa, não ouviu qualquer barulho. Deixou as coisas na geladeira, imaginando se ninguém iria abri-la por enquanto e quando rumou para a escada quase caiu de costas.

- Sakura!!! – Disse Touya com um sorriso malicioso no rosto.

- Ahhh, oi maninho, tudo bem?

- Está atrasada. Hoje era o seu dia de fazer a janta, então já que você não estava, para que não levasse a bronca do papai, me adiantei e fiz.

- Obrigado, maninho, muito obrigado. Você é um anjo! – disse Sakura em tom eufórico.

- Obrigado nada, você vai fazer minhas tarefas durante uma semana – retorquiu Touya satisfeito.

Sakura se calou por um minuto, mas resolveu responder àquilo:

- Você não deve fazer uma coisa esperando receber nada em troca, eu ainda vou te dar um sapataço e depois não adianta chorar – disse Sakura fechando a cara.

- Monstrenga, não vem dando uma de valentona não. Já fiz muito em esconder do papai dando uma desculpa qualquer, fique agradecida. Agora que você entendeu, vai tomar um banho que você está pingando suor, fedendo, parece até que correu uma maratona inteira, depois vem comer pra você ir para a faculdade.

Sakura saiu pisando duro como forma de protesto, mas completamente em silêncio para não dar brecha para Touya falar mais nada. Touya percebeu que a irmã havia corrido bastante, vinda de um lugar longe, pois era difícil se cansar daquele jeito, levando em conta que ela sempre estava em forma, se exercitando, pois queria manter a forma que tinha desde quando participava da equipe de atletismo do colégio.

Durante várias noites, Kero se mostrava como um psicólogo sentado em um pequeníssimo divã para ajudar Sakura a relaxar, mesmo que não entendesse nada de psicologia, e não tendo vocação nenhuma pra isso, Sakura sempre se divertia com a performance teatral de Kero. Era uma tentativa de animar ao mesmo tempo de manter alerta.

Nos sábados, Sakura não trabalhava então resolveu acordar cedo, colocou uma roupa e foi até a casa da amiga Tomoyo para lhe contar tudo o que estava acontecendo. Repetidas vezes, na faculdade, Tomoyo tentava arrancar de Sakura o motivo de sempre estar pensativa e com o semblante baixo e insistia incansavelmente com ela, mesmo com a menina dizendo todos os dias que estava tudo bem.

Caminhou até a casa de Tomoyo, convicta que aquela era a hora de contar tudo para a amiga, mas imaginava a cara que a amiga iria fazer, já que tanto insistira pela verdade, mas não havia obtido sucesso algum.

- Bom dia Sakura. O que faz aqui tão cedo? – disse Tomoyo abrindo a porta com os olhos sonolentos ainda e um pijama.

- É que, resolvi contar algumas coisas que deveria ter contado há muito tempo para você.

- Entre, entre, o café está quase pronto! – convidou Tomoyo. Sakura aceitou na hora.

Contou tudo o que estava acontecendo. Por um momento, a card captor pensou se o que estava fazendo era correto, mas mesmo assim contou toda a verdade e Tomoyo escutava com atenção olhando fixamente para os olhos de Sakura. Ao terminar de contar, Tomoyo não esboçou outra reação a não ser a de euforia.

- Quer dizer então que nossa card captor está na ativa novamente com uma missão completamente diferente da que tinha antes? – pegou a câmera e começou a filmar as reações de Sakura – e como se sente estando de volta no mundo mágico? Vai usar um dos meus vestidos?

Sakura mudou a expressão de concentração para uma expressão de surpresa ao ver a reação completamente inusitada da amiga. Enquanto isso, Kero vai vasculhar a geladeira e não encontra o tão sonhado pudim que Sakura havia prometido fazendo com que o guardião resmungasse.

- CADÊ MEU PUDIM???

Mas Sakura não estava no quarto, havia saído mais cedo. Não demorou muito e Sakura estava em casa com Tomoyo.

- CADÊ O MEU PUDIM???

- Kero, você não pode sair do quarto assim, meu pai vai te ver – disse Sakura assustada.

- Calma Kero, eu vou fazer pra você um pudim delicioso, você vai ver, pode deixar comigo, eu vou ajudar Sakura fazer e assim ele vai ficar pronto mais rápido – falou Tomoyo calmamente rindo ao ver a expressão de ternura de Kero abraçando seu braço e a desaprovação de Sakura.

- Então vai morar com ela! – disse Sakura furiosa ao ver que Kero se aconchegava no colo de Tomoyo.

Os dois trocaram uma série de insultos então Sakura resolveu continuar a fazer o pudim e mal passou o tempo e o pudim já estava pronto. Sakura havia feito um corte no dedo devido ao estresse daqueles momentos, fazendo com que Tomoyo pegasse um pano e tentasse estancar o sangramento. O dia passa com os três no quarto rindo e conversando até que anoitece e Touya avisa Sakura que vai ter o tal encontro que havia sido adiado por pelo menos umas três vezes. Sakura por um momento sentiu um frio em suas costas.

- Aonde vai ser o encontro? – disse Sakura suando frio.

- No mirante. Estou atrasado, até mais – bateu Touya a porta sem dar oportunidade para Sakura fazer outra pergunta.

Sakura imaginou por um momento se deveria mesmo deixar o irmão sair, mas resolveu que estava ficando paranoica demais com os sonhos - é apenas um encontro, não vai acontecer nada – pensava.

O Mirante é um ponto turístico de Tomoeda. Um lugar famoso e romântico ao mesmo tempo, Sakura cogitou muitas vezes em convidar Shaoran para ir até lá, mas nunca deu certo, os dois estavam muito atarefados por causa da faculdade e ele achava brega demais casais se beijando sob a luz do luar.

Touya saiu de casa para ir até o local combinado com uma moça que havia conhecido recentemente, e a encontrou esperando um pouco impaciente, pois havia se atrasado uns dez minutos pelo menos.

- Achei que você tinha furado o nosso encontro depois de remarcar três vezes. Bom, enfim você veio – disse animada. Meu nome é Cordália, desculpa não ter dito mais cedo, mas realmente achei que deveria dizer quando a gente realmente se encontrasse aqui no Mirante.

Touya não prestou atenção em nenhuma palavra, pois não parava de olhar boquiaberto para ela. Os dois se beijaram aquela noite, e tudo parecia tão bonito aos olhos de qualquer espectador que passasse ali. Não era muito difícil ver os casais do Mirante. Dava pra ver a cidade toda com suas luzes. Por perto passava o trilho do trem e havia também uma ponte há uns quilômetros dali. Um grande cenário tanto pra quem observava, quanto pra quem estivesse lá.

- Vou te mostrar um lugar melhor ainda, amor – disse a garota com um grande sorriso – vamos, não é longe.

De tão embevecido que estava, não resistiu ao convite e seguiu-a como se tivesse uma corrente no pescoço.

Passaram-se muitas horas, Tomoyo resolveu ir para casa, Sakura começou a estudar um pouco quando se deu conta de que o irmão não retornara.

- Sabe como são esses rapazes, se encantam e acabam varando a noite – disse Kero enquanto engolia um imenso pedaço de pudim. No outro dia, Sakura levantou-se com estrépito, calçou o tênis, era domingo, e iria receber um treinamento que nem imaginava como seria. Fujitaka já estava acordado e viu como a filha estava com energia. Não demorou muito para lembrar que Touya não havia voltado do encontro. Procurou no quarto do irmão e nos demais cômodos da casa. Após ver que o irmão desaparecera, seu humor foi diminuindo então resolveu dividir com o pai.

- Touya não voltou papai – disse Sakura desesperada quase rompendo em lágrimas.

- Está preocupada com seu irmão? Ele foi naquele encontro ontem a noite, não se preocupe, não é a primeira vez que ele faz isso. Logo ele vai estar aqui.

As palavras de Fujitaka proporcionaram um certo alívio em Sakura. Fujitaka queria mostrar o bom pai que era, muito compreensível, mas sabia que o fato de Touya não ter voltado, realmente não era normal. Sakura sentiu que iria entrar em prantos, mas o pai pegou um lenço e deu a Sakura que imediatamente enxugou os olhos.

- Sei dos seus problemas que você vai ter de agora em diante. Você passará por tudo isso.

Sakura parou por um momento tentando entender o significado das palavras do pai. Não era possível saber o que estava se passando, sobre o treinamento, sobre derrotar a mulher mais maligna que seus sonhos podiam reproduzir.

- Você tem trabalhos da faculdade, você vai fazer vinte anos também, e ainda tem o Shaoran. Acho que já é peso demais pra você – disse Fujitaka fazendo com que Sakura se largasse na cadeira após o susto. Aquelas palavras serviram de alguma forma.

Sakura despediu-se de seu pai, pegou a estrela que estava em uma caixinha trancada. Passou pela casa de Tomoyo e juntas, rumaram direto para o estádio abandonado. Tomoyo encorajava a amiga que não dizia nenhuma palavra o caminho todo.

- O que ela está fazendo aqui? – perguntou Yue crispando os lábios de raiva ao ver de longe que Sakura não estava sozinha.

- Acalme-se! Ela poderá sentar-se daquele lado aonde não correrá risco algum. – disse Kerberos tentando conter a situação.

Ainda zangado, Yue olhou para fora novamente para ver se ninguém mais iria chegar e fez um feitiço que lacrou os buracos possíveis de alguém espiar por fora então começou a explicar as regras.

- Atenção! Vou dizer apenas uma vez. Tudo o que acontecer aqui dentro não deverá se espalhar. Esse treinamento deverá ser feito em sigilo total, pois se alguém vazar alguma informação, isso poderá acarretar a morte de alguém ou pior, a destruição mundial, entenderam?

Todos concordaram.


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