Outra Vez Os Dois escrita por Anelprata


Capítulo 3
Falso otimismo




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- Então Adriana, sou Ventrur, eu sou.. Novo nessa área de levar semi-deuses para o acampamento me desculpe.

- Está tudo bem, contando que cheguemos vivos. – tentei um tom mais descontraído.. mas acho que não funcionou.

O caminho até o acampamento seria um tanto longe.

- Sabe algo sobre o acampamento já? Parece bem preparada – apontou para a mochila.

Adriana - Ventrur é diferente do que imaginei dos sátiros, é baixinho, encolhido e magro, a calça jeans estava beem larga o que o obrigava a ficar segurando de tempo em tempo, seu cabelo parecia que nunca tinha chegado perto de um pente, olhinhos caídos, mas bem atentos aos movimentos a nossa volta, tinha cheirinho de orvalho.

Ventrur - Adriana é a primeira semi-deus que vou levar ao acampamento, a primeira que vai chegar bem ao acampamento... Tive alguns acidentes com os semi-deuses passados, eles estão vivos, vão ficar bem alguma hora. Eu deveria transbordar confiança e despertar a sensação de proteção, mas ela parece não se importar com meu jeito... quieto.

- Então.. quanto tempo para chegarmos ao acampamento? – seus cabelos pretos esvoaçavam no rosto, tudo nela era confiante, do olhar, até a manheira de andar.

- Dois.. dois ou três, talvez três dias se – tropecei no meu próprio tênis – se conseguirmos andar em um ritmo bom.. dois, ou três mesmo...

- Pode tirar os tênis se quiser, parecem te incomodar, não vou ficar encarando seus cascos.

- Você sabe bastante para alguém que está indo conhecer o acampamento agora.

- Eu leio bastante e já esbarrei com outros semi-deuses mais experientes. – soava mentiroso, mas ninguém julgará uma novata.

- Ah sim... por que só agora decidiu partir?

- Não queria deixar as duas tias que me criaram sozinhas. – outra resposta que parecia mentira.

As perguntas não pararam por ai, a conversa durou mais umas horas, ficando cada vez menos desconfortáveis um com o outro.

- Teremos que achar um lugar para passar a noite, eu... perdi o dinheiro para hotel então.. se importa se passarmos a noite em algum jardim ou parque? Será só dessa vez! E eu agradeceria se.. não contasse para os supervisores do acampamento que perdi o dinheiro...

- Tudo bem, não sou fresca, vamos dando um jeito, o importante é chegar.

POV – Leandro

Ventrur parecia estar indo bem até agora, estou me preocupando a toa, ele não precisa de supervisão, já é um sátiro grandinho, meio atrapalhado que acabou comendo o dinheiro ao invés do suprimento.

- Ele não vai ferrar tudo dessa vez, ela vai chegar bem. – Leandro, melhor amigo do sátiro, primeiro semi-deus que Ventrur levou para o acampamento, 5 meses em coma.. nem uma lesão permanente, 13 anos, 3 anos no acampamento, filho de Apolo,

- Que nada, espera a noite cair, já já acontece alguma merda, é sempre assim, É O VENTRUR! Não tem como NÃO dar algo errado! Para com esse falso otimismo – Jess, 12 anos, 2 anos no acampamento, filha de Hermes, está me acompanhando para vigiar o Sátiro porque apostou que ele não chegaria bem no acampamento, eu apostei que chegaria porque ele é meu amigo e alguém tem que apoia-lo.

- AI ESTÁ, um grande e forte Cavalo Cuspidor de Fogo, vamos lá salvar a menina logo.

- Hey, vamos dar uma chance para ele, ele consegue se livrar do monstro.

Adriana tira da mochila uma adaga de punho preto e arremessa na garganta do cavalo que instantaneamente para com as labaredas de fogo, mas não dura muito, com os olhos em fúria a criatura se lança pra cima da menina.

- Essa foi por pouco, quase que ela não conseguiu desviar do golpe e o sátiro pega sua flauta e começa uma doce melodia que faz o cavalo ficar levemente tonto, a garota recupera sua adaga e parece pronta para investir novamente, o cavalo completamente louco se ergue nas patas traseiras e avança com suas chamas... agora já podemos salvar o dia deles? – Jess narra os acontecimentos com uma falsa voz de locutor

- Não, eles estão quase derrotando o cavalo...- não é verdade, mas um voto de confiança a mais não vai matar ninguém.. eu espero.

- E o cavalo dá uma cabeçada no pequeno e tremulo sátiro, a adaga está no chão aos pés de uma confiante garota que está prestes a virar churrasco... agora?

- Ele vai levantar... – a garota enfrentar corpo a corpo (ideia idiota, mas tenho que admitir que ela tem coragem), leva uma mordida no braço – Agora Jess.

Jess pula da arvore e corre em direção do animal (não estávamos longe, apenas alguns metros de vigia), preparo minha flecha e acerto o alvo bem na cabeça, não o machuca muito, mas chama sua atenção, tempo o suficiente para Jess correr (ela é extremamente rápida) e pular nas costas do monstro, com sua espada prata tão fina que parece que vai quebrar a qualquer momento, ela atravessa o monstro no meio e com um pulo se coloca na frente da menina sangrando.

- Poderia ter me esperado, só lancei uma flecha. Chego perto dos três.

- Verifica como está a garota que eu vou cuidar do Ventrur. 


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