Assim que o período de aulas finamente terminava, todos os alunos estavam com os ânimos a flor da pele, afinal era sexta-feira, então isso queria dizer que no outro dia não teria escola e muitos já acabavam de organizar suas festas, que é claro festas que fariam sucesso e que os populares com certeza estariam presentes.

Sam estava saindo da escola, com lentos passos, acompanhada de Cat, a ruiva estava cantando para seu bichinho, da mesma forma que estava mais cedo.

_Cat, não se enjoa de cantar? - perguntou assim que saíram da escola.

_Não, meus bichinhos amam quando eu canto pra eles.

_E não pode cantar na sua casa?

_Hoje é aniversário dele.

_Que seja.

Do mesmo jeito do que os outros dias, todas as turminhas já estavam reunidas combinando o que iriam fazer no final de semana, e como de costume Freddie estava com a sua namorada e o resto de seu grupo, só que dessa vez quando ele olhou para Sam, começou a caminhar em direção a ela.

_Droga! - resmungou.

_Sam! - Cat repreendeu a amiga - O que disse!? - sua expressão era assustada.

_O que foi?

_Essa palavra não é bonita.

_Ah, qual é.

Freddie chegou até elas.

_Oi - cumprimentou.

_Oi - Sam respondeu.

_Posso conversar com você um minutos a sós?

_Claro - Sam olhou para Cat para que saísse dali, mas a ruiva pareceu não entender - Pode nos dar licença Cat?

_Ta bom - saiu de lá emburrada.

_O que foi?

_É sobre ontem.

_Sobre o beijo? - abaixou um pouco a cabeça, mas logo levantou evitando o olhar dele.

_Sim, eu... - parou por um instante - Eu... Só queria pedir desculpas.

_O que!?

_Eu não deveria ter feito aquilo, tenho namorada e você é minha amiga, eu só estava confuso no momento, acho que meu instinto de criança despertou quando te vi... Mas agora coloquei meu pensamento em ordem.

_Ahn... É claro... E acho que sua namorada está te esperando - Sam estava saindo, mas ele a segurou pelo braço.

_Está chateada?

_Claro que não.

_Sam...

_Olha, eu não estou, ta? Foi o mais certo ter pedido desculpas, é isso o que a gente faz quando percebe que cometeu um erro e se arrepende depois.

_Sam...

_Olha, me solta, eu tenho coisas melhores para fazer.

O moreno, ainda meio em dúvida, resolveu a soltar, afinal não entendia porquê ela ficara daquele jeito do nada.

Assim que Freddie a soltou, Sam se virou e começou a correr em direção a sua casa, o mais rápido que podia, por sorte não errou o caminho e chegou em casa, cerca de cinco minutos, nunca correra tanto em sua vida.

Entrou em sua casa e foi direto ao seu quarto, só quando trancou a porta e se jogou na sua cama se sentiu mais segura, mas seus pensamentos ainda continuavam a mil. Por que estava se sentindo daquela maneira em relação a Freddie? Por que não queria que ele visse o bilhete? E se sentiu tão magoada quando ele se desculpou pelo beijo?

Seus sentimentos estavam confusos a levando para o passado, se lembrando dele, a primeira vez que se viram e o beijinho de despedida que ele lhe dera. Olhou para sua pulseira que havia ganhado e se lembrou do Freddie lhe entregando.

Na sua infância ele fora alguém que mais lhe ajudou, que apareceu na vida dela em um momento que mais precisava, mas de alguma forma, desde aquela época estava sentindo algo pelo garoto e que agora depois de muito tempo, estava tomando conta de seu coração novamente, mas a única diferença é que dessa vez era mais profundo e mais verdadeiro e lhe doeu ouvir as desculpas dele, pois não sabia o quanto ela gostara do beijo ou do quanto foi boa a sensação de estar o beijando.

Não deveria ter o tratado daquela maneira, a esse ponto ele deveria achar que ela era maluca, mas no momento não sabia o que fazer e nem como olhar na cara dele, pelo menos tinha o final de semana que a ajudava um pouco, mas mesmo assim, estava sem coragem para nada e por mais que estivesse sentindo essas coisas, iria guardar somente para ela, ninguém nunca iria descobrir e muito menos ele.

Escutou alguém bater na porta de seu quarto e julgara ser sua mãe. Caminhou até a porta e a destrancou.

_Quantas vezes já lhe disse para não trancar a porta?

_Foi mal, costume.

_Vou tirar essa chave de você, ja ja.

_O que foi?

_Tem uma amiga sua com um garoto na porta de casa e querem falar com você.

_Quem são? Ninguém sabe onde moro.

_Pelo visto eles sabem e desce logo, antes que eu bata naquela ruivinha que fica conversando com um trem roxo.

_Cat.

_Que seja o nome dela, apenas desça logo.

Sam passou pela sua mãe e saiu de seu quarto, em seguida descendo as escadas. A porta principal estava aberta e Sam viu Cat e seu irmão na porta.

_Oi - disse assim que se aproximou da porta.

_Oi - Mike a cumprimentou.

Cat não dissera nada, apenas ficara entretida com seu bichinho.

_Quer entra? - deu passagem.

_Seria ótimo, mas tenho que terminar de entregar alguns convites que ainda falta.

_Ah sim, mas e por que veio?

_Queria te entregar um - estendeu a mão lhe entregando o envelope.

_E como achou minha casa?

_Foi muito fácil, mas não importa como achei - suspirou - Mas então, vai na minha festa?

_Ah não sei.

_Por que?

_Não estou muito animada para sair.

_Eu sei, foi o que me disse no bilhete.

_Desculpe.

_Por favor, vai na minha festa, prometo que vai se divertir muito.

_Tudo bem, acho que vou sim.

_Isso! Meus pais estão viajando caso queira saber, então esse é o motivo da festa, e hoje a noite, se quiser saber mais coisas, estarão todas no convite.

_Tudo bem - começou a abrir o envelope.

_Bom, eu ja vou indo, que tenho muito trabalho ainda. Tchau.

_Tchau.

Sam encostou a porta e assim que tirou o papel do envelope, leu as informações no pequeno papel que estava lá dentro.

"Já deve saber dessas informações, já foi na minha casa com a Cat, e espero te ver lá sem falta, será como se fosse nosso encontro.Até as oito horas."

_É, acho, que não tem nenhuma informação útil aqui.