No Pain,No Gain. escrita por Nani_meyer


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!
Próximo capítulo tem POV Edward :P



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Capítulo 2

POV Bella

Meu primeiro dia na Forks High School tinha tudo para ser tranquilo. Afinal, eu não queria de jeito nenhum começar o meu último ano, o tão esperado Senior Year, com o pé esquerdo.  Eu já tenho dois pés esquerdos de natureza – só não para o balé, não sei como- não posso levar tudo no estresse.

Olhei-me no espelho, dando uma última checada em minha roupa. Tudo pronto, peguei minha mochila e minha sacola do balé, já que iria para lá direito depois da aula. Mas antes de sair, dei uma última espiada pela janela.

A senhora Mary Cullen, minha vizinha, estava na varanda de sua casa se despedindo de um rapaz alto e com uma coloração de cabelo estranha. Pelos rumores da pequena cidade, ele era seu sobrinho vindo de Seattle passar esse ano com a tia. Surgiram, logicamente, milhões de outros sobre a razão de sua vinda para o lugar mais chuvoso dos Estados Unidos, indo de ex-drogado até fugitivo da polícia.

Eu sabia o que era ser julgada por uma situação de família e me compadeci por seus olhos tão tristes e... Solitários. Isso, essa era a palavra.

O que será que havia acontecido a ele?

Tomei meu desjejum cogitando todas as ideias possíveis e meu pai riu de minha cara pensativa. Dando-me um beijo de bom dia, tanto ele quanto eu seguimos nosso rumo; ele para a pequena delegacia de Forks e eu para o colégio.

O único estabelecimento escolar de minha pequena cidade ainda encontrava-se um pouco vazio, com apenas alguns carros no estacionamento. Dando um longo suspiro de ‘’ Você aguenta mais um ano’’ e caminhei rumo à entrada, dando bom dia a algumas pessoas.

Pouco antes de entrar no prédio de tijolos vermelhos tão familiar, senti um furacão me atingindo em cheio e quase me derrubando no chão, me fazendo rir. Sempre tão discreto e meigo.

-Boooooooooooooooooooooom diaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Morreu de saudades de mim né, sua vadia?

Aaah, como eu amava Jasper Hale.

-Que é, loiro, acha que só porque é meu encosto há cinco anos acha que pode sair me chamando de vadia assim?

-Claro. Você me chama de coisas piores, pelo o que me recordo.- Ok, ele tinha um ponto.

-Senti sua falta, Jazz.- falei, dando aquele nosso abraço de urso.

Jasper Hale, vulgo Vadia Loira ou Jazz, era meu melhor amigo desde que se mudou de Dallas, Texas, já pouco mais de cinco anos. Na mesma época em que eu havia acabado de passar pelo pior momento de minha vida, surgiu a pessoa mais incrível e chata que eu poderia imaginar. Eu era eternamente grata por sua amizade, mas nunca poderia deixá-lo saber, senão iria ficar insuportavelmente metido.

Vestido tipicamente como um texano, com suas botas de cowboy marrons e blusa xadrez, meu melhor amigo me deu aquele sorriso amarelo e correspondeu meu abraço.

-Não sabe o quanto Nova York teria sido mais incrível se você tivesse ido comigo. Iríamos mostrar àqueles almofadinhas fanáticos por moda como é que o povo da West Coast  se diverte.- disse, com seu fortíssimo sotaque sulista.

-Dá para parar de comentar sobre as suas férias maravilhosas??  Estou ficando cada vez mais arrependida por não ter aceitado seu pedido. Bom, eu ganhei muitas bolhas nos pés e um vizinho novo. Quer ver?

-As bolhas ou o vizinho? Espero que as bolhas, porque você sabe que apesar de ter experimentado do outro lado da força, não curti e sou hetero assumido. – disse, estufando o peito. Deus, como uma pessoa tão meiga pode ser tão idiota?

-Seu babaca. É sério. Sabe minha vizinha, Mary?  Aquela senhora fofinha que dá vontade de apertar até os olhos saltarem da órbita? –falei, minha cara provavelmente não muito normal. Não tenho culpa se Mary Cullen era um doce de senhorinha.

-Não entendo qual é a sua de querer fazer isso com as pessoas, mas ok. – respondeu, enquanto chegávamos a nossos respectivos armários, lado a lado, graças a uma boa conversa fiada com Alistair para trocar comigo.

-Então. Parece que um sobrinho dela veio passar o ano com ela, algo assim.

-E por que está me falando isso? Por acaso, já deu uma checada no cara pela sua janela e já quer pegá-lo, sua voyer safada?

-Aff, Jasper, só estou tentando começar uma conversa normal com você. Posso?

-Deve, gata.

Assim foi meu início do dia. Eu e Jazz nos sentamos em umas das mesinhas de madeira do pátio jogando conversa fora e aproveitando os poucos raios de Sol que ainda chegavam à cidade.  Contou-me sobre suas férias maravilhosas em NYC , mostrando a cicatriz que tinha arranjado ao ser atropelado por um ciclista no Central Park. Sim, Jazz, apesar de não ser desastrado, era um ímã para acidentes assim como eu.

Ficamos competindo de quem era o machucado mais horrível- o de suas costas ou os dos meus pés de bailarina. Meus ensaios haviam ficado mais intensos, pois tanto eu quanto Nikola queríamos a perfeição.

-Puta merda, Bella, acho que você ganhou essa.- disse ele, examinando o peito do meu pé, juntamente com minhas quase inexistentes unhas.- Vocês bailarinos são masoquistas ou algo do tipo?

-Você não entenderia, Loira. A dor é apenas um detalhe da arte que executamos. Faz parte de quem eu sou.

-Louca. – e balançou a cabeça, confuso.- Mas devo admitir... Eu que não entendo porra nenhuma de dança consigo ver que seu dedão está quase alcançando o calcanhar de tão curvada que está sua ponta. Além do fato de todo esse seu treinamento ter te deixado com um puta corpo, como se você já não fosse gosto...

-Cala boca, seu pervertido!- e o soquei, já sentindo o rubor atingir em cheio minhas bochechas. Nós dois tínhamos esse acordo de sermos totalmente francos um com o outro, só que Jazz, como sempre, exagerava.

Pouco tempo depois, Angela Weber, Jessica Stanley e Alice Brandon chegaram à nossa mesa. Elas haviam se juntado à nossa gangue recentemente, mas gostava muito da presença delas. E Jasper principalmente da de Alice.

-O-o-o-i, Allie.

O loiro, tão autoconfiante, transformava-se no maior babaca do mundo perto da baixinha de olhos verde-musgo e cabelo espetado. Estava tentando fazer o retardado do meu melhor amigo conversar que nem um ser humano normal perto dela, mas minhas tentativas eram sempre em vão.

Pelo visto, terei que virar a bestie de Alice Brandon para ver se consigo juntar os dois. Jasper, você me deve muito.

-Então, gente, vocês já ouviram falar do novo morador de Forks? – disse Jessica, a menina mais fofoqueira do universo. Tentei disfarçar o nervosismo em ouvir mencionar sua presença; eu nem ao menos o conhecia.

-Ele é vizinho da Bella, Stanley, sua desatualizada.- disse Jasper, para meu total desespero. Lá se veio a avalanche de perguntas. Como ele é? É gato? Tem bunda? Pareceu drogado? Bateu na tia antes de sair de casa? Você o viu de manhã?

-Ele é bonito, sim, Jess, e eu acho que não usa drogas. Não, ele não bateu na doce Mary e sim, eu o vi de manhã. Saiu antes de mim, mas não entendo porque não chegou até agora. Deve ter passado em algum lugar antes...

-Para comprar baseado!- completou Jess, com muita astúcia. Bati em minha testa em desagrado e Alice murmurou um palavrão, para minha surpresa.

-Puta merda, Jess, você é muito sem noção.

-Cala a boca, Hale.

Logo nossas dúvidas foram sanadas, quando a incorporação do Davi de Michelangelo adentrou os limites do colégio, o que deixou em alerta todos os seres humanos do sexo feminino.  O cabelo extremamente bagunçado, apontando em todas as direções, o leve rubor das bochechas, dando uma cor ao rosto tão pálido, a camiseta azul  com as mangas arreganhadas até os cotovelos , meio apertada, ficando evidente que era forte sem ser fisiculturista...

E aqueles olhos. Deus, nunca havia visto olhos tão profundos e tão verdes. Era um verde mais intenso do que o de Alice, ou era apenas coisa de minha cabeça, não sei. Só sei que quando ele passou a mão no cabelo, tentando domá-lo, eu prendi a respiração diante daquele gesto tão... Sexy.

No entanto, assim como tinha percebido de manhã, seu olhar tão intenso e lindo era solitário. Exaltavam um ar de... Maturidade, de alguém que deve ter se tornado adulto antes do tempo. E foram com essas duas petecas verdes que Edward Cullen me encarou naquele momento, fazendo-me quase ter um ataque do coração.

-Bella, querida, eu acho que ele já não é muito gordo para você ficar secando ele desse jeito. E ele é gato demais para desaparecer assim, por sua causa.- falou Jess, tirando-me de meus devaneios.

Ruborizei, mas sem antes dar um soco no ombro de Jessica. E claro, teve Jasper  rindo da minha cara até chegarmos a nossa primeira aula do dia, que fazíamos juntos, a tão amada Álgebra. É sério, eu amava Álgebra.

-Não sei como gosta de exatas, Bells. Você deve ser muito viajada mesmo. Primeiro, é masoquista, depois nerd nas matérias que todo mundo odeia e agora... Safada.

- Jasper, alguém já te falou que você... Fala demais? Cale a porra da boca que eu estou tentando me concentrar!

-Como se fosse conseguir.- e ele estava certo.

O olhar de Edward dominou todos os meus pensamentos até a hora do almoço. Para minha incomum tristeza, não tínhamos nenhuma aula juntos até aquele horário, o que piorou o meu nervosismo. Estava roendo loucamente minhas unhas, até que Angela tentou me parar, dizendo que iria sobrar apenas os dedos para contar história.

-Isso tudo é pelo novato? – perguntou para mim, mas Jasper que respondeu, sabendo que eu mal tinha ouvido o que Angela tinha dito.

-Provavelmente.

Ele estava sentado sozinho na mesa do pátio, lendo um livro cujo título era um mistério para mim. Totalmente concentrado e lindo. Deve ter percebido que eu era super discreta em secar as pessoas e levantou o olhar, sustentando o meu por o que eu achei que fora um século, mas na verdade, dois segundos. Deus, como se respira?

-Eu estou agindo como uma ridícula.- falei, tentando parar de roer as unhas e bebendo um gole de meu suco de maçã. –Droga, isto está horrível.

-Normal.

-Eu ou o suco?

-Os dois, Bells. Os dois. – falou meu melhor amigo, apertando meu ombro em solidariedade. Para tentar me distrair, juntei-me à conversa vigente na mesa, que pelo o que pude constatar era sobre o Baile de Homecoming.

Jessica falava animadamente sobre a possibilidade de Mike Newton, seu amor platônico, finalmente a chamar para ir ao baile com ele. Angela não queria ir, como sempre, Alice estava quase quicando na cadeira falando em como já estava pensando sobre seu vestido perfeito e Jasper... Jasper estava voando.

-Sabe, seu franguinho, acho que já pode convidar Allie para ir com você. – sussurrei em seu ouvido enquanto Alice contava às meninas o que estava planejando. – Se você não a chamar, eu tiro suas bolas e dou para alguém que faça jus a elas.

-Cala a boca, Bella! Você.. Arrgh!

-Jazz...

-E se ela não aceitar? – disse, rendendo-se. Ele sabia que não tinha como esconder algo de mim. – Vou ficar com cara de idiota.

-Cara de idiota você já tem, aliás, você é. Não custa nada tentar chamá-la. Vai, Jasper, agora!

Para minha decepção, o frango do meu amigo não comentou nada sobre quem chamar, nem ninguém mais levantou esse assunto. Assim que começamos a falar de música, o sino tocou, chamando-nos para mais alguns momentos de tortura. Ainda mais para mim, que não tinha aula com nenhum dos meus amigos, sendo que o próximo tempo era o pior de todos: Biologia.

Caminhei como uma mártir, sentindo a dor das bolhas nos meus pés mais do que nunca. Biologia era muito chato, eu não era má aluna nem nada, mas era MUITO chato. Fora que eu ainda tinha que aturar o fato de o meu parceiro de biologia ser sempre um nerd fanático pela matéria, que encucava em ter discussões filosóficas sobre Medicina comigo.

Eu era a puta de uma sortuda.

Dirigi-me ao meu lugar de sempre, perto da janela, o único que me fazia aguentar essa chatice. O professor ainda não havia chegado, dando-me mais alguns minutos para ouvir a valsa de A Bela Adormecida, de Tchaikovisky. Eu havia interpretado a Bela há três anos atrás em uma peça organizada por Nikola.

-Posso me sentar aqui?- uma voz rouca e baixa falou, assustando-me. Tirei meus fones, já pressentindo que o professor deveria estar chegando e que... Eu não iria prestar atenção à música nenhuma.

Seu rosto estava um pouco próximo do meu e eu quase me encolhi com o que vi em seus olhos.

Um adulto.

-Cl-cl-a-a-ro, er, pode sim.- não podia ser mais patética. Quando ele se sentou e colocou seu fichário já cheio de anotações na mesa, reuni minha coragem e perguntei: - Você é novo na cidade?

- Sim, infelizmente.- falou, com um tom de voz que me fez parar de tentar puxar assunto. Intimidada, algo não muito comum a mim, comecei a arrumar minhas coisas, tomando cuidado para não encostar em Edward.

-Desculpe minha grosseria. É que este realmente não está sendo um bom dia para mim. Eu, er, sou Edward. Edward Cullen.

Surpresa com seu jeito galante, sorri de canto e disse: - Prazer, Edward. Meu nome é...

-Isabella Marie Swan, tire já esses fones de cima da carteira. –falou o meigo do professor Isidore Carter, o cara mais ranzinzo deste planeta. Pegou seu giz, deu bom dia a todos e começou a falar sobre células.

-É, eu sou Bella. Bella Swan. Bom, acho melhor voltarmos à aula, eu já odeio Biologia, não preciso começar o ano me dando mal. – falei, tentando descontrair um pouco. Mas Edward parecia um boneco inflável- ó a mente sacana, por favor- e apenas acenou com a cabeça, mantendo sua postura ereta e concentrada na aula que acabava de começar.

Puta que pariu... Um nerdzão. Gostoso, mas um nerdzão.

Acho que aquela foi a aula mais torturante do ano para mim. Apesar de estar irritada com o jeito CDF de Edward, que anotava loucamente todos os detalhes da aula enquanto eu vagamente escrevia algo em meu fichário, seu cheiro de menta era tão masculino que eu estava embriagada. Estava tentando não ficar o cheirando, mas parecia impossível.

Células. Isso, as organelas citoplasmáticas são muito interessantes.

- Até logo, Bella.- falou e VAZOU do meu lado. Nem tinha percebido que o sinal tinha tocado e logo fui buscando as minhas coisas, correndo para a aula de Literatura da Sra. Estevez.

- Você está com uma cara de sacana, Bells.- sussurrou Jasper rapidamente em meu ouvido, enrubescendo-me ainda mais. Mostrei-lhe o dedo do meio, bem na hora em que Edward passava no corredor, aparentemente perdido. Ótima primeira impressão eu devo ter causado.

Saí correndo envergonhada, passando antes em meu armário tomar um gole de minha já quente água. Assim que avistei a sala 23, a senhorita Estevez com toda a sua elegância falava algo para a turma.

-Este é Edward Cullen, nosso novo colega de classe. Espero que o façam se sentir bem-vindo à Forks. Diga oi para a turma, Eddie.- meu coração falhou uma batida ao vê-lo com cara de desespero nas mãos daquela mulher.

Aaaah, droga. Senhora Estevez, apesar de não ser casada, devia ter uns 50 anos, por isso todos a chamavam assim. E era uma daquelas mulheres que quando a bate a crise de meia idade parece que a libido fica infinita, principalmente por rapazes gatos e novinhos, assim como Edward era.  Pobrezinho, carne nova, de boa qualidade e com jeito de certinho. Uma perfeita isca.

-Posso entrar, Senhora Estevez? – perguntei, recebendo uma fuzilada no olhar, já que a impedi de chegar à bunda de Edward com minha fala. Recebi uma resposta afirmativa muito mal dada e logo puxei o nerd ranzinza para se sentar ao meu lado. Caso ele ficasse sozinho na aula dessa louca, sabe-se Deus o quanto iria sofrer. E sabe-se Deus de onde veio a coragem para eu ter feito isso.

-Obrigado. – disse, ainda meio desconfortável.

-Por nada... Você é baita de um peixe na isca dessa seca. Relaxa que eu te salvo. – disse, sem pensar muito, e logo depois me tocando do que tinha dito, ficando vermelha. Edward fez menção em dizer alguma coisa, mas desistiu. Por que ele hesitava tanto em conversar?

A aula ao lado dele foi novamente uma tortura. Eu era ótima em Literatura, gostava da aula da Senhora Libido, mas novamente não consegui me concentrar. Não com o alguém como Edward Cullen sentado tão perto de mim anotando tudo loucamente, fazendo-me sentir uma perfeita vagabunda nos estudos.

 Despedi-me de Jazz e Alice na hora da saída, prometendo sair com eles para ver um filme em Port Angeles. Era tradição minha e de Jasper sair nas segundas-feiras e comer porcaria- o único dia em que eu me dava tal luxo. E agora Alice iria, para minha alegria de amiga-que-vai-empurrar-a-garota-para-o-amigo e para total felicidade e desespero da Vadia Loira. Ele quase me bateu quando eu a convidei para ir, mas me limitei a dizer que estava apenas fazendo algo que ele deveria estar fazendo. E o mandei calar a boca.

Na volta para casa, tive a esperança de encontrar com o garoto ruivo, para tentar ter uma conversa normal com ele, mas nada. Edward havia saído da aula de Literatura com tanta rapidez que pensei que estivesse fedendo e me cheirei. E na saída, não o encontrei. Coloquei em minha cabeça que ele estava apenas tímido e tudo mais... Ou que não queria realmente ser meu amigo. Novamente, andei pelas ruas verdes de Forks com a cabeça cheia de questionamentos.

Em muito tempo eu me vi realmente presa a algum pensamento. Por seis longos anos eu buscava ao máximo não tentar me prender demais à problemas, ou ficar martelando algo em minha cabeça. Ainda não tinha total controle sobre o que iria resultar depois de minutos de reflexão, então evitava. Estranho, com certeza, mas era uma forma de não lembrar.

O ensaio do dia fora exaustivo e me encontrei praticamente chorando de dor ao voltar para casa. Por conta do meu comportamento desatento, Nikola se estressou e eu tive que repetir a sequência do Cisne Negro zilhões de vezes. Um desgaste emocional e físico, o que jogou na cama assim que pisei em meu quarto roxo, dormindo por duas horas. Charlie ainda não estava em casa depois que acordei, claro, e eu aproveitei para tomar um bom banho e pegar um gelo para meus pés.

Às 19h, eu estava pronta para sair com Jazz e Alice. Meu vestido azul-marinho, cabelo solto porque eu morria de preguiça de arrumá-lo sem ser em um coque para o balé e meus All Star pretos. Nada muito produzido, afinal eu só iria para um cinema em Port Angeles. Peguei minha bolsa e deixei um bilhete para Charlie na geladeira e também em sua caixa postal – suas segundas geralmente eram cheias de serviço acumulado do fim de semana e ele nunca atendia o celular.

Fiquei esperando Aliceir me pegar com Jasper, sentada na frente de casa, quando vi Edward saindo de sua casa para colocar o lixo para fora. Fiquei observando-o, ainda me sentindo estranha por seu comportamento na escola hoje. Ele estava vestindo apenas uma regata preta e calça de moletom da mesma cor, contrastando mais ainda a brancura de sua pele, talvez tão translúcida quanto a minha. Após alguns segundos, criei coragem e lhe dei boa noite, meio sem graça.

-Olá, Isabella.

-É Bella.

E foi isso. Uma conversa super duradoura e produtiva. Arrependi-me eternamente do que me peguei fazendo depois, caminhando até ele.

-Er... Não quer ir ao cinema comigo, Jazz e Alice?


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