Sentiments D'anubis escrita por GiGihh


Capítulo 3
No conselho dos deuses


Notas iniciais do capítulo

Hi!
É o maior cap desta fic até agora; por ser uma short-fic, saibam que ela já esta na reta final. Não haverá mais de 3 caps, ok?
Está bem como imagino, mas não sei se ficou tão bom. Não é o Anúbis que narra este cap e o próprio aparece muito pouco.
Boa leitura:



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Em algum lugar da imensidão dos céus, a deusa Nut caminhava de um lado para o outro; os pensamentos iam e vinham de forma tão rápida quanto se é possível imaginar. Ela se sentia não apenas tentada, mas comprometida a ajudar seu neto. Ela sabia bem como era ter uma paixão separada pela intervenção dos deuses. Afinal, seu marido era não somente seu oposto, mas era proibido ao seu toque.

A reunião se iniciaria logo, isso a deusa sentia em todas as suas estrelas brilhantes. Todos já haviam notado o comportamento do deus dos funerais: sonhando acordado, distraído, e mesmo não estando tão perto do neto, Nut sabia que ele sonhava e sentia falta da menina Kane... Também era de conhecimento da deusa a dúvida que ele sentia em seu peito.

Decidiu observar a menina. Uma nuvem se aproximou da deusa e se diluiu até deixar transparecer a visão da Casa do Brooklin:

—Vamos assistir a um filme?

—Vamos? Por favor, por favor! – as criancinhas mais novas pediam a menina loira.

—Então vamos! – o irmão e os magos mais velhos comunicaram que iriam dormir; se despediram com um “boa noite” e foram para seus quartos. As crianças colocaram o filme escolhido e se juntaram a Sadie no sofá. Todos já de pijamas se acomodaram para assistir a um clássico da Disney.

—Que filme vocês escolheram? – Sadie perguntou olhando os mais novos.

—A Bela Adormecida. – uma menina respondeu.

—Você parece a princesa, Sadie! – outra exclamou enquanto a deusa sorria vendo a real semelhança entre a princesa e a maga. A loira sorriu aos pequeninos e voltaram a assistir ao filme.

— E quem é o príncipe dela? – outra criança perguntou. Sadie estava surpresa com aquela pergunta. Nut deixou o sorriso radiante no rosto ao ver as bochechas da menina assumirem um tom mais rosado.

Passando a mão pela névoa, a imagem assumiu um cenário deprimente para o coração da divindade: sentado no topo da montanha repleta de um pouco de neve, abraçando os joelhos, Anúbis tinha os cabelos bagunçados pelo vento e uma expressão triste. Os olhos do deus brilhavam com o que pareciam ser lágrimas...

[...]

Isis desfilava pelo Duat irradiando cores vivas. A expressão superior camuflava o interior assustado da deusa. Ela sabia o que se passava com a sua hospedeira e sabia o que se passava com o deus dos funerais. Isso poderia colocar em risco muitas coisas... Isis queria e sempre iria querer o poder, mas... A verdade invadiu a deusa fazendo-a andar mais rápido, quase correndo pelo Duat... Talvez Sadie abrisse mão do poder por ele. Por amor...

Não deixarei que isso aconteça. Não mesmo— a deusa pensava. Embora fosse duro admitir para si mesma, a deusa se importava com a humana, com a sua escolhida. Um deus e uma humana, um imortal e uma mortal poderiam facilmente abalar o equilíbrio do Maat.

Doendo ou não na deusa, sua hospedeira não poderia ter vínculos mais profundos do que o esperado com outro deus.

[...]

A sala era escura, quase feita de sombras. Dava ao lugar um aspecto temível, pavoroso. Mas afinal, não era isso o que aconteceria ali? Uma coisa temível e pavorosa? Separar duas pessoas ligadas por um laço extremamente forte era, no fundo, um crime. Aquele sentimento era algo tão puro e forte quanto qualquer deus ou deusa já tinha chegado a ser. Sendo certo ou errado para os deuses ou mortais, aquele crime seria cometido.

... Mas sempre há brechas na justiça, para os vilões e para os mocinhos.

A sala se encheu de deuses rapidamente e não tardou a todos os presentes começarem a conversar sobre o novo “casal”. Mas as palavras de uns não correspondiam com o que muitos ali sentiam.

Basted não gostava nem um pouco do “cachorro”, muito menos agora que ele queria se aproximar da sua gatinha. Mas ela amava o fato de Anúbis fazer aquela menina feliz... Mas aquilo ainda era errado. “Desculpe-me, Sadie” a deusa pensou com seus botões; ela sabia que não era o seu voto que salvaria aquele sentimento. Aquilo já estava decidido antes de qualquer deus pisar naquela fria escuridão.

Set ria de qualquer coisa que envolvesse a desgraça alheia... Mas hoje ele ria para disfarçar o incomodo que sentia. Anúbis era seu filho; claro que o deus do mal nunca se importou com o filho bonzinho criado por Osíris, mas ele se importava com a menina. Cheia de vida e sempre descontente com as regras, a garota Kane era legal, como diziam os deuses. Set soltou um suspiro muito bem disfarçado, e sentido. Ele se importava com o filho. Admitiria isso em pleno conselho? Nunca. Mas já era um começo admitir para si mesmo. Não seria ele a salvar os dois amantes... Seu voto já não era muito ouvido e tampouco seria agora.

Geb era o deus mais quieto no recinto. Ele sabia mais do que qualquer um o que aconteceria ali... Ele sabia mais do que qualquer um como o menino se sentiria. Era óbvio que ele amava a mortal, mas o que nenhum deus parecia notar era que Anúbis ainda não havia notado tal fato. “Quando ele souber”, pensou o deus “ Não terá mais dúvidas sobre o que sente”... Aquele pedaço de divindade sentia falta da sua deusa, sua amada. Um pequeno sorriso de canto surgiu... Ele sabia que ela iria intervir de algum modo.

Hórus e Isis chegaram e se sentaram chamando a atenção. Ignorando que uma cadeira ainda continuava vazia, a reunião foi aberta. O interessante é que apenas os “inimigos” da menina se atreveram a falar... Ao mesmo tempo:

— Deuses não devem se relacionar com mortais! - Nekhbet soltou venenosamente; Babi grunhiu.

— Pensei que vocês cobrassem as leis de forma rigorosa... - Shu soltou rispidamente.

—Ele está apegado demais a ela. – Tot disse em um tom calmo e quase sentido, sendo o único a expor a verdade com seus sentimentos e a manter o tom brando.

—Existem regras! – Serket, a deusa dos escorpiões, trovejou.

—O cachorro pode se divertir com a menininha e nós não? Ora, vamos todos fazer uma fila para beijar aquelas lábios bem desenhados. – Sobek disse com malícia. Basted olhou para o deus com tanta raiva e repugnância que este se encolheu um pouco. Não foi possível se ouvir, mas Hórus murmurou “se ela não fosse irmã do meu hospedeiro...”.

Isis se ergueu de onde estava sentada.

—Quem vota em separá-los? – seu tom era indiferente a discussão ali presente.

—Não pode pedir os votos. – Geb disse no mesmo tom de Tot.

—Como assim não posso?

—Osíris ainda não chegou. – Basted disse pensando na mera possibilidade de o deus votar a favor daquele romance.

—E não compareceu desde que chegamos. – Hórus estava de pé e queria acabar logo com aquilo – Está claro que não chegará a tempo ou que nem ao menos comparecerá. Este voto não conta.

—Esse relacionamento entre os dois. – Isis continuou em tom formal – Mortal e Imortal, deus e humana é proibido; corrompe todas as leis básicas do Maat e destrói a ordem. – Isis suspirou e assumiu uma expressão mais triste – Sei que há deuses que discordam em separá-los, mas têm horas em que precisamos fazer com que a decisão vença os sentimentos.

—Ele mudou muito. – Sobek sussurrou para si mesmo.

—Mudou por uma insignificante humana; ela o mudou! – Serket falou baixinho e em tom de repugnância. Isis e Basted lhe lançaram olhares tão temíveis que ela não se atreveu a voltar falar.

—Ninguém pode mudar uma pessoa, mas alguém pode ser a razão pela qual ela mude. – Tot disse sabiamente, mas já ligeiramente irritado.

—Façamos então com que ele se esqueça dela. – era Nekhbet; a deusa abutre deu um sorriso digno da maldade de Set.

Néftis se levantou irradiando poder; a deusa defenderia seu filho mesmo não podendo dar seu voto a ele.

—As portas dos sentimentos dele já foram abertas e agora voltaram a ser fechadas. Ninguém mais entra... E ninguém mais sai!

O silêncio se instalou na sala escura. Alguns deuses ainda tentavam decifrar aquelas palavras.

—De outro modo, Anúbis não vai esquecer ela... Nem ela dele. – Basted terminou olhando para baixo.

O tempo era curto para os dois amantes, mas eles estavam longe demais antes mesmo do conselho. Talvez não se vissem até que o coração dela parasse de bater...

—Volto a repetir: quem vota em separá-los?

[...]

Em algum lugar nos céus, a deusa Nut se deixou cair de joelhos quando todas as mãos presentes no conselho se ergueram no ar. Ao contrário do neto, ela deixou suas lágrimas caírem...

Em consequência, uma chuva forte castigou NY.


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Notas finais do capítulo

Mereço coments? Os fantasminhas vão aparecer? Deixem apenas um "gostei" ou uma carinha feliz, sei lá... Só se manifestem.
Bom, me perdoem por qualquer erro.
Nos próximos caps haverá romance. =D
Bjss
Obs: a fic está acabando; recomendem, favoritem e comentem enquanto ainda ha´verá caps.