Featuring You escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 8
You think that we should hook-up, but i think that we should not


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, eu quero agradecer a Sra. Valdeza pela primeira recomendação da fanfic! Yehet, YEHET!!! Muito obrigada, sério mesmo, eu adorei.
Enfim, me desculpem pela demora. Eu estava com um pouco de bloqueio, mas nada que eu não consiga dar um jeito. Pelas minhas contas a fanfic não vai ser muito grande, quinze capítulos no máximo, mas eles ficarão mais complexos e maiores a partir do próximo. Obrigada por todos os reviews, é bom ver que vocês estão lendo E gostando. Boa leitura!



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P. O. V. Travis

Nos próximo dias Travis ficou principalmente com Katie trancado em seu quarto. Ela o fez assistir muitos filmes de comédia romântica, ler revistas femininas sem graça e depois testar tudo o que supostamente tinha “aprendido”.

─ Então você me estende sua mão… ─ a garota começou. Ela estava sentada com as pernas cruzadas no chão, seu longo cabelo preso em um coque mal feito, com um caderno em uma mão e um lápis em outra.

Travis se lembrou de algumas coisas que tinha lido, então fez aquilo que achou que deveria fazer. Estendeu sua mão para Katie, que largou o caderno, o livro e se segurou nele. Ele a ergueu e a puxou pela cintura, colando o corpo dos dois.

─ Está errado! ─ ela o repreendeu, dando um tapa no peito dele e se desvincilhando de seus braços. ─ Quando você ajuda uma garota você está se mostrando educado e respeitoso, então logicamente você não deve agarra-la.

─ Isso não é agarrar, isso é segurar com força demais ─ ele se defendeu, voltando a se sentar. ─ Santo Deus, você é tão puritana.

Katie fez uma careta, mas não quis discutir com ele, apenas lhe jogou outra revista feminina de leitura intragável. Passaram a tarde toda daquele sábado fazendo coisas femininas, até que Travis se cansou totalmente.

─ Acho que nós devíamos fazer alguma coisa de garoto ─ ele propôs, cutucando o braço da garota com o seu lápis. ─ Vamos lá! Já estou tendo overdose de tantas florzinhas e testes de comportamento.

─ Okay, escolha alguma coisa então ─ Katie concordou, colocando as revistas de lado. ─ Você tem razão, todas essas coisas me lembraram a terceira série. Mas então, alguma ideia?

Uma ideia apareceu na cabeça dele. Travis puxou uma caixa velha e empoeirada de debaixo da cama e a abriu. Dentro dela havia várias caixas pretas, porém mais finas, e todas etiquetadas com nomes rabiscados a mão.

Ele escolheu uma aleatoriamente e se ajoelhou em frente a televisão, onde colocou abriu uma das caixas pretas e retirou um cd, colocando-o no aparelho de dvd.

Katie estava deitada na cama dele, então ele se sentou próximo a ela e ligou a tv. Queria estar próxima dela quando ela descobrisse o que aquilo era.

Quando apareceu uma mulher nua na tela da televisão, de quatro, com um cara atrás transando com ela, Travis apenas sentiu a cama dar um estalo com o pulo que Katie deu e logo a garota estava em frente a tv, apertando todos os botões.

─ Relaxa, Katie ─ ele pediu, dando uma risada ao observar o nervosismo dela.

─ RELAXAR? ─ ela guinchou, se virando para ele. ─ VOCÊ ESTÁ TENTANDO ME FAZER ASSISTIR UM FILME PORNÔ!

─ Isso, grite mais alto, acho que a vizinhança ainda não descobriu que eu sou um depravado ─ ele murmurou, puxando-a pelo braço.

Katie balançou o braço com um movimento brusco fazendo com que Travis a soltasse.

─ Por que você quer que eu assista um filme pornô com você? ─ ela perguntou, colocando as mãos na cintura. ─ Você por acaso tem um fetiche doentio onde adoraria fazer sua vizinha assistir um filme pornô?

─ Hm, não literalmente, por exemplo, eu educadamente recuso a ideia de ver um filme pornô com a Sra. Dodds da casa da frente ─ ele respondeu, se sentando na cama. ─ Qual é, Katie, não é como se você nunca tivesse visto um filme pornô.

─ BEM, SURPRESA PARA VOCÊ AMIGÃO, EU NUNCA VI.

─ Mas aposto que quer. Aposto que quer ver esse filme, comigo, do seu lado, aposto que você quer, Gardner, não negue.

Katie franziu o cenho e seus olhos verdes pareciam fendas, carregado de um tom de ironia. Mas mesmo com aquela expressão, Travis pode ver um brilho travesso no olhar dela, então aceitou aquilo como um sim.

Ambos ficaram em silêncio, assistindo o filme. Era uma cena pesada, onde a garota loira agora estava no colo do homem e eles apenas gemiam e iam para cima e para baixo.

Travis rapidamente se sentiu excitado, mas se ele sempre se sentia assim quando via um filme pornô, mas tinha uma outra sensação estranha no ar que ele não soube identificar o que era.

A pseudo-história do filme foi se desenrolando e durante todos os próximos minutos ele pôde ouvir Katie reclamando sem parar. Ele até começou a repensar o porque de ter chamado ela para ver aquilo com ele, mas então…

─ Eu nem posso imaginar como isso pode ajudar você ─ a voz de Katie estava bem aborrecida. ─ Você nem está olhando para mim enquanto estou falando com você e eu realmente preciso me certificar que suas mãos estão bem longe das suas calças.

─ Okay ─ Travis disse, olhando para a garota e colocando as duas mãos no colchão. ─ Agora eu estou olhando para você e…

Ele não conseguia dizer mais nada porque de repente era como se fosse impossível pronunciar outra palavra. Os olhos de Katie sempre foram assim tão verdes? Verdes como as árvores depois da chuva, verde como a grama bem cuidada do jardim do seu pai, verde como… Os olhos da atriz pornô!

Não era, nem de longe, um elogio assimilar os olhos daquela atriz com os de Katie, mas era inevitável a comparação. E assimilar Katie com aquela atriz simplesmente lhe deixava… Com um calor… E…

─ Por que você está me olhando dessa forma, Stoll? ─ Katie indagou, franzindo o cenho. Ela fica mais sexy dessa forma, ele pensou. ─ Tem alguma coisa errada comigo?

Ele não estava olhando para a televisão, mas ele pôde ouvir muito bem a tal atriz que tinha os olhos de Katie gemendo. Gemendo alto, ele queria que ela gemesse alto daquela forma para ele. Ela, ela não a atriz, ela Katie Gardner.

Por que diabos estou pensando isso?, sua mente interviu. Mas ele não ligou para sua estúpida consciência, ele só queria ter aquela garota. Agora.

Travis se virou totalmente para sua vizinha e antes mesmo que ela pudesse reclamar, ele pulou em cima dela, jogando-a de costas no colchão. Como se ele fosse um lobo e ela a sua presa.

─ O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ─ Katie gritou, se debatendo em baixo dele. Ele não se incomodou de ouvi-la gritando, embora não fosse exatamente aquilo o que ele queria ouvir ela gritar. ─ DROGA, TRAVIS, PARA COM ISSO… O QUE VOCÊ PENSA QUE VAI FAZER COM ESSA MÃO??

Ele tinha apenas colocado suas mãos por baixo da camiseta dela e deslizado até um pouco acima da espinha, ou seja, nada muito ousado mas ele deu uma risada ao ver o quão puritana Katherine Gardner podia ser.

─ Katie… Katie ─ ele sussurrou e ficou surpreso ao notar o quanto sua respiração estava pesada. ─ Só alguns beijos não vão fazer mal.

Ele investiu seu rosto na direção dela, para beijá-la, mas ela virou o rosto então seus lábios foram direto para a bochecha dela.

─ Pare com isso agora ─ ela mandou, mas se ela queria mesmo que ele parecesse porque envolveu a cintura dele com suas pernas e agarrou os braços dele. ─ Estou falando sério, Travis, sai de cima de mim.

─ Não acho que você queira que eu pare ─ ele disse, roçando os lábios perto do ouvido dela. ─ Você quer que eu pare?

Ela não disse nenhuma palavra, então ele aceitou isso como um sim. Travis distribuiu beijos ao redor da orelha dela, e descendo calmamente até a curva do ombro. Alguma coisa estava errada ali, mas ele não sabia exatamente o que.

Ele subiu os beijos para o pescoço dela, até um pouco em baixo do queixo e então parou abruptamente. Ela não tinha se arrepiado, ou gemido, ou…

Uma dor descomunal acertou em cheio sua virilha e Travis soltou a garota, rolando para o lado, uivando de dor. Ele tentou ver alguma coisa, mas sua visão estava turva e pontos pretos começaram a despontar por todos os lados.

─ Você é realmente um idiota ─ Katie acusou, se levantando da cama antes que ele pudesse impedi-la. ─ Não acredito que aceitei ajudar você.

─ K-Katie… ─ ele tentou dizer, mas acabou se engasgando. A dor era quase insuportável.

─ Estou indo embora. Eu até diria para você não vir atrás de mim, mas do jeito que você está não acho que possa mesmo que queira ─ ela estava na porta, arrumando sua blusa. ─ Então… Não venha atrás de mim, de qualquer forma.

E ela saiu, batendo a porta atrás de si.


P. O. V. Katie

Enquanto trancava a porta do seu quarto atrás de si, Katie bateu em sua testa três vezes. O que Travis tinha feito era errado, quase uma tentativa de estupro, mas… Mas o fato é que ela não conseguia tirar da sua cabeça o rosto dele, como seus olhos castanhos quase estavam parecendo negros, e os lábios dele tocando seu pescoço…

Ok, talvez ela quisesse que ele a beijasse naquele momento. Mas a maior parte dela sabia que não podia querer isso porque ela não sentia nada por ele, nada do tipo romanticamente falando. Claro que ela tinha gostado um pouco, Travis era um garoto lindo, que sabia o que e onde fazer, e ela era só uma adolescente no auge dos seus hormônios, só que ela não podia ter deixado que ele pensasse coisas sobre ela.

Havia razões para isso. Ele era seu vizinho, ele praticamente estava se tornando seu amigo e eles tinham um trato, ela não podia colocar aquilo tudo a perder porque queria dar uns beijinhos nele.

─ Katie, está tudo bem? ─ a pergunta veio do outro lado da porta. Era Deméter, sua mãe. ─ Por que trancou a porta do seu quarto?

─ Eu só… Eu só ia dormir um pouco ─ ela mentiu, piscando rapidamente para que não deixasse alguma lágrima cair. Era inútil chorar por um motivo tão idiota.

─ Bem, então você pode dormir com a porta destrancada, creio eu ─ Deméter falou e sua voz parecia severa. ─ Agora, Katherine.

Katie bufou enquanto descia da sua cama e ia até a porta. Sua mãe tinha essa horrível mania de sempre repreende-la sobre deixar a porta trancada, como se ela fosse fazer alguma espécie de sacrifício ou um exorcismo em segredo.

Ela destrancou a porta e a abriu, dando de cara com sua mãe de braços cruzados. Deméter estava bem arrumada, em um vestido verde longo e o cabelo preso em um coque alto, deixando-a com um aspecto jovial.

─ Satisfeita? ─ Katie perguntou, escancarando a porta. ─ E por que está tão arrumada?

─ Seu pai vai vir jantar conosco daqui a pouco ─ a mãe dela respondeu, sua voz falhando um pouco e seu rosto ficando em um tom rosado. ─ Eu só pensei em agradá-lo.

Katie revirou os olhos. Seus pais eram separados desde quando ela era criança, e causa do divórcio fora porque Deméter era muito controladora com seu marido e agora, anos depois da separação, ela ainda tentava reconquistá-lo correndo atrás dele.

Deméter lhe disse para jantar antes que ele chegasse pois não queria que sua filha arruinasse sua tentativa de reaproximação, e assim Katie o fez. Comeu alguns sanduíches enquanto observava a mãe andar por toda a casa, arrumando todos os detalhes possíveis e murmurando coisas como “se ele ver isso será definitivamente o fim”.

Alguns minutos depois a campainha de sua casa tocou e Deméter apareceu, lhe empurrando em direção a porta.

─ Deve ser seu pai. Atenda enquanto termino tudo aqui!

Katie era muito parecida com seu pai. Ela era como uma versão feminina dele e com os olhos de Deméter, mas fora isso, todos poderiam dizer que ela era muito similar a Anthony Gardner.

Ela deu um abraço apertado no pai que retribuiu o gesto com igual entusiasmo. Eles se viam de vez em quando, as vezes quando ela ia jantar na casa dele ou quando ele lhe convidava para passar o final de semana em sua casa. Katie, de longe, preferia muito mais Anthony à Deméter, por diversos motivos.

─ Como vão as coisas, gatinha? ─ ele perguntou, abraçando-a de lado enquanto ela o levava até a sala. ─ Sua mãe anda te irritando muito?

─ Perséfone também, se quer saber ─ Katie murmurou, se soltando. ─ Andam as mesmas coisas de sempre.

─ Mas você parece estranha… ─ ele comentou, batendo de leve no nariz dela, o que a fez rir. ─ Katie, você sabe que quando quiser vir para minha casa, dar um tempo nas coisas, você pode vir.

─ Eu sei, papai. E é sempre bom saber que posso fazer isso.

Ela o deixou na sala com sua mãe e subiu para o seu quarto. A ideia de passar alguns dias com seu pai era tentadora, mas ela sabia que só usaria essa rota de escapatória em último caso. O fato de Travis tentar agarra-la a deixará irritada, mas não a ponto de sair de casa.

Eram quase dez horas da noite quando Katie se enfiou em baixo das cobertas e adormeceu. Seus pensamentos pipocavam sem parar enquanto ela se questionava sobre quase tudo, e não havia sido fácil pegar no sono mas por fim ela conseguiu.

Vinte minutos depois um barulho vindo da sua janela a acordou. Primeiro ela achou que fosse coisa da sua cabeça, então simplesmente virou para o lado e tentou voltar a dormir, mas o barulho continuou.

Ao abrir seus olhos ela percebeu que já era noite e seu quarto estava quase todo escuro, exceto pela luz do abajur em sua cabeceira, provavelmente ligado pela sua mãe. Ela foi até a janela, abriu e viu uma sombra lá em baixo.

─ Quem é? ─ perguntou, meio sussurrando. Estava um pouco frio do lado de fora e uma corrente de ar passou por ela, deixando seus braços arrepiados.

─ Sou eu, Travis ─ e a sombra andou para baixo da luz da lateral da sua casa, revelando o rosto triste de Travis. Ele parecia chateado embora ela não soubesse o porque já que tinha sido ele a tentar agarra-la e não ao contrário.

Katie quis jogar alguma coisa nele, gritar para ele ir embora, mas ela não conseguia. Além de acordar sua mãe ela teria que explicar a história toda, o que seria uma grande idiotice.

─ Travis, agora não ─ ela sussurrou mais alto, quase falando. ─ Vá embora, por favor.

─ Eu vou, mas antes eu só queria dizer, me desculpe… Pelo o que eu fiz. Eu não podia ter te agarrado daquele jeito. ─ ele murmurou, coçando a nuca. Mesmo com pouca luz, Katie pôde perceber que ele estava corado. ─ Eu não ia conseguir dormir sem te dizer isso, eu realmente estou arrependido.

Katie podia sentir que o que ele estava falando era sério, mas não sabia ao certo o que responder. Ela não era do tipo que perdoava fácil e Travis realmente tinha agido do jeito errado.

─ Eu não sei ─ ela respondeu, mais baixo que em um sussurro. ─ Eu realmente nem ao menos o que pensar agora, Stoll.

─ Então venha até aqui em baixo falar comigo.

Sem dizer mais nada, ela apenas fechou a janela.


***


Katie não sabia exatamente o porque, mas lá estava ela, atravessando o quintal de sua casa as duas da manhã só de camisola. E o pior: iria pular o pequeno muro que dividia a casa dos Gardner com a dos Stoll, embora as chances de sua pantufa com estampa de bonsais fossem cem por cento de prender nas videiras que se embrenhavam nos tijolos.

Assim que seus pés tocaram o chão do outro lado, ela viu Travis abrindo a porta de sua casa.

─ Travis! ─ ela gritou, esquecendo que não era uma boa hora para se gritar, principalmente na frente da casa dos outros.

Ele largou a porta no exato momento e olhou para ela, alarmado. Uma luz se acendeu no segundo andar da casa e a janela começou a ser aberta, mas Katie não pode ver quem era pois Travis a puxou pelo braço e a arrastou para a lateral da casa, onde a luz do poste da rua e nem a do quintal podiam iluminar.

─ Por que está aqui? ─ ele indagou, parecendo ofegante. Tinha pouca luz então ela não conseguia ver o rosto dele, apenas o contorno de sua silhueta. ─ Você fechou a janela na minha cara.

─ Oh desculpe por não deixar meu quarto a mercê de ladrões e insetos enquanto eu vinha até aqui só para te desculpar! ─ ela sibilou, dando meio volta.

Mas ela mal deu um passo e seu corpo foi içado para trás por Travis, que a segurava pelo braço.

─ Me desculpe, me desculpe, me desculpe! ─ ele repetiu, puxando ela para onde eles estavam antes. Agora ela podia ver o rosto dele e ele parecia completamente exultante. ─ Katherine, você sabe que é a melhor de todas, não sabe?

Ela sorriu, satisfeita.

─ Eu sei, mas é sempre bom ser lembrada.


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Notas finais do capítulo

Momento merchan da autora: Acabei de começar uma história nova agora, é uma original e estou postando ela no meu novo perfil. Se vocês quiserem dar uma olhada: http://fanfiction.com.br/historia/505867/Americana_Exotica/. Até a próxima!