Gênesis escrita por Mielly Milena


Capítulo 9
Vidas!


Notas iniciais do capítulo

Minhas flores me façam um favor, me ajudem a escolher um bom nome para meu cervo? Coloquem nos comentários o nome que vocês acham que combinaria com ele ok? Vou fazer uma votação aqui em casa para selecionar o melhor nome... me ajudem!



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Era estranho voltar para meu antigo quarto, ele parecia bem menor do que antes, teria que arrumar um jeito de pegar minhas coisas mais tarde. Era o que eu me dizia toda a noite, antes de chorar ate dormir faziam dois meses, algumas pessoas diziam que perder um amor era como ter parte do coração arrancado, o meu eu nem sentia bater mais, era um enorme vazio que parecia estar dominando tudo a minha volta, como se houvesse uma ferida que não parava de jorrar, mais eu tinha que lidar com isso, foi minha escolha deixá-lo.

E ele não viera atrás de mim, não sabia se ficava feliz ou triste com isso.

Já posso ter dito em alguns momentos que não sou o tipo de pessoa que demonstra tristeza, esse sentimento de infelicidade que tomava conta de mim, não era transportado  para meu rosto, não podia esconder minha tristeza de meus amigos, mas nada mudara entre meus colegas de trabalho, eu era focada, sorria quando necessário, brincava quando dava, e continuava despedaçada por dentro, eu era durona.

- posso dormir com você hoje – gabriella me perguntou na hora do almoço – connor vai trabalhar ate tarde hoje de novo.

- venha – concordei dando estrema atenção a minha salada de frutas.

- te vejo depois do trabalho – ela me beijou e saiu.

“sou o que você quer, não o que precisa”

- parece que não quer mais – murmurei deixando meu prato intacto na mesa.

Eu não deveria estar triste, aquele era um dia feliz, meu primeiro cervo iria nascer, deveria estar agindo como uma mãe feliz, eu estava orgulhosa que dimka finalmente nasceria, queria saber como ele cresceria, teríamos que deixá-lo em cativeiro por enquanto, mas ele era só o primeiro dos muitos que ainda nasceriam.

Caminhei para o laboratório, sentindo alegria pela primeira vez e dois meses, era minha esperança voltando a tomar conta de mim.

Abri a porta e todos já estavam a caráter para a comemoração, teríamos nossa própria festa particular, antes de anunciar ao mundo e isso era tudo que eu mais queria.

Gabriella e connor não poderiam comparecer por causa de seus trabalhos, mas John estaria comigo, afinal, ele faria o parto. Quando cheguei ele já estava vestido para a “cirurgia”.

- hey doutor – cumprimentei.

-  que bom que chegou – ele sorriu para mim. – tem que fazer uma promessa para o filhote sobreviver.

- qual é a sua promessa?

- prometi que beijaria você – John corou, dando um tom bonito a sua pele azeitonada.

Senti meu coração falhar.

- então prometo que te beijo de volta – anotei no bloco das promessas.

Todos vibraram com minha declaração, senti meu rosto corar, só faziam dois meses, sacudi a cabeça. Esquece isso.

John foi para a sala de cirurgia e todos nos ficamos na expectativa,  esperamos, uma, duas, três horas e meia, ate ele sair com uma coisinha  embrulhada em uma manta azul. Era um menino.

Ele me entregou o filhote, ele era lindo, com o pelo sujo do parto, ainda com os olhinhos fechados, o peguei no colo e ele grunhiu baixinho. Senti as lagrimas preencherem meu olhos.

 - ola querido – cumprimentei baixinho.

Ele abriu os olhos, com aquelas orbes castanhas me olhando.

- coloque-o no chão Amanda – John instruiu.

Desamarrei as amarras e o coloquei no chão, ele ficou deitado por um tempo, olhando em volta, parecendo meio assustado, ele tentou se levantar e caiu , ficou deito por um tempinho, mas tentou de novo, e de novo, ele se levantou cambaleante se achegou entre minhas pernas.

- parece que ele acha que você é mãe dele Amanda.

Me ajoelhei perto dele.

- sim pequeno, eu sou sua mãe – John me entregou uma mamadeira e eu aproximei do seu focinho – beba.

Ele cheirou o bico algumas vezes antes de começar a sugar, o pessoal começou a tirar varias fotos do momento, e eu fiz uma anotação mental de pedir para alguém me passar algumas. Como meu novo cervo não tinha um habitat natural ele seria criado em cativeiro, por assim dizer, na verdade, ele moraria comigo, pois não havia outros animais como ele, os outros, que somados todos dava exatamente 482 animais, entre machos e fêmeas, não nasceriam ainda, nos os manteríamos nas incubadoras ate a camada de ozônio a  florestas estarem prontos. Esse só havia nascido para sabermos se daria certo nosso trabalho.

- qual será o nome dele? – perguntei a John.

- eu não sei – ele se agachou perto de mim – eu escolho e depois eu te falo ok.

- tudo bem – meu pequeno cervo subiu no meu colo e se aconchegou em minha pernas, mais flashes, -leve-o para o berçário.

Ele o pegou no colo e se posicionou para tirar mais algumas fotos, depois o levou La para dentro, então a comemoração começou de verdade, era incrível, meu bebe estava vivo a apenas algumas horas e já havia me escolhido como mãe,mamara e agora estava dormindo, cada um agora começará a pagar suas promessas, eu vi um cientista, Charles eu acho, virando uma torre de shop sozinho, homens depilando a barriga em forma de coração, algumas meninas tirando a camisa e ficando apenas de sutiã, aquilo virara uma loucura.

- acho que tenho uma promessa para cumprir – John sussurrou na minha orelha.

Engoli em seco.

- pois é, eu também.

Me virei e John estava sorrindo para mim, com aquele jeito sexy de levantar a sobrancelha, ele chegou perto, devagar, quase como se pedisse permissão, ele colou nossos lábios de leve, eu achei que seria, só um  beijo leve como da primeira vez, ele pediu passagem com a língua, eu hesitei um pouco, mas acabei sedento, foi um beijo bom, talvez melhor do que bom, ele era carinhoso e me fazia bem, eu retribui o beijo com a mesma intensidade que a dele, e pela primeira vez em dois meses, me senti levemente feliz.

Pude ouvir as pessoas comemorando a nossa volta, me separei dele sorrindo, e dei de cara com nicolae, acho que eu fui a única a vê-lo, ele estava parado na porta, estático. Meu estomago se revirou de forma contraria, ficamos nos olhando, eu estava com tanta saudade do seu rosto, dos seus olhos, da sua boca, e La estava ele, de frente para mim,a apenas uns cem metros distancia, e eu não podia correr para ele, beijá-lo e abraçá-lo, senti um bolo subi pela minha garganta. Ele estava furioso, eu podia ver em seus olhos, não esta fazendo nada de errado Amanda, lembrei a mim mesma, ele não estar mais com você.

- majestade – um cientista finalmente o viu parado na porta, todos se viraram e se curvam levemente – foi um sucesso, o animal sobreviveu. Que bom que pode vir conferir.

- venha ver – John o chamou.

Ele ficou para por uns instantes, ainda me encarando, até ela aparecer, Lis tocou o seu braço levemente e ele pareceu acordar, então desviou os olhos de mim e caminhou para o berçário. Vi lis levantar os olhos, procurando o que deixara nicolae parado, me abaixei instintivamente.

Assim que pude, corri para a saída, em direção ao meu quarto, já não estava conseguindo segurar minhas lagrimas, dessa vez de pura infelicidade, essa tortura nunca

acabaria nunca.

- Amanda – eu ouvi a voz dele.

Então comecei a correr. Dessa vez ele não ia me encontrar.


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Notas finais do capítulo

Gente, não se esqueçam de sugerir um nome beem bonito!
até o proximo cap!