- como é que é? – levei um susto – não sou da realeza, não preciso de uma sombra, e com certeza não preciso de você.

-  fui designada para cuidar de você senhorita, independente de us opinião sobre isso – Vicentine  se levantou, ela era da minha altura agora. – se fosse você me conformaria.

- vou falar com nicolae sobre isso.

- pare de agir como uma criança mimada – ela ralhou – você se acostumou muito rápido a realeza não é mesmo? Seu nariz esta tão empinado que mal posso ver você.

Foi como um tapa na cara.

- não fique falando isso – falei de modo rude. – como você disse é minha sombra, o que você faz alem de me seguir é ficar em silencio.

- garota mal-criada – ela murmurou.

-exatamente – concordei – nunca tive uma mãe para me criar direito.

Destranquei a porta e entrei, ela veio logo atrás de mim, havia uma caixa enorme em cima da cama, e sabia exatamente o que era. Um vestido, suspirei, outra festa?

Abri a caixa, era um vestido de renda marfim, com detalhes em preto.

“ para minha pequena.

Eu escolhi esse pessoalmente e tenho certeza que vai ficar linda, meu amor, como sempre vai ser a estrela principal da festa.

N”

Sorri para o bilhete.

Peguei o vestido, a renda era decorada com flores de orquídeas em todo o tecido, em forma de botão, era lindo de verdade

Passei no laboratório para ver como estava meu potrinho, John me disse que ele não estava nada bem, o sangue realmente não estava circulando e isso poderia gerar a morte dos órgãos por não receberem sangue o suficiente. Fiquei realmente preocupada com ele, mas não me deixaram ficar muito tempo no laboratório, chegava a ser irritante, havia uma festa, não me deixavam trabalhar, queria ficar ao lado do meu pequeno Zeus, mas me mandaram para o quarto, eu achei que seria muito injusto chamar gabriella somente agora, ela iria pensar que eu era uma interesseira que só a queria por perto quando precisava de algo, então tratei de secar meu cabelo, e ajeitá-lo em cachos, fiz uma maquiagem mais pesada, carregando no preto nos olhos e o vermelho na boca, mais deixando o resto mais simples de modo que deixava minha boca brilhar. Coloquei meu vestido, que era de um ombro só e pus um bracelete de ouro que havia ganhado de nicolae, terminando o look, brincos de diamantes negros e um sapato também preto.

 Me olhei no espelho, ate que estava bom, notei que minha mãe me encarava do seu posto.

- o que foi? – perguntei mais brava do que gostaria.

- você é realmente muito bonita.

- hum... obrigada – corei.

- se parece muito com seu pai – ela se aproximou – ele também corava a toa.

As portas se abriram com um estrondo, nicolae chegou, ele já estava pronto, o cabelo penteado para trás e sua coroa posta delicadamente sobre os cabelos, seu terno cinza escuro, ostentava uma elegância quase obscena.

- nossa – ele murmurou – me deixou sem palavras.

- Gosta do que vê? – provoquei.

- muito – ele se aproximou de mim – e vou gostar ainda mais de tirar esse vestido depois, nossa é como se eu tivesse embrulhado um presente e mandado para eu mesmo.

 Beijei seus lábios com empolgação, eu precisava desse contato para ver se ele ainda me desejava como antes, parece que sim.

- majestade – ouvi Vicentin murmurar.

Nicolae se afastou de mim, olhando para ela surpreso.

- perdão não a havia notado – ele sorriu para ela – como vai professora?

Ele estendeu a mão, mais minha mãe apenas ficou encarando-o com jeito de poucos amigos, acho que ela não gostou muito da parte em que ele disse que iria me desembrulhar mais tarde.

Peguei um lenço e limpei meu batom que estava na boca dele, em seguida retoquei minha boca.

- voltaram a se falar? – nicolae murmurou em meu ouvido.

- não ela é minha guardiã agora – reclamei – voce que fez isso?

- não – ele negou – vou ver, mais acho que foi o conselho.

- vamos? – perguntei olhando para a cara da minha mãe.

- vamos – ele sorriu e me puxou pela mão.

Dessa vez fomos em um salão de festas diferente, mais sempre estava lindo, eu tinha que contratar o decorador da realeza para meu casamento.

Estava tudo realmente lindo, como as outras festas, com apenas um diferencial, essa não era uma festa privada da realeza, o que significa uma palavra. Fotógrafos.

 Paramos na porta da frente, nicolae me olhou sorrindo.

- esta pronta?

- sim -  respirei fundo.

O telefone de nicolae tocou.

- desculpe amor, só um segundo.

Olhei ele se afastar um pouco e atender o telefone, respirei fundo, uma,duas, três vezes.

Notei uma luz vermelha incessante, peguei meu bip, era uma mensagem de voz, com a arrumação não notei que ele havia me chamado. Acionei o dispositivo.

- Amanda – era John – sinto muito, mas o Zeus não sobreviveu, ele morreu a 10 minutos, e eu acho que você não  deveria  vir aqui, parece que ele se decompôs rapidamente assim que o tirei do útero.

Meu corpo inteiro gelou, senti meu coração falhar. Não.

- vamos amor – nicolae me pegou pela cintura e mandou que abrissem a porta.

Nem tive tempo de dizer que não estava pronta, meus olhos estavam marejados, mas engoli o choro e tentei sorrir.

Os fleches pipocaram a minha frente, parecia um milhão de  vaga-lumes, vindo de todos os cantos, nicolae sorriu e acenou e eu tentei dar uma de dama, totalmente indiferente a todos e parecer sexy ao lado dele, nicolae puxou minha cintura para mais perto dele, passando o nariz em minha clavícula, era isso que eles queriam.

- não esta sorrindo Amanda – nicolae murmurou em meu ouvido.

Serio? Achei que estava disfarçando. Sorri.

Ele me puxou para longe das câmeras.

- o que deu em você? – ele parecia irritado.

- não é nada – minha voz saiu embargada.

- não é o que esta parecendo.

- será que podemos conversar em outro lugar?

- Amanda não posso sair agora – ele parecia mais bravo.

- brigas no paraíso? – Liz e aproximou.

E devo dizer, ela estava um espetáculo, Liz esta usando um vestido preto em estilo godê, sem ficar vulgar, usando a transparência no lugar certo, com sapatos rosa Pink para destacar na roupa.

- não – sorri amarelo – estávamos conversando.

- desculpe por interromper – ela abaixou o olhar.

- não interrompeu nada – nicolae falou mais brandamente – então vamos voltar, acho que tem uma festa rolando.

- era isso que eu queria – Liz se aproximou dele – pode me conceder uma dança majestade.

- posso conceder duas  - ele a pegou pela mão e a levou para a pista de dança.

Então era assim? Fui ignorada, e notei ao longe os fleches em cima deles.

Sai o mais rápido possível dali, antes que alguém visse minhas lagrimas caindo, ia ser uma matéria e tanto, a futura rainha sai correndo aos prantos de uma festa e o rei é visto com outra misteriosa mulher.

 Não sabia exatamente para onde estava indo ate  me deparar com uma porta conhecida, bati desesperadamente até  a pessoa abri-la, não queria esperar abrir no automático. Notei a expressão de espanto antes de eu agarrá-la, já não conseguindo segurar as lagrimas.

- Amanda, amiga o que foi – gabriella parecia assustada, e não era para menos –vamos entre.

Eu me sentei na cama e gabriella foi pegar um copo de água para mim. Senti a água me acalmando aos poucos., ela limpou meu rosto com um lenço.

- o que foi? – ela perguntou baixinho.

- Zeus morreu – recomecei a chorar – meu noivo esta dando mole para uma baranga, eu na verdade é uma dama super refinada e melhor do que eu.

Gabriella me abraçou com força era confortável, acolhedor, era incrível como eu sentirá falta da minha melhor amiga. Era como se ela fosse meu cantinho seguro nesse momento.

- eu não entendi nadinha do que você disse – ela murmurou no meu cabelo – mas não quero saber agora, vamos tirar esse vestido e coloque uma roupa minha.

Retirei a maquiagem e coloquei um pijama branco, ela pegou uma escova e penteou meu cabelo de forma que pareceu um cafuné.

- não acredito que passei tanto tempo longe de você – resmunguei – eu sou tão estúpida.

- shii... – gabriella colocou a mão na minha boca – vou jogar isso na sua cara e te chamar de vadia na hora certa, agora vamos só ficar bem ok?!

- tudo bem – sorri – onde esta connor?

- ele vai passar a noite com Jose hoje – ela começou a trançar meu cabelo -  então será noite de meninas.

Ela terminou o meu cabelo e prendeu.

- tem alguém na porta – uma voz feminina informou.

Ainda ficava inconformada com o fato do quarto dela ser uma mulher.

Gabriella nem havia chegado a porta quando ela foi aberta com um estrondo, um homem alto de verdade e verdadeiramente furioso, nicolae veio para cima de mim como um furacão  me  pegou pelo braço e seu aperto doeu. Tirei meu braço do seu aperto de aço.

- qual o seu problema? – fiquei furiosa.

- vamos para o quarto – ele rosnou – vamos conversar agora.

- amiga – gabriella interrompeu baixinho – tudo bem?

- claro flor, tudo ótimo, me de dois minutos.

Ela saiu e eu encarei o homem a minha frente, vendo minha raiva crescer até ficarmos do mesmo tamanho.

- vou dormir aqui hoje?

- por que? – ele pareceu mais brando – o que te deu?

- nada – sorri de modo debochado – não ouve nada, só sou e dando uma crise.

- fala a verdade.

- meu potro morreu – não consegui segurar – cuido dele a seis meses e ele morreu agora a pouco.

- esta me dizendo que deixou nossa festa só por causa de uma animal? – ele pareceu ficar bravo de novo – você sabe que é importante para mim esta naquela festa e você vai embora e me deixou sozinho? Eu te procurei feito um idiota e você não estava La.

- eu também me senti uma idiota – gritei – e você esta agindo como um babaca agora, por que não notou que isso é importante para mim.

- agora que jogar as coisas pro meu lado? – ele passou a mão sobre o cabelo nervoso – eu sou o vilão?

Chega. Perdi a paciência.

- sai daqui nicolae –apontei para a porta – sai daqui por favor.

- você vai comigo.

- eu já disse que vou dormir aqui essa noite.

- eu estou falando que você vai comigo.

- vai nicolae – me aproximei dele – me obriga como Denise te obrigava.

Droga fui longe demais.

Sabia disso, eu vi nos olhos dele.

Nicolae me deu as costas e saiu, arrancando metade do meu coração e levando com ele.