POV´s Nico

Estávamos sentados no portão da casa de Thalia, era divertido, a melhor coisa no meio dessa confusão, estar ao lado dela me fazia pensar que ninguém poderia acabar com esse amor.

Eu contava histórias engraçadas que haviam acontecido em um tempo que a única que nos importávamos era ser felizes.

“- Me esperem! – Falava Thalia para mim e Percy que corríamos pelo parque de diversões.

Sem que eu perceba sinto alguém me empurrar e já estou caído no chão.

– Eu avisei para me esperarem! – Fala ela, e ao fundo ouço Percy rindo, mas não dura muito, ela o empurra e sem querer ele esbarra em um grandão que estava ali perto, que não parece ficar nem um pouco feliz.

– Corre! – Dessa vez sou que eu falo.

E é isso que fazemos corremos entre risadas abafadas.

Acabamos novamente na fila da montanha-russa.

– Eu não vou nisso nem amarrada! – Fala Thalia.

– Ah, deixa de ser medrosa! – Fala Percy.

– Não é medo, é pavor.”

Esse dia foi realmente muito divertido, era aniversário de 11 anos de Thalia, ela insistiu que não queria festa, então Zeus nos levou em um parque de diversões, o mais engraçado era que toda vez que ele falava para irmos embora nós saíamos correndo e nos escondíamos.

“- Duvido você dar uma volta no quarteirão com essa roupa e gritando “Eu quero banana!” – Fala Thalia apontando para mim.

Desafio feito, desafio cumprido.

Eu vestia uma fantasia de pirata e corria pelo quarteirão gritando isso. Eu parecia um retardado.

Quando finalmente chego na casa de novo todos riam feito hienas.

Era uma festa do pijama, todos estavam lá, Percy, Thalia, Jason, Piper, Leo, Silena, Beckendorf, era na casa de Thalia e estava tudo tão animado.

Eram apenas adolescentes de 15 anos fazendo coisas engraçadas.

– Ok! Hora das histórias de terror... – Fala Silena que apaga as luzes e pega uma lanterna para dar um ar assustador as coisas.

– Quem começa? – Pergunta Jason.

– Eu! – Se pronuncia Leo.

– Nem pensar, você transforma as histórias de terror em piadas. – Fala Silena. – Eu começo!

Ele pega a lanterna e aponta para seu rosto.

– Era uma vez...

No final da história Jason, Piper, Percy e Leo já tinham caído no sono.

– Vamos pregar uma peça nesses idiotas. – Sussurra Thalia nos levando para fora da sala.

– Mas como? – Pergunta Beckendorf.

– Tenho algumas fantasias e máscaras lá em cima, vem comigo Nico.

Subimos as escadas silenciosamente, mas afinal a casa estava vazia, Zeus e Hera tinham deixado a casa apenas para nós.

Entramos em seus quarto e ela abre uma gaveta, vou até ela para ajudá-la com uma caixa.

Estava tudo tão escuro, tão silencioso, posso sentir sua respiração, como se meu cérebro se desligasse de meu corpo, não tomo conta de minhas ações e me aproximo dela.

Eu realmente não acreditava que estava beijando Thalia Grace, a garota por quem eu era apaixonado.

Ela acaba com o beijo se afastando de mim.

Por um segundo eu juro que vi seus olhos azuis na escuridão, vi que a fortaleza de durona que ela se escondia havia abaixado, vi algum sentimento.

Logo ela virou o rosto, cortando assim aquela pequena e frágil conexão.

– Vamos logo, Nico.

Pegamos a caixa e levamos até o andar de baixo, nos vestimos com as fantasias e máscaras.

Saímos gritando feitos loucos, eles começam a gritar mais ainda de susto e nós caímos na gargalhada.”

Quando termino de contar isso olho para Thalia, ela estava com os olhos fixos na lua que nos iluminava.

– Lembra de algo disso? – Pergunto a ela.

– Não, isso é frustrante, você conta tantas histórias engraçadas, momentos que eu participei, mas não tenho essas lembranças por minha própria mente. – Ela fecha os olhos e balança a cabeça. – Sou inútil, não sirvo nem para ajuda-los com os problemas com Rachel.

– Olha para mim. – Ela volta os grandes olhos azuis para os meus. – Você a coisa mais importante para mim.

– Obrigada Nico, você é o que mais tem me ajudado.

Estou prestes a beijar seus lábios vermelhos, mas meu celular toca.

– Que droga! São mais de duas da manhã quem é o idiota que vai me ligar a essa hora? – Olho o visor do celular. Percy. Pronto, lá vinha problema. – Alô?

– Nico! Nico!

– O que aconteceu? Você tem noção que são duas da madrugada, pessoas normais dormem a essa hora.

– Silena...

– O que tem Silena?

– A PORRA DA CASA TA PEGANDO FOGO! ISSO É UMA FOGUEIRA! E A SILENA ESTAVA DENTRO DA CASA! ENTENDEU SEU IDIOTA? ELA MORREU! – Realmente eu tive que tirar o celular da orelha. E quem não entenderia?

Mas eu realmente não queria ter entendido.

Me levanto num salto e Thalia também, já que tinha ouvido os gritos de Percy.

Não tenho tempo de pensar mais nada, apenas saio desesperado pelas ruas, algumas quadras antes já se podia ver o fogaréu.

No mesmo tempo que eu e Thalia chegamos os bombeiros também chegam.

Percy estava praticamente jogado no meio do asfalto. A chuva forte que agora caia piorava tudo. A mansão rosa agora estava em chamas.

Tropeço em meus próprios pés e caio no chão, mas não tinha sentido me levantar. Não tinha sentido lugar contra um inimigo tão forte, que agora tinha derrubado para sempre a garota sorridente e com um futuro brilhante que era Silena.

Thalia a alguns metros estava ajoelhada olhando para casa aos soluços, logo o choro e a realidade me atingiram também.

Eu estava... chorando.

Não tinha nada a fazer. Parecia que o nosso mundo havia desabado.

Silena estava morta. Isso era a pior coisa que poderia acontecer.

Tudo isso culpa de uma única e exclusiva pessoa, ou melhor de duas. Luke e Rachel.

Esse joguinho de amores perdidos foi longe demais. Silena morta, Annie sequestrada, Thalia havia sofrido o acidente, eu havia levado uma surra.

Tudo isso parecia um filme de terror, um jogo de tabuleiro, onde nós éramos as peças, Percy o prêmio e Rachel e Luke os jogadores.

Era assustador pensar em tudo que ela ainda poderia fazer.

Era assustador pensar que éramos tão vulneráveis.