POV´s Annabeth

Sou retirado do meu sono sem sonhos por um toque, no começo fico confusa, mas depois de alguns segundos percebo que é meu celular tocando.

Tateio a mesinha de cabeceira até encontrar.

– Quem é? – Pergunto.

– Vai se arruma, to passando aí em 5 minutos. – Responde uma voz conhecida, mas a voz estava tomada por medo, angustia, e... preocupação. Coisas que nunca pensei que saíram daquela boca. Era Thalia.

– O que aconteceu?

– Percy... – Mas ela não consegue terminar a frase, o choro toma conta dela.

– Acalme-se, conte devagar, o que aconteceu com ele?

– Ele... acidente horrível... hospital...

Ela não precisou dizer mais nada. Dou um pulo da cama, olho para o relógio 3 da manhã.

Me arrumo mais rápido do que nunca e desço.

O carro preto já me esperava em frente a casa. Thalia estava péssima, a maquiagem preta estava toda borrada, e ela vestia um sobretudo preto por cima do que parecia um pijama, isso teria sido engraçado se não levássemos em conta a seriedade da situação.

– Tudo bem, agora pode contar a história direito.

– Não sei muita coisa, o Nico me ligou, pouco antes de eu ligar para você. Percy estava voltando da casa da Rachel, ninguém sabe porque ele estava lá, e já era tarde da noite, um carro cortou a frente dele, e o carro capotou, ele foi arremessado para longe, o carro pegou fogo.

Meu queixo caiu. Ele estava voltando da casa da Rachel, ele só poderia ter ido atrás dela, elas deveriam ter voltado, mas então ele sofre esse acidente.

– Você sabe como ele está? – Pergunto.

– Nico já está no hospital, ele disse que ainda não tem nenhuma notícia.

Ninguém fala nada o resto do caminho, me seguro para não contar nada sobre nosso namoro, mas eu não podia fazer isso, pelo menos até saber como ele realmente estava.

Entramos na recepção como duas loucas. E lá estão Nico, Poseidon, o pai de Percy, Sally e Paul.

Thalia sai correndo e se joga nos braços de Nico eles se abraçam e ela desata a chorar.

– Olá, alguma notícia? – Pergunto a Sally, ela sabia do nosso namoro antigo e me lança um olhar preocupado.

– Nada de noticias. – Responde ela.

Logo Silena e Beckendorf chegam, eles pareciam arrasados, mas logo apareceu a rainha do drama, aquela roubo literalmente a cena, aquela que fez o hospital inteiro olhar para ela. Rachel.

Ela chegou vestida de rosa de cima a baixo, usava óculos de sol (como se madrugada tivesse sol) a maquiagem extravagante estava completamente borrada e ela não chorava, ela gritava como uma lagartixa tendo uma convulsão (isso foi estranho).

Ela fez a maior cena, se ajoelhou, chorou e tudo mais, e não desgrudou um segundo de Poseidon.

Finalmente depois do dias estar amanhecendo vem a bomba.

– Senhor Jackson? – Pergunta um senhor baixinho, que na verdade era o médico.

– Sim, notícias de meu filho?

– É, bem... mas gostaria de conversamos melhor em minha sala.

Logo Poseidon, Sally, Paul, Thalia, Nico, Rachel, Silena, Beckendorf e eu vamos atrás do médico.

– Onde vocês pensam que vão? – Pergunta ele olhando a trupi que o seguia. – Quero falar com a família, o Sr. Poseidon, a Sra. Sally e o Sr. Paul.

– Eu sou a namorada. – Se prontifica Rachel.

– Menos queridinha, ele terminou com você. Eu e Nico somos primos. – Responde Thalia.

– Não me importa se vocês são melhores amigos, inimigos, companheiros de classe, primos, namorados, etc, quero conversar com adultos.

Foi a maior algazarra, mas no final Sally e Paul convenceram todos a ficarem, depois eles trariam as noticias, boas ou ruins.

Finalmente depois de mais ou menos meia hora eles voltam, Paul abraçava Sally que estava aos prantos, Poseidon, mesmo que não se desse bem com o filho parecia estar se segurando para não chorar.

– As noticias são péssimas. – Diz Paul. – O médico disse que... – Ele respira fundo e fala o mais rápido possível, como que se falasse mais rápido a dor passaria mais rápido também. - Ele está em coma, não responde a nenhum estímulo, o acidente foi gravíssimo.

Rachel solta um grito e se joga no chão, Thalia não aguenta e também chora, até Nico tem lágrimas nos olhos, Silena e Beckendorf estão abraçados e ela não consegue parar de soluçar.

E Eu? Eu não resisto saio correndo daquele lugar horrível, saio correndo pensando que se eu não tivesse terminado com ele nada daquilo teria acontecido.

Saio sem rumo, as lágrimas são incontroláveis. A dor é tamanha, uma dor que eu só senti um vez na vida, quando perdi minha família. Já havia perdido as 4 pessoas que mais amava, agora perderia mais uma. Não conseguiria resistir a essa dor.

A cidade está despertando, todos ao meu redor estão rindo felizes, o que indica que este não é meu lugar. Tudo indica que não pertenço a este lugar feliz. Minha tristeza contrasta com a felicidade de tantas pessoas ao meu redor.

Corro para um lugar só nosso, um lugar que só eu e ele conhecíamos, um lugar onde ele está mais vivo do que nunca.