POV´s Annabeth

Meu coração estava dando pulos de alegria, eu estava deitada em minha cama e ouvindo música. Tudo que eu conseguia pensar era na noite que eu havia passado com Percy, quatro anos haviam se passado, mas nada havia mudado. Ele era o mesmo Percy que conheci quando éramos crianças, o mesmo sorriso lindo, os mesmos olhos que haviam feito eu me apaixonar perdidamente por ele.

Quando ele me beijou eu soube que ele me amava, que nunca deixou de me amar, eu já sabia disso, mas não queria admitir. Eu não queria admitir que também amava ele.

A cena voltava várias vezes em minha mente. Ele me beijando. Depois dessa noite eu sei que ele não fez nada de mal a mim, eu sei que toda aquela noite a tantos anos foi um engano. Eu sempre soube disso.

Me distraio quando meu telefone toca. Não conhecia o número mas atendi.

– Alô? – Fala a outra voz.

– Percy! – Respondo . – Como consegui meu número?

– Peguei celular da Thalia escondido.

– Ah, eles desconfiaram de alguma coisa? – Pergunto.

– Nada. Ainda levei uma bronca por fazer Silena ficar triste, se eles soubesse a verdade.

– Thalia também me deu uma bronca. – Disse eu sorrindo, mal sabiam a verdade, se soubessem enlouqueceriam.

– Ah, esqueci de te avisar né? – Fala ele. – Estou na frente da sua casa.

– O que! – Me levanto e vou até a janela. Sim. Ele estava lá, em seu rosto estampado o sorriso mais lindo que eu já havia visto.

Desligo o celular e desço correndo as escadas.

Abro a porta e ele está lá esperando por mim.

– Entra. – Convido.

– Sua mãe não está? – Ele pergunta.

– Não, ela teve que sair. – Respondo.

– Cadê seu carro? – Pergunto olhando a frente da casa.

– Eu não vim de carro. E por sinal você também não vai ficar muito tempo aqui.

– Como?

– Vamos ao cinema oras.

– Mas você não disse nada!

– Estou dizendo agora. Vem.

– Eu tenho que me trocar, calma! – Rebato.

– Ah, certo, eu esqueci que garota não são tão prática como nós garotos.

– Vocês são tão práticos. – Digo revirando os olhos e indo para escada.

– Você tem 10 minutos! – Avisa ele quando estou no meio da escada.

Faço o máximo possível para parecer apresentável em 10 minutos e desço correndo as escadas.

– Se passaram 11 minutos. – Disse ele apontando para o relógio, mas com um sorriso no rosto.

– Vamos antes que eu desista. – Mas paro na porta. – Se você não veio de carro, como veio? Voando?

– Não posso, meu pai é Poseidon não Zeus. – Responde ele.

– Muito engraçadinho, mas como você veio?

– Sabe aquela moto ali. Então, é minha. – Responde ele apontando para uma moto estacionada no outro da rua.

– Você tem uma moto? – Pergunto o óbvio.

– Não, acabei de roubar. – Responde ele ironicamente.

– Se você acha de eu vou subir em cima desse troço você está redondamente enganado.

– Ou vai de moto ou vai correndo atrás da moto.

– Bom saber que é romântico.

– Serio qual o problema de andar de moto? – Pergunta ele.

– O problema não é andar de moto, e sim, andar de moto com você.

– Vamos.

Atravessamos a rua e ele me dá um capacete e pega outro.

– Eu não vou botar a cabeça nisso aqui. – Digo apontando para o capacete. – Vou saber quem respirou aqui dentro.

– Eu acabei de ganhar a moto, os capacetes são novos.

– Ganhou de seu pai? – Pergunto.

– Não, do mendigo que fica lá perto de casa.

– Então tá, esse mendigo é bem generoso.

Subimos na moto e parecia que eu ia ficar para trás toda vez que ele acelerava.

Quando chegamos ao cinema fomos comprar o ingresso, mas é claro algo tinha que dar errado.

Adivinha que estava na fila, sim, Silena e Beckendorf.

– Ah, não. – Reclama Percy.

– Eu vou na frente você vem atrás a gente se encontra lá dentro. – Falo.

– Tomara que não desconfiem.

Entro na fila e Percy fica para trás. Eu estava torcendo para que ela não me visse, mas é claro ela tinha que acenar para mim ir onde eles estavam. Eu estava seriamente pensando em fingir que não vi quando olho para trás e vejo Rachel. Eu tinha que me livrar de Silena e correr para Percy.

– Oi. – Disse Silena. Parecia que ela não havia realmente superado o desastre total de seu plano, ou melhor o que ela pensava ser um desastre.

– Olá. – Cumprimenta Beckendorf, então eles estavam juntos de verdade. Era o que eu imaginei, depois do que ele fez quando Rachel invadiu a festa.

– Oi – Respondo.

– Você vendo uma comedia romântica sozinha? – Pergunta Silena.

– É... – Respondo querendo matar Percy por ter escolhido um filme desse gênero.

– Ou está com alguém? Percy? – Questiona ela.

– Não! Está louca?

– Acho que o vi lá atrás. – Comenta Beckendorf.

– Argh, não acredito. – Digo.

– Vamos é nossa vez. – Diz Silena.

Compramos os ingressos e entramos, ela me convidou para sentar com eles e não tive como recusar.

Fiquei de olho na porta e vi Rachel entrando colada em Percy. Essa garota não se enxerga não?

Dou uma desculpa e saio da sessão, mando uma mensagem para Percy como ele não responde vou até lá de novo e vejo o que não gostaria. Rachel estava com a cabeça apoiada no ombro de Percy.

Não aguentei, me sentei atrás deles e puxei os cabelos de Rachel, ela solta uma exclamação de dor que me satisfaz. Ela e Percy olham para trás, Percy estava com uma expressão de desculpa e Rachel estava furiosa.

– Olha...- Percy tapa sua boca coma mão.

– Estamos no cinema. – Lembra ele. – E quer saber, eu vou indo, não quero confusão.

Ele sai do cinema sem nem ouvir o que Rachel diz, me viro para Rachel dou um sorriso falso e vou atrás dele.

– O que foi aquilo? – Pergunto.

– Ela grudou em mim, não pude fazer nada. Ela tinha que pensar que nada deu certo! Que não estamos juntos. – Responde ele.

– Mas por isso você tinha que deixar ela fazer isso! Você tinha que vir ao cinema!...

Eu ia continuar, mas seus lábios selam toda e qualquer acusação que estava por vir.

– Eu só queria uma tarde romântica com você, tudo bem? Faz quatro anos que a gente não se via. Quando você volta nós só brigamos e agora estamos juntos e nenhuma Rachel vai mudar isso. – Diz ele apertando minha mão.

Aquele tom de voz me tranquiliza e sou apenas capaz de subir na moto antes de ver uma chama, ou melhor os cabelos de Rachel na entrada do cinema. Ela viu tudo. Ela sabia.