O Diário De Uma Aventureira escrita por Luna Kiara


Capítulo 3
Faith




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Capítulo 3

987 D. G - 29 de Outubro.

Emília acordou junto com seu marido naquela manhã. O céu ainda começando a clarear e a temperatura aumentar. A jovem mulher beijou os lábios do marido lhe oferecendo um bom dia e saiu para a cozinha para preparar o café da manhã daquele dia tão especial.

O aniversário de sua pequena Rose.

Para Emi, não havia dia mais especial do que o dia do nascimento de seus filhos, por isso fazia questão de lhes oferecer um delicioso bolo e alguns presentes por mais que a família não tivesse uma boa condição financeira. Afinal foi apenas quando nascera que Emi sentiu que valeu a pena ter deixado tudo para trás e começar de novo.
As oito em ponto, Emília ouviu os passos dos filhos no corredor. Rose vinha com um sorriso radiante carregando a sua mais nova boneca, enquanto Robert vinha carrancudo e resmungando baixo.

[Emília]: Bom dia crianças - Emi sorriu para os filhos colocando em sua frente tigelas de mingau quente - Feliz aniversário Rose - desejou fazendo a menina sorrir ainda mais.

[Robert]: Não sei por que esse estardalhaço todo é só mais um dia normal - reclamou o garoto

[Emília]: Não se faz aniversário todos os dias, Robert - Ela o repreendeu sutilmente - E você teve sua festa também.

[Robert]: É claro que só se faz aniversário uma vez mãe - disse o garoto com ar de quem sabia das coisas - Só vivemos uma vez.

[Rosellyta]: Mas se lermos o livro de Ymir poderíamos renascer.

[Robert]: São só lendas - revirou os olhos.

[Emília]: Muito bem vocês dois terminem o café. - suspira. O resto do café foi silencioso, quando terminaram, Emi perguntou aos filhos o que fariam hoje.

Como sempre, Rose iria visitar o castelo novamente para ouvir histórias dos aventureiros enquanto Robert passaria o dia com os amigos.

Rose se despediu da mãe quando saiu de casa. Contente a criança saltitava entre as pessoas transitantes nas ruas, queria chegar logo ao castelo para mostra para a Susan sua nova boneca, mas Rose não chegou ao castelo. No caminho duas pessoas lhe chamaram a atenção.

Um homem e uma mulher que caminhavam um pouco mais a frente totalmente cobertos por um manto. Não que isso não fosse normal para as pessoas que viviam em Morroc, mas aqueles dois em especial tinham um ar de mistério e como a criança curiosa que era Rose os seguiu pela cidade imaginando para onde iriam.
O casal se dirigiu para as pirâmides, muitos aventureiros se dirigiam a eles em busca de tesouros, alguns nunca voltavam, e os que tinham essa sorte contavam histórias de que o Faraó ainda vagava por lá.

Rose se lembrava de seus pais lhe dizerem para não se aproximar muito das construções ou seguir para o deserto. Mas Rose continuou se aproximando, nunca tinha estado ali onde geralmente os garotos mais velhos se reuniam ao redor do pequeno oásis.

E era ali que seu irmão estava.

Rosellyta o reconheceu pela risada debochada. Robert e o amigo estavam debaixo de uma palmeira rindo de alguma coisa enquanto manejava uma... Faca?

[...]

A manhã avançou rapidamente, logo o sol da tarde brilhava forte por cima dos prédios, tornando a areia uma fonte para queimaduras. Rose não tinha conseguido retornar a biblioteca, normalmente ela não se importaria muito com o que seu irmão fazia, mas desta vez, ela simplesmente não podia ignorar. Desde quando Robert tinha uma faca?

Por todos os deuses, no que ele estava pensando?

A tarde toda tinha seguido o irmão e seu amigo idiota que viviam para assustar algumas crianças, roubando-lhes doces e pertences que julgavam interessantes. Mas foi quando o grupo se dirigiu para os portões da cidade em direção ao deserto que Rose achou que Robert tinha perdido a cabeça.

[Rosellyta]: Não pode ir ao deserto! - ela correu para frente do irmão agarrando-o pelo braço.

[Robert]: O que está fazendo aqui?

[Rosellyta]: Vi você e seus amigos nas pirâmides hoje - respondeu olhando feio para os garotos.

[Robert]: Esteve me seguindo?! Desde quando? - Com raiva Robert torceu o braço da irmã - O que andou vendo pirralha?

[Trent]: Se elas nós viu será um problema - o garoto ponderou meio tremendo - Se meus pais chegarem, a saber, o que andei fazendo...

[Robert]: Cala a boca, ela não viu nada, certo - questionou apertando o braço de Rose - Rosellyta?

[Rosellyta]: Vi sim! - retrucou apertando os dentes e torcendo o braço tentando escapar do agarre - Me solte!

[Robert]: Não até você ser uma boa garota e prometer fechar essa sua boca.

[Rosellyta]: Não vou prometer nada, o que fizeram é errado!

[Trent]: Então vamos ter que dar um jeito em você! - O garoto se aproximou de Rose e lhe tomou a boneca - É melhor ficar calada ou...

[Rosellyta]: Devolve! - Rose observou com horror Trent puxar os braços da boneca até ouvir o som do rasgo.

[Trent]: Ops... Hahaha... Solte ela Robert, vamos ficar com a boneca.

Robert soltou a irmã e seguiu o amigo para o deserto com rose nos calcanhares gritando para lhe devolverem o brinquedo, enquanto os dois garotos riam e prometia devolver se Rose concordasse em guardar seu segredo. Só quando já estavam muito afastados dos muros da cidade, foi que Rose concordou em ficar calada, como prometido eles “devolveram” a boneca Munak para Rose.

Trent sorriu maldoso e jogou a boneca na direção de um formigueiro, Rosellyta assistiu a boneca voar pelo ar quente e pesado do deserto e fazer uma curva e cair na boca cheia de espinhos onde ficou presa. Em pânico e chorando a menina correu até a borda e se abaixou para pegar o brinquedo.

Robert assistiu sua irmã correr até o formigueiro, mas nem ele poderia prever o que aconteceu em seguida.

O chão desceu aos pés de Rose, a areia sendo engolida pela boca e Rose indo junto.

Trent xingou ao seu lado enquanto Robert assistiu estático Rose desaparecer no buraco.

∆∆∆

Geffen, 14:15 da tarde.

A cidade da magia estava agitada naquela tarde. Hoje seria a formatura dos magos da academia de magia, muitos jovens estavam se formando e em breve partindo para uma jornada de conhecimento para Juno ou simplesmente saindo para uma aventura para testar suas habilidades e poderes, quem sabe se tornar um conselheiro mágico me Prontera? Muitas eram as possibilidades, mas para três crianças aquilo era de menos, hoje também era o dia de sua admissão na academia.

As três crianças estavam na praça central da cidade, comendo maçãs doces e especulando o que seriam no futuro.

[???]: Hoje é o dia que nos tornamos aprendizes - disse o garoto sorrindo excitado. O garoto era alto e magro no meio das duas amigas, seu cabelo liso e negro e os olhos dourados brilhando de felicidade - Aprender magia imagine só me tornar um Arquimago?

[???]: Você sonha alto demais Zero - zombou uma das meninas, tinha o cabelo negro e olhos prateados - Duvido que se torne um Arquimago.

[???]: Não zombe dele TinTin - A segunda garota pediu sorrindo sem graça - Zero pode ser o que quiser.

[Zero]: Viu? Marian concorda comigo - O menino sorriu para a amiga - Não vou deixar você me colocar para baixo antes de começarmos.

[TinTin]: Eu só disse a verdade - TinTin revirou os olhos para os dois - E Marian sempre concorda com você Zero, então não conta... Na verdade eu acho que você deveria confessar logo que gosta dele... - sussurrou a última parte apenas para Marian ouvir

[Marian]: Não é verdade! - reclamou ficando vermelha.

[Zero]: O que estão gritando ai?

[Marian]: Nada! - bufou se levantando do banco verde passando por Zero en direção as escadas - Vamos, a cerimônia já vai começar..

[Zero]: O que disse a ela?

[TinTin]: Se você não sabe... Também não vou falar - disse seguindo Marian, deixando um Zero confuso para trás

∆∆∆

Morroc, 18:00 da Tarde.

Emília cai inconsciente nos braços do marido. A pele morena cor de café da mulher estava pálida e gelada diante as notícias do intendente da cidade. Faziam quatro horas que Rosellyta havia desaparecido e ninguém a tinha visto desde manhã quando saiu para ir ao castelo, onde ela não estivera naquele dia.

Robert já tinha voltado para casa e parecia não saber de nada.

— Não encontraram nada intendente? - Silas pergunta segurando a esposa pelos ombros, a mulher tremia dos pés a cabeça, pálida como um fantasma.

— Não, ninguém a viu no castelo hoje ou no mercado - respondeu o homem com pesar.

— Todo poderoso Odin - Silas murmurou desesperado, para onde sua filha poderia ter ido. Já ia fazer essa pergunta em voz alto quando um soldado entrou na casa carregando a boneca Munak de Rose toda esfarrapada.

— Senhores encontramos isso no deserto - disse o recruta mostrando o brinquedo.

— Em qual parte do deserto? - o intendente exige

— Ao sul... - o recruto dirige um olhar pesaroso a família - presa entre os dentes de uma boca de formigueiro. - Emília ofegou e desmaiou ao ouvir o recruta e Silas sentiu seu mundo ruir.

— Não a encontraram?!

— Achamos que ela pode ter caído lá dentro há essa hora... - Não foi preciso terminar a frase, todos sabiam o que significava, mesmo que fossem até o formigueiro... Rose já poderia estar...

— Lamento muito Silas - intendente abaixou a cabeça em condolência e saiu em seguida, do lado de fora ele olhou para o céu acima da humilde casa - Santo Odin...

∆∆∆

Uma tempestade de areia se aproximava, o vento levantava redemoinhos de areia pelo deserto agora sombrio e silencioso. Nuvens de poeira cobriam a luz da lua, mas ela era a única luz que iluminava as profundezas escaldantes do deserto.

A poeira irritava o nariz e seu corpo doía principalmente a cabeça e seu antebraço ardia dolorosamente. Com grande dificuldade Rose consegui abrir os olhos, não conseguindo ver nada além da escuridão, confusa a criança olhou para os lados e quando a sua memória voltou, a pequena ofegou de medo sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos.

Não ousou chora ou se mover. Sabia onde estava e tinha medo de se mover e chamar a atenção da Rainha ou de qualquer outra criatura que vivesse ali em baixa.

As lágrimas escorriam silenciosas por seu rosto sujo de terra e areia enquanto fazia uma prece silenciosa a Odin.


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