Fazendo Meu Filme 5 - O Casamento Da Fani escrita por Gabriela


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu prometi a mim mesma que ia postar até o meu aniversário e eu ainda tenho 1 hora dele, então aqui está o capítulo.
Agradecimentos especiais à linda Maria Laura, que me mandou um snap de aniversário lindoooo! Cara, eu amei de verdade ♥
Esse capítulo é dedicado a duas pessoas: a mim, pelo meu aniversário (que é hoje) e à minha best friend do Nyah, minha xará, a Gabi, que fez aniversário no dia 4 (quase gêmeas heheheh)
Enfim, muito obrigada a todos por esse tempo todo esperando. Eu sei que é chato, mas estamos no finalzinho e eu quero que fique perfeito!
Nos vemos lá embaixo!



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Fani

O dia hoje estava agitadíssimo. Estávamos a horas do casamento da Aninha e eu, como madrinha, estava indo para lá e para cá, checando se estava tudo bem. As meninas também estavam todas nesse vai-e-vem, arrumando o que quer que não estivesse arrumado.

A Ana quis um casamento simples, no lindo gramado da sua nova casa. Eram poucos convidados, então nós mesmas nos responsabilizamos pela cerimônia, decoramos, encomendamos o bolo e os doces, contratamos o bufê, etc.

Meu coração se aperta quando eu vejo a hora, duas da tarde. Já estava meia hora atrasada para amamentar a Melissa, que com certeza já deve estar abrindo o berreiro lá dentro da casa. Veja bem, nós, garotas, precisávamos organizar o resto das coisas, o que não dava para fazer segurando um bebê. Então, tivemos a brilhante ideia de despachar todos os papais para dentro da casa com as crianças, para que pudéssemos trabalhar.

Deixei a Aninha terminando de posicionar as mesas e entrei, indo para a sala de estar, onde estavam todos reunidos, cada um segurando um bebê. Alberto e Danilo brincavam com seus respectivos filhos no chão da sala, além da Paloma, já que o Victor estava trocando o Rafael, o segundo filho, no quarto dos gêmeos.

— Graças a Deus! – exclamou o Leo, quando eu cheguei.

— O que? – perguntei, pegando minha filha nos braços e checando se estava tudo bem. Com esses homens, nunca se sabe.

— Nada, eu só fiquei preocupado. Você demorou e eu fiquei com medo de que ela chorasse.

— Se ela chorasse, você a acalmava e se fosse fome, me chamava. Simples assim. – expliquei. A Mel já tinha dois meses, mas o meu marido ainda não sabia lidar com ela quando a minha princesa desatava a chorar.

— Mesmo assim... – ele ainda tentou contornar.

— Leo, deixa de ser frouxo. – falou o Alberto, se intrometendo no meio da conversa, enquanto montava um trenzinho com a Paloma e o Lucas.

Eu ri, ao passo que o Leo fez cara feia. Sentei no sofá, afastando a alça do sutiã e puxando um seio para fora. Eles pareciam que iam explodir de tanto leite. Melissa logo pegou o peito, sugando com vontade. Estava com fome, minha filhota.

Fiz uma coisa que não costumo: cobri a cabecinha dela com uma fralda, tapando também a parte do meu busto que estava desnudo. Na verdade, acho um absurdo isso de a mulher não poder/ter vergonha de amamentar, só porque tem gente na sala ou está em local público. É uma coisa natural, a amamentação, e que deveria ser admirada, e não reprimida ou criticada. * Mas, como não queria deixar ninguém desconfortável ali na sala sem necessidade, cobri meu busto.

A Paloma, quando viu que eu estava ali, largou o que estava fazendo e veio correndo, estendendo os bracinhos para que o Leo a colocasse no seu colo, visto que o sofá só tinha dois lugares.

Já foi logo me dando um beijo melado na bochecha, minha afilhada, pedindo para ver a minha “boneca”. Expliquei-a que era minha filha, um bebezinho, e ela me encarou surpresa.

— É um neném de vedade, dinda? – perguntou, evidenciando sua dificuldade em pronunciar os erres, normal na idade dela.

— É sim, meu amor.

— Mas ela é tão quietinha... – falou, olhando por debaixo da fralda a Mel mamando.

— Ela é ainda pequenininha, princesa.

— Ah, entendi... Posso bincá com ela quando ela quescer?

— Claro que pode!

— Eba! – exclamou, antes de descer do colo do Leo e sair correndo de volta para onde estava, toda entusiasmada contando para o Alberto a descoberta que tinha feito. A minha afilhada já tinha três anos e era extremamente sapeca.

Sorri, encostando minha cabeça no ombro do meu marido, que me encarava com um sorriso.

— Você é uma ótima mãe. Vai melhorar ainda mais à medida que a nossa filha for crescendo.

— E você é um excelente pai também, embora não saiba lidar com o choro da sua própria filha.

Ele fez uma careta.

— Foi você quem me estragou com todo aquele chororô na adolescência, não sei o que fazer quando vejo uma mulher chorando, mesmo que quisesse.

Eu ri.

— Algum dia eu te ensino... – falei, olhando por debaixo do pano e constatando que a nossa filha não só já havia terminado de mamar, como já estava dormindo.

Coloquei-a no quarto, junto ao Rafael, que dormia em cima da cama da Aninha. Fiz uma muralha de travesseiros, impedindo os dois de caírem ou acabassem um por cima do outro. A Gabi teve o meu sobrinho uma semana depois que a Mel nasceu. Eu só o tinha visto pelo Skype até então.

Liguei a babá eletrônica, levando seu par para a sala e deixando na mão do meu marido, saindo logo em seguida para terminar de arrumar as coisas.

— Já volto. – falei, deixando o aparelho na mão dele e dando um selinho em sua boca.

Logo quando saio, vejo a Tracy carregando um vaso que pesa, no mínimo, uns cinco quilos.

— Pode parar bem ai! Onde você pensa que vai carregando todo esse peso? – reclamei, tomando o vaso de suas mãos e entregando para a Aninha, que estendeu os braços quando viu o que estava acontecendo, parando ao meu lado.

— Você é a pessoa mais teimosa que conheço, Tracy! – exclamou minha amiga, saindo com o vaso logo em seguida.

— Eu só estava tentando ajudar! – a loira reclamou, passando a mão pelos fios presos em um rabo de cavalo.

— Eu sei amiga, e realmente apreciamos sua ajuda, mas você tem que pegar leve. Você sabe que não deve fazer esforço, não era nem para estar debaixo desse sol, a essa hora do dia.

— É realmente frustrante estar de repouso, o Christian não me deixa fazer nada!

— Você sabe que ele só está sendo protetor. Depois do que aconteceu, não em admira ele ter te colocado numa redoma de vidro.

Tracy descobriu que estava grávida, mas a gravidez era nas tubas uterinas – prejudicial não só ao bebê, como também à mãe, inclusive com risco de morte - e ela teve de abortar o bebê, que ela nem sabia que existia até então.

Por causa disso, o médico recomendou repouso absoluto por no mínimo dois meses, até que ele a reavaliasse e verificasse que ela já estava pronta para tentar de novo. Desde então, o Chris tem mantido minha amiga numa verdadeira redoma, ela não podia nem levantar para ir ao banheiro que ele já está reclamando.

Estava sendo terrível para eles, principalmente por verem os amigos todos com filhos. Nós tentávamos alegrá-los de várias formas. Chegamos a contratar uma babá e saímos só nós seis, como nos velhos tempos, mas eles estavam tão abalados que mal aproveitaram. Agora, depois da liberação do médico para voltarem a tentar, a minha amiga mal tocava no assunto, muito menos em tentar engravidar de novo.

— Eu sei, mas eu não posso simplesmente parar a minha vida por causa do que aconteceu. Estou sendo extremamente cuidadosa, eu juro! – ela disse.

— Tudo bem, - cedi – mas sem carregar vasos de cinco quilos! Leva as bandejas com doces, esse tipo de coisa, ok?

— Sim, senhora! – ela disse, antes de sair.

Chequei as horas, três da tarde. Droga, o casamento estava marcado para as cinco! Corri os olhos pelo gramado, constatando que já estava tudo pronto. O bufê já havia chegado e a equipe de beleza (maquiadora, cabeleireira) também. A fotografia ia ficar com um amigo do Dan, que estava para chegar.

Arrastei a Ana Elisa para o quarto, alegando que ela era a noiva e que tinha que se arrumar. Ela fez cara feia, mas eu prometi que nós íamos terminar tudo para ela.

Como era uma cerimônia simples, a Aninha pediu que nós não estivéssemos extremamente arrumadas, a maquiagem não precisava ser espalhafatosa e os vestidos não eram cheio de tecidos e detalhes.

Era um casamento simples, como os dois. Admirei toda a decoração, constatando que havíamos sim, feito um ótimo trabalho. Tracy suspirou ao meu lado, olhando as lanterninhas penduradas que colocamos.

— Caramba, isso ficou muito bom! – ela disse, olhando para cima com um sorriso.

— Sim, ficou lindo! Ainda bem que começa às cinco, então vai ficar lindo à medida que o Sol se por.

Voltamos para o quarto, esperando a Ana terminar de tirar fotos. Ela estava linda, num vestido simples, mas que ficou lindo nela.

Enquanto ouvia os cliques, brincava com a minha filha, que balançava os bracinhos e abria um sorriso desdentado ao ouvir minha voz. Ela já havia mamado, então não precisei me preocupar com isso.

Tracy, que estava ao meu lado, sorria, embora um sorriso meio triste.

— Eu tenho tanta vontade de ter o meu neném nos braços, mas o medo de perde-lo antes disso é simplesmente esmagador. – ela me confidenciou, enquanto segurava a pequena Mel, que já estava meio sonolenta.

— Eu sei que é difícil, amiga, mas você precisa tentar de novo. Talvez só não estivesse na hora certa...

Ela suspirou, limpando a lágrima solitária que caiu.

— Já está na hora, Aninha. – ouvi o pai da minha amiga dizer, por trás da porta.

Nos arrumamos e saímos do quarto. Entreguei a Mel para o meu irmão, já que a Tracy era madrinha comigo. Nos posicionamos e cada uma pegou um dos gêmeos, eles iriam entrar com a gente. Ainda não conseguiam andar sozinhos, só se alguém segurasse suas mãozinhas.

A marcha nupcial começou a tocar, numa versão mais leve que a original, e então começamos a caminhar. O Dan, que não sabia que os pequenos participariam da cerimônia, nos olhou surpreso, com lágrimas nos olhos. Sorrimos, antes de o olhar dele se voltar completamente para a Ana Elisa, que havia acabado de entrar atrás de nós.

O Leo me esperava no altar, com um sorriso no rosto. Pegou o pequeno Harry nos braços, mas o pequeno logo se enfezou e ele entregou-o para mim.

Quando a Aninha chegou no altar, deu um beijo em cada um dos gêmeos, como o Dan fizera quando chegamos.

A cerimônia começou e estava correndo tudo conforme previsto, a felicidade dos dois em finalmente se casarem era vista de longe.

Harry, bem na hora dos votos, começou a resmungar, balbuciando algumas palavras e fazendo menção em se jogar no chão. Um claro recado de que cansou de ficar no colo.

O casal estava trocando as alianças quando coloquei o garotinho no chão, e, ao contrário do que eu esperava, começou a dar os primeiros passinhos, indo em direção aos pais. A Ana tomou um susto quando o viu aos seus pés, estendendo os bracinhos.

Pegou o pequeno nos braços, ao passo que o Dan foi em direção à Tracy e pegou o Oliver. Os dois terminaram de trocar os votos e as alianças com os gêmeos nos braços. Não preciso nem dizer que chorei horrores, não é?

O casal, agora marido e mulher, finalmente trocaram um beijo, os dois filhos ainda no colo. Quando os pequenos viram todos aplaudirem, começaram a bater palmas e dar gritinhos, arrancando risos de todos.

Logo a festa começou, a banda contratada tocava músicas animadas e leves, tornando a ocasião ainda mais agradável. Todos parabenizavam o casal, enquanto os garçons serviam champanhe e outras bebidas.

Estávamos todos sentados à mesa agora, a Ana e o Dan já haviam dançado ao som de How Long Will I Love You, numa versão bem lenta da banda contratada. As risadas eram incrivelmente altas, para falar a verdade.

As crianças, pelo menos, já haviam dormido, então colocamos todas nos quartos e trouxemos a babá eletrônica para a mesa. Embora tivéssemos tomado precauções, eu e a Gabi íamos no quarto a cada 40 minutos, no mínimo. O Leo dizia que era um exagero, mas ele mesmo já havia “desaparecido” umas três vezes.

— Aí, Priscila, quando sai o seu baby? – perguntou a Tracy.

A Pri olhou para a gente, meio preocupada. Ela queria contar a novidade, mas estava com medo de que a Tracy ficasse chateada. Tracy percebeu a nossa mobilização e abriu um sorriso, como quem dissesse “vai em frente, eu estou bem”.

— Em breve... – ela disse, misteriosa.

Olhei para ela, confusa. Discretamente, ela apontou para o Rô, me levando a crer que ele não sabia ainda. Assenti, sorrindo. Ela queria que ele soubesse primeiro, era compreensível. Eu e a Gabi só sabíamos porque pegamos ela fazendo o teste a uns dias atrás.

A sorte foi que os maridos estavam concentradíssimos na conversa deles, então ninguém ouviu o que nós estávamos conversando.

A festa acabou por volta das três da manhã, e aos poucos todos foram indo embora. Fomo os últimos a sair, já com a promessa de voltarmos mais tarde para um churrasco na piscina. A decoração ficaria ali até mais tarde, pois a mesma empresa que aluga também recolhe.

Fomos para casa, eu, o Leo, a Gabi de o Victor no nosso carro. O Rafael veio no colo da minha amiga e a Mel na cadeirinha. Com a Tracy foram, além do Chris, o Rô e a Pri, com a Paloma, já que o nosso estava muito cheio. Eles estavam hospedados no mesmo hotel (não aceitaram de forma alguma ficar lá em casa, mesmo com espaço), então íamos dar uma carona para eles.

No caminho, meu celular tocou. Quem liga para uma pessoa às quatro da manhã? Pedi para o Leo atender, já que eu estava dirigindo. Ele não estava bêbado, mas havia bebido e nós não podíamos arriscar, já bastava o Rafa fora da cadeirinha.

Deixamos nossos amigos no hotel, combinando o horário para o churrasco de mais tarde, e seguimos para nossa casa. Assim que cheguei, fui trocar a roupinha da Mel por uma mais confortável e a coloquei para dormir no bercinho, que ainda estava no nosso quarto.

Deitamos alguns minutos depois, nos encarando.

— O Chris e Tracy estão bem? – perguntou ele.

— Espero que sim... Eles não merecem tanto sofrimento! – respondi, me aconchegando em seu peito.

— Eu sei, mas às vezes acontece. – ele disse – Você acha que eles estão tentando de novo?

— Não sei, ela parecia bem, mas não quis falar muito do assunto. Você acha que eles estão?

— Não acho, eles parecem muito abalados. – falou, acariciando o meu cabelo.

— Só espero que passe logo, eles seriam ótimos pais!

— Chega de falar de tristeza, eu tenho as duas mulheres da minha vida aqui nesse quarto e não quero clima ruim! – ele mudou de assunto, ficando por cima de mim.

Eu ri, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás. Quando notei que ele me olhava, parei imediatamente parei, sentindo as bochechas queimarem de vergonha. Anos de casados e eu ainda ficava vermelha, sinceramente...

— Pare de me olhar assim! – pedi, desviando o olhar.

— Assim como? Como se você fosse a coisa mais linda do mundo? Porque acredite, você é. E logo depois, vem aquela princesinha ali... – apontou com a cabeça na direção do berço da nossa filha, que dormia tranquilamente.

— Onde foi que eu te achei, hein? – perguntei, sorrindo tolamente com a sua declaração.

— Num colégio qualquer em Belo Horizonte...

— Eu te amo. – falei, segurando seu rosto entre as minhas mãos.

— Não mais que eu. – retrucou, me beijando apaixonadamente.

Mais tarde, naquela mesma noite, fiquei observando o rosto sereno do meu marido, antes de pegar no sono. Eu sabia que uma hora esse mar de rosas iria sumir, que iríamos brigar e nos desentender seriamente, mas eu estava preparada para tudo, pois o amor que eu sentia era maior que qualquer problema que cruzasse o nosso caminho.


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Notas finais do capítulo

* ATENÇÃO: a opinião da Fani sobre a questão da amamentação é MINHA, você pode ou não concordar, mas preciso que respeite-a, assim como respeito a sua!
—x-
E então, meus amores, o que acharam? Estamos definitivamente no final da fanfic!
Um beijo enorme no coração de todas vocês!

PS: comecei a postar a fanfic também no Wattpad, mas vou deixar ela completa aqui primeiro, não se preocupem, vocês terão o final antes de todos, já que (alguns) estão aqui desde o princípio, quando FMF 5 ainda era uma fanfic bobinha de uma garota de treze anos.