Apaixonada Pela Serpente 3 - Estressada Com O Dest escrita por Angy Black


Capítulo 18
O Nascimento do Lince, a Morte do Lobo parte II




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Draco adentrara no jardim de rosas brancas da Malsão Malfoy com cautela, a chuva agora estava rala e fina. Estava vazio e iluminado por outras centenas de velas que circulavam o ambiente, recebera a suas instruções e avistara um ser encapuzado na outra extensão do jardim. Era uma senhora de idade de olhos absurdamente negros que o assustaria em outras situações, ele pensara.

Draco olhara para a velha que segurava um jarro de metal brilhoso para a fonte no centro do jardim, agora ocupada por um líquido pegajoso e platinado que ele notara ser Sangue de Unicórnio.


– Quantos Unicórnios foram necessários morrer para encher a fonte? – O loiro brincara só então avistando a cena macabra de cinco corpos de unicórnios jogados de qualquer jeito em volta da beirada da fonte, com a garganta cortada. Draco franzira o cenho engolindo em seco indo então em direção a velha que permanecia impassível. – O que tem aí? – mal ele perguntara e já inalara o forte cheiro do sangue contido dentro do jarro. Um cheio forte além do normal, um cheiro que lhe dava calafrios e o faziam lembrar restos podres de seres mortos. Sim, reconhecia aquele cheiro. – Arhg Sangue de Basilisco, meu favorito. – Ele rira sarcástico para a velha.– Não tem mais ninguém pra me bater, não? Sei lá... um centauro, um ogro...

Draco suspirara derrotado já sabendo o que tinha de fazer. Pegara o jarro das mãos da mulher de forma entediada e fora até a beirada da fonte. Resmungando enquanto retirava a calça e o resto das roupas do corpo até ficar totalmente nu “Fico imaginando, quem será a figura que inventou esse ritual...”, Draco adentrara de uma vez só na fonte, sendo coberto até a cintura pelo líquido platinado. Ele vira a velha olhar para ele.

– Já sei, já sei... purificação completa. – Ele dissera para velha respirando fundo e mergulhando o resto do corpo da fonte. Quando subira à superfície, agora sentindo aquele líquido platinado por todo o seu corpo respirava com dificuldade, como se aquele sangue estivesse invadindo o seus pulmões.
– Pronto, agora vem a parte nojenta. – dissera indo em direção ao jarro e respirando fundo mais uma vez colocara-o sobre sua boca, entornando todo seu conteúdo goela à baixo, sujando a fonte e todo seu corpo, pelos resíduos de sangue que lhe escapavam.

Tendo tomado tudo de uma vez jogara o jarro com agressividade como um lobo faminto, sentindo uma cede e obsessão possuí-lo.

– Merlin! Isso é muito bom.... quero mais, mais... – ele dissera desesperado olhando em volta. – Velha! Me dê mais!

A velha imediatamente enchera o jarro e depois de algum tempo, Draco já havia tomado cinco doses de sangue de basilisco, e na última gota ele sentira algo estranho acontecer naquele jardim. Virara-se receoso e quase dera um salto de susto ao notar que os Unicórnios agora estavam de pé, com olhos vermelhos e ameaçadores, que realçavam seu aspecto demoníaco. Os cinco Unicórnios davam passos lentos e ameaçadores em sua direção enquanto o loiro dava o mesmo passos para trás.

– Esses poderes devem ser mesmo valiosos... – Draco brincara novamente tentando sempre amenizar a própria situação desesperadora. E então começara a sentir algo corroer suas veias e artérias. – O que... o que é is... – Ele dizia contorcendo-se enquanto andava para trás ainda fugindo dos Unicórnios. Soltara um grunhido de dor... - mas o que... – Fora então que descobrira o que tinha. E rira-se com dificuldade da própria burrice.


– Claro... Sangue... Sangue de Basilisco... Muito bem Draco, você acaba de ingerir cinco jarros do veneno mais potente do mundo mágico.

Então ele correra para a outra extensão da fonte ainda sendo seguido pelos olhares dos Unicórnios que agora viravam-se ainda em direção a ele nos seu passos calmos.

– Unicórnio, Preciso de Sangue de Unicórnio. – Draco debruçara-se sobre a fonte atrás do seu antídoto quando notara com desespero que a fonte agora estava vazia. – Velha preciso de Sangue de Unicórnio! – Mas a velha não obedecera dessa vez. – Claro, até parece que você vai me ajudar.

Fora então que somara um mais um, naquela história e apontara para os unicórnios que continuavam avançando vagarosamente em sua direção, de forma sádica e desesperadamente sarcástica.


– Claro... Entendi tudo... é por causa dos meus pesadelos, não é? – Perguntara Draco em voz alta para alguém oculto naquele jardim. – É porque nos últimos seis anos eu tenho tido o mesmo pesadelo de sempre, de quando eu te vi bebendo sangue de unicórnio na floresta proibida no meu primeiro ano em Hogwarts, não é?

Então que uma voz sombria naquele jardim o respondera com uma gargalhada gélida.


– Você sabe o que fazer filho .

Flash Back


Hermione acordara dando de cara para duas Gárgulas de Pedra que a encaravam, a castanha levantara-se olhando em volta. Quanto tempo estava ali? Perguntava-se ela. Quanto tempo cochilara depois que Draco fora embora? Só então se lembrara dos últimos acontecimentos, Draco dissera Adeus e saíra da Torre, ela não fora atrás para despedir-se dele. Ela nem ao menos o olhara uma última vez nos olhos, ficara ali e dormira... idiota.

Ela olhara para baixo, os terrenos de Hogwarts já estavam cheios de gente, já devia estar na hora de suas aulas... Mas ela não sentia vontade nenhuma de ir assistir-las... Tinha vontade apenas de ir correndo por aquele castelo atrás de Draco, mesmo sabendo que ela já devia estar a caminho da mansão aquela hora.


Se censurara por aquela vontade. Como poderia querer Draco depois de tudo o que ele fizera? Como ela podia ser tão patética assim? Notara então algo gelado contra a sua pele, e vira que o pingente de seu cordão permanecia congelado e ao segura-lo de novo sentira-se novamente triste, amarga... sem lágrimas.

**


Querido Diário...
Estou escrevendo de novo, dessa vez da sala de feitiços. Três dias se passaram desde a Torre das Gárgulas, três dias que não escrevo. Esses três dias fiquei trancafiada no dormitório feminino. Gina quase tentou me matar tentando me obrigar a comer alguma coisa. Harry e Ron já botaram essa porta abaixo algumas vezes e já destruíram o quarto umas cinco vezes também em revolta, acho que a revolta na verdade era de não poderem fazer isso comigo. Estão realmente preocupados...


Daniel já tentou invadir a Grifinória seis vezes, teve sucesso numa, mas não passou no Hall uma vez que fora flagrado pela Professora McGonagal. Ah sim... ela também já veio falar comigo, disse que se eu não comesse mandaria um berrador para os meus pais, ela foi quem obtivera mais efeito. Comi tudo que tinha numa bandeja que ela mesma trouxera para mim, sendo monitorada por Gina. Claro que depois que todos saíram eu vomitei tudo. Não de propósito, mas algo dentro de mim não quer manter substância nenhuma dentro do meu corpo e meu estômago se vendo para essa tirania. Eu não tenho conseguido reagir muito perante mais nada, mas não entendo a revolta de todos também. O que tem demais em simplesmente querer me isolar do mundo exterior?


Tem uma tonelada de cartas aqui, todas... claro de Daniel, o único que não conseguiu ver meu estado deplorável ainda, mas não abri nenhuma. Não sei exatamente porquê... nem meu diário estava conseguindo abrir. Só vim para aula hoje, porque Harry e Rony me lembraram que hoje é prova. Última prova para falar a verdade, de feitiços. E minha responsabilidade acadêmica realmente foi a única coisa que conseguiu me tirar da cama.


É uma prova simples, temos que fazer nossos próprios feitiços e apresentá-los para a turma. É claro que não é um feitiço oração, não aprendemos ainda a reunir ordens mágicas em apenas quatro frases ou duas. Por enquanto estamos treinando em Poesias. Tem saído umas coisas interessantes até agora, exemplo:


Daniel fora até a frente da turma com o seu pedaço de pergaminho nas mãos e com um sorriso canalha nos lábios. Detalhe: o rosto dele também estava todo machucado, e eu vou fingir que não sei o porquê . Ele me olhara apreensivo, mas o professor mandara ele terminar sua prova antes. Sabia que logo, seria mais um pegando no meu pé. Se bem que... eu me vira sorrir de leve, eu senti realmente a falta dele... esse amigo convencido e chato...


– Então sr. Conl? Sobre o que é seu feitiço Poetry? – perguntara o professor.


– Ah então... Só para não dizer que eu não me importo com os menos afortunados, eu fiz um feitiço para atrair e confundi as mulheres. – Ele dissera com um sorriso ainda mais canalha. O professor revirara os olhos e eu também, enquanto a sala caía na gargalhada.


– Pois bem, já sabe: Para se realizar Mactux , para não se realizar Isolad .


– Não, eu não preciso desse feitiço. Eu não faço parte dos menos afortunado. – Eu revirara os olhos de novo.


– Prossiga senhor Conl...


Isolad



Escrevo no escuro
esse sentimento surdo e mudo
to rindo das palavras que não enxergo
amanhã verei que escrevi um absurdo

Aproveitando que estou no escuro
vou dizer que te amo
"eu te amo"
mesmo que não possa ver a verdade no meu rosto
mesmo que não possa sentir o toque dos meus dedos
ouvir as palavras que eu digo

Amanhã eu digo que é mentira
"sou uma pessoa mentirosa"
gosto de brincar com a sua vida
abrir e fechar feridas
como se sua vida fosse minha

O que não sabe é que se fosse minha eu cuidaria dela
e tentaria te fazer imensamente feliz
talvez porque eu seja uma pessoa egoísta e patética
talvez porque você seja tudo o que eu sempre quis

Como saber se é verdade?
Como saber se caráter possuo?
não enxergo nem minhas letras
só te escrevo no escuro

Como saber se não estou rindo?
o objetivo real disso tudo.
me desculpe se meus versos te deixam sozinha
mas eu disse que escreveria um absurdo.


Daniel fora o mais aplaudido da turma, os garotos todos já pediam cópias daquele feitiço e as garotas suspiravam encantadas agora que sabia que o ídolo delas tinha mais um dom, o da poesia. Mas eu não conseguia me animar com nada, Mantinha minha cabeça jogada em cima dos meus braços em cima da mesa, deitada com o olhar perdido, só pensando em Draco... aquele babaca... nunca vou perdoá-lo por roubar meu coração.

– Muito bem, sr. Conl. – dissera o professor. – Realmente seu feitiço é muito bom, se mesmo acionando o isolad as garotas já estão desse jeito, imagina se o usasse. Nota 93 para o senhor.


– Por que menos sete décimos? – revoltara-se Daniel em algum lugar daquela sala, eu não prestava atenção.


– De acordo com o tema que escolheu sr. Conl e as palavras escolhidas, esse feitiço só funcionaria por vinte e quatro horas... e eu pedi no mínimo 36 horas.

Daniel ainda se revoltava em voz baixa enquanto os demais alunos pegavam com ele cópias do feitiço, fora quando eu ouvira alguém me chamar.

– Mis Granger! – eu levantara a cabeça sorrateiramente. – Sua vez por favor... – vi Daniel dar a mesma piscadela de sempre quando eu vou para a frente da turma apresentar alguma coisa. Ron e Harry também pareciam mais interessados. – Qual é o seu tema?


– Para alguém não desistir de mim. – eu dissera quase sem voz, sem olhar ninguém diretamente em especial.

Eu fizera aquilo só para mim, independente de eu passar na prova ou não, me sentia fraca e lenta, mas ainda conseguira registrar alguns comentários atônitos a minha volta “O que? Granger fazendo feitiço de amor?” “Ela está doente, não está? Só pode” “Tem certeza que não é anti-amor?” “É algo sarcástico com certeza...”


– Pode prosseguir mis Granger... – eu ouvira a voz do professor e levantara o pergaminho um pouco para enxergar minha letra, mesmo que ler naquele momento, me desse dor de cabeça.


isolad – eu dissera acionando o contra feitiço.


Todas as partes de mim
são claras como vidro
Todas as vezes que eu disse sim
eu disse não ao meu orgulho

As Palavras que eu cantei
Nunca serão admitidas
Pois não importa quantas verdades citei
logo serão esquecidas

Você arrumou um jeito de me fazer falar
todas aquelas besteiras só com o olhar
E não entendo como foi me conquistar
Só com o jeito de me abraçar

Mas quando eu esqueço isso eu vejo
Que você é irritantemente agressivo
Consegue ridicularizar tudo o que eu sinto
Se zanga porque me animo quando começa a chover
E não entende que faz parte do meu jeito de ser
Que eu te odeio na maior parte do tempo
Mesmo quando você sempre ajeita o meu cabelo, que está contra o vento
Que eu não suporto seu jeito sério e mal-humorado
Que você tem ciúme de todo ser que está ao meu lado
Que você acorda todos os dias com a missão de me irritar
Eu posso jurar que nunca vamos nos apaixonar.

Eu ainda me lembro perfeitamente
da primeira vez que você passou por cima da minha autoridade
Me deixando completamente sem ar
Ignorando a minha vontade de te matar

Não sei quem foi o astro idiota
que planejou essa relação
Mas sei que tem que parar com essa mania
de me beijar sempre para vencer uma discussão

Você não conhece muitas partes de mim
eu costumo esconder as feias
Pois eu sei que quando esse romance chegar ao fim
não vai se lembrar de tudo em mim que odeias

Ou talvez se lembre e sorria de lado
E de quando eu implicava com o seu jeito calado
E me procure mesmo sabendo que te direi um palavrão
Mas antes você me beija só para vencer a discussão

Pois você me acha covarde
Pois fujo de sentimentos só para me proteger
Mas não acharia que eu não os sinto
se esse poema você parasse para ler

A verdade... é que eu prestei atenção
em todos os seus detalhes desde a primeira vez que te vi
E que desde então você me deixa em pedaços
sempre que me faz sorrir.

Você sabe tanta coisa de mim
e o mais importante você não conseguiu descobrir
Eu ainda sou aquela menina que você beijou
Aquela que você abraçou
Aquela que te deu um motivo para não desistir
Então por favor... ainda não desista de mim.


Você acreditaria se eu dissesse que quando eu terminei tinha gente chorando? As gêmeas Patil pelo menos, o resto dos alunos estavam todos boquiabertos pelo o que eu pude notar, mas eu não olhei muito a minha volta não porque isso estava me deixando tonta.


– Muito bom... quero dizer, bastante logo o feitiço... duração de pelo menos um mês. Além do que eu pedi, mas muito poderoso. Nota 100 mis Granger. – Depois eu voltei para o meu lugar e comecei a escrever no diário. O sinal tocou... vou sair logo de sala antes que Gina apareça na porta para me pentelhar.

**

“Droga, tarde demais” Pensara Hermione ao sair da sala as pressas e dando de cara com a ruiva que a puxara imediatamente para perto do lago. “Antes tivesse esperando o Daniel...” A ruiva parecia um sargento que puxava uma Hermione Granger Pálida para a sombra.


– Já comeu? – a ruiva indagara com seu olhar mortal.


– Sim. – mentira a castanha.


– Pois vai comer de novo. Harry já vai trazer uma bandeja. – A castanha olhara emburrada para o nada sem responder a sua amiga. – Eu ouvi a sua poesia. Cadê? – perguntara ela maravilhada. Hermione jogara um pergaminho amassado nas mãos da ruiva que o lia maravilhada. – Hermione você não percebe? Esse feitiço pode trazer o Draco de volta... seja lá qual foi o motivo pelo qual ele desistiu... ele vai voltar! – A castanha ignorava a animação da ruiva olhando ainda para o nada. – Presta atenção! – insistira Gina ainda mais nervosa, Hermione a olhara indiferente. - Essa pode ser sua última chance! – dissera a ruiva balançando o pergaminho na frente dos olhos da garota.

Hermione olhara do pergaminho para os olhos azuis e tensos de Gina até que o pergaminho na mão da ruiva entrara em chamas, obrigando a ruiva a saltá-lo longe assustada. O pergaminho em menos de dois segundos já virara cinzas, cinzas essas que logo sumiram pela própria magia – Você é louca? O que você fez?– perguntara Gina com os olhos embaçados de lágrimas e fúria. Hermione apenas levantara seguindo seu caminho. Gina levantara também vendo-a ir embora. – Então é isso mesmo? Vai desistir... Como uma covarde? – Hermione parara de andar, porém ainda ficara de costas para a amiga.


– Eu já desisti.


– Pessoas que desistem do amor, não são dignas dele! – Um longo silêncio se alastrara entre as duas enquanto Hermione apenas registrara as palavras da amiga.

Gina ainda respirava com dificuldade enxugando as próprias lágrimas, quando procurara por Hermione de novo, esta não estava mais ali.


Hermione não conseguia ver mais nada a sua frente, as vozes que diziam seu nome pareciam distantes e grossas, só sentia que estava andando dentro do castelo, embora não conseguisse controlar o próprio corpo. Sentia sua pressão baixar cada vez mais, e sua visão ficar cada vez mais escura... até que apagasse de uma vez.


Fim do Flash Back

Draco tremia dos pés a cabeça, já vestira suas roupas de volta e mal conseguia andar de volta para a mansão. Sentia em suas mãos trêmulas ainda o pescoço de cada Unicórnio que matara, o sangue platinada ainda surtia efeito dentro do seu corpo repelindo o sangue de basilisco. Sentia-se sujo, condenado, amaldiçoado. Nunca fizera algo tão terrível e macabro em sua vida. Nunca tirara a vida de nenhum ser vivo na terra, que dirá de cinco unicórnios, por mais demoníacos que eles estivessem.


Parara no meio dos terrenos da mansão, queria um momento para respirar antes de entrar na mansão e enfrentar o próximo desafio. Olhara para o céu ainda tremendo e avista lá, a sua velha amiga, grande, gorda, brilhante... a lua. A lua ali sempre tão pura... será que ainda poderia se identificar com ela? Não... estava sozinho, e amaldiçoado... Como tudo isso acontecera? Há mais de mil anos atrás? Tudo por causa da miserável a daquela bruxa Elemental. Ele rira daquela realidade desgraçada e abrira os braços em desafio e gritara para os astros.


– Eu sou um homem amaldiçoado! – Ele gritara com raiva. – Amaldiçoado por uma maldita bruxa Elemental que não sabia que lado seguir ! Sépia das Pedras ! Eu te amaldiçôo! Ouviu? E se você nascer de novo, eu mato você!

Draco engolira seu ódio de uma só vez... sentindo-se muito mais aliviado apesar daquela amargura ainda percorrê-lo nas suas artérias. Mas voltara ao seu caminho, engolira em seco ao entrar novamente na mansão e passar pelo corredor de Comensais que o aplaudiam em todo o seu trajeto até o salão da ala sul. Sentira-se fraco de inicio, mas logo já sentia um novo calor invadir o seu corpo, peito, costas e braços nus e junto dele uma nova força.


– Meu filho. – ele vira Voldemort descer de seu trono com os braços estendidos para um abraço e quando Draco se aproximara ele o abraçara. Todos os comensais se assustaram com a cena não acreditando que Voldermort fosse capaz de tal ação. – está quase terminado Draco. Quase... – Ele dissera agora voltando para seu trono. – Preparado para etapa final do ritual?


Draco mantinha-se no centro da sala preparado para aceitar a oferta de Voldemort quando avistara, muito longe, em meio a fina chuva atrás das janelas, uma coruja de Hogwarts adentrara nos terrenos da mansão Malfoy. Draco que sentira que seu peito ia explodir de euforia correra o mais rápido que conseguira para fora do salão e subindo os quatro andares da escadaria da mansão, ignorando os chamados de Voldemort e os demais Comensais ao seu nome. Quando dera de frente para sua mãe que terminava de ler o pergaminho e voltara a dobrá-lo. Seu peito subia e descia de ansiedade ao encarar o pergaminho nas mãos de Nascisa, não suportando mais segurar a dúvida dentro de si.


– De quem é? – ele perguntara de forma simples e firme, quase que numa ameaça.


– É do Snape. – respondera Nascisa simplesmente sem se afetar com o tom do filho. – Informando que seus pertences chegam pela manhã de domingo.


Draco ainda mantivera o contato visual determinado por alguns segundos até finalmente suspirar derrotado e virar-se novamente para descer as escadas completamente decepcionado e ferido. Narcisa também virara-se para voltar ao seu caminho quando sentira algo ser puxado de suas mãos.
Draco voltara-se no segundo seguinte, tomado por uma fúria e decisão repentina e arrancara o tal pergaminho das mãos da mãe conferindo de forma feroz seu conteúdo com ainda uma gota de esperanças. Mas fora a letra e assinatura de Snape que encontrara ali, junto do conteúdo do qual a mãe falara.

Fechara os olhos em decepção e derrota ao lê aquilo enquanto o pergaminho era tirado de suas mãos de forma simples e delicada. Draco recusara-se a virar e ver o olhar de desaprovação de Narcisa àquele comportamento imaturo e infantil dele.


– Já está convencido agora? Ela não vai vir atrás de você Draco. Aceite, e comece a levar esse ritual e sua nova posição a sério. Muitos se sacrificaram para que você chegasse até aqui. – ela dissera de forma rígida e cortante.

Draco, sem olhar, respirara pesadamente e descera as escadas novamente enfim aceitando o destino do qual ele enfim, nunca conseguiria se livrar. Narcisa observara tal processo com um fino sorriso nos lábios e levantara o pergaminho novamente na altura dos olhos, dessa vez não era mais a assinatura de Snape que se encontrava ali e sim a de Hermione Granger.

Flash Back



– Quanto tempo eu apaguei? – perguntara Hermione ao abrir os olhos e reconhecer aquele sorriso canalha e aconchegante. Daniel rira antes de responder.


– Dessa vez, só três dias. Sério, você precisa ser nomeada garota propagando da Ala-Hospitalar. – a garota tentara sorrir sem sucesso. – Como está se sentindo? – Ele perguntara num tom mais sério. A garota dera um suspiro sarcástico antes de responder.


– Preferiria não estar sentindo nada. Onde estão os outros?


– Se está se referindo aos seus amiguinhos pela-sacos, saiba que você não vai vê-los até sair daqui. Enfeiticei a Pomfrey, ela ta do meu lado. – Ele sorrira canalha. – Aqueles babacas me deixaram três dias sem notícias suas, fiquei três dias agonizando pra tentar entrar na Grifinória e eles me impediram, dessa vez também vão ficar sem te ver... Para eles sentirem um pouco do próprio veneno. – A castanha sorrira não agüentando o jeito moleque e crianção do loiro. – Em pensar que eu salvei a vida daquela ruiva maldita ainda, por isso que eu falo: Eu só faço burrada. Em vez de deixar ela se espatifar no chão, nããoo... tive que ser educado. Ela que não suba numa vassoura na minha frente pra ver só, cavalheirismo comigo é uma vez na vida e outra na morte.


– Ou seja... na morte você provavelmente vai bancar o cavaleiro e dar a sua vida por ela. – brincara Hermione.


– Há! Vai nessa Hermigatinha. Só existem duas pessoas nessa vida por quem eu daria a minha vida e isso se eu estiver de muito bom humor.


– Ah eh? Quem? – rira Hermione. O loiro demorara um pouco para responder, deixando antes mais um sorriso malandro se espalhar por seus lábios.
– Eu e meu reflexo, claro. – Ele dissera ajeitando os cabelos espetados enquanto sorria de orelha a orelha e assistia a gargalhada de Hermione, o que não ouvia há um bom tempo.


– Claro.


– Ei, temos alguns assuntos pendentes. – Hermione parara de rir aos poucos prestando atenção. – Draco não mandou atacar a Weasley... – Hermione engolira em seco sentindo um cacto descer por sua garganta. – Se tivesse sido, eu o estaria cumprimentando agora, e pedindo perdão por ter sido tão incompreensivo. – completara o loiro de forma emburrada. – Na verdade ele até mandou tira-la do jogo... – Hermione logo retornara ao olhar feroz e Daniel se adiantara para terminar. – Mas não machucá-la exatamente. É coisa de Quadribol Hermione, armamos pra cima do Potter em todos os jogos, por exemplo. Mas quando ele viu que haviam pegado pesado com a pica-pau ele mesmo ficou furioso. Luke e Roger me contaram tudo.


– Foi por causa disso que vocês brigaram? – Ela perguntara simplesmente. Daniel fizera cara de inocente. – Sua cara está toda esfolada Daniel.


– ah nãoo... Eu caí. – ele dissera com um sorrisinho nos lábios. Hermione optara por não discutir aquela mentira. – Ah! Eu e Draco fizemos as pazes.


– O que? – Hermione virara-se para ele sobressaltada. – Como isso? Como?

– Ahh... bem... – Ele parecera pensativo. – Depois de muita conversa construtiva e acadêmica resolvemos nossas diferenças.


– Eu vou fingir que não sei como funciona as conversas construtivas e acadêmicas de vocês, pois essa é uma notícia muito boa! – dissera Hermione eufórica com um sorriso feliz nos lábios, que a tanto tempo não aparecia. – Eu acho... – completara confusa.


– É... ele não ia agüentar mesmo ficar muito tempo longe de mim. Aquele cara precisa dos meus bons conselhos, entende? – ele dissera dando uma piscadela. – Queria te levar pra dar uma volta, mas Pomfray falou que você ainda está muito fraca.


– É... mas... eu também não estou afim de ver muita gente.

– Ouviu né, ô enfermeira? – dissera Daniel alto para uma Pomfray aluada perto do escritório. – Nada de deixar aqueles três entrarem aqui! - Hermione revirara os olhos. – Aquele Potter não se convence. Perdeu poha... sou eu agora! Qual é a dificuldade para entender? – A castanha rira novamente.


– Pelo menos quando estou com você não penso tanto nos problemas. – Hermione dissera e rira.


– É, mas os problemas pensam em você. Toma. – Dissera Daniel depositando pergaminho, pena e tinteiro no colo de uma Hermione confusa. – Escreva para Draco. Está na hora de vocês se resolverem logo. Eu vou indo, preciso fazer uma coisa, porque se não você vai se distrair com a minha beleza. Mas depois eu volto. – E dando um beijinho caloroso no rosto da castanha saíra sem deixar espaço para Hermione questionar sua ordem. – A propósito... – voltara-se Daniel na porta. – Você perdeu meio ponto em Feitiços por ter queimado aquela poesia. Era para entregar, sabe?



**

Escreva para Draco, escreva para Draco... Como ele poderia querer que eu escrevesse para ele? Escrever o quê? É claro que eu me sinto culpada pelo julgamento errado no jogo de Quadribol, mas ele não se defendeu nenhuma vez e... E eu não conseguia parar de me sentir horrível por tudo o que acontecera além disso. Eu errei com ele, mas como escrever para alguém que eu... que não... que não me quer ? Isso significa que o motivo pelo qual eu desisti foi o errado? Legal mundo, isso mesmo... mais uma vez dando a volta e como sempre fazendo a minha cara em especial ficar contra o chão.

Agora sozinha naquela enfermaria, olhando aquele pergaminho em branco a ficha caía. Sentia uma mágoa e uma tristeza absurda afogarem juntos o meu coração. Aquilo doía demais, eu disse tanta merda para ele...


“- Então você não mudou mesmo. Sua soberba... Arrogância... Maltratar os outros... Tudo para conseguir o que quer. Eu detesto essa sua parte! Você é um ser horrível! Você é um lixo de raça-humana!”


Minha mágoa é referente principalmente ao fato dele não querer mais namorar comigo, desistir de mim. Isso não me da o direito de ser cruel. Ainda mais injustamente. Será que ele me perdoaria? Eu que sou um lixo de raça-humana.

Depois de longos minutos, terminei a carta. E nem acredito que consegui sair da Ala-Hospitalar e ir até o corujal sem ser vista. Prendi o pergaminho na pata da coruja, mas mal conseguia reunir coragem para soltá-la... sem muitos motivos, ou muitos porquês... mas eu a soltara, e ficara ali até vê-la sumir, junto da minha última esperança. Mas algo dentro de mim ainda me cutucava o peito, eu não sabia o que era... queria dizer algo, gritar algo, mas não sabia o quê... senti novamente o Inácio no meu estômago e isso não me ajudou em nada. O que era aquela sensação? De perda e de prêmio? De vazio e de preenchimento? Eu não tinha vontade de mais nada estando longe dele... por que isso? Eu não quero mais sentir isso...

**


Daniel estava em cima de sua vassoura sobrevoando Hogwarts. Estava inquieto e desesperado atrás da castanha. Onde ela se metera afinal? Mandara ela esperá-lo na Ala-hospitalar e ela logicamente não obedecera, arrancaria a cabeça dela ele mesmo quando a encontrasse, já havia decidido. E esse pensamento o convencera, que de fato ele nunca podia vir a ter filhos.


– Sujeitinha de Sangue-Ruim! – Ele exclamara puto para o alto. – Aonde você se meteu, droga? – Fora quando avistara numa torre quase completamente escondida de Hogwarts, que nunca soubera da existência até, que avistara uma garota de cabelos castanhos.

**

O que eu tinha? Eu mal conseguia respirar num ritmo mais suportável, desde que eu soltara aquela coruja. Eu sentia como se uma informação caísse sobre a minha cabeça, mas eu não conseguia entender que informação era essa. Aquele pingente, ainda congelado queimava a minha pele, eu sentia ventar cada vez mais forte à minha volta e eu sentia que meu estado emocional tinha algo haver com isso. De que adianta ser uma bruxa Elemental se eu não consigo nem controlar o meu coração? Meu coração doía, minha pele ardia, tudo à minha volta parecia rodar, mas eu não estava tonta. O que eu tinha? Não! Não! Não!


“- No jogo da Verdade, você me perguntou qual era o meu maior medo. Foi a única pergunta que eu me neguei a responder... Bem... o meu maior medo... é ter de seguir o meu destino. Como estou fazendo.


Eu não queria ter de relembrar aquilo, só afetava ainda mais meu emocional. Só piorava muito mais aqueles sintomas. Por quê dele me dizer isso agora? Por quê eu tenho que lembrar isso agora?!


“- Eu queria ter conhecido você antes...”


Parem lembranças malditas, parem! Eu não quero mais sentir, eu não quero mais sentir isso!


“- Quando eu fui embora da outra vez... você me devolveu a minha capa. Pra mim ela já estava como perdida uma vez colocada numa sangue-ruim, estragada. Bem, eu também estraguei uma coisa sua... “


O que? Minha alma? Meu Espírito? Não... só a minha pulseira. A pulseira da minha mãe... Por que você não deixou a sua poeira perdida no espaço? Talvez também não tivesse reintegrado os meus sentimentos, minha emoção.


“Se quiser joga-lo fora, terá de segura-lo em suas mãos primeiro..”


Eu o fizera, segurara aquele pingente cheio de ódio, cheia de vontade de jogá-lo longe, mas não conseguira. Meu rosto, meu corpo, tudo doía querendo chorar. Mas eu estava seca de novo. Não conseguia derramar um terço da angústia que eu estava sentindo. Era uma noite fria e gelada e assim se tornavam ainda mais conforme minha dúvida aumentava.


Por que ele veio me dizer Adeus? Ele sabia que eu não conseguiria dizer isso...


– Eu queria... tanto... – eu começara a dizer para mim mesma, para as gárgulas ou para a noite, não saberia informar. – que ele... me pedisse para esperar por ele... Me dissesse que ia voltar... Que ia me escrever... Qualquer coisa que indicasse... Que ainda estaria pensando em mim...


Eu pensara em Draco... aquela noite que eu praticamente o seqüestrei na vassoura, estando tão próxima do corpo dele, e ao mesmo tempo tão distante. Aquela voz rouca que me arranhava de leve e tão arrasadoramente.

"Ouvir Musica"

I know that your hiding things
(Eu sei que você está escondendo coisas)
Using gentle words to shelter me
(usando palavras delicadas para me proteger)
Your words were like a dream
(Suas palavras eram como um sonho)
But dreams could never fool me
(mas sonhos nunca poderiam me fazer de boba.)
Not that easily
(Não tão facilmente.)

I acted so distant then
(Eu agi tão distante, então...)
Didn't say goodbye before you left
(Não disse adeus antes de você ir.)
But I was listening
(Mas eu estive escutando)
You'll fight your battles far from me
(Você lutará suas batalhas longe de mim.)
Far too easily
(Longe tão facilmente)

"Save your tears cause I'll come back"
("Salve suas lágrimas, porque eu voltarei")
I could hear that you whispered as you walked through that door
(Eu pude escutar você sussurando enquanto você atravessava essa porta)
But still I swore
(Mas ainda prometo)
To hide the pain, when I turn back the pages
(esconder o sofrimento, quando eu voltar as páginas.)
Shouting might have been the answer
(um chamado pode ter sido a resposta)
What if I cried my eyes out and begged you not to depart
(e se eu chorasse e implorasse para você não partir.)
(But now I'm not afraid to say what's in my heart
Mas agora eu não estou com medo de dizer o que está no meu coração ...)
Though a thousand words
(Embora mil palavras )
Have never been spoken
(que nunca foram ditas.)
They'll fly to you
(Elas voarão até você)
Crossing over the tide
(Cruzarão sobre a maré)
And this is holding you
(E isso o está prendendo)
Suspended on silver wings
(suspendidas nas asas de prata.)
And a thousand words
(E mil palavras)
One thousand confessions
(mil confissões)
Will craddle you, making all of the
(O embalarão,fazendo todo)
pain seem far away
(sofrimento parecer distante)
They'll gold you forever
(Elas te segurarão para sempre)



Eu me apoiara sobre o muro da torre como se cantar aquilo estivesse me matando, tirando o pouco ar que eu possuía. Na verdade eram palavras que eu nunca tinha ouvido. Das quais nunca me imaginei dizendo, e que destroçavam todo o meu orgulho em fiapos. Mas eu sentia que precisava continuar.

The dream isn't over yet
(O sonho ainda não acabou)
Though I often say I can't forget
(Embora eu tenha dito várias vezes, eu não posso esquecer)
I still relive that day
(Eu continuo lembrando esse dia.)
You've been there with me all the way
(Você esteve lá comigo por todo o caminho)
I still hear you say
(eu continuo escutando você falar)

"Wait for me, I'll write you letters"
(“Espere por mim, eu vou escrever cartas para você")
I could see how you stand with your eyes to the floor
(Eu poderia ver como você está com o seus olhos no chão)
But still I swore
(Mas eu continuo prometendo)
To hide the doubt when I turn back the pages
(Esconder as dúvidas quando eu voltar as páginas.)
Anger might have been the answer
(A raiva pode ter sido a resposta.)
What if I'd hung my head and said that I couldn't wait
(Se eu abaixasse minha cabeça e dissesse que não poderia esperar)
But now I'm strong enough to know it's not too late
(mas agora eu sou forte o bastante para saber que não é tarde demais)

'cause a thousand words
(Porque mil palavras)
called out through the ages
(chame baixo através dos anos)
they'll fly to you
(Elas voarão para você)
even though we can't see
(Mesmo que eu não possa ver.)
i know they're reaching you
(Eu sei que elas estarão chegando em você)
suspended on silver wings
(suspendidas nas asas de prata.)

oh, a thousand words
(Oh, mil palavras)
one thousand embraces
(Mil abraços fortes )
will cradle you making all of your
(O embalarão fazendo com que toda sua)
weariness seem far away
(Tristeza pareça tão distante)
they'll hold you forever
(Elas te segurarão para sempre)



Então algo me assustara, eu pude ouvir um violino... dentro daquela torre, alguém o tocava e eu o procurara, mas com certeza era fruto da minha imaginação, pois não encontrara nada. Ou talvez fosse algum sintoma da magia elemental, sei lá... preferi por não temê-lo tanto porque aquele som era muito acolhedor.

Oh a thousand words
(Oh, mil palavras)
Have never been spoken
(que nunca foram ditas )
They'll fly to you
(Elas voarão até você)
They'll carry you home,and back into my arms
(e vão lhe trazer para casa, e denovo nos meus braços)
Suspended on silver wings
(Suspendido em asas de prata)
And a thousand words
(E mil palavras)
Call out through the ages
(chame através dos anos)
They'll cradle you
(Elas vão te embalar)
Turning all of the lonely years to only days
(Tornando todos os anos solitários em apenas dias)
They'll hold you forever.
(Elas te segurarão para sempre.)



Droga... então é nisso que se resumi todos esses parágrafos de pura falta de lucidez, todos esses parágrafos dramáticos dos quais eu redigia sem ao certo saber sobre o quê estava pensando, ou dos quais eu fiquei aqui enrolando a única leitora oficial desse diário (eu mesma) só para não me convencer daquilo que eu venho negando nos últimos dias, semanas, meses, anos da minha vida?

Essa verdade cruel e nojenta que me persegue desde o dia que eu conheci aquele menino loirinho com cara de príncipe revoltado, e que tem através dos anos se tornado óbvia cada vez mais para mais pessoas nesse castelo, menos pra mim! E mesmo agora eu não consigo parar de enrolar a mim mesma ou quebrar as penas com que escrevo, ou fazer minha mão parar de tremer, porque estou escrevendo as palavras mais difíceis da minha vida.


O que eu teria sentindo por Harry então? Ou melhor... o que eu sentia por Draco enquanto amava o Harry? Ódio, claro... mas por quê eu sempre tivera anseio e vontade de beijar e abraçar Draco todas as vezes em que eu jurava ódio à ele? Por que afinal estou me fazendo tantas perguntas se a resposta já se tornara óbvia desde a primeira vez que escrevi sobre esse loiro babaca no meu diário?


Afinal...
Ele foi quem me beijou primeiro, foi quem me marcou primeiro, quem me quis primeiro e informou desde o início que eu era dele. Será que eu preciso ser ainda mais clara??


– Linda a música – dissera uma voz à minha frente me cortando de meus pensamentos. Eu o olhara ainda transtornada. – Eu sei o que você está pensando... – dissera Daniel, aquilo me irritara. Como ele podia saber? - Por que ele não pode ouvir tudo isso que eu acabei de dizer, quando eu finalmente consigo reunir coragem para dizer-lo? – Não, não isso o que eu estava pensando. – Já parou para registrar o que toda essa letra significa Hermione? – Eu estava fazendo isso agora. – Talvez você realmente... esteja aman...

– O que você sabe sobre isso? – eu o cortara bruscamente. Realmente, depois que passei um bom tempo sem querer ouvir aquele tipo de coisa, eu não queria ouvir agora, muito menos dele e sem passar pela minha aceitação ainda. – Você não sabe nada! – Daniel se assustara tanto com meu grito que quase caíra da vassoura.


– Eu sei que Draco é louco por você. Te ama de verdade. – Ele dissera sério e firme tentando me afetar. E afetara, mas eu rira sarcástica.


– E você acha que eu me importo? Para o inferno com o amor dele! Eu já estou cansada de ouvir os outros dizerem o quanto Draco me ama! Estou cansada também de vê-lo terminando comigo só porque eu “não correspondo ele” ! – Daniel Franzira o cenho estranhando toda aquela reação. – Pois não correspondo mesmo! Eu não ligo se ele é um riquinho orgulhoso das trevas! Eu não me importo se ele sofre ou se já me esqueceu! Para mim eu quero mais é que ele se exploda! E se você estiver com peninha do seu amado amiguinho então se exploda junto com ele!

E dizendo isso eu correra escada abaixo aquela torre, assim como correra pelo castelo vazio e escuro, não me importando nem um pouco com os Quadros ou com Filch porque naquela hora eu chorava, e chorava muito, sem conseguir me controlar, a ponto de soluçar...


Corri por uns quinze minutos sem parar, sem rumo e direção, já dera voltas e voltas naquele castelo e já começava a me sentir sufocada. Fora quando eu parara no meio de um corredor exausta e passara a mão na testa agora querendo ver Daniel desesperadamente. Onde ele estaria? Já teria voltado para as masmorras? Procurei em todos os corredores, no campo de quadribol, nos vestiário trancado, na biblioteca, na cozinha... até desistir e ir caminhar tristemente no lago. Mas ao pisar fora de Hogwarts eu o vira, ali ao pé da árvore com as mãos nos bolsos da calça virado pra mim, Daniel Conl.

Eu sentira um alivio me invadir e correra o mais rápido que eu pudera em direção a ele e me jogando nos seus braços num abraço apertado e desesperado sem conseguir controlar meu choro alto.


– Eu... Eu... Eu... Eu quero dizer a verdade pelo menos para você. Eu... Sobre o Draco... Sobre o Draco... eu realmente... realmente... o amo. – Eu não conseguia parar de chorar e soluçar. Ele apenas permanecia calado acariciando meus cabelos sem se exaltar. – Honestamente, sempre... o tempo todo. Minha cabeça esteve completamente tomada com pensamentos sobre ele. Eu tentei imaginar, mas não consigo... viver... em um mundo sem ele. Mesmo agora... eu quero... ficar com ele. Eu quero ficar com ele para sempre... – Eu soluçava cada vez mais forte não conseguindo mais enxergar nada a minha frente por causa das lágrimas. – Eu disse para mim mesma para abandoná-lo... abandonar e esquecê-lo... Mesmo que eu tentasse me concentrar em outras coisas... por alguma razão, eu continuava... pensando nele. Até um ponto... em que eu me achava patética... Ao ponto de não gostar mais de mim mesma... Eu me acho... me acho horrível.... Mas ele... Ele é tudo pra mim. Eu o amo tanto...



Hermione continuava a chorar nos braços de Daniel que continuava por abraçá-la forte acariciando os seus cachos deixando um sorriso calmo e aliviado se espalhar pelos seus lábios.


– Era só isso que eu precisava ouvir, Hermigatinha. – ele dissera numa voz calma e calorosa.


– O que? – ela perguntara sem entender se afastando um pouco dele e secando as próprias lágrimas. O loiro apenas olhara para o nada suspirando exausto.

– Dão trabalho... você e o Draco. – E se virara então para uma Hermione completamente confusa. – Então, preparada para ir dizer tudo isso ae? – Ele perguntara com um olhar comprometedor.

Ela demorara para responder se assustando de início com a proposta, mas logo olhando triste para o nada, sabendo que não tinha mais como fugir daquilo. E se virara então para o amigo francês.


– E se eu cair...?


– Você levanta. É assim que funciona. – Hermione ainda o encara por um tempo e então acenara afirmativamente com a cabeça, fazendo o loiro abrir um sorriso maior e energético. – Muito bem então, são três da manhã. – Dissera Daniel animado como se falasse de quadribol, olhando o relógio de pulso. – Dumbledore chega as cinco, eu consegui adiantar o feitiço de liberação do campo de força do castelo para... agora, mas apenas por dez minutos. Por isso, Tome. Minha vassoura. Sei que você voa muito mal, mas é o jeito mais rápido. Dentro dessa mochila tem tudo de que precisa, o mapa para chegar até a mansão Malfoy, roupas, mantimentos, uma varinha que eu roubei, caso perca a tua, se tiver que me contatar imediatamente use um patrono, eu devia ir com você, mas tenho que esperar Dumbledore chegar para não deixá-lo fechar o campo de força quando chegar. Para todos também você está na Ala-Hospitar, isso é bom porque Pomfrey me obedece e ninguém entra lá...


– Espera! Espera! Você já estava planejando a minha fuga de Hogwarts? Como isso? – perguntara Hermione transtornada em meio todo aquele falatório dele.


– É claro! Eu sabia que faltava muito pouco para você aceitar a realidade, lá em cima então eu vi que a hora tinha acabado de chegar. Agora eu não sei que dia foi escolhido para o ritual, vamos torcer para que ainda não tenha chegado, pois se não Draco vai ficar violento e vai ficar um pouco mais complicado.


– Do que você está falando? Que ritual? Perguntara Hermione ainda mais eufórica.


– Aquele que você tem que impedir, tirando esse dia todos os outros a Mansão está vazia. Só com Narcisa e Draco. Até Lúcius ta foragido não vai aparecer. Vai ser muito azar se o ritual estiver sendo logo hoje. Agora preste atenção aqui: Você não pode tocar nos muros que cercam os terrenos da mansão, eles são anti-trouxas e principalmente anti-sangue-sujos você provavelmente passaria por uma morte lenta e extremamente sofrido.


– Então como eu vou entrar? – Perguntara Hermione sobressaltara rindo-se do próprio nervosismo e de Daniel, que abrira um sorriso perigo.


– É aí que entra nossa arma chave... acho que já está na hora de você usar isso. – ela dissera estendendo para ela um frasco redondo de preto deixando uma Hermione maravilhada e emocionada.


– É o que eu estou pensando?


– Sim, sua poção Elemental pronta magicamente carregada. Quando você estiver de frente para a mansão Malfoy você deve tomar a poção, uma vez transformada tente controlar sua mente treinada. Atravessou o muro vire humana, ainda é muito cedo para você ficar muito tempo transformada. Faça como a gente treinou nas simulações.


– Eu não acredito, finalmente. – Agora vai logo, que o tempo ta passando. – Ele dissera botando a poção dentro da mochila que enfiara nas costas da garota e obrigando-a a montar na vassoura. – Prestou atenção em tudo o que eu falei?


– Sim...


– Tudo mesmo? Até sobre...


– Daniel. – ela o cortara com um sorriso animado nos lábios. – Obrigado. – Ele respondera apenas uma piscadela e a garota levantara vôo para longe dos terrenos de Hogwarts.


– Espero que eu não tenha acabado de contribuir para um homicídio...


Fim do Flash Back



Hermione não sabia dizer ao certo quantas horas levara para chegar à Mansão Malfoy, mas o céu ainda estava escuro e agora chovia mais forte. Ela avista logo ao chegar na região que Uma Mansão majestosa como aquela só poderia mesmo pertencer aos Malfoys, mas mesmo assim se assustara com a sua magnitude. Parecia mais um castelo dentro de grandes Terrenos limpos, dividido por esculturas e jardins, cercado por um gigantesco muro. Ela vira próximo uma placa com os dizeres: “Malfoy 1/2m” e pousara próximo a ela.


Era maravilhosa a sensação de finalmente estar no chão, mesmo que toda sua ansiedade fosse-lhe tirando o medo de voar. Ela olhara para as extensões do muro, silencioso e sombrio. Era uma mansão no meio do nada. Tinham cobras desenhadas em todo o muro de pedra e Hermione começara a procurar pela pelo frasco da poção dentro da mochila.


– Daniel é maluco de me deixar vir sozinha para esse antro de Comensais. – murmurara Hermione para si mesma. – E eu mais maluca ainda de concordar. Onde eu estava com a cabeça? – Ela segurara o frasco a sua frente destampando-o – Então... espero que não seja um rato. – Ela dissera tensa antes de ingerir goela a baixo a poção de uma só vez.


De início não sentira nenhuma mudança, olhara atenta para os lados tentando registrar qualquer efeito lateral em seu corpo. Desconfiando até mesmo de que o francês errara na poção quando finalmente sentira algo estranho arder em seus olhos. Numa velocidade vagarosa os castanhos amendoados começaram a se dilatar em olhos mais redondos e sua íris se espreitando cada vez mais enquanto o castanho fora clareando se tornando cada vez mais amarelo.Hermione sentira também algo ferir seu lábio inferior e notara que seu caninos também foram crescendo enquanto outras diversas transformações no seu corpo também iam acontecendo.


Logo uma luz dourada começara a circular a castanha cobrindo-a por inteiro ao mesmo tempo que uma ventania forte à circulava também. Quando tudo cessara não era mais uma garota de cabelos castanhos que se encontrava ali, e sim um lince de pelagem castanha e grandes olhos amarelos. O felino analisara tudo ao seu redor e encarara o muro a sua frente levantando o focinho para notar sua altura. Não demorara para que o Lince desse um baixo rugido selvagem ao saltar para cima do muro e logo para dentro dos terrenos da mansão, na mesma leveza e agilidade de um gato selvagem e caminhasse para cada vez mais perto da mansão no seu andar elegante e perigoso.


Os terrenos da mansão estavam vazios, parecia abandona à vista de qualquer humano, mas o lince já escutara de longe, havia o movimento e não demorara para acha a janela certa de um grande salão enjanelado da Ala-sul da mansão. Ele se espreitara atrás de uma em especial coberta por uma árvore antiga. O lince abaixara-se por trás da árvore e quando levantara não era mais o felino e sim uma garota de olhar exausto e fraco que protegia-se da chuva em baixo da árvore, parecendo não conseguir prestar atenção em mais nada além dos serem encapuzados naquele salão, nem ao menos em sua completa nudez.


Hermione conjurara sua própria varinha com muito sacrifício e enfeitiçara o vidro daquela janela, tornando as vozes lá de dentro tão audíveis como se estivessem ao seu lado. Notara que aquele salão o mesmo na penseira de Draco, onde ele treinava esgrima e onde fora meio que torturado pelo pai. Mal podia acreditar que estava realmente ali. Começara ainda mais tensa a identificar alguns rostos dentro daquele salão: com nojo identificara Lucius Malfoy, com um ódio formigando dentro de si identificara Bellatrix e com um formigamento na espinha identificara Voldemort sentado numa espécie de trono. Eram os únicos rostos não cobertos.


Logo ela se assustara com o barulho das pesadas portas do salão sendo abertas e mais ainda ao notar que era Draco que adentrara num andar manco e cansado, mas ainda numa elegância e pose que sempre fora típica dele. Draco vestia apenas uma calça preta. A parte de cima de seu corpo estava descoberta e deixava amostra uma série de ferimentos graves, incluindo queimaduras e chicotadas graves.


– Você está aqui para a etapa final do ritual Draco... – dissera Voldemort na sua voz fria.


– Não... Não... – murmurava Hermione para si própria quase sem voz. Ela vira Draco se curvar numa reverência o que fez Hermione ver ainda mais as marcas em suas costas cobertas de sangue.


– Eu já disse o porquê de eu ter escolhido você como filho, Draco. – dissera Voldemort num tom orgulhoso. – Mas porquê escolhera ser batizado? – Ficara um silêncio insuportável naquele salão.

Draco demorara para responder olhando paro nada enquanto todos aguardavam sua resposta. Hermione observava a cena apreensiva, suspeitando se alguém lá dentro conseguiria ouvir as fortes batidas do seu coração.

– Eu não tenho mais motivos ... - dissera o loiro com a voz seca e cortante, cortando ainda mais o peito da castanha. – para ser bom . – Hermione sentira o gosto salgado das lágrimas no canto de sua boca.

Sentia novamente uma onda de tristeza tomar conta de si, tocando o vidro da janela de leve com os dedos, implorando intimamente que Draco à visse e lembrasse de seu motivo.

“- Você quer saber o que eu pensei quando eu te beijei? Eu pensei que agora, eu tinha um motivo...
– Motivo pra quê?
– Para ser bom...”


Hermione chorara ainda mais ao ter aquela lembrança, ele enfim sempre tivera razão: Ela o amava mesmo. E agora ela estava ali, pronta para dizê-lo, mas ele já havia desistido dela. Agora ela desejava no íntimo nunca ter destruído o feitiço que fizera, por mais egoísta que isso pudesse parecer.


– Olhe para mim, por favor. Olhe para mim... – implorava Hermione em lágrimas num choro baixo. – Não desista de mim...


– Para quê quer ser bom se você pode ser ótimo ? – rira Bellatrix quebrando outro silêncio, o salão agora novamente invadido por gargalhadas.


Hermione começava a sentir-se cada vez mais fraca e incapacitada de reagir... Enxergava ainda muito bem, mas seu corpo estava dolorido e frágil, mas conseguia segurar a varinha. Ela via dentro do salão, o ambiente tomar uma decoração diferente, como a sala precisa. Agora Grandes cruzes de um azul forte e brilhoso, iam surgindo em toda a extensão do salão, como o corredor de um mausoléu.


Alguns gritos desesperados foram surgindo e Hermione pode ver dois comensais entrarem no salão puxando por duas cordas uma mulher suja e machucada. Ela parecia ser de boa família, e ter uma aparência não muito à cima dos vinte anos, tinham logos cabelos castanhos e olhos muito negros, ela fora puxada para dentro do salão como um burro de carga, por duas cordas que prendiam suas mãos e pescoço.


Hermione se assustara ainda mais ao ver que de longe a mulher lembrava muito ela. Draco olhara para a mulher com o cenho franzido, mas ainda assim sem demonstrar muita importância.


– É uma trouxa, do vilarejo mais próximo. – Dissera Voldemort divertido, Hermione respirava com dificuldade, uma respiração pesada e ansiosa. Tentava ordenar o seu corpo para que invadisse aquele salão, mas nenhum músculo seu parecera obedece-la, ou ser capaz de tal ação. – Mais uma trouxa ocupando um espaço que não lhe pertence... Torture-a

.
Hermione estremecera ao ouvir aquela ordem e boquiaberta vira Draco sacar a varinha de forma desleixada como se seu mestre lhe ordenasse para pegar uma pilha de livros na biblioteca. Hermione sentia mais lágrimas caírem de seus olhos ao ver que Draco fora obedecer aquela ordem sem questionar, cada passo em direção a mulher fazia Hermione tremer chorar angustiada, tampando a boca com dificuldade para que não lhe ouvissem o choro. E instantaneamente lembrara de tudo o que escrevera para Draco na última carta e em como ela parecia falar de outra pessoa. “O que houve com você?”


“Draco... Me desculpe...


Draco apontara friamente sua varinha para a cara da mulher que chorava e implorava piedade para o loiro que mantinha-se sério e indiferente.

Eu não entendi nada. Sem saber nada, eu me enganei e acabei te machucando.


Hermione vira o loiro engolir em seco e respirar pesadamente e segurar a varinha com mais firmeza ignorando o choro da mulher.

Apesar de você ser arrogante, egoísta e violento... Você sempre foi correto comigo.


– Crucio... – dissera Draco quase sem voz, acertando a mulher em cheio que agora jogara-se para trás em desespero e agonia. Hermione pressionara a boca com ainda mais pressão enquanto obrigava-se a assistir a cena mais terrível de sua vida.

Você me tratou como algo valioso. Talvez seja tarde agora... Mas realmente preciso te dizer...


A mulher chorava e gritava... Draco impassível apenas observava a cena engolindo em seco.

Me desculpe. Por eu não ter percebido toda a sua gentileza... Não ter sido leal ao seu amor por mim, desde o início.


– Mate-a. – Ordenara Voldemort, surpreendendo Hermione que achara não ter mais nada demais.

Não ter acreditado em você. Eu entendo o porquê você desistiu de mim.


– Pra quê matá-la? – questionara Draco tentando disfarçar sua pena pela mulher.

Você está certo, em não querer esperar por alguém que não respeitou seus sentimentos desde o inicio.


– Porque eu digo que ela merece. – dissera Voldemort ainda mais firme e até mesmo meio desafiador. Draco virara para a mulher respirando pesadamemte e apontara novamente sua varinha.

Me desculpe. Por perceber tão tarde, ou me convencer tão tarde do que era óbvio:


– Avaka Kedavra! – O loiro dissera fechando os olhos com pesar, porém Hermione os mantivera abertos vendo o clarão de luz verde sair da varinha de Draco e atingir o coração da mulher em cheio.

Eu nunca vou encontrar alguém como você, que tenha se empenhado tanto em conseguir meu coração enquanto entregava o seu de graça.


O corpo da mulher caíra para trás como um pedaço de madeira no chão frio e gelado da mansão. Draco abrira os olhos, mirando com nojo de si próprio os olhos abertos e sem vida da mulher, enquanto era aplaudido pelos demais comensais.

O que mais se preocupou e cuidou de mim, mesmo que num espaço de tempo curto.


Hermione já estava exausta de tanto chorar, seus olhos inchados observavam Draco ser gloriado pelos os outros, sem nenhuma vontade a mais de permanecerem abertos. Estava ferida e humilhada, sentia-se aquela mulher que jazia no chão frio da mansão.

Me desculpe se te fiz sofrer... Por ter sido teimosa e egoísta.
Meu filho! – Exclamara Voldemort ainda mais entusiasmado que qualquer outro momento naquela noite. – Você é sem dúvida o meu herdeiro. Herdeiro de Sonserina! – Hermione observara já incapaz de sentir qualquer coisa, Draco abaixar-se novamente numa reverencia e ficar nesta posição como um cavaleiro.

Todas as luzes do salão foram apagadas de uma só vez onde só as varinhas dos comensais mantinham-se acesas. Mal conseguia registrar direito o que acontecia à volta do loiro, só tinha olhos para ele.

– A última etapa do ritual foi selada, e agora... Eu te batizo... Draco Malfoy... com os poderes de Salazar Slytherin como meu filho e herdeiro de Sonserina.


Um órgão musical era tocado em algum lugar dentro daquele salão. Junto de uma música melancólica que Hermione reconhecera na hora como Lacryminosa. Uma luz verde brilhante começa a rodear Draco e toda a extensão do pentagrama que tomara forma e vida saindo de seu desenho e revelando-se uma gigante cobra negra que começava a rastejar em volta de Draco.
Hermione tremia dos pés à cabeça agarrando-se ao seu próprio corpo nu. A cobra no ritmo daquela melodia começara a subir pelo corpo de Draco, que permanecia indiferente. Enroscava-se à sua pele pálida como sua criada, Aquela imagem realmente lembrava à Hermione uma semelhante imagem que achara de Slytherin uma vez no seu primeiro ano em Hogwarts em um dos livros da biblioteca, também sendo abraçado por uma serpente.


Quando a cobra saíra de seu abraço todos os hematomas de Draco haviam desaparecido e agora uma mancha negra começava a se espalhar pelas costas largas do loiro formando um desenho, que no final se revelara também uma serpente. Era o sinal de Slytherin.


– Viva o Príncipe Sangue- Puro! Viva ao Herdeiro de Salazar Sonserina! – Dissera Voldemort, e logo aqueles versos foram repetidos por todos os comensais presentes de uma só vez.


E obrigado, por ter sido tudo para mim.
Por ser...
Hermione J. Granger”



– Draco... – murmurara Hermione ainda mirando unicamente o semblante sério, frio e perdido em seus pensamentos de Draco Malfoy. E então tudo escurecera...



Draco levantara o semblante sério e firme enquanto levantava-se. Todos podiam ver um novo homem ali, havia um brilho diferente nos olhos canino de Draco Malfoy. Uma força sinistra e perigosa, que agora já amedrontava só quem o olhava de frente, mas ainda assim de uma forma bela e sedutora.
Draco fora abraçado por Lúcius, Bella e outros comensais, embora não correspondesse ao abraço de ninguém. Tinha um porte oponente e indiferente, só visto até então no próprio Voldemort.

– Sente o poder em suas veias Draco? – dissera Voldemort numa forma sádica. – A maioria deles só irá adquirir com o tempo, mas já és imortal.

Draco observava as próprias mãos e veias dos braços com interesse, um pequeno sorriso na lateral de seus lábios. Ele caminhava em círculos analisando o próprio corpo, repara nas novas sensações, como se houvesse nascido de novo.

– O que queres de presente de nascimento? Peça... – Draco parara de andar encarando Voldermort de frente com interesse.


– Primeiro... quero saber... – começara o loiro na sua voz rouca e firme. – Qual é o seu interesse na Granger?

– A sangue-ruim de novo! – exclamara Bellatrix, mas logo recebendo sinal de Voldermort para que se calasse.

Voldemort demorara para responder analisando o rapaz que apenas o encarava de volta com o mesmo brilho maligno nos olhos.

– A Granger, Draco, é uma bruxa Elemental... – Draco franzira muito de leve as sobrancelhas achando aquela informação tanto estranha quanto interessante.


– Elemental? Igual Sépia das Pedras? Tem certeza? – perguntara Draco meio descrente, mas sem se afetar com aquela informação.


– Sim... você ainda não havia aparecido para resgatá-la quando ela lutou com Bellatrix e Ephram expondo a sua magia, da qual nem ela mesma tinha conhecimento. Assim como Sépia das Pedras, Assim como Lílian Potter. Mais uma guerra, mais uma bruxa elemental. Ela devia ser sua inimiga direta, mas dessa vez não estou interessado na morte da bruxa elemental Draco... – Draco olhara divertido de canto de olho para sua tia que parecia remoesse por dentro. – Não... dessa vez quero ela do nosso lado. Meu interesse é unicamente na alma dela, claro que... Se eu não a tiver...


– Ou seja, você terá de matá-la. – dissera Draco indiferente. – Granger nunca venderia a sua alma pra você.


– Teremos muito tempo para discutirmos a alma da Elemental Draco, vamos tratar de comemorar seu nascimento agora. – Você ainda não fez o seu pedido.


– Verdade. – sorrira Draco satisfeito andando em círculos, pensativo.


– Peça o que quiser... – Voldermort sorria de forma sádica e gloriosa enquanto falava - Pois você agora é dono do seu próprio poder, embora sua alma pertença a mim, és imortal... só o herdeiro tem o poder de apreciar e tirar a própria vida.


– Ótimo – dissera Draco indiferente arrancando de forma ágil o punhal de Bellatrix das vestes da tia e acertando o próprio peito para a exclamação e terror de todos que viam Draco cair de joelhos, mas ainda em sua pose e olhar decididos ainda segurando com uma das mãos o punhal contra o seu peito.


– O que está fazendo?! – exclamara Voldemort em fúria enquanto os demais ainda estavam eufóricos de terror com a cena.

Bellatrix parecera tão revoltada como mestre enquanto Lucius parecera desconcertado e em choque. A cobra negra voltara a rondar vagarosamente em volta de Draco enquanto esse apenas estendia um perigoso sorriso nos lábios.


– Agora você vai me escutar... papai

Os cascos do corcel negro adentravam no jardim dos terrenos da Malsão Malfoy, Ephram abaixara o capuz de sua capa olhando em volta e analisando a atmosfera do lugar.


– Já aconteceu. – ele dissera em voz baixa, dando um suspiro insatisfeito. – Cheguei tarde.

Logo ele avistara um vulto ao pé de uma árvore, aproximara-se com seu cavalo notando que se tratava de uma jovem nua desacordada, e ao reconhecer aquele rosto não conseguira conter um leve fio divertido nos lábios.

– Ora, ora, ora. Olha só quem atravessa o meu caminho de novo? Minha querida aprendiz?

O homem descera do cavalo deixando o tom brincalhão de lado ao notar um certo alvoroço dentro do Salão. Sabendo que se eles a encontrassem ali o alvoroço se multiplicaria. Ephram retirara então a própria capa e cobrira o corpo esbelto da jovem, obrigando-se a não se afetar e levantara-a no colo colocando-a sobre o cavalo e subindo atrás de si. Deixara o rosto da garota cair para trás para apoiar em seu ombro enquanto a mantinha firme pela cintura e fizera sinal ao cavalo para que os levasse embora dali.

Draco ainda mantinha o punhal preso no peito e falava tentando ignorar a dor, uma fresta de luz verde já começara a sair de dentro do buraco que o punhal fizera, mas ele mantinha-se firme.


– O que significa isso? – perguntara Voldemort ainda em fúria e confusão.


– Meu coração, minha mente e minha alma pertencem unicamente e eternamente à você Voldemort... – repetira Draco as suas palavras e logo dando sorrisinho. – mais isso enquanto eles habitam um corpo. Sem um corpo minha alma lhe é inútil. Então o que eu quero de presente de nascimento é o seu juramento perpétuo...


– Que palhaçada é essa? – rugira Voldemort, todos presentes recolheram-se à fúria de Voldermort em exceção de Draco que parecia se divertir.


– Vamos dizer que só uma primeira rebeldia do seu amado filho. – Draco dissera com um olhar perigosamente brincalhão, mas logo sentindo uma fisgada forte.


– Você está morrendo seu idiota... – dissera Voldemort ente dentes.


– Sim estou, e é aí que você entra. Já disse, meu presente... é uma promessa perpétua. Um voto perpétuo para ser mais claro. Se aceitar, eu retiro o punhal antes de me destruir... Como você mesmo disse, eu sou o único que pode tirar a minha própria vida, minha imortalidade. Agora se não aceitar, tudo bem... direito seu. Mas minha alma lhe será inútil e você ficará sem herdeiro.


– Posso batizar outros. – Dissera Voldermort confiante, porém Draco suspirara em descrença. Todos estavam pasmos, nunca haviam visto o seu Lord ser desafiado de tal forma.


– Mesmo que conseguisse, nunca acharia herdeiro tão bom quanto eu. Você sabe disso.


– Como ousa me manipular moleque? Como ousa me trair?


– Eu não estou te traindo... – dissera Draco indiferente. – Estou apenas me garantindo de que você não vá me trair. Porque você sabe... de acordo com o voto perpétuo, se trair... você morre. Mas eu confio em você. – ele terminara com um sorriso canalha. Voldermort parecera meditar... E Draco sentia-se mais fraco perdendo mais o equilíbrio. – Dá para se decidir logo... Sem querer ser chato, mas eu estou morrendo, sabe?


– E do que se trataria esse voto perpétuo? – perguntara Voldemort entre dentes. Novamente os Comensais estremeciam sob a voz ameaçadora do Lord. Draco apenas sorrira vitorioso.


– Eu te entrego a minha alma, e serei seu instrumento... mas quero a sua palavra de que ninguém aqui vai fazer algo de ruim, machucar ou matar a Granger. – Ele vira Voldemort franzir o cenho em revolta. – Sem contar... Que a alma dela deve ficar intacta. Esqueça a alma dela, ela nunca será sua.


– Deixar a Sangue-ruim viva? Ela me desafiou! – Gritara Bellatrix em revolta.


– A Elemental deve vir para o nosso lado... – dissera Voldemort convencido.

– Sem Chance, os ideais dela são fortes demais.


– Estamos em guerra Draco, os ideais modificam-se sucessivamente – Dissera Voldermort com uma linha divertida nos lábios.


– Eu quero a alma da Granger intacta Voldermort! Prometa-me que ela não entrará em seus planos! Não será sua aliada, muito menos sua vítima! Ninguém aqui poderá lhe fazer mal! Prometa-me! É isso... ou você me perde. – Repetira Draco mais firme e decidido, outra luz verde saíra de dentro de si, enquanto Voldermort considerava o trato.


– Muito bem então... – dissera Voldermot. – Temos um trato.


– O que? Mas Lord... - Bellatrix se adiantara eufórica.

– Quero a sua palavra no Voto Perpétuo! – Dissera Draco direcionando a própria varinha à Voldermort, que fizera o mesmo.

Você tem a minha palavra.

As varinhas se cruzaram de forma imediata no alto do salão expelindo faíscas em dois tons de verde diferentes para todos os lados. E Draco finalmente rira satisfeito retirando dolorosamente o punhal de seu peito. Ele sabia que o ferimento dali a um tempo se fecharia.

– Prepare-se para a sua missão Draco. Essa é uma era do herdeiro de Sonserina, só você pode fazê-lo.

Continua...


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