Apaixonada Pela Serpente 3 - Estressada Com O Dest escrita por Angy Black


Capítulo 11
A Magia Elemental parte II


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu começo a ultrapassar o limite de palavras por capítulos do Nyah! x então terei de dividir os capítulos... ;*



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Uma lágrima escapara dos grandes e reluzentes olhos verdes de Lílian Evans enquanto olhava para o nada além da vidraça da diretoria de Hogwarts. Seus cabelos vermelhos estavam em contraste com a sua pele pálida.


– Não chore, Lily. Esse dom que possuis é algo maravilhoso. Mais maravilhoso que um carma em si. – dissera Dumbledore meigamente de sua cadeira, chamando a jovem para sentar-se de frente para ele.

Lílian se virara para ele ainda tensa. Tremia da cabeça aos pés de nervoso e angústia, enquanto os muitos quadros cochichavam entre si.


– Eu não quero esse dom. Não posso carregar essa responsabilidade. Não dá... É doloroso demais. Isso... Isso é demais para mim. Você não sabe como é. Carrego mais poder do que posso controlar. – dissera a ruiva tentando conter as lágrimas.


– Não terá de fazê-lo sozinha. Eu estarei aqui, e para os estudos e treinamento terá um parceiro, mais do que isso, um amigo. – dissera ele meigamente.


– Quem? Não posso contar com ninguém!


– O Sr. Malfoy. – Lílian o olhara com indignação e descrença, não acreditando no que estava ouvindo.


– O que? Lucius?


– Não. Lucius é um jovem disperso demais para lhe dar com tal circunstância. Não creio que seja o bruxo certo para ajudá-la nisso. Refiro-me ao mais jovem. Ephram.


– Não há diferença nenhuma entre os dois para mim. – dissera a ruiva com raiva. – Ambos são arrogantes, mesquinhos e superficiais em minha opinião.


– Não, acabará por descobrir que Ephram não tem nada de superficial, por exemplo. Aliás... Fora ele mesmo que se candidatara a este cargo.


– O que? – perguntara ela sem entender. Logo as portas da diretoria foram abertas novamente e um garoto loiro de vestes negras e olhar sério, e até mesmo contrariado, com as mãos nos bolsos da calça, entrara. Dumbledore anunciara com uma sorriso confiante.


– Srta. Evans, apresento-lhe seu novo parceiro no treinamento da Magia Elemental: o Sr. Ephram Malfoy.


****

Quase uma hora havia se passado desde que Severo Snape voltara com o antídoto e introduzira-o diretamente na cicatriz dela, quando Hermione Granger voltara a abrir os olhos. A primeira coisa que ela encontrara ao abrir os olhos, fora o sorriso aliviado do seu amigo extrovertido Daniel.


– Eu sempre soube que realmente dava muito trabalho ser amigo de um grifinória. Eu nunca quis me meter contigo, mas você praticamente me conquistou com esse seu jeito marrento e zangado de ser. – dissera Daniel no seu jeito despojado, fazendo a castanha sorrir. – Como se sente?


– Eu não sei... Eu... Eu não consigo explicar o que tenho. Mas eu sinto que se eu quisesse te matar... Eu poderia... Tenho poder pra isso. – ela disse de modo sombrio, não se sentindo nada bem, porém sendo totalmente sincera.


– Disso eu nunca tive dúvidas. Por que acha que sou seu amigo? – brincara ele novamente, fazendo-a sorrir meigamente.


– Obrigada. – dissera ela enquanto o garoto acariciava seu rosto. Ele ficara sério sem entender.


– Pelo o que?


– Por cuidar de mim. – ele rira comovido.


– Só estou fazendo o que prometi para Draco há alguns anos atrás. – ele respirara pesadamente. – É claro que... Eu não contava com alguns elementos surpresas. Mas a vida sempre arruma um jeito de nos fazer sofrer sempre que tentamos fazer o bem para alguém.


– Eu não entendi... – o loiro rira dando de ombros.


– Esquece. Só estou filosofando. Eu já devia ter aceitado mesmo que o meu lugar não é nos livros e sim nos palcos, levando a ralé do sexo feminino à loucura. – a garota rira com dificuldade. – Agora vamos que seus amiguinhos pela-sacos já estão me perturbando com notícias suas. – dizia Dan, enquanto ajudava a garota a se levantar. – É sério, o Potter tem que se conformar com o fato de que o cargo de melhor amigo não pertencer mais a ele. Francamente. E vê se não conta sobre essa sua nova capacidade que você me revelou porque não sei, algumas garotas de Hogwarts podem vir e tentar subornar você.


– Então... Eu comecei a ter muitos flashes, comecei a relembrar de tudo o que eu acabei de te contar. Os sonhos, a noite do ataque. Só que numa velocidade ainda maior. Eu gritei de dor e depois eu apaguei. Lógico que... Foi um pouco mais detalhado e angustiante que isso. – terminara Hermione para Dumbledore, que estava sentado a sua frente a mais ou menos uma hora, apenas ouvindo toda a história que a castanha contara nos mínimos detalhes. O diretor respirara fundo antes de falar qualquer coisa.


– Eu realmente sinto muito que a senhorita tenha passado por tudo isso, Srta. Granger. Eu não esperava que passasse por uma situação igual tão cedo.


– Como? – perguntara a castanha sem entender.


– Como pode já ter percebido, Hermione, os sonhos que têm tido são obras causadas pelo veneno contido no punhal utilizado por Bellatrix Lestrange na noite em que te atacou. O Amuldul é um veneno muito forte do conhecimento de “poucos” bruxos das trevas. Foi realmente uma sorte termos o Sr. Conl, amigo muito íntimo dos Malfoy, presente para reconhecer tal magia. – a castanha sentara-se em sua cadeira ainda mais ereta, prestando tamanha atenção nas palavras do diretor da escola. – Esse veneno causa uma morte lenta e angustiante com mais sintomas do que apenas pesadelos. Mas esses sintomas foram felizmente combatidos pela própria magia existente dentro de você. Uma magia realmente muito poderosa que estivera adormecida no seu íntimo por bastante tempo. – dissera o velho com um sorriso meigo.


– Que magia é essa?


– Acho que você já faz uma idéia de que magia seja. – dissera o velho para ela, que olhara para o chão sem um pingo de felicidade. Pelo contrário, com uma angústia forte. – Os pesadelos que o veneno causara não foram sem conteúdo. Pelo contrário, foram bastante reveladores. Uma vez estando em conflito com essa nova magia que despertara dentro de você, acredito que ela mesma tenha se aproveitado desses sintomas para gerar-lhe as informações necessárias. No caso, baseados na mãe de Harry, Lílian Evans. Uma jovem portadora de uma grande inteligência e poder do qual poucos eram cientes, a Magia Elemental. – dissera ele apontando com o dedo indicador para o coração da castanha. – A Magia Elemental, Hermione, é o dom de se familiarizar com os elementos da natureza. Como já sabe. Um dom, não uma maldição. É claro que é uma magia exigente, necessitada de muito treinamento e dedicação. Uma magia poderosa demais, que se você não conseguir dominá-la ela acaba por dominar você. Veja bem, ela é uma magia consciente que busca exatamente tudo o que precisa. Do mesmo jeito que ela usou o veneno de Bellatrix ao seu favor para passar-lhe algumas informações, ela pode se aproveitar de outros artifícios.


– Por exemplo?


– Por exemplo, seus sentimentos. Raiva, alegria, tristeza... Suas maiores emoções. Por isso ela é desperta na adolescência. Porque é quando os sentimentos se afloram.


– Mas por que eu tenho essa magia? Esse... Dom?


– Porque ela escolheu você. Veja bem... Eu vejo muito da Lílian em você, sei que não sou o primeiro a te dizer isso. – ela abaixara a cabeça constrangida. – Você possui muita das características de personalidade e poder dela. Assim como também da própria Antares Sérpia e outras bruxas elementares. Eu não entendo muito sobre a Magia Elemental. Só o básico. Essa é uma matéria proibida e antiga. Essa é apenas a minha idéia do porquê ela pode ter te escolhido.


– Mas então... Quem vai me ajudar nisso? Me explicar tudo sobre a Magia Elemental? Porque eu não posso lidar com isso sozinha. É muita responsabilidade... E é perigosa... – dizia Hermione sentindo-se engasgar transtornada.


– Eu sei... Eu sei... – dissera Dumbledore. Ele respirara profundamente massageando a testa. – É incrível como a vida brinca conosco. Parece que sempre que estamos de frente para uma guerra aparece uma Bruxa Elemental. Isso devia nos significar esperança, não tristeza e angústia.


– Não conhece ninguém que tenha lidado com a Magia Elemental? Alguém que possa me ensinar? – Dumbledore respirara pesadamente mais uma vez, como se tais lembranças fossem dolorosas demais.


– Só existiram dois alunos experientes na Magia Elemental. Eles se comprometeram a estudar profundamente pelo mundo nas férias, treinar, traduzir todos os manuscritos antigos... Eles realmente foram os ícones de conhecimento da Magia Elemental. Os únicos também. Veja bem, não é uma magia muito segura de se ter conhecimento.


– E quem foram eles? – perguntara a castanha inquieta.


– Um deles está morto. Refiro-me a Lílian. Ela demorou a aceitar seu destino de bruxa Elemental, mas se dedicou inteiramente a ele. Pena que o destino realmente não fora muito bom para com os Potter... – Hermione sentira seu peito disparar em tristeza ao pensar em Harry. – O outro... Bem, tentou te matar na semana passada. – Hermione subira os olhos para Dumbledore surpresa. Essa era uma das informações de seus pesadelos que ela preferira ignorar por não fazer sentido algum.


– Eu pensei...


– Não. De fato o Sr. Ephram Malfoy fora o outro estudante. Ele e a Srta. Evans apesar das diferenças entre si concordaram por investigarem e treinarem juntos a fundo sobre a Magia Elemental. A Srta. Evans, portadora da Magia Elemental, necessitava de um parceiro, como você necessita agora. E o Sr. Malfoy ofereceu-se por livre e espontânea vontade ao cargo. Ambos já sabiam alguma coisa sobre a matéria e eram alunos muito capacitados. Não fora de fato nenhum erro juntar os dois nessa pesquisa. O problema fora o que o futuro reservara aos dois... O Sr. Malfoy pelo que me consta, mesmo pertencendo a uma família bem “tradicional”, fora um dos melhores amigos de James Potter. – o diretor rira de leve. – Já imaginou? Se Harry soubesse de uma coisa dessas...?! Um Malfoy amigo do pai dele. Pois é, Ephram era amigo do quarteto maravilha, bem pelo menos de James, Sirius e Remus. É um mistério porque ele não fez parte dos Marotos, disse Sirius uma vez. Mais tarde por causa dos treinamentos, Ephram acabara por se tornar muito amigo também de Lílian. Bem... Quando os Potter morreram... Inacreditavelmente Ephram se voltou para o lado das trevas.


– Mas por quê? – perguntara Hermione atônita.


– Não sei... Ninguém sabe. Ele sumiu por muito tempo, se exilou de tudo e todos. Quando tivemos noticias dele, já era um Comensal. Poucos se lembram do jovem alegre e divertido que ele era. – dissera Dumbledore com uma expressão de saudade no rosto. – Entenda, Hermione. Poucos têm caráter suficiente para não se deixar manipular pelas dores e artimanhas que a tristeza pode trazer.

Hermione sentia o vento gelado ir de encontro ao seu rosto. Seus cachos castanhos batiam no ar por causa da ventania. Olhava para a incrível vista do lago, onde as nuvens por sobre o sol estavam refletidas. Já fazia tempo que a Torre das Gárgulas se tornara também o seu lugar favorito. Mas sentia uma absurda saudade de Draco. Passava os dedos pela capa de seu diário. Teria tanta coisa para contar... Ela ali, bruxa Elemental... Mas não conseguia fazê-lo naquele momento. Não tinha ânimo para escrever. Não sem Draco por perto. Abrira seu diário e lera com um sorriso triste nos lábios o dia em que fora ali pela primeira vez.

“... – Se chama ‘O Uivo das Sereias’ – disse ele ao meu lado olhando para o mar como se dividissem um segredo, me olhou com aquele olhar de professor sem ligar para os fios que batiam em seu rosto... Ventava demais e meu rosto já estava gelado e percebi que logo choveria forte... Mas nada me faria parar de ouvir aquela música. – Acontece quando o sol está se pondo e seus raios batem na água ao mesmo tempo em que o reflexo das nuvens... As sereias começam um canto que só conseguem cantar uma vez... Nenhum uivo das sereias é igual ao outro. Elas cantam para o sol... Para que ele tenha coragem e atravesse as nuvens, vencendo-as e transformando-as em chuva. Uivam para o sol. O mesmo acontece com os lobos... Mas para a lua. Por isso o nome uivo... Porque lembra o uivo dos lobos. – ele nunca estivera tão lindo como naquela hora... Como se ele fizesse parte daquele ritual... O sol, a chuva e o lamento das sereias.


– É lindo... – foi tudo o que eu consegui dizer... Estava sendo sincera e estava falando da música e da vista... A vista do lago. – Mas como eles não conseguem ouvir?... – me referi aos demais lá em baixo.


– Certa vez Salazar Slytherin – não era possível! Como um ser tão demoníaco como Slytherin podia ter algo a ver com isso?! – Trouxe uma bruxa aqui... Pra mostrá-la a vista. Acho que para conquistá-la, então ele ouviu o uivo das sereias... Ele pesquisou e entendeu que aqui era o único lugar do qual a música dava eco... Sob essas estátuas. – disse apontando para as gárgulas. – E não sei se você percebeu, são as únicas em todo o castelo.


– É mesmo... Por quê?


– Havia mais, mas os fundadores da escola acharam melhor retirá-las, pois dava incentivo a falsas lendas e maldições, sem contar que davam um aspecto sombrio à escola. Mas depois que Slytherin fez a descoberta do eco nas gárgulas, ele não permitiu que tirassem essas duas

.
– Hum... Interessante. – eu disse quase hipnotizada com o canto que agora parecia aprofundar... Como um choro. – Quer dizer... Que o único meio de ouvir o ‘uivo das sereias’ é vindo aqui em cima...


– Foi o que Slytherin achou... – completou o loiro com um meio risinho. – Então ele perguntara a amada se ela ouvira o canto. E ela não entendera do que ele estava falando.


– Ela não conseguia ouvir? Mas como?


– É... Ele ficara por mais um bom tempo tentando compreender isso... Então ele entendeu que os uivos, em especial de certos lobos só são ouvidos pelo seu lobo ideal... Seu parceiro. Ele pesquisou mais e descobriu que os sereiânos não possuem um parceiro em especial... O que dificultava a teoria de só seu parceiro poder ouvir o canto. Então ele pesquisou mais e mais, e descobriu que os sereiânos não possuem parceiros, mas conseguem compartilhar sentimentos. E que esses uivos só são ouvidos pelos que estiverem aqui em cima, por causa do eco, e por aqueles que compartilharem do mesmo sentimento do deles.


– E como saber que sentimento é esse?


– Você vai ver... – ele disse misterioso apontando pro lago... Logo começou a chover muito forte e os raios de sol pareceram ficar só em certo lugar do lago, como um arco-íris. Eu nunca vira algo tão lindo... Logo vi que os raios de sol começaram a formar uma palavra no lago... Roma.


– Roma?


– Uma das únicas palavras sereiânas que podem ser compreendidas pelo ser humano... Pois podem ser lidas de trás pra frente... – parei para ler a palavra novamente na ordem que ele dissera.


– Amor? As sereias estão amando?


– As que estão cantando sim...


– Isso quer dizer que os únicos que podem ouvir...


– São os que estão amando... – ele disse me encarando sério... E eu comecei a entender onde ele estava querendo chegar... Estava me persuadindo a dizer que o amava. Olha só até onde aquela cobra chegou pra fazer isso... Muito esperto, me enrolou pra caraca... Eu dei uma pequena risada seca.


– Muito engraçado, Draco... Mas eu não estou amando ninguém...


– Você está ouvindo a música... – ele disse sorrindo maroto...”


Hermione fechara o diário rindo-se sozinha da cena e de como sentia saudade do sorriso de Draco, seu jeito brincalhão. Não poderia passar por tudo aquilo sozinha... Precisava de Draco, mais do que nunca. Fora quando sentira um frio na espinha, um frio mais gelado do que o vento que batia em seu rosto.

Havia mais alguém ali. Olhara para sua esquerda e vira ali, sentado sobre o muro de forma desleixada, encarando a paisagem como se ela não estivesse ali... Draco.


Hermione sentia seus olhos lacrimejarem e seu coração bater numa velocidade absurda. Não conseguira segurar um suspiro e dissera seu nome. Ele a olhara então, mas havia algo de diferente nele. Não era o Draco que estava na Ala Hospitalar, mas sim um Draco mais jovem, de uns treze anos.

Ela vira confusa ele a olhar sério, com o olhar invocado de sempre, seus cabelos muito claros batiam-se contra o vento. E ainda tinha certa transparência, como um fantasma ou uma lembrança. Hermione abrira e fechara as bocas várias vezes sem saber o que falar. Mas então fora a voz firme do garoto que soara.


– Eu estou aqui. Só pra que saiba, eu não vou abandoná-la tão cedo. – e um fino e quase inexistente sorriso surgira em seus lábios, um sorriso quase totalmente escondido, que fizera Hermione não se conter em lágrimas, fechando os olhos e sorrindo abertamente, mas quando os abrira ele não estava mais ali.



Daniel aparecera após uma aula de Poções na Ala Hospitalar e fora até a sessão especial onde Draco se encontrava. Vira o amigo ainda adormecido de forma sinistra e engolira em seco lembrando da falta que o amigo fazia.


– E aí, cara... – dissera Dan em voz baixa, enquanto deixava a própria mochila pendurada num ombro só. – A Hermione anda sentindo muito a sua falta, sabe? Ela... Passa aqui todos os dias, e praticamente tem que ser arrastada pra fora da Ala Hospitalar pra se lembrar de comer e dormir. Mas você sabe disso tudo, não é? É impossível não sentir a presença dela, não é mesmo?

o amigo francês respirara fundo antes de continuar.

– Eu só queria que você soubesse... Que você precisa voltar... É sério. Precisa acordar... E logo...

Ele dizia sentindo o peito inflar de dor, e então começara a falar energeticamente.

– Tanto porque eu apostei quatro galeões com o Roger que você acordava essa semana ainda, então é melhor você dar as caras porque não estou nada interessado em perder dinheiro por sua causa.

Daniel respirara fundo novamente dando uma pausa apenas olhando o amigo inconsciente.

O Quadribol também é um saco sem você. E... Hogwarts é um saco... E tenho que falar, realmente pela primeira vez você conseguiu chamar mais atenção do que eu. É sério, eu ando todos os dias pelos corredores e só sou abordado para dar notícias sobre você. Eu achei que o “boato” sobre eu ser um animago ia fazer sucesso, mas... Estou desiludido... Fama é uma coisa que dá e passa. Hermione tem passado por muita coisa, sabia? Ela precisa de você, cara. E eu, eu não posso dar conta de tudo sozinho. Quero dizer. Ela é uma garota muito difícil. Eu superei as expectativas, é sério. Eu fiz algo realmente especial por ela. Sério...

Vou lhe dizer uma coisa: não é moleza. Eu sei que prometi que cuidaria dela, mas, cara... Ô garota chata! Sabe... Tem uma opinião sobre tudo, é sobrenatural, não consegue manter a boca fechada por mais de dois segundos. Às vezes eu penso que meus ouvidos vão explodir de tanto a ouvir falar. Sério, eu não sou o melhor encarregado para cuidar dela. Assim que você quiser retornar ao seu lugar me avise. Porque eu estou doido para voltar pros nossos papéis tradicionais. Lembra? Andando pelos corredores, esbanjando meu poder de sedução nas mulheres sem me preocupar com mais nada. Então, era lá o meu lugar. Eu gostava dele. E cara... Não é como se eu pudesse largá-la sozinha por aí.

Esses amiguinhos dela não são de confiança se é que me entende. Quero dizer... O Potter? O cara é um lunático perseguido desde que nasceu e ainda tem aquela coisa estranha no meio da testa. Sem contar aquela síndrome de pânico por tudo. Eu tenho medo de esbarrar nele nos corredores e o moleque cair no choro achando que eu quero matar ele ou que estou planejando a morte de alguém. E os Weasley... Por favor! Eles têm a cabeça vermelha, preciso dizer mais alguma coisa?


Sem que Daniel percebesse, um par de olhos cinza se abrira de um modo exausto. Draco sentira seus olhos arderem, como se fosse a primeira vez que os abria na vida. Olhara para Daniel com o cenho franzido e logo erguera uma sobrancelha ao ver que o amigo continuava a tagarelar sem sequer notar sua presença, como se falasse num celular trouxa invisível.


Então... Só um conselho. É melhor você voltar logo. Tanto porque algumas pessoas por aqui realmente sentem a sua falta. Não me refiro a Pansy aquela safada, mas... Você sabe... Hogwarts é nossa.


– Se você não calar essa boca eu vou achar que você está apaixonado por mim. – resmungara Draco enquanto tentava se sentar melhor, fazendo Dan dar o maior salto assustado da sua vida. – Se acalma, eu estou vivo.


– Draco? Draco! – gritara Daniel abraçando o amigo desesperado.


– Está maluco? Me solta, quer estragar a minha imagem?


– Eu não acredito... Você acordou! Você está bem! Ahh, Merlin!


– O que foi dessa vez? Fui acertado com um balaço de novo? Quanto tempo eu apaguei? – dissera Draco analisando seu pijama horrível e indo em direção ao escritório onde Pomfrey tomava um café calmamente. O amigo rira.


– Um pouco pior do que isso.


– O que você fez com as minhas roupas? – perguntara Draco irritado para a enfermeira que dera um salto assustado derramando café em tudo. Daniel caíra na gargalhada.


– Senhor Malfoy! Merlin seja louvado!


– Ok, ok. Cadê minhas roupas? Não posso ser visto usando isso. Quanto tempo fiquei aqui? – perguntara ele para Dan enquanto vestia suas roupas. Então virara-se para Pomfrey que ainda mantinha um olhar emocionado para ele. – Se importa?


– Ah claro, me desculpe... Qualquer coisa estou aqui fora. Avisando aos outros que está bem. – dissera ela se retirando. Draco retirara a camisa do pijama e vestira a sua enquanto o amigo falava.


– Você ficou apagado três semanas. Você não lembra de nada? Foi envenenado também ou foi o choque?


– O que? Do que é que você está falando? – perguntara ele enquanto saíam da ala especial da Ala Hospitalar.


– Putz... Hermione vai surtar. – dissera Dan rindo.


– Como assim Hermione? – perguntara Draco e então Dan apenas apontara para a porta da Ala Hospitalar onde se encontrava uma Hermione perplexa e sem ação ao vê-lo ali de pé, a camisa branca colocada de qualquer jeito na pressa.

Hermione ainda ficara parada por um tempo, até murmurar “Draco” e começar a correr em direção ao loiro. Draco levantara os braços assustado enquanto Hermione agarrara-o num abraço. Draco olhava de Hermione para Dan sem entender, com o cenho franzido totalmente atordoado. E então a desgrudando dele com certo nojo dissera.

Se afaste de mim, Sangue-Ruim!


Hermione permanecera em choque de frente para os dois, castanho encarando o cinza, confusa e ferida, enquanto o cinza encarava o castanho com raiva daquela sujeitinha que o abraçara. O abraçara... Como ela se atrevia?


– Nunca mais toque em mim. Ouviu bem? – dissera ele com rispidez batendo de ombro ao passar por ela e saindo da Ala Hospitalar. Deixando uma Hermione em choque para trás.


– Eu já falo com você, está bem? – dissera Dan com um sorrisinho sem graça para a garota, antes de correr atrás do amigo.


Draco andava estressado às pressas pelos corredores de Hogwarts, ignorando todos que paravam surpresos e vinham até ele emocionados. Logo ouvira Dan correr atrás de si chamando-o, mas ele estava aborrecido demais para parar. Queria ir para o dormitório da Sonserina o mais rápido possível. Então sentira ser puxado por alguém.


– Por aqui. – Dan puxara Draco para dentro de uma sala e se virara para os outros no corredor. – Sim. Ele está vivo e muito aborrecido, então comemorem... Mas à distância. – dissera ele sorrindo amarelo e fechando a porta na cara de todos.


– Como ela se atreve? Aquela Sangue-Ruim nojenta! Me abraçar daquele jeito. Ahh, mas eu estou com uma vontade de quebrar aquele pescoço dela!


– Tenho certeza que está.


– Por que me trouxe aqui? – brigara Draco enquanto andava de um lado para o outro como um lobo enjaulado.


– Porque esta é a sua sala. – dissera o amigo para ele.


– O que?


– É. Você não se lembra, mas você é monitor-chefe de Hogwarts agora. Esta é a sua sala, lá em cima é o seu quarto e este é um vaso muito caro, então, por favor, não o quebre.


– Monitor? Mas há quantos metros eu estava do chão? Foi o Potter que me acertou, não foi? Diga-me que foi! – Daniel rira nervoso.


– Ok, vamos por partes. Draco... Camarada... Você levou um Avada Kedavra.


– Eu o que? - perguntara Draco totalmente espantado e nervoso.


– Tudo bem eu não comecei tão bem assim. – dissera Dan para si mesmo. – Vamos só dizer que você passou realmente por um choque e que se esqueceu de um bom pedaço da sua vida.


– Dessa parte eu sei, Daniel! – dissera Draco com irritação. – O que eu quero saber é o que deu na cabeça daquela Sabe-tudo desgraçada para me agarrar daquele jeito! Ela me abraçou Daniel!

– Eu sei. É trágico. Terrível, eu mesmo tive vontade de... Sabe, dar uma porrada na cara dela. – dissera Daniel irônico. Draco apontara para ele ameaçador.


– Não zombe de mim.


– Você realmente não lembra? Hermione... Hã? – pressionara Daniel.


– É claro que eu lembro! Hermione Granger, a Sabe-Tudo Sangue-Ruim! Ela me abraçou. Aquela nojenta acabou de me abraçar! Você não viu?! E eu a odeio. – completara Draco ameaçador.


– Ok. – dissera Daniel desanimado para si mesmo enquanto olhava para o teto, não acreditando no que estava acontecendo.



Hermione mantinha o olhar invocado para o lago, enquanto ficava sentada no pé da árvore esperando por Dan. Logo ouvira passos rápidos e vira o amigo chegar e se sentar ao seu lado.


– Foi mal, tive que inventar uma desculpa qualquer. – dissera Dan.


– Eu não posso suportar isso! Primeiro Draco, e agora você tem que mentir para vir me ver?


– Hermione, calma... Temos que agir como antes, até que ele se lembre.


– Já faz uma semana, Daniel! Uma semana! Já saiu em todos os jornais. Todos já até esqueceram do ocorrido, mas Draco continua a passar por mim e me olhar como se eu fosse uma... Uma sangue-ruim.


– Mas você é. Brincadeira. – completara ele ao ver o olhar irritado da amiga.– Como você vai? E seus poderes?


– Dumbledore está me fazendo tomar uma poção que me faz conter os poderes. É melhor adormecê-los enquanto não passo por um treinamento, diz ele.


– A gente ainda podia pedir ajuda pro tio Ephram se você não fosse tão rancorosa... Por Merlin, Hermione. Pare de me olhar assim, estou brincando caramba. – Hermione respirara fundo, contrariada. – E mais alguém sabe disso?


– Não. Só você, Harry, Ron, Gina e McGonnagal mesmo. Os outros só sabem mesmo da parte que fui envenenada. Mas nada disso me importa agora... Draco. Quanto tempo ainda vai durar isso?


– Hermione, o choque dele foi um pouco maior que o teu, ele quase morreu. Deve demorar mais para que ele retorne a memória. – Hermione respirara contrariada, tentando conter as lágrimas.


– É todo o dia isso, Dan. Vê-lo me olhar desse jeito... Depois de tudo o que a gente passou. Vê-lo bem, e não poder abraçá-lo... É a morte pra mim, Dan.


– Eu sei... Temos que arrumar um plano pra ele se lembrar. O que te fez recuperar a memória?


– Não sei. Eu comecei a explicar a poção. Tipo... Já tinha visto isso antes no meu sonho. Depois eu vi o punhal... Foi o choque... Temos que fazê-lo levar um choque...


– Um choque? Que dizer... Um choque maior do que ser abraçado por você? – Hermione revirara os olhos entediada. – Ok, temos que fazer Draco levar um choque. Presenciar algo trágico.


– Algo que o entristecesse ou enfurecesse, sei lá... – Hermione respirara tristemente ainda encarando o lago, Dan dera de ombro com ela meigamente.


– Podia ser pior...


– Disseram isso antes do Rei Lear pirar e a filha dele se matar. – dissera Hermione normalmente e então franzira o cenho. – Ou será que foi o contrário?


– Você precisa admitir, esse é apenas mais um obstáculo da vida. – falara ele rindo, fazendo Hermione olhá-lo como se ele fosse insano. – São necessários muitos desses para que o romance se torne realmente inesquecível. Não é como se um beijo fosse salvar o dia, sabe? Romeu e Julieta, por exemplo... Depois daqueles dois ninguém nunca mais tentou se fingir de morto pra fugir com o amor de sua vida. Sinceramente que falta de criatividade, eles não podiam simplesmente pegar uma vassoura e ir embora?


– Dan... Mais um clichê desses e eu vou ficar com dor de dente.


– É. Olha, eu tenho que ir para o treino agora... Vai pensando em alguma coisa, eu também vou pensar. Pede ajuda para aquela ruiva, sei lá. Ela deve servir para alguma coisa.


– Não fale assim dela!



– Mas que droga, Gina. Você devia servir para alguma coisa!


– Se acalma, Hermione. Ele só está passando pela mesma coisa que você passou. Não é nada demais, por isso os professores nem estão preocupados. – dissera Gina enquanto fazia um dever de feitiços, ignorando o estresse da amiga.


– Danem-se os professores. Eu só esqueci o que aconteceu aquela noite, não me esqueci de ninguém nem de mais nada!


– Apenas seja paciente...


– Grr!


Hermione deixara a amiga sozinha e começara a andar estressada por Hogwarts. Não agüentava mais todos os dias ver Draco olhá-la como um inseto. Comentando com ódio a ousadia que ela tivera ao abraçá-lo. E se ele não se lembrasse nunca mais? O que aconteceria? Fora então que notara onde estava.

Estava de frente para o campo de Quadribol, correra para trás de uma pilastra onde vira no alto os jogadores da Sonserina treinarem para o próximo jogo. E antes que percebesse o que estava fazendo já estava procurando com os olhos por Draco Malfoy.


– Perdeu alguma coisa aqui, Sangue-Ruim? – dissera Draco atrás dela com rispidez. Hermione se virara e dera de frente com um Draco todo lavado em suor e sem camisa, deixando a mostra aquele belíssimo corpo completado com sua feição enfurecida, segurando apenas sua Nimbus.


– Não, eu não perdi nada... Eu só...


– Então o que está fazendo aqui? Some! – Hermione respirara fundo não contendo sua irritação dentro de si.


– Olha, pare de falar assim comigo. Eu só estou relevando porque você perdeu a memória... Se esqueceu de tudo o que...


– Tudo o que? – brigara ele pressionando-a contra a pilastra. – Você é uma sujeitinha nojenta, irritante e nascida trouxa que não serve para bosta nenhuma. Você me dá nojo.


– Não fale assim... – dissera Hermione tentando não se ofender com aquele tom e olhar dele.


– Então pare de ficar me seguindo.


– Eu não estou te seguindo! Eu só... – ela engasgara e ele a olhara com fingida curiosidade. Ela calara-se virando a cara.


– Está me seguindo sim! E eu quero saber porquê! Estou cansado disso. O que é, garota? Primeiro você me abraça que nem uma maluca! Quero dizer... Eu gostava da parte em que você correspondia ao meu ódio... E agora você fica me seguindo? E Daniel anda estranho... O que você quer de mim afinal?


– Olá... – dissera Dan, também lavado em suor e sem camisa, descendo de sua vassoura até os dois que continuavam a se encarar. Logo os outros jogadores desciam até eles para também presenciarem o espetáculo. – Estamos nos matando aqui?


– Então você quer mesmo saber a verdade? – dizia Hermione contornando Draco ficando às suas costas largas e não contra a pilastra. Ele se virara para ela como um lobo ameaçador. – Você quer saber de tudo? Por que estamos agindo como se você fosse uma criança retardada? – Draco olhara para os lados notando que muitos riam da cena. E então olhara para ela novamente e dissera ainda no seu jeito intimidador.


– Diga. – Hermione respirara fundo e recolhera coragem antes de continuar.


– Porque, Draco, você se esqueceu... Que somos namorados. – Draco a olhara com o cenho franzido em confusão como se ela tivesse de vez perdido o juízo.


– Em que planeta eu acordei?


– Nós participamos de uma peça de teatro. Você me deu aulas de teatro para isso. Ficamos amigos. Nos odiamos. Namoramos. Nos odiamos de novo e namoramos. Até o baile de Natal onde houve o ataque de Comensais. Eles levaram Harry e nós fomos salvá-lo...


– Ahh, eu fui salvar o Potter... – debochara Draco.


– Não, eu fui. Você foi por minha causa. Para me proteger.


– Ah ok, me desculpe. “Eu fui salvar a sangue-ruim.” – dissera ele ainda em deboche, tirando risadas de alguns. Hermione respirara tentando ignorar o comentário.


– Lá fomos atacados e você levou um Avada Kedavra em meu lugar e ficou desacordado até então. – a garota respirara fundo como se tivesse dito num fôlego só. Draco ainda a encarara por um tempo com cinismo nos olhos e então se virara a procura de Dan.


– Isso é algum tipo de pegadinha? Porque meter essa nojenta miserável não teve graça nenhuma! – terminara ele com ferocidade.


– Ok, então estamos nos matando aqui. Vamos todos embora, por favor. – dissera Daniel espantando os demais de perto da cena sem muito sucesso. Draco se virara para Hermione novamente com ferocidade.


– Eu não sei o que você bebeu ou que plano absurdo é esse, mas...


– Não é plano nenhum, eu estou apaixonada por você. – dissera Hermione suplicante para que acreditasse nela. Draco a olhara surpreso com o cenho franzido e a boca entreaberta, completamente pasmo.


– Mas você só pode ter batido com a cabeça, Granger. Sou eu! Draco Malfoy! Somos inimigos desde o primeiro ano. Lembra? Sua maluca.


– Não. Digo, teoricamente sim, mas não de verdade. Lembra? Você me disse na manhã do baile. Você gosta de mim, sempre gostou desde o segundo ano...


– Tudo bem agora você realmente está me aborrecendo! – dissera Draco com ferocidade apontando para a cara de Hermione.


– Desde a primeira vez que você me chamara de Sangue-Ruim. Foi exatamente nesse lugar, quando descobrimos que você estava no time da Sonserina. Eu disse que “Pelo menos ninguém da Grifinória pagou pra jogar, só entrou quem tem talento”, você me olhou daquele jeito feroz e disse “Ninguém pediu a sua opinião, sujeitinha de Sangue-Ruim!”... – Draco a olhara com o cenho franzido lembrando do tal dia, mas ainda sem querer concordar com ela. – Foi naquele dia que você começou a gostar de mim. Foi por isso que você me odiara mais ainda. Na verdade você não conseguia conviver com esse sentimento.

Draco a olhava com ódio, sentia ódio por aquela garota por todos os poros. Respirava tensamente, como se fosse uma fera prestes a atacá-la. Hermione mantinha-se encolhida com certo medo dele e sentindo seus olhos lacrimejarem. Hermione dissera numa voz mais baixa apenas para ele.

– Não me olhe assim. Mesmo que você não se lembre, você sabe que eu estou falando a verdade. Afinal, como eu poderia saber disso se não tivesse sido você mesmo quem me contara?!


Draco se contivera rindo de lado de forma cruel para a castanha que engolira em seco sentindo seu coração doer horrivelmente.


– Precisa lembrar, Draco... Preciso muito de você agora. – dissera Hermione baixo para si mesma. Mas Draco ouvira, olhando-a com estranho interesse.


– Em que mundo seu eu me importaria com isso? – dissera Draco alto na frente de todos de forma debochada. – Em que mundinho seu todas essas coisas que você disse poderiam ser verdade? Hein, Granger?


– Chega, Draco. – dissera Dan para o amigo, tentando tirá-lo dali. Mas Draco se desviara precisava atacar a castanha.


– Você é uma Sangue-Ruim e nada interessante. Eu sou um Malfoy! Em que mundo eu me apaixonaria ou me interessaria por você? Nunca ouvi nada mais insano do que isso. Nunca poderíamos ficar juntos... Meu pai preferiria morrer 15 vezes antes de assistir isso. Eu morreria 30. Como você poderia sequer cogitar a possibilidade de eu me sentir atraído por você?


– Então por que você ficou tão puto com o fato de eu ter simplesmente te abraçado? – perguntara Hermione tentando não chorar.


– Porque eu odeio você.


– Só por causa disso? Não tem nada haver com fato de você me querer nos seus braços há anos, e só então ter tido? Não foi pelo fato de você ter sentido que queria me abraçar mesmo que nunca queira admitir isso? A primeira coisa que você fez após me beijar pela primeira vez foi me abraçar. – Draco a olhara com ódio por um tempo, mas ainda estranhando tudo o que estava acontecendo.


– Você é louca.


– Mas você me ama. – dissera ela baixo.

Draco permanecera mirando-a com ódio por um tempo e então fora em passos lentos, porém decididos até ela, aproximou bem o seu rosto do dela e dissera na sua voz fria e cortante.


– Eu não amo ninguém. Nem nunca vou amar. E mesmo que eu estivesse errado, eu nunca amaria alguém tão absurdamente ridícula e nojenta como você.

Cinza no castanho, castanho no cinza, por longos segundos. Hermione engolira em seco, sentindo uma lágrima escorrer de seus olhos, Draco olhara todo o processo da lágrima sentindo algo estranho dentro de si e se afastara numa expressão estranha, porém dera as costas a ela, se direcionando para longe do lago. Hermione continuava a encarar as costas de Draco quando Dan respirara entediado e contrariado caminhara decidido até Hermione.


– Essa é a última vez que lhe beijo, Hermione Granger. E espero que Draco não me bata desta vez. – dissera Dan simplesmente um segundo antes de agarrar Hermione pela cintura e pescoço e beijá-la arduamente nos lábios.


Todos em volta exclamaram com a cena, mas Hermione só conseguia ouvir o disparo do seu coração. Se assustara com a reação do amigo, não entendendo ao certo o objetivo daquilo. Mas era um beijo terno e acolhedor, como só sua tristeza precisava naquele momento. Dan conforme beijava Hermione sentia seu peito doer numa constante agonia. Nunca beijara uma garota com tamanha intensidade e sentimento, e saber que nunca poderia repeti-lo era torturante.

Depois do que pareceram longos segundos, separara seus lábios dos dela com certa dificuldade e se afastara um pouco, pondo suas mãos nos bolsos da calça, sem encará-la diretamente nos olhos e tentando disfarçar seu estado tenso. Hermione apenas o olhava com interrogação, mas não raiva. Pelo contrário, sentia um carinho ainda maior pelo amigo.


– Foi um choque e tanto, não é? – dissera Dan tentando sorrir de lado um segundo antes de ser atingido por um feitiço que o fizera voar pra trás e cair dolorosamente no chão. Ao cair Daniel dera um sorriso irritado, porém aliviado. – É, ele voltou.


– É melhor você se esforçar bastante para contar a maior mentira da sua vida, porque eu realmente estou implorando por uma razão para não te matar nesse exato momento. – dissera Draco com raiva, ainda apontando a varinha para a cara de Daniel.


– Porque somos melhores amigos há mais de dez anos? – dissera Dan com um sorriso. Draco apenas mantivera a sua fúria preferindo por não responder. – Tá bom, eu posso explicar.


– Por favor. – ironizara Draco com raiva.


– Você acordou de um coma e se esqueceu de tudo, tudo mesmo, inclusive de Hermione. Você estava humilhando ela e precisava de um choque desses para recuperar a sua memória, tanto que deu certo. Não deu? – terminara Dan energeticamente com um sorriso. Draco franzira o cenho vendo que realmente fazia sentido e lembrando dos acontecimentos anteriores. Mas ainda sem abaixar a varinha pro amigo.


– Não sei porquê, mas ainda estou com vontade de matar você.


– Dá pra relevar? Já tem uma penca de garotas em Hogwarts com essa mesma vontade. Você sabe que esse beijo foi estritamente profissional, eu não estou atrás de um relacionamento sério, sou um cara livre. E mesmo se estivesse não seria com a Hermigatinha. Com todo o respeito, Hermi, mas você fala demais.– dissera ele para Hermione que o encarara sarcástica.


– Você a beijou! – brigara Draco.


– Ahh, não me lembre isso, por favor. – dissera Dan com fingida agonia. – Eu não posso conviver com essa realidade, é sério. Você não faz idéia do amigo que tem. Sério, só eu mesmo para me sacrificar dessa forma por você... Sério, não sei como você agüenta isso.


– Hey! – brigara Hermione sentindo-se totalmente ofendida. – Como se atreve, foi você quem me beijou seu idiota!


– Eu tinha esperanças de que você pelo menos escovasse os dentes de vez em quando...


– Ora seu...


– Ok... Ok... Chega. – dissera Draco se colocando entre os dois e guardando sua varinha. – Eu cuido de você mais tarde. – dissera ele para Dan ainda com um olhar assassino.


– Mal posso esperar... – dissera Dan com um sorriso divertido, se levantando do chão. E logo vendo, com uma expressão mais séria e um aperto no peito, Draco se direcionar a Hermione. Dera um sorrisinho triste de lado coçando de leve a orelha. – Missão cumprida. – dissera ele para si mesmo e saindo então do campo.


– Agora você... – dissera Draco indo em direção à Hermione, que o olhava ainda magoada e séria. Draco engolira em seco, pegando-a pelos braços. – Me desculpe... Eu... Eu não lembrava... Eu... Me desculpe. – Hermione olhara para o chão engolindo em seco. – Tudo o que você disse era verdade, você sabe que naquela época eu não admitira nem a pau mesmo. Mas eu amo você... Amo demais. Sinto muito por toda essa semana. – Hermione o encarara com os olhos cheios de lágrima.


– Eu senti a sua falta... Eu tive tanto medo de você nunca mais... – mas antes que ela terminasse Draco a abraçara forte.


– Eu estou aqui. Não vou te abandonar tão cedo, isso seria a morte pra mim. – Hermione o abraçara forte, lembrando instantaneamente do Draco mais jovem que vira na Torre das Gárgulas. Ele grudara sua testa na dela de forma calorosa. – Vamos embora daqui.



Hermione fora jogada contra a porta da Sala da Monitoria-Chefe que acabara de ser trancada. Seus lábios logo foram pressionados pelos firmes de Draco de forma tensa, suas respirações num ritmo sufocante. Draco agarrava o frágil corpo de Hermione encaixando-o perfeitamente contra o seu, fazendo a garota se arrepiar. Suas mãos a mapeavam das costas às coxas. Beijava seu pescoço, no mesmo instante em que ela perdera a sensibilidade dos joelhos, segurando-a com mais firmeza ao seu corpo.

Draco ia em passos lentos até a escada, subindo-a numa habilidade só. Hermione beijava-o sem conseguir pensar ou registrar mais nada a sua volta. Os dois caíram sobre a cama, Draco por cima dela, subindo uma de suas mãos pela cintura dela, a qual pressionara beijando-lhe os lábios mais ferozmente.


Ele abria cada botão da camisa dela lentamente, em meio às carícias e beijos como num ritual mágico. Sentia as mãos dela suarem frio e tremerem de leve num nervosismo, mas beijava-lhe toda face para acalmá-la. Levantara seu rosto um pouco acima do rosto dela, seu cinza passando uma mensagem terna ao castanho. Abrira a camisa dela deixando amostra apenas seu sutiã branco forrado e delicado. Draco pousara sua mão sobre a barriga da garota que agora subia e descia em nervosismo e beijara-lhe os lábios novamente.

Hermione nunca vira Draco tão paciente e calmo como naquele momento e não conseguia entender isso. Ele a beijava sem pressa e profundamente, mordera-lhe os lábios fazendo a garota não segurar uma exclamação. Ele fizera um caminho de beijos até o pescoço dela, mordendo-o e beijando-o com desejo. Hermione sentira todo o seu corpo gritar por ele quando ele apenas a acariciava pela cintura, tentando se manter afastado do tórax da garota que subia e descia conforme sua respiração. Engolira em seco em vê-la ali linda e entregue em seus braços, quando a olhara nos olhos apaixonadamente.


– Me diga novamente... – ele pedira. Ela franzira o cenho não prestando muita atenção. Não conseguia registrar o que ele estava falando.


– O que? – ela dissera rouca sem entender.


– Me diga novamente... Que me ama. – ela demorara para registrar aquelas palavras e fizera um olhar de interrogação. – Você disse que estava apaixonada por mim...


– Eu... Eu disse... – ela dissera, implorando mentalmente para ele parar de acariciá-la na cintura, para que ela pudesse voltar ao normal. – Apaixonada... Mas eu não... Eu não disse... Amar... Draco, eu já te disse... Eu nunca vou amar...


– Mas você disse... – dissera Draco o cenho franzido não entendendo.


– Paixão é diferente de amor... Eu... Eu não posso amar. O sentimento mais forte que consigo sentir eu sinto por você, nem sei explicar o que é isso. Mas não posso ficar vulnerável de novo a esse ponto, eu... – Hermione explicara nervosa enquanto Draco se levantara sentando de costas para ela. Aquilo doera demais nele, por um momento achara que ela o amava. Hermione segurava a camisa fechada a sua frente sentada as costas dele. – Draco, não fica assim comigo... Eu... A culpa não é minha, eu já consegui me recuperar uma vez, mas não conseguiria fazer isso de novo. Não posso abrir mão da minha maior força...


– O seu orgulho. – dissera ele adivinhando que força seria essa. – Hermione... Eu não posso amar alguém que nunca vai me corresponder. – ele dissera ainda de costas para ela. Ela olhara para os lados perdida, sentindo seu coração disparar em desespero. Ele se virara para ela com um olhar sério e segurara seu rosto entre suas mãos. – Mas também não posso viver sem você. Como vou lidar com isso?


– Eu também não posso viver sem você.


– Eu também tenho o meu orgulho. O único motivo pelo qual eu passei por cima dele é a certeza, certeza absoluta tanto de que sou loiro quanto a de que você me ama. – O coração de Hermione saltara de um lugar bastante alto, mais alto do que conseguira imaginar. – Não importa o quanto você venha esconder ou lutar contra isso. Eu já disse milhares de vezes. Essa certeza eu tenho muito antes de nos beijarmos no armário de vassouras. E eu também te amo desde muito antes disso. Mas aquela noite mudou tudo. Aquele beijo traçou todo o nosso destino. Porque aquele beijo me fez ver o que eu perderia se não tivesse você. – ele dizia sério e decidido, enquanto Hermione apenas ouvia encarando seus olhos cinza com surpresa e lágrimas nos olhos. – Eu nunca fui feliz antes daquela noite. Você quer saber o que eu pensei quando eu te beijei? Eu pensei que agora, eu tinha um motivo...


– Motivo pra quê?


– Para ser bom. – ele dissera dando uma longa pausa para continuar, ela percebia o quanto era difícil para ele dizer aquilo e nunca o quis tanto na sua vida. – Eu sempre gostei de ser um Malfoy. Por mais terrível que isso possa parecer. Mas eu sempre fui assim. Sempre quis ser um Comensal, ser igual ao meu pai, deixá-lo orgulhoso. Nunca tive um motivo para querer ser diferente. Lutar do lado do “bem” nessa guerra maldita. Ou ser uma pessoa melhor. Que se importa com os outros. Nunca tive. Naquela noite, no armário eu tive. E esse motivo é você. – Hermione lágrimas rolarem de seus olhos – E é por amar você que eu conheço você. Soube que você me amava muito antes de você sequer imaginar que gostava de mim, como sei que vai ser minha por maiores que sejam os conflitos que passamos. Sempre soube disso. Mas o fato de você não dizer... Faz uma parte de mim duvidar disso, me faz querer acreditar que de fato você não me ama, nem nunca venha a amar. E essa é uma parte pequena, porém muito poderosa, e se ela tomar conta de mim eu temo que um dia eu vá desistir de você. E se isso acontecer... Eu vou perder o único motivo que eu tenho para ser bom.


– Draco, você é bom! – dissera Hermione enxugando as lágrimas e mais confiante.


– Só por você, você sabe que eu nunca...


– Não... Você foi criado assim, mas você tem noção do que é certo e errado. Eu estou contigo pelo que você é de verdade. O verdadeiro Draco Malfoy bom, por quem eu me apaixonei. – Draco continuava a encará-la sério, era estranho vê-la realmente acreditar que há algo de bom nele. Ela era ingênua e indefesa e não se convenceria do contrário assim. Ele tirara uma mexa castanha de seu rosto com carinho.


– Hermione... Tenho que te pedir uma coisa.


– O que?


– Quero que se afaste da Ordem da Fênix. – Hermione o olhara com o cenho franzido não entendendo o motivo daquilo, não entendendo o porque dele a estar pedindo aquilo.


– Como? – havia uma revolta naquela pergunta e Draco sabia disso, mas manteve seu tom calmo.


– Preciso que me prometa, que não vai lutar na guerra.


– Não posso prometer isso! – ela dissera ainda mais revoltada, se levantando da cama e fechando os botões de sua camisa com ferocidade.


– Hermione... Eu não posso ficar do lado do Potter nessa guerra por sua causa. Eu não preciso lutar contra ele, mas não posso ficar ao lado dele. Isso nos condenaria para sempre...


– Do que é que está falando? – perguntava Hermione que bufava de raiva, enquanto caminhava pelo quarto.


– Eu sou uma peça muito importante nos planos de Voldemort. Se eu me virar contra ele, ele vai me caçar e terá muito prazer em matar você na minha frente, maior do que minha tia teve em torturá-la.


– Ah, eu sei! Por causa dessa sua missão maldita. Aliás, acho que já está mais do que na hora de você me contar tudo sobre essa sua missão. – Draco olhara contrariado para o nada.


– Hermione... – A castanha parara de frente para ele com o olhar desafiador e ele sentira que ela estava certa. Ele estalara uma pequena raiva em seu maxilar e começara a falar. – Começou quando eu tinha treze anos...

Hermione respirara fundo prestando a máxima atenção, enquanto Draco olhava para o nada ao contar sua história.

– Meu pai me informou que o Lord demonstrara interesse em mim. Pediu para que me treinasse bem para um dia me tornar um Comensal, um Comensal de sua confiança. Meu pai já me treinava mesmo desde muito cedo, ele só se empenhou mais. Voldemort me escolheu para... Para descobrir os planos de Dumbledore, ser seus olhos dentro de Hogwarts.


– Só isso. Dumbledore. Não tem nada haver com o Harry? – Hermione pressionara de forma acusadora.


– Espionar Potter também faz parte, claro. Indicar suas maiores fraquezas... – dissera ele olhando para Hermione de forma significativa e contrariada.


– E você fez isso? Indicou para ele a maior fraqueza do Harry?


– O problema é que eu descobri que eu e o Potter temos essa fraqueza em comum. – Hermione engolira em seco tentando não se comover. – Mas eu falhei, não importa o quanto eu me esforçasse para te manter afastada dos Comensais, eles acabaram por te descobrir mesmo. Você entende? Você corre agora tão ou mais perigo que o Potter. Acredite quando eu digo, a última coisa que você deve fazer agora é aparecer num campo de batalha.

***


Ephram entrara de qualquer jeito na Casa dos Gritos, fechando a porta com o pé. Encostara-se no batente da porta pegando um cigarro e um isqueiro no bolso, enquanto olhava com indiferença para James, que permanecia olhando pelas tábuas da janela.


– Não acha que é um pouco cedo para vir para a Casa dos Gritos? A Lua não está nem crescente. – dissera o loiro com o cigarro na boca, enquanto acendia-o com o isqueiro e logo guardando este no bolso.


– Pensei que tinha largado o cigarro... – dissera o moreno ao olhar de relance para o amigo.


– Estamos apaixonados. – satirizou Ephram de forma inocente, olhando para o cigarro enquanto jogava a fumaça no ar. – Me diga, o que está fazendo aqui?


– Eu e Lily terminamos.


– É mesmo? – perguntara Ephram indiferente, tragando novamente.


– Ela me viu com a Val. Entendeu tudo errado e me disse pra nunca mais me aproximar dela.


– Que merda, hein... – dissera Ephram ainda indiferente, James virara-se então para o amigo. Ephram fingira não se importar com o olhar de quem chorou a noite toda de James.


– Preciso que faça um favor pra mim. – Ephram olhara com o cenho franzido para ele, não entendendo onde ele queria chegar.


– Que favor?


– Preciso que cuide da Lily pra mim.


– Como é que é? – perguntara o loiro sabendo que só poderia ter ouvido errado.


– Ela vai precisar de alguém, um amigo por perto... Ela não tem ninguém. Preciso saber que ela vai ficar bem...


– Ela vai ficar bem...


– É sério, Ephram. Você é o único que pode fazer isso pra mim. Sirius não sabe cuidar nem de si mesmo e não leva nada a sério. Mas você... Você é protetor, saberá ser amigo dela, consolá-la...


– Você está completamente equivocado. – dissera Ephram já se estressando. – É sério, James. Você sabe que eu faria qualquer coisa por você, mas... Ela? Ela é tão...


– Essa é a única coisa que te peço. Por favor... Preciso saber que ela vai ficar bem. Faz isso por mim. – Ephram olhara para os lados contrariado e irritado. – Por favor, Ephram. Faz isso pra mim.


– Aham. – dissera Ephram balançando a cabeça afirmativamente, olhara James nos olhos, duvidando de sua capacidade de não voar no amigo de raiva. James por outro lado dera um sorriso agradecido.


– Eu sabia que você faria isso por mim. Você vai acabar vendo que ela não é tão chata e mandona quando parece.


*****


Vinte anos se passaram. Ephram fechara os olhos com força tentando afastar certas lembranças de sua mente e montara o seu corcel negro de forma elegante. Cavalgara rápido por saber que o local desejado já estava próximo, e parara quando dera de frente para uma caverna grande e profunda. Havia dois Comensais de guarda na entrada da caverna, Ephram saltara de seu cavalo e entrara decidido na caverna, sem ser impedido pelos guardas.


Seguira belas tochas de fogo por muitos túneis até reconhecer a voz alterada de Bellatrix adiante. Dera um sorrisinho de satisfação e entrara numa sala onde a mulher se encontrava de pé no centro da sala. À sua frente, num pequeno trono escuro, se encontrava um homem de aparência alterada. Como se lhe tivessem feito uma mutação com uma cobra.


– Ephram... – dissera o homem. Bella olhara de forma assassina para o loiro, que agora estava ao seu lado.


– Lord Voldemort. – cumprimentara Ephram abaixando de leve a cabeça. – Bella. – cumprimentara agora a mulher, que não respondera e apenas olhou-o furiosa.


– Incrível como os anos não se passaram para você. – dissera Voldemort na sua voz fria e cortez. – Parece até que não passara dos vinte e cinco anos. Enfim, aquela maldição não lhe fizera tão mal assim. – Ephram sentira uma pontada de raiva bater em seu íntimo com o comentário de Voldemort.


– É, eu não reclamo muito.


– Estávamos justamente falando do ataque à Hogwarts. Parece que meus leais falharam novamente ao seqüestro de Potter.


– A culpa não foi nossa, Milorde. Eu disse... – começara Bellatrix, mas logo fora cortada pela voz fria de Voldemort.


– Já sei. Draco apareceu... – ele respirara entediado. – E agora? O que você acha que eu devo fazer, Ephram? Meu próprio herdeiro se vira contra mim para salvar o Potter e a namoradinha Sangue-Ruim...


– Eu não creio que se trate disso, Milorde. Aposto que Draco nos surpreenderá com um plano. – dissera Ephram confiante.


– Será? Ou será que teremos de ter a mesma conversa com ele que tivemos com você há vinte anos atrás?


– Não é Draco o problema agora... Não conseguem ver? Aquela Sangue-Ruim... Ela sim! Temos de eliminá-la.


– Mais uma Bruxa Elemental em nossas vidas... – dissera Voldemort massageando a testa. – Ahh, estou começando a ficar zangado...


– Não acho que devemos matá-la. – dissera Ephram para Voldemort.


– Como é que é? – brigara Bellatrix. – Aquela garota quase nos matou!


– Exatamente. É poderosa demais para ser jogada fora, é justamente a peça chave que necessitamos para vencermos essa guerra.


– Ou que Dumbledore necessita... – dissera Voldemort estrategicamente.


– Exato. Mas para Dumbledore ela é inútil. Não sabe controlar seus poderes. Agora se eu puder treiná-la... Torná-la uma arma mortal e trazê-la para o nosso lado...


– E como é que você pretende fazer isso? – perguntara Voldemort para o homem. Bellatrix começava a se alterar entre os dois.


– Draco. É claro. – dissera Ephram.


– Acha que ela vai vir pro nosso lado por amor? – perguntara Voldemort com um certo desprezo.


– Ou por tristeza... – dissera Ephram. – Muita coisa ainda pode acontecer até o final do ano. E nas férias ela estará vulnerável, sem Draco e sem Potter... É aí que eu apareço. Conquisto sua confiança e começo a treiná-la. Não vai poder negar minha ajuda. Dumbledore já deve ter-lhe informado que eu sou o único que sabe alguma coisa sobre a Magia Elemental.


– Estamos falando sério aqui? – perguntara Bellatrix alterada. – Aquela garota pode ser a nossa ruína. Perdemos a guerra da primeira vez por causa da Evans. Morrendo depois ou não, ela fez um estrago maior do que podíamos imaginar. Evans não veio para o nosso lado...


– Lílian amava o Potter. – dissera Ephram simplesmente para ela. – E tinha uma família para proteger. Ao contrário de Hermione que ama Draco.


– E você acha que Draco vai concordar com isso? Acha que vai permitir que Hermione se envolva com a gente? – dissera Bellatrix rispidamente para Ephram. – Engraçado... Tenho a impressão de já termos passado por essa história antes. – Ephram ignorara o tom irônico de Bella e se virou para Voldemort de forma decidida.


– Quero a vossa permissão para cuidar do caso de Hermione Granger. Para treiná-la.


– O que? Não! Isso nunca vai dar certo! – brigara Bella nervosa.


– Calada, Bellatrix. – dissera Voldemort na sua voz calma. – É um bom plano. Uma vez com uma Bruxa Elemental ao nosso lado, teríamos uma vantagem nunca tida nas outras guerras... Tens a minha permissão, Ephram. – Ephram agradecera com um aceno de cabeça, Bella se revoltara ainda mais.


– Ela me desafiou! Eu não vou descansar até ter a cabeça da Sangue-Ruim!


– A sua maior batalha sempre fora com Lílian Evans há vinte anos atrás. Já está na hora de aceitar o fato de que felizmente ela não está mais entre nós para você saciar sua cede de vingança, Bellatrix. – dissera Voldemort calmamente, fazendo Ephram sorrir satisfeito para a mulher que estava inquieta de ódio.


– Eu quero a Sangue-Ruim morta! – dissera Bellatrix entre dentes.


– Hermione Granger agora é responsabilidade minha, Bella... – dissera Ephram sério. – E se você se meter em meus planos, vai se dar muito mal.

Continua...


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