Cap. 32 - Congelado e... Domado

P.O.V. Hugo

Estava fazendo de tudo pra Lia conseguir quebrar aquela maldita “gaiola” de fogo. Tentei sugar um pouco do fogo, mas cada vez que tentava aquilo aumentava piorando a situação. Parei e fiquei a incentivando. Lia era competitiva. Palavras de desafio a faziam melhorar, aumentar o poder.

Foi quando senti o baque. Era como se o gelo perfurasse todo o meu corpo, uma dor descomunal, se espalhava por meus nervos, eu não conseguia mais sentir muita coisa. A última coisa que me lembro, antes de cair e desmaiar, é da Lia correndo em minha direção, e um Frost observando.

Sempre fui altamente sensível a gelo. Não gelo qualquer. Claro, se fosse assim eu já haveria de morrer a muito tempo, nasci para matar o Frost, não posso morrer tão facilmente. Mas o gelo que ele usou... Era... Combinado com algo. Algo que pode, com toda a certeza, me matar.

~~ ♥ ~~

“Hugo... Hugo...”

“Hm? Alguém... Está falando comigo? Quem... Está aí?”

Abri os olhos e me vi deitado na completa escuridão. Tentei levantar, mas uma força gravitacional parecia querer me manter preso ao chão. Meu corpo entrou em chamar iluminando o lugar, que agora ganhara forma, revelando um quarto antigo. Suas paredes, pouco iluminadas estavam adornadas de quadros de diversos tamanhos.

Com muito esforço consegui me sentar. Ao me levantar, apoiando-me em um tipo de mesa, percebi que meus pés não tocavam o chão. Estavam flutuando. Abaixo de mim, só podia ver o breu. Levantei minha cabeça, para não me lembrar da figura sombria e asquerosa do meu pai. Lembrar-se dele pode atraí-lo. É o que dizem.

Olhei em volta e reparei nos quadros a minha volta. Os The Big Four. Todos os quadros estavam meio queimados, as várias aventuras que eles tiveram, pareciam que nunca existiram. Toquei num quadro, onde Jack estava abraçado a Lia ,e ele queimou automaticamente. Isso... Queria me dizer algo?

.. Estou acabando com a vida deles? Estou os fazendo sofrer? Estou acabando com a amizade dos mesmos? Sou... O vilão da história?

“Até que enfim percebeu Hugo... Venha, suma. Deixe-os serem felizes.”

“Onde está? Quem é você?”

“Sou sua solução. Sou seu medo.”

Depois disso caí da completa escuridão.

P.O.V. Soluço

Jack saiu e foi pra não sei onde, nos deixando treinando incansavelmente. Passei a tarde toda treinando com a espada, que era uma das minhas melhores especialidades em combate, fora montar em um dragão. Respirei ofegante, quebrando o último boneco, logo depois de Rapunzel.

– Punzie, acho que deveria ir atrás do seu namorado. – Suspirei me sentando morto de cansaço – E não estou falando do Hugo.

– Jack não é meu namorado! – Ela disse com o rosto enrubescido – E você deveria estar mais preocupado com a sua.

– Ela não é.

Mais preocupado? Ela quer que eu exploda? Não paro de pensar em Merida, meu coração parece que está morto. A última vez que senti uma coisa dessas foi quando perdi Banguela por um tempo. Eu... Eu realmente gosto da ruiva. Aquele jeito meio esquentado dela, o sorriso desafiador... A risada contagiante... Ai ai Merida...

– Desculpa Sol... Sei que está preocupado. – Suspirou e se sentou do meu lado – Banguela é quentinho.

– É... – Ri baixo quando meu amigo dragão lambeu-a, sujando toda de baba.

– Banguela! – Ela disse rindo – Droga... Tem algum lago por aqui?

– Deve haver. Provavelmente naquela direção. – Disse apontando.

– Vem comigo?

– Desculpa Punzie, mas não estou muito a fim de sair daqui.

Olhei para o céu, que já estava escurecendo e fechei os olhos ouvindo somente os passos da garota se distanciando e o vento sobre as folhas das árvores. Merida gostava de apreciar a natureza tanto quanto eu. As vezes eu a pegava com insônia, totalmente desperta a noite, sentada numa pedra olhando as estrelas, ou então conversando com um tipo de luz azul, na qual eu nunca entendi a ligação das duas.

Ela parecia a própria natureza. Ela poderia viver anos longe de uma civilização, e ainda não sentiria falta de pessoas. Usava a inteligência. Tinha senso de sobrevivência. A ruiva é incrível. E agora Breu está com ela. Que coisas ele estaria fazendo? O que ela tem para ser usada em um plano? O plano é destruir o Jack, certo? Sei que eles são próximos, mas...

Que relação há entre a Merida... E o Frost?

P.O.V. Rapunzel

Andei, corri, desci, escalei e caí. Nada do maldito lago. Adentrei num tipo de floresta congelada, que também havia sido afetada pelo poder de gelo do Jack. Ele havia ido atrás da Lia, com certeza.

Meu coração se apertava um pouco toda vez que eu os via juntos. Não que eu goste do garoto-gelo, mas eles não passam aquele ar de amor. Suspirei quando tropecei em uma pedra pela milésima vez desta vez arranhando meu cotovelo.

Finalmente avistei o lago e saí correndo como se minha vida estivesse ali. Pulei e me lavei sentindo a agua em meu corpo. Os machucados pelas quedas ardiam um pouco, mas nada muito significante. Eu estava mais forte, e isso era bom. Quem sabe poderia espantar minha fama de “florzinha delicada”.

Saí e me sentei em uma rocha olhando as águas quando ouvi um barulho atrás de mim. Virei-me e me deparei com Hugo. Hugo?!

– Senhorita... – Disse sorrindo divertido. Seus olhos estavam um tipo de tom vermelho escuro e passavam um ar mais agressivo e misterioso. – O que faz sozinha no meio da floresta?

– Hugo? Você está bem? – Me assustei quando vi uma mancha gélida perto de seu peito e corri em sua direção – Jack te atacou? – Ele segurou meu pulso impedindo que me aproximasse. Estava... Forte demais... – E-está machucando.

– Tanto faz. – Murmurou e me jogou no chão. Suas mãos fizeram um tipo de bola de fogo. Fogo negro. – Seria divertido queimar isso aqui, não é? – Ele sorriu um tento louco e tocou numa arvore, fazendo-a queimar e virar cinzas – Seus amigos serão os próximos.

Então ele sumiu.

Ele... Realmente é mal. Jack infelizmente estava certo.

"(...) Disse sorrindo divertido. Seus olhos estavam um tipo de tom vermelho escuro e passavam um ar mais agressivo e misterioso."