Empty Minds escrita por Ackysa


Capítulo 6
Zero


Notas iniciais do capítulo

Oioi. Esse capitulo foi feito no meio da noite, eu não sei se está bom, mas as coisas parecem estar andando muito enjoativas. Mas o proximo capitulo vai acontecer muito coisa que pode mudar o ramo de seus pensamentos, mas enfim, espero que gostem.
Comentem sempre, por favor
Xx



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Ele me olhava de uma maneira estranha. Seus dedos passaram delicadamente por meu rosto, eu o olhei confusa. Seus cabelos ruivos combinavam perfeitamente com seus olhos azuis, seu rosto me era estranho, mas seu toque era familiar. Ele sorria de uma maneira quase vazia, não conseguia saber se era malicioso ou tímido, parecia ser um meio termo:

- Eu vou ficar tão arrependido- Ele suspirou- Não queria poder fazer isso.

- Então não faça- Minha voz parecia estar sendo controlada por outra pessoa.

O cenário se embaralhou, e as poucos eu escutou sua voz ficando cada vez mais longe, como um pequeno eco que se perde ao vento. Minha cabeça começou a latejar, o suficiente para eu distinguir que o momento nunca fora real. Abri meus olhos lentamente e percebi que ainda estava deitava no canto de um quarto, encostada na parede gelada de uma casa com quase minha idade.

Olhei para o lado um pouco sonolenta. Meu irmão dormia profundamente, nunca entendi seu dom para dormir em qualquer lugar. O quarto estava escuro deixando o ambiente mais solitário ainda. A única coisa que pude ouvir foi a respiração pesada de cada de meus amigos que ainda dormia, me virei para o outro lado em tentativa de pegar no sono novamente.

Meus pensamentos se voltaram ao sonho. Um nome ressoava em minha mente como uma maldição, como se aos poucos eu ficassem obcecada para chegar perto da base, não por que eu queria ter Lucy de volta, mas por que eu queria poder ver de perto uma pessoa. Desde que Norman havia nos contado sobre Zero, meus pensamentos eram focados nele, como se ele tivesse algo que me pertencia. Não estava com raiva, estava apenas interessada na cabeça que controlava tudo e todos, precisa ser um verdadeiro louco para criar algo que escravize metade do mundo.

- Amy?- Uma voz surgiu bem lá no fundo de meus pensamentos, demorei um pouco para voltar a realidade.

- O que quer Sophie?

- Eu não consigo dormir e geralmente gosto de ver as estrelas- Sua voz estava abafada, como se estivesse chorando a noite inteira- Não quero ir sozinha lá para fora.

- Certo, eu vou com você.

[..]

As estrelas iluminavam toda a rua. Sophie e eu estávamos encostadas na parede da parte de trás da casa, para não correr risco de que algum inarquio nos visse. Sophie suspirava profundamente, nenhuma de nós teve realmente uma boa noite.

- Sabe- Ela cortou o silencio- Eu morava aqui, antes de tudo acontecer.

Fiquei em silencio, não havia nada para se dizer.

- Estou com medo Amy- Eu não me virei para ver seu rosto, mas sabia que estava chorando- Aqui foi onde tudo deu errado, e agora essa superstição boba me persegue desde sempre. Estou com medo também de encontrar Lucy, mas não ela psicologicamente.

- Norman irá nos levar até ela, entendeu?- Finalmente me virei para ela- Ele disse que o prazo para o procedimento é dois meses, ela está sumida a apenas uma semana.

- Como pode confiar nele?

- Não confio- Admiti- Mas ele sabe onde é a base e eu preciso ir buscar Lucy e..

Parei antes que terminasse, nem mesmo que entendia o que eu ia falar.

- E...?

- Nada- Suspirei.

- Está tudo bem Amy?

- Na verdade- Me virei novamente para as estrelas- Ando tendo sonhos estranhos. Em todos os sonhos o nome Zero aparece, estou ficando louca. Bem, talvez eu já seja louca.

[..]

Meus olhos estavam se fechando, eu sentia todo o meu corpo dolorido, como se a noite mal dormida fosse apenas um pequeno começo de tortura. Eu andava pelas ruas vazia acompanhada de meus amigos, embora para mim eu estivesse me arrastando. Sophie me olhava as vezes, como se visse em mim um posso de piedade. A nossa conversa ainda rondava minha cabeça vagamente como um pesadelo que prega peças em sua cabeça até que durma novamente.

Norman ia pela a frente, atento em cada detalhe que pudesse nos ajudar a chegar a ponte ainda naquele dia. Logo depois da ponte teríamos de caminhar mais umas duas horas até chegar ao monumento e assim tentar pegar Lucy de volta. Não tínhamos plano algum para quando víssemos Lucy, em minha cabeça íamos apenas fugir com a garota e rezar para que não sentissem falta dela.

Charles apoiou sua mão em meu ombro, como se o seu toque fosse mudar qualquer coisa em relação ao meu nervosismo. De repente Norman parou e recuou lentamente para trás. Olhei ao redor e vi dois inarquios, eles pareciam estar falando com alguma pessoa, mas eu não conseguia enxerga-la.

- Wolgarts- Norman grunhiu- Ele não devia estar aqui.

- O que? Quem é Wolgarts?- Charles perguntou.

- O controlador da área sul, ou seja, Brasil e Uruguai, ele não devia estar em Boston- Norman balançou a cabeça em desapontamento- Se ele me ver, estou perdido.

- O que você é? Algum tipo de foragido?- Quis saber.

- Diferente de vocês, eu já tenho 16 anos- Ele revirou os olhos impaciente- Devia estar com o controlador a um ano, obvio que sou foragido.

- Também tenho 16- Charles riu sarcasticamente- Isso também me faz um foragido?

- Provavelmente- Norman virou-se na direção oeste- Vamos ter que passar pela a rodovia e seguir pelo o caminho mais longo, não vai dar para passar pela ponte assim. Se conheço Wolgarts, existe mais inarquios bloqueando o caminho mais rápido para a base.

Começamos a caminhar pela a direção oeste, logo avistamos a rodovia. A estrada era larga o suficiente para muitos carros, mas ela estava tomada pela a solidez, apenas alguns carros abandonados se encontravam ali. Caminhamos rapidamente como se alguém estivesse nos vigiando, ouvi Becky gemer baixinho, a dor em sua perna parecia cada vez pior.

Abri minha mochila, de lá tirei algumas pistolas, entregando para cada um em silencio junto com uma cartela de bala. Eu já havia usado uma antes da reviravolta do governo, meu pai costumava a me ensinar a atirar, já que ele era um membro muito importante da elite.

- Serio Amy?- Charles sorriu para mim- Agora não pode dizer que sente falta do papai.

- O que queria que eu fizesse?- Sorri- Papai deixou um monte de armas como herança e você quer que eu faça o que? Enquadre elas e veja se a parede aguenta?

- Talvez devesse colocar uma em sua boca, assim aprenderia a ficar calada- Ele riu.

- Certo, e depois eu usaria uma para te bater.

- Estamos no meio de uma estrada vazia onde a qualquer momento um inarquio pode aparece e vocês estão brincando?- Becky se colocou ao meio de nos dois.

- Bem, pensa que é melhor do que ouvir Norman flertando com Amy- Sophie riu.

- O que?- Eu a olhei rindo.

- O que?- Charles a lançou um olhar hostil.

Norman permaneceu quieto, seus olhos estavam fixos na estrada, como se a qualquer momento alguém viesse e nos matasse. Um barulho de motor surgiu no meio da escuridão, corremos para trás de um arbusto, permanecendo com os olhos por cima das folhas para que pudêssemos ver o que estava passando por ali.

Uma grande caminhoneta parou ao meio da rua, no mesmo lugar que antes estávamos. Meu coração começou a acelerar rapidamente, como se a qualquer momento Lucy saísse da caminhonete e gritasse por mim com seu jeito irônico e malicioso que sempre nos fizera brigar. Mas tudo o que vi foi um adolescente, descendo impaciente do carro, seus olhos se fixaram no nosso arbusto, embora estivesse escuro demais para poder distinguir que estávamos ali. E então eu, com os meus próprios olhos assisti os movimentos do garoto que perambulava meus sonhos todas as noites.

Olhei para o outro lado e logo vi um homem correndo em direção ao garoto ruivo, em seu rosto eu via preocupação, talvez até desespero, e com a voz fraca gritou:

- Zero.


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Notas finais do capítulo

Então, então, o que acharam?