Blood Moon - O Coiote e a Dama do Deserto escrita por LalaMarry


Capítulo 13
As Gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Vocês não sabem a raiva que eu fiquei quando vi que o capítulo que eu postei dias atrás não foi postado, sabe-se lá por que. ;-; Enfim, estou postando-o novamente e confesso que é um capítulo bem grande, então boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408163/chapter/13

–Scott! – gritou com entusiasmo.

Correu até seus braços, agora não tão curtos, envolverem a cintura dele, a cabeça encostada acima de seus quadris. Quando percebeu que ele continuou imóvel diante do gesto, afastou-se.

Reparou em sua expressão indiferente e no pequeno vínculo entre seus olhos que revelavam sua irritação.

–O que houve? Como me encontrou? – a indiferença dele já estava deixando-a nervosa.

Só então ele pareceu se tocar de que a pequena estava parada na frente dele, sua expressão automaticamente suavizou e ele agachou-se para abraçá-la.

–Feliz Aniversário.

O rosto dela iluminou e aceitou o abraço de bom grado, nunca achou que fosse sentir tanto a falta dele, mesmo com tudo o que ele fizera.

–Eu senti tanto a sua falta – Molly aconchegou-se no meio de toda aquela massa muscular que ele era, no momento o lugar mais agradável no clima frio que estava.

–O que está fazendo aqui?! – uma voz retumbou. – Eu falei para você não procurá-la mais.

Do outro lado da rua, Lawrence estava com uma expressão ameaçadora de um felino prestes a atacar.

– Você não pode me proibir de vê-la. – retrucou Scott.

–Mas eu posso.

Chloe vinha logo atrás, andando elegantemente, mesmo com a chuva desmanchando seu penteado e ensopando seu vestido. Molly sentiu o corpo de Scott tremendo com o rosnado que se formou em sua garganta.

–Se eu fosse você iria embora, antes que saia daqui com outra cicatriz. – ameaçou.

Molly alternava o olhar entre Scott, Lawrence e Chloe, como ela queria que todos se entendessem e fossem comemorar o resto do seu dia em paz, entretanto era notável o antigo desentendimento que sobrecarregava o clima. A essa altura, a chuva já começava a dar uma trégua.

–Solte a Molly e vá embora, antes que eu faça tudo o que me deu vontade de fazer naquele dia com você. – os olhos de Lawrence já estavam brilhando em fúria, as mãos em punhos.

Scott olhou para o rosto molhado de Molly, não dava para indicar se ela estava chorando ou se era apenas a chuva que escorria, e soltou-a. A expressão tornou-se vazia enquanto ele dava as costas para eles.

–Por favor, não me deixa! – ela estava toda arrepiada de frio e ensopada da chuva.

Ele parou na esquina do beco e apenas disse:

–Nós não podemos te proteger para sempre, Molly. Aceite que todas as escolhas têm consequências. – e sem dizer mais, ele foi embora.

Molly ficou paralisada, apenas olhando para o beco por onde Scott sumira, esperando que ele fosse voltar e ficar ali com ela, porém ele nunca voltou. Gritou com Lawrence quando ele tentou segurá-la e correu pelo beco, talvez ele esperasse que ela o seguisse e estivesse a poucas quadras dali aguardando.

Obviamente seus esforços foram inúteis, pouco tempo depois ela caiu arfando no meio de uma alameda, um soluço escapou junto com algumas lágrimas e só então percebeu que havia um menininho ali perto, seus grandes olhos castanhos claros fitando-a.

–Eu conheço você. – murmurou passando as costas da mão nos olhos.

Ele apenas sorriu em resposta, mostrando a pequena janela que havia no lugar de um canino e saiu andando rua abaixo.

Molly ficou tão focada no menino se afastando e em Scott que não vira que estava exatamente na parte da cidade onde Lawrence e os outros nunca a levavam e muito menos na criatura que se esgueirava em uma rua pouco iluminada.

Apenas quando o som de algo úmido se rasgando ficou claro aos seus ouvidos ela olhou para a rua do outro lado de um estreito corredor a qual o menino estivera parado há alguns instantes atrás. Uma sombra grande de forma animalesca estava curvada sobre um corpo estirado no chão.

A imagem fez o estômago da menina revirar e sentir ânsia de vômito ao ver que a sombra se alimentava do que parecia ser um homem pelas roupas rasgadas. A última coisa que lembra de ter visto fora os olhos amarelados da criatura sobre ela, os dentes sanguinolentos arreganhados em sua direção e as mãos humanas com garras.

Depois disso veio apenas à escuridão.

–----------------------------------------------x-------------------------------------------------------------------------

–Pronto, agora é só abrir as portas. – o homem olhava com satisfação para a boate arrumada, mesas nos lugares, chão limpo e garrafas abastecidas sobre o balcão.

Após terminar de colocar as mesas nos lugares eu fiquei apenas ali no meu canto, olhando perdidamente para o nada.

–Por que você não sobe lá pra cima com a Lindsay e se arruma para curtir um pouco a noite?Vai fazer bem para você – disse me entregando uma sacola de alguma boutique.

Cedi com um suspiro e segui-a até um dos camarins que havia na parte superior. Eu achava que Lindsay não gostava de mim, pois eu estava errada, talvez ela apenas estivesse desconfiada, já que me ajudou a me arrumar e tudo.

–Então? – abri os braços enquanto analisava as roupas que ela me fizera vestir.

Ela me olhou crítica, como se fosse um jurado analisando uma modelo para dar-lhe uma nota.

–Se você não ficar esperta, vão achar que trabalha aqui. – sorri dando uma piscadela. – Agora vamos, preciso prestar apoio psicológico para alguns bêbados.

Seguimos rindo para o salão, Lindsay tomando seu posto atrás do balcão e eu sentando em um dos bancos altos enfileirados ao lado do mesmo.

–O que vai ser? Algo alcoólico ou quem sabe um suco?

Balancei a cabeça recusando e ela deu de ombros, indo atender um cliente.

– Desde quando passou a se sentir tão à vontade na cidade?

O homem estava parado atrás de mim, olhando o modo descontraído com qual eu estava sentada, as calças justas e o corpete azul que Lindsay me fez usar.

–Desde que me fizeram usar estas roupas.

Um pequeno sorriso se abriu em seu rosto, o jogo de luzes iluminando-o em uma cartela de cores diferentes a cada segundo.

–Eu realmente não fui muito cavalheiro em não me apresentar ontem, afinal você me revelou seu passado sem nem ao menos ter ideia de quem sou. Então acho que merece saber no mínimo isto. – falou alto o bastante para eu poder ouvir acima do som da música que tocava.

A proximidade de seu rosto já estava me incomodando.

–Por que de repente lhe pareceu importante eu saber seu nome? – deslizei do banco criando um espaço maior entre nós.

Ele puxou-me pela cintura para ficar ao lado dele, porém seus olhos estavam focados em algo atrás de mim. No reflexo afastei-o, só depois de eu perceber que ele estava tentando tirar a atenção de um homem com intenções bem ruins de mim, voltei a ficar grudada nele.

–Eu sei me cuidar sozinha. – falei ríspida, cochichando.

Ele entortou o lábio em uma careta, extremamente focado nos passos do estranho.

–Por que você não vai curtir um pouco a noite em vez de ficar aqui sentada?

Falou um pouco mais alto, como se quisesse que alguém mais ouvisse.

–Ah... Claro! – entrei em seu jogo – Seus olhos. – diminui o tom novamente, alertando-o.

Ele concentrou-se e rapidamente o tom amarelado que começara a surgir em seus olhos desapareceu.

–Obrigado, agora vá. – me deu um leve empurrão em direção à pista de dança.

E completou inclinando-se até meu ouvido.

–Alec, prazer.

Misturei-me a massa de corpos dançando no ritmo da música, o cheiro de suor, bebida e perfume dominava o ar. Os ruídos que a música alta provocava em meus ouvidos eram irritantes, porém suportáveis.

Eu nunca fora de dançar, dançava muito mal uma valsa, imagina uma música agitada como a que estava tocando. Fui abrindo caminho até o palco e fiquei por ali, onde alguns homens, mulheres e jovens estavam muito ocupados prestando atenção nas dançarinas para lembrarem de dançar.

Estreitei os olhos para o palco, algumas dançarinas dançavam nas beiradas do palco, provocando os curiosos que apenas observavam e às vezes até desciam para dançar com eles. E apenas duas estavam nas barras de pole dance, girando, subindo nas barras e deslizando, tamanha habilidade e destreza elas tinham.

Entretanto o que mais chamava atenção nelas era as semelhanças que tinham entre si: pele morena, cabelos longos e negros, apesar de uma estar com ele completamente liso e a outra ondulado, feições suaves e sobrancelhas arqueadas, unhas grandes lembrando garras.

Um arrepio sinistro percorreu meu corpo ao ver a maior diferença entre as duas, quando, ao mesmo tempo, me encararam, uma de costas para a outra, deslizando a mão pela barra até ficarem agachadas no chão.

Uma tinha um par de olhos esmeralda e a outra um par cor de prata.

–Por que não está dançando?

Virei-me assustada dando de cara com o par de olhos prata alguns centímetros acima de mim.

–Não sei dançar. – rapidamente respondi – Você por acaso é a prima de Duncan? – emendei.

–Somos – afirmou, a unha em garra roçando em meu queixo. – Sou Megan e minha irmã se chama Melissa, sei que ele não deva ter nos apresentado.

Balancei a cabeça e uma fileira de dentes perfeitamente brancos surgiu em seu rosto.

–Bem, não importa, venha vamos dançar.

Ela me puxou para cima do palco e deixei-me levar, minhas pernas bambeando um pouco por causa dos saltos.

As duas foram me guiando e em pouco tempo e eu já estava até mesmo arriscando alguns passos no pole dance, me sentindo embriagada pela dança, pelo fumaça de gelo seco e por algo que me deram para beber. Eu estava em estado total de êxtase.

Escutei algum barulho que parecia ser de confusão, alguns rosnados e algo se quebrando. Olhei em volta e vi um tumulto crescendo no meio da boate, no meio do vácuo que se abria entre as pessoas, vislumbrei Alec e mais alguém... O homem a qual ele desconfiara mais cedo, mas era um pouco difícil ver por causa da fumaça.

Ele olhou de relance para nós depois de acertar um gancho em seu adversário e assentiu discretamente com a cabeça.

Girei a tempo de ver Melissa se aproximando, um sorrisinho brincava em seus lábios, mas seus olhos brilhantes e marcados por cílios longos e espessos demonstravam toda a preocupação. Ficou tão perto de mim que por um instante achei que fosse me beijar.

Senti a mão dela e de Megan sobre meus ombros, não havia como eu escapar.

Então mais uma vez veio a escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Estou pensando em entrar logo na última parte da fic ou então enrolar mais um pouco, mas aí vai depender do que vocês acharem melhor, preciso saber a opinião de vocês para saber qual rumo tomar no próximo capítulo!

Kissus



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Blood Moon - O Coiote e a Dama do Deserto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.