A Ultima Fuga 2 escrita por DM


Capítulo 21
A Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora



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Emily estava muito tensa e quando lembrou-se, com um tremor de medo e pena, do que a sudanesa lhe contara à noite anterior.

No instante em que ela ia sair do quarto, Emily perguntara- Diga-me, por que vejo tão poucas mulheres brancas aqui? Disseram-me que o Sultão tinha muitas jovens inglesas no harém.

– Elas não estão no kasbah -respondera a sudanesa- Estão em Al Hoceima, no litoral.

–Por que Sua Alteza as deixa lá?- pergunta Emily

Ouda baixara os olhos- Não sei... respondera ela, hesitante.

– Acho que você sabe. Conte-me! Eu quero saber!- diz Emily

– Bem... eu só sei... o que escutei- diz Ouda alisando seu ventre

– Que foi que você escutou?- pergunta Emily

– A conversa dos eunucos -dissera Ouda- Eles trocam de posto a cada seis meses. Vão de um kasbah para outro. Têm medo que comecem a gostar muito das mulheres de quem tomam conta.

– Que foi que eles disseram?- pergunta Emily ansiosa

– Falavam sobre essas mulheres brancas que vão para Al Hoceima. Um deles disse que elas eram bonitas. Eu fiquei interessada na conversa porque estava com ciúmes. Outro falou que isso de nada adiantava para eles. Então, o primeiro disse que era uma pena. Havia uma garota de olhos azuis...

" Que adianta se lembrar dela? interrompera o outro. Elas só passam uma noite com o Senhor. Depois, morrem."

– Quer dizer... que o Sultão manda mata-las? perguntara Emily.

A sudanesa balançara a cabeça, afirmativamente- Escutei falarem disso algumas outras vezes. Para as mulheres brancas, a hora de mil delícias é quando conhecem a alegria de pertencer ao seu Senhor. E depois, a morte.

– Isso é mentira! -exclamara Emily, indignada.

– É rápido!- dissera a sudanesa como consolo- Uma faca atravessa suas gargantas Depois seus corpos são atirados ao mar.

Emily se lembrara das palavras de Sir Jake, ao dizer que cadáveres de mulheres estavam sendo encontrados no mar.

– É cruel e desumano! É um ato selvagem!- protestou Emily.

Ouda fizera um gesto expressivo com as mãos- Sua Alteza é o Senhor da Vida e da Morte! Sua vontade deve ser feita.

Emily não falara mais. Não valia a pena conversar com uma mulher que estava disposta a aceitar tudo do homem que considerava seu senhor.

Mas, Emily compreendera que devia passar aquela informação a Marquesa. Era isso que Lorde Palmerston desejava que ele descobrisse. E agora, ela sabia a verdade.

Caminhando pelo jardim, pensava naqueles crimes. Talvez, fosse melhor para as moças morrer que pertencer a um homem que as humilhava e degradava. E que, sob o verniz de sua educação superficial, era um bárbaro, um selvagem!


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