Anteriormente em So Cold:
 
 Consegui ver o velho sentado na cadeira de rodas. Ambas olhávamos-o de braços cruzados.

–Surpreso em nos ver? -perguntou Allison com um sorriso.
–Estou surpreso por terem demorado tanto. - respondeu com a voz fraca , mas ainda assim com o sorriso sacana.

 Gerard ia-nos contar tudo. E contará a verdade. Antes de fechar a porta recebi uma mensagem "Salvei-o. Soube do Boyd e da luta. Quero saber, como estás? - Scott".
 E percebi porque eu estava ali. Não era por mim, era pelos meus amigos. Os recentes e os antigos. Os mortos e os vivos. Lembrei-me do Boyd e da Erica e do que a minha mãe me disse uma vez "Embora o teu coração esteja doendo muito, sorri". E foi o que eu fiz, fechei a porta e sorri. Cada um sente a perda de uma forma diferente, eu estava a chorar. O meu coração estava e doía.
 
Atualmente em So Cold:

~dia seguinte, Terça-feira~

Pov. Autora

Alexia e Allison acordaram de voltar lá no próximo dia para ver o Gerard, quando descansassem da noite anterior.
Ambas acordaram sem qualquer vontade pela manhã e dirigiram-se para a escola.

-Ei! - exclamou Scott para as Argent. Alexia olhou-o, assim como Allison.
-Bom-dia. - saudou ela e a irmã.
-Eu mandei-te mensagem ontem. - acusou ele à mais nova.
-Eu sei, estava ocupada. - respondeu a mesma.

Allison apenas se afastou e seguiu para a sala, chateada ou ciumenta. Ela apenas torce secretamente para que tão cedo ele não encontre uma garota ‘melhor’, muito menos se essa garota for Alexia. Não que ela seja uma péssima pessoa, e esse é o problema. Ela é boa demais.
Alexia estreitou os olhos com o comportamento da irmã e Scott apenas baixou a cabeça, por conhecer a possível razão e tomando consciência finalmente do que estava a acontecer.

-Estou atrasado. - sussurrou ele. Algo estava estranho, confuso..., ambos notaram isso. Mas preferiram ignorar.
-Vamos ter a mesma aula e ainda não bateu a hora, Scott. - acusou Alexia e notou a expressão do rapaz - Passa-se algo?
-Não... - respondeu Scott e depois corrigiu distraidamente - Quer dizer sim...
-O quê? - perguntou ela , preocupada e ele olhou-a.
-Nada que seja da tua conta! - exclamou bruto e virou-lhe as costas seguindo para a sala.

Alexia permaneceu no mesmo lugar sem acreditar nas palavras que tinham sido pronunciadas por Scott, e esforçou-se para não chorar. Lydia passou por ela e parou repentinamente.

-Lexi, que se passou? - perguntou a amiga preocupada. Alexia piscou furtivamente os olhos e virou-se para Lydia.
-Nada. - respondeu e sorriu, ou tentou.

Lydia abanou a cabeça, ou seja, não acreditou na afirmação de Lexi. Agarrou-lhe na mão e puxou-a para a sala, onde chegaram atrasadas.

-Atrasadas! - exclamou a Sr. Blake para ambas.
-Lamentamos muito professora, mas a Alexia sentiu-se mal. - mentiu Lydia.
-Realmente estás um pouco pálida. Não queres ir à enfermaria? - perguntou ela preocupada.
-Não. Eu fico bem, obrigada. - respondeu Alexia.

Jennifer assentiu e elas sentaram-se juntas na mesa vaga no fundo da sala.
A aula passou rápida. Talvez pelos papeis que ambas trocaram, que relatavam os problemas que passavam.
Nada parecia estar bem, para nenhum deles.

Pov. Alexia

Ele tinha sido extremamente bruto, e esse não é o Scott que conheço. Algo tem de estar a acontecer.

-Ei! - exclamou Allison, que correu até mim.
-Que aconteceu de manhã, Allison? - perguntei curiosa, enquanto caminhávamos para uma mesa no átrio. Depois de um grande silêncio.
-De manhã?! - perguntou confusa.
-Sais-te de perto de mim e do Scott, sem dizer nada. - respondi e ela não disse nada, então acrescentei - Está tudo bem entre vocês dois?
-Somos... amigos. - respondeu ela. Eu assenti e sentei-me na frente dela - E tu e o Isaac?
-Somos... amigos. - respondi também.
-Só? - perguntou indignada - Beijos, abraços amorosos... e só amigos?
-Amigos com benefícios. - respondi brincalhona, e rimos , ambas nervosas.
-Falei com o Scott. - disse ela, com um sorriso arrependido.
-Anh? - perguntei confusa. De que esta ela a falar?
-Ele vem connosco ver o Gerard. - respondeu ela e  eu arregalei os olhos.
-Contaste-lhe? - perguntei.
-Era ajuda a mais. Vamos precisar, ele pediu lembras-te? - disse ela e eu assenti.
-Está bem. - respondi derrotada.

Levanta-mo-nos e caminhamos para os cacifos, onde guardamos alguns livros e esperamos pelo Scott.

-Eu vou num instante à casa de banho. - avisei e ela assentiu. Comecei a andar e ao virar da esquina bati em alguém.
-Ah, Alexia. - disse ele aliviado. Eu olhei-o de alto a baixo.
-Frequentas a casa de banho das raparigas? - perguntei. Ele olhou para a porta e depois para mim.
-Ah, isso... Estou à espera da Lydia. Podes por favor chama-la? - perguntou cansado. Eu ri.
-Tá certo. - respondi e entrei no WC feminino. Encontrei ela a pentear-se em frente aos espelhos.
-Oi, Lexi. - saudou ela e continuou para a maquilhagem.
-Sabes que o Sty está à tua espera? - perguntei , achando tanta graça aquela situação.
-Sim. - respondeu ela.
-E que ele se está a se passar pelo tempo que demoras? - perguntei novamente. Ela arrumou as coisas e preparou-se para sair.
-Vais para casa? - perguntou Lydia e eu neguei com a cabeça - Vais onde?
-Fazer uma visita. - respondi desenrascada. Ela assentiu e saímos da WC , onde um Stiles me abraçou.
-OBRIGADA! - gritou ele e eu ri. Lydia apenas rolou os olhos.
 -Bem, tenho de ir pessoal. - avisei e Sty pediu:
-Espera. - eu virei-me - Onde vais?
-Fazer uma visita. - respondeu Lydia por mim e eu assenti. Mas depois lembrei-me.
-E vocês ? - perguntei curiosa.
-Apartamento do Derek. - respondeu Stiles. Eu assenti - Sem problemas!
-Esperemos. - respondi.

Caminhei pelo caminho de volta aos cacifos e na esquina parei ao ouvir a voz do Scott e da Allison. Não quero interromper. Não vão eles se estarem a acertar e eu estragar tudo. Então permaneci ali, encostada a parede e podia ouvir a conversa , então foquei-me nisso.

-Eu o quê?! - perguntou Allison indignada. Não me atrevi a espreitar, mas pelo tom de voz, ela deve estar mesmo chateada.
-Eu ouvi a tua conversa com a Lydia no autocarro. - respondeu ele, em tom calmo. Diferente do dela.
-Eu só... não sei o que me deu. - respondeu ela mais calma.
-Não precisas de ter ciúmes de mim e da Alexia. - disse ele e eu arregalei os olhos, tentando manter as minhas pernas firmes - Para já, nós não namoramos mais Allison e depois eu e ela somos... amigos.

Eu desencostei-me da parede e sai do meu "esconderijo", caminhando para o lado oposto do deles. Não fui notada, então dei a volta pelo pátio para poder regressar ao carro. Permiti-me sentar no capô do carro de Allison e pensar.
Afinal porque eu estou assim? Pela Allison ter ciúmes e por isso ter ficado sem falar comigo durante uma semana ou pelo facto de que o Scott fez questão de mencionar que somos só amigos?
Eu não queria admitir que ele era o motivo de eu ficar acordada até tarde, mas é claro que era. Melhores amigos sentem este tipo de coisas?
-Estás aqui? Já te ía ligar. - disse Allison, que se encontrava à minha frente junto com Scott - Estás bem? Porque estás a chorar?
-Não estou a chorar, está tudo bem, Allison. - disse , enquanto limpava as lagrimas que tinham escorrido, e que eu só percebera agora.

Não disse mais nada e entrei na parte detrás do carro, assim como Allison e Scott na parte da frente.
Nenhuma palavra foi trocada durante o trajeto. Talvez todos quiséssemos ignorar o que se está a passar. A verdade é que é melhor assim.

-Chegamos. - avisou Allison e saímos todos do carro.
 
Caminhamos até à porta do quarto, onde sabíamos que ele ía estar e entramos, mesmo sem bater.
 
-Trouxeram-no? - perguntou ele com a voz fraca. Scott avançou alguns passos, e Gerard voltou-se na cadeira de rodas.

Nada tinha mudado na expressão de Gerard. Ele continuava com aquele sorriso sacana e com aquele olhar de troça.
 
-Entra Scott . - mandou ele e Scott voltou a avançar alguns passos - Dá a este velho algo para lhe aliviar a dor.
 
E Scott caminhou até Gerard, perto o suficiente.
 
-Não precisas de fazer isto. - disse Allison e eu assenti.
-Se querem que eu fale é assim que será. - corrigiu o velho.
-Se eu fizer isso, contará tudo o que sabe. - avisou Scott, arregaçando a manga - Tudo.

Gerard esticou o braço e Scott pousou a mão sob a sua. Conseguia ver a doença passar para Scott, assim como a dor. A cara de sofrimento de Scott era horrível, mesmo sabendo que se curaria rapidamente, eu podia sentir a mesma dor. Não estou a dizer , como se não fosse verdade. É verdade! Está algo a doer-me, tanto, que tive de me encostar à parede sob o olhar preocupado de Allison.
Depois que ambos terminaram, eu senti-me melhor. Bem melhor, já me doía nada. Como se tivesse curado. Ignorei...
Allison encostou-se ao parapeito da janela, Scott sentou-se numa cadeira e eu num pequeno sofá encostado à parede, uns 15 minutos depois da conversa começar.
 
-Encontraram o terceiro corpo? - perguntou Gerard.
-Outro medico, logo após Scott achar o Deaton. - respondi pela primeira vez a algo. O que fez Gerard olhar-me admirado.
-Tu... fizeste-me isto. És corajosa demais. Eu gosto disso, mas tem as suas consequências. - acusou Gerard , apontando para si mesmo.
-Queria dizer que sinto muito, mas não sinto. - sussurrei e ele sorriu.
-Quase após? - perguntou ele, continuando como se a nossa troca de palavras não tivesse existido - Quase como se esperasse que ele sobrevivesse.
-O que quer dizer? - perguntou Scott indignado.
-Como tu sabes que o Druida sombrio não é o vosso sábio veterinário? - perguntou o velho, enquanto limpava o sangue preto a um lenço. - Talvez ele soubesse que o encontrarias. Talvez ele tenha planejado isso.
 
Scott olhou para mim, e eu olhei para Allison, que fazia o mesmo.
 
-Ele não deixaria nenhum inocente morrer. - defendi eu. E pelo olhar de Scott vi eu agradecia.
-Não tenhas tanta certeza, Alexia. - avisou o avô - Se surpreenderiam com o quão longe as pessoas iriam para se livrar de alguém como Deucalion.
 
Senti um arrepio percorrer a minha espinha só por terem pronunciado aquele nome. E lembrei-me, que ele havia prometido ter-me na sua alcateia. Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos.

-Ou alguém como você? - disse Allison.
-Não sou de pegar leva, não é mesmo? - perguntou ele retoricamente, enquanto limpava mais sangue preto que escorria da boca - Sabem Scott e Alexia, vocês me transformaram em um tipo de celebridade. Sou um mistério para a medicina. O câncer é praticamente indetectavel,  mas os médicos não têm ideia do porquê o meu corpo continua produzindo e expelindo este líquido preto bizarro.
-Fiz o que você queria. Conte-nos como derrota-lo. - mandou Scott.
-Não há como. Eu já tentei. - disse Gerard.
-Então isto é perda de tempo! - exclamei me levantando.
-Ele não sabe nada. - concordou Allison e Scott.
 
Eu e Allison caminhamos para a porta.
 
-Desculpa ter feito isto, Scott. - disse Allison, parando perto de Scott. Eu continuei em direção à porta.
-Vamos! - exclamei.
-Espera, Alexia! - pediu Gerard. E eu parei - Posso-te dizer uma coisa. - eu virei-me devagarinho - Deucalion pode ter perdido a visão, mas nem sempre é cego.
-Conte-nos.- pedi e encostei-me na parede.
-Tinham morto um caçador, então nós matamos um do deles, por isso ouve um "reunião" - explicou Gerard - Estavam todos lá. Ennis, Kali, Deucalion. Cada um com o seu bando, antes de matarem todos e decidirem formar o pequeno time das estrelas.
-Mas não moravam aqui não é? - perguntou Allison, que se tinha sentado numa cadeira no lado direito de Scott e eu no lado esquerdo.
-Não, mas havia uma Alfa poderosa e especial que vivia aqui. - respondeu o avô - Ela podia mudar de forma, o que era muito raro. Isso a tornou uma líder, tipo de pessoa que procuravam ,porque naquele altura não havia A guardiã, para conselhos e direcionamento... Tatia Hale.
-Hale? - perguntei confusa.
-A mãe do Derek. - respondeu ele e nós arregalamos os olhos.

E então a conversa depois virou-se para o druida e sobre o poder que tinha. Ao que parece pode causar muitos estragos. E o nosso pai sabe...
 
-Como ele sabe tanto sobre Druidas e símbolos Celtas? - perguntou Allison, desconfiada.
-Conheça o inimigo, Allison. - respondeu Gerard - Os lobos mais antigos tinham um relacionamento com os Druidas. Eram chamados de prógonos.
 
Scott chegou-se à frente, desconfortável, surpreso.

-Como o meu chefe, Deaton. - disse ele e então Gerard levantou-se da cadeira de rodas, sobre o nosso olhar admirado.
-Conhecem o mito de Licaão? - perguntou, enquanto abria um livro.
-Sim, sei que é de onde surgiu a palavra "licantropia" . - respondeu Scott, e levantamo-nos indo para perto o velho.
-Segundo o mito, alguns gregos acreditavam que deviam as vidas mais a Prometeu do que aos deuses do Olimpo. E alguns seguidores até foram nomeados para honrar os titãs ao invés dos deuses. - explicou ele , folheando o livro - Como Deucalion. O filho de Prometeu. Licaão não somente recusou-se a honrar os deuses. Ele desafiou-os. Ele convidou Zeus a um banquete e tentou servir carne humana. Enfurecido, Zeus destruiu o lugar com raios, e depois puniu Licaão e seus filhos, transformando-os em lobos.
-Certo... - sussurrei entendida.
-A parte menos conhecida é que Licaão procurou os Druidas para ajuda-lo a voltar a ser um humano. - explicou Gerard, mais uma vez.
-Porque druidas? - perguntou Scott curioso.
-A crença era que eles sabiam como mudar de forma. Não conseguira transformar Licaão e seus filhos de volta, mas ensinara-os a transfigurar-se. - disse o avô.

Olhamo-nos os três, desconfiados. Então os druidas, sabiam mudar de forma...

-Então, os Druidas tornaram-se importantes conselheiros para os bandos. - explicou Gerard - Mas nunca se junta, nunca,  Guardiãs e Druidas no mesmo bando. Matam para ter o poder.
 
Allison e Scott, olharam-me e eu engoli em seco. Então lembrei-me  da Morrel e do que ela me tinha falado.
 
Flashback on:
 
–A Lydia. - respondi , preocupada por ela.
–Boa sorte. - desejou ela - Vão precisar.

 Nós começamos a avançar na direção da porta. Eu fui por ultimo, e quando eles passaram a porta, senti me agarrem o braço. Eu virei-me e vi a Morrel.

–Toma cuidado. - avisou ela e eu olhei-a desconfiada - Não te ponhas no caminho dela, Alexia. Não tu. Ou o que ela tem para fazer mais tarde , faz agora - e largou-me.

 Eu não disse nada sai da clinica. Scott esperava-me na mota, e eu aproximei-me, subindo nela com o capacete.

Flashback off:
 
-A Morrel avisou-me. - sussurrei e eles olharam-me indignados - No dia que o Deaton desapareceu.
 
Voltamo-nos a sentar, assim como Gerard. E ele prosseguiu com a historia.

-Não fiquei surpreso quando o Deaton veio para se encontrar com Deucalion.  - contou Gerard - Como William Blake disse: "qualquer desconhecido que parece ser o seu inimigo, sempre começa a tentar ser o seu amigo".

-Como sabe que ele não foi até lá tentar fazer as pazes? - perguntou Scott.
-Porque não sou idiota. - respondeu ele - Conhecem a fabula indiana do escorpião e da tartaruga?
-O escorpião pede à tartaruga uma boleia para atravessar o rio. - respondi, eu conhecia. E Scott completou:
-E quando o escorpião pica a tartaruga, ambos morrerão.
-E o que ele diz para explicar o seu comportamento? - perguntou ele.
-"É da minha natureza" . - respondemos, eu e Scott ao mesmo tempo. Olhamo-nos desconfortáveis.
-Conheço a natureza de um lobisomem. Eu sabia exatamente o que estava por vir... Uma armadilha. - sussurrou Gerard fraco.

E então ele contou-nos o que aconteceu, em todos os detalhes.

-Eles o atacaram? - perguntou Allison , chegando-se um pouco à frente.
-Era uma emboscada. - respondeu ele e sorriu, continuando a historia.
-Ele vê como lobisomem? - perguntou Scott animado.
-Nem sempre ele é cego. - respondeu Gerard, repetindo o mesmo de à pouco.
-Talvez podemos usar isso contra ele. - disse Allison pensativa. Eu assenti.

Nós levantamo-nos e pegamos nas nossas malas, mas Gerard chamou Scott antes de sairmos. E esticou o braço na nossa direção. Scott assentiu e caminhou até ele, repetindo o mesmo processo de horas atrás.
Eu voltei a sentir aquela dor, e tive de me apoiar na Allison , que me agarrou preocupada. Eu fiz sinal para ela não dizer nada.
A dor passou tal como da outra vez, assim que eles terminaram. E voltei a ignorar.

-Às vezes, penso em ti. Verdade. - sussurrou Gerard - Imagino, se eu tivesse feito tudo diferente? Conseguido a mordida para curar o meu câncer. Imagino quando isso tornou-se minha natureza, acreditar que a maioria das coisas não podem ser pedidas, mas sim, tomadas.
-Não acredito em si. - disse Scott - Enquanto contava a historia, estava ouvindo os seus batimentos. Nunca aumentaram. E nunca diminuíram. Ficou nivelado o tempo todo.
-Porque estava a dizer a verdade! - exclamou ele determinado. Eu avancei uns passos, parando ao lado de Scott.

-Não. - sussurrei, fazendo eco - É porque é um bom mentiroso!

Scott agarrou na mão de Gerard , que gemia de dor.

-Caso tenha mentido e isso magoar pessoas... Eu voltarei... Para tirar mais do que a sua dor. - ameaçou Scott e afastou-se até Allison. Eu permaneci no mesmo lugar.
-Vamos, Alexia. - disse Allison. Eu virei-me , enquanto eles saiam , mas algo me fez parar:
-Querida... - sussurrou Gerard.
-Consegue me chamar assim? - perguntei, virando-me indignada.
-Quanto ao que me disseste, sobre eu estar a mentir... - explicou ele e eu assenti - Ao contrario de ti, estou disposto a mentir!

Eu aproximei-me , colocando o meu rosto ao mesmo nível do dele.

-Você ouviu-o, certo? Se alguém se magoa , por sua causa... - ameacei - O Scott vai chegar tarde demais.
-Vais tu matar-me? - perguntou ele em tom de gozo.
-Se for preciso. - respondi. Ía a endireitar-me, mas ele agarrou o meu pulso, impedindo-me.
-Estás do lado deles? Do Scott? - perguntou ele.
-Estou do lado correto. - respondi, tentando soltar-me.
-Fica a saber. Se te apaixonares uma vez, talvez nunca mais te recuperes, Alexia. - avisou ele, e eu estreitei os olhos confusa.
-Quem falou em amor? - perguntei brincalhona.
-Ninguém. - respondeu ele - Estou a falar de algo mais poderoso do que isso.
-Paixão? - perguntei e sorri.
-Não. Estou a falar de ligação, querida. Destino... - sussurrou ele e soltou-me.

Eu caminhei até à porta e espreitei antes de fecha-la.

-Descanse Gerard, não vá a morte chegar mais cedo! - exclamei.

Caminhei até o carro e entrei na parte detrás.
Tal como antes, nenhuma palavra foi trocada. E percebi que sou eu que não me devo meter, sou eu que estou a mais.
Eu quero que ela , a Allison, seja feliz, que ambos sejam. E como eles comigo não conseguem, então eu não quero ficar no caminho.É claro que vai custar afastar-me do meu melhor amigo.

E vai doer. Mas vou ter de aprender a aguentar.