What Doors May Open escrita por Strawberry Fields Forever


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Pessoas! Desculpe a demora na postagem de hoje! Cheguei depois das dez e organizar tudo é muito, muito complexo, rs. Mas aqui estamos.

Sobre o capítulo:

1. Jacob Ben Israel volta com força total.
2. Noah Puckerman e seu Puckssauro mudaram de alvo.
3. Ho-ho, o bichinho verde do ciúmes de Quinn atingindo Santana.
4. Cenas fofinhas, porque, por favor, estamos precisadas!

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405581/chapter/19

Capítulo 18

Rachel resmungou de aborrecimento quando irrompeu pela casa e jogou a bolsa sobre a mesa da cozinha. Ela puxou uma cadeira e se sentou, cruzando os braços sobre o peito enquanto olhava para a mesa.

Da geladeira, Hiram apareceu uma vez que toda a comoção acabou e se virou lentamente para encontrar uma Rachel de mau humor na mesa. Ele sorriu ao ver sua filha fazendo beicinho como uma criança de cinco anos e foi até ela. "Quer uma mordida?" Ele perguntou ao depositar seu sanduíche na mesa para puxar uma cadeira.

Rachel escalou um olhar de soslaio para o sanduíche e balançou a cabeça. "Estou muito chateada para comer agora".

"Porque você está tão chateada?" Hiram lhe perguntou depois de se estabelecer em seu assento.

Ela brincou com os dedos, petulantemente olhando para baixo da mesa. "Quinn está sendo má comigo."

"Tipo, uma valentona ou tipo isso-é-mais-do-que-um-relacionamento-e-não-tenho-mais-nada a dizer?" ele perguntou mordendo um pedaço de seu sanduíche.

"O segundo," ela murmurou, relutante. "Embora, eu quase não vejo como se pode chamar o que Quinn e eu temos como um relacionamento. Foi de flertar um pouco comigo na escola para dificilmente me observar agora—"

"Porque ela está enlouquecendo com a questão gay!" Hiram exclamou com uma risada. "Há uma enorme diferença entre a flertar com o mesmo sexo quando você está sob a ilusão de que você é hetero e isso é apenas um jogo, e perceber que você está flertando porque você é gay. Confie em mim, Leroy bem sabe," Hiram disse com um sorriso, quando Leroy descia as escadas.

Ele parou na entrada da cozinha e olhou para os dois, desconfiado. "Vocês estão fofocando sobre mim?" engasgou.

"Nem um pouco," Hiram lhe assegurou com um sorriso brincalhão.

"Pai estava apenas aludindo que você sofreu um ataque de 'pânico gay' como algumas pessoas podem chamar quando se está saindo do armário. Há alguma verdade nisso?"

Leroy franziu o cenho para Hiram, que franziu a testa para Rachel, e caminhou para dentro da cozinha. "Nossa filha com certeza tem uma boca grande."

"Hey!" Rachel protestou.

"A maior," Leroy concordou. "No entanto, ela puxou isso de seu pai", disse ele incisivamente olhando para Hiram.

Hiram zombou. "Eu não sei do que você está falando."

"Por favor, podemos chegar ao assunto em questão?" Rachel pediu a ambos que se arrumaram ao redor dela. Ela se virou para Leroy. "Agora, papai, é verdade que você sofreu de angústia gay quando era mais jovem? Quero dizer, claro que sofreu; você me disse isso. Mas você se importaria em elaborar a reflexão sobre o que o pai deu a entender?"

Leroy se deslocou inquieto em seu assento, lançando um olhar para Hiram.

"Diga a ela sobre o primeiro garoto que você se interessou", Hiram sugeriu.

"Ela é...um pouco jovem demais para isso," ele discutiu com um estremecimento.

"Você transou com ele, papai?" Rachel perguntou.

Leroy engasgou. "Você não pode perguntar isso às pessoas! Especialmente a mim,  eu sou seu pai!"

"A resposta curta é sim, querida", Hiram respondeu secamente. Rachel se virou para Hiram. "Então, ele chorou por uma hora e disse ao pobre rapaz para não falar com ele novamente."

Ela se virou lentamente entre Hiram a Leroy. Era como ver seu pai em uma nova ótica. Ela sempre tinha visto seu pai como um homem muito confiante, que nunca escondeu quem ele era para qualquer um. Mas entre Leroy dizendo-lhe que ele usou outra garota para esconder sua sexualidade e agora ouvir que ele tratou outro homem como Quinn a estava tratando... estranhamente lhe deu esperança quando ela olhou entre Leroy e Hiram. Seus pais eram apaixonados e o casal mais funcional que Rachel poderia pedir para serem seus pais. E se alguém que esteve tão profundamente no armário como Leroy podia acabar sentado à mesa com um homem com quem ele era casado, havia esperança para qualquer pessoa.

Ela franziu a testa em suspeita quando olhou entre os dois. "Vocês tinham este pequeno discurso planejado de antemão, não é? Eu sei o quanto vocês gostam de planejar lições de vida para mim."

Leroy se levantou da mesa. "Pergunte ao seu pai. Ele foi o único que estava violando a mesa de jantar."

"Sua filha é grata pela lição de vida," Hiram falou a Leroy enquanto ele saía da cozinha. "Ele vai ficar bem," assegurou a Rachel. "Tudo o que tenho que fazer é uma massagem com óleo antes de cama e—"

"Sim, eu realmente não preciso visualizar, pai," Rachel disse. Ela interligou seus dedos e mordeu o lábio pensativamente. "E eu entendi, ok? Sei que as pessoas lutam contra sua sexualidade. Olhe para mim, eu lutei."

"Você tem dois pais gays e ainda assim lutou," Hiram disse suavemente. "Será que Quinn têm pais gays?"

Ambos já sabiam a resposta. Rachel caiu para trás em seu assento com um beicinho.

"Dê-lhe alguma folga."

"Eu tenho que ser forte e não ceder a me contentar com esta interpretação frouxa de um relacionamento sério," ela resmungou.

"Então faça isso. Dê-lhe um empurrão," Hiram disse suavemente. "Mas você ainda pode ser uma amiga solidária enquanto ela está passando por esse momento de questionamentos sobre si mesma. Ser gay não é apenas algo que acontece, Rachel. Para a maioria das pessoas, é toda uma mudança de estilo de vida. Você não tem plenamente essa experiência por que sua vida em casa é basicamente a mesma. Algumas crianças podem ser colocadas para fora de suas casas por serem gay". Ele se levantou e se inclinou para lhe dar um beijo na cabeça antes de se afastar. "Hora do óleo!"

Cada pensamento que ela estava tendo sobre a sexualidade foi limpado completamente de sua cabeça e uma careta profunda se contorceu em seu rosto. "Isso foi desnecessário, pai!" ela gritou atrás dele.

###

Rachel agarrou seus livros contra seu peito enquanto caminhava pelo corredor. Depois de conversar com seus pais e alcançando uma nova perspectiva sobre as diferentes formas com que as pessoas podem sofrer com a sua sexualidade, o que ela mais queria era falar com Quinn. Não importava o que, ela queria pelo menos estar lá para Quinn, porque ela estava tentando compreender seus sentimentos e sexualidade praticamente sozinha quando não precisava. E sabendo o pouco de Quinn que ela sabia, não havia nenhuma possibilidade de Quinn estar disposta a ser vulnerável e a expressar preocupações profundas sobre seus próprios sentimentos para Brittany e Santana.

Um braço enrolou em torno dela e ela estremeceu de surpresa para olhar para cima e encontrar Santana andando ao seu lado. O mesmo foi feito com o outro braço e Rachel virou-se para encontrar Brittany sorrindo para ela. "Oi, Rachel."

"Ei, Berry," Santana cumprimentou.

Ela olhou demoradamente para as duas, em seguida, olhou para os braços em contato com confusão. Não só elas estavam falando com ela na escola, como também a estavam tocando sem se preocuparem com o mundo, Brittany olhou de soslaio para o zelador que andou perto com um esfregão e Santana mandou um beijo para Matt.

"Vocês não vão ficar em apuros por falar comigo?" ela não podia deixar de perguntar enquanto continuaram a andar pelo corredor. Elas passaram por seu armário, mas ela quase não protestou porque se sentiu - ela se sentiu legal, possivelmente, pela segunda vez em sua vida. A primeira vez em que ela se sentiu legal, definitivamente tinha sido a primeira vez em que ela e Quinn se beijaram e Quinn a prendeu no colchão com os quadris e as coxas bem torneadas e lisas.

"Nós fazemos as nossas próprias regras," disse Santana. Ela levou a mão até a boina que cobria os cabelos de Rachel distraidamente e sorriu para Brittany.

Rachel franziu a testa pensativamente quanto a declaração. "Mas Quinn quase nunca fala comigo no corredor mais. Ela age como se não pudesse."

"Isso porque ela é paranoica," Santana comentou secamente.

"Não fale dela desse jeito," Rachel disse.

"Ooh, alguém está sensível," Santana provocou.

"Ela é como um Chihuahua com raiva," Brittany deu uma risadinha. "É fofo".

Rachel se irritou. "Agora, espere um minu-"

"De qualquer forma, como você está, Berry?" Santana perguntou com um sorriso.

Rachel olhou para as duas em uma tentativa de garantir que aquilo não era algum tipo de conspiração que ela não sabia. "Eu estou bem, considerando todas as coisas," disse com cuidado. "E vocês?"

Ambas riram, por algum motivo que Rachel não entendeu. Seus ombros tencionaram diante da qualidade zombeteira das risadas melodiosas. "O que é tão engraçado?" ela perguntou defensivamente.

"Eu disse que ela não sabia," Brittany disse a Santana por cima da cabeça de Rachel.

Rachel virou-se para Santana. "Não sei o quê?"

Santana apenas se trancou ainda mais a ela puxando-a. "Vamos, Berry."

"Mas eu tenho aula," ela protestou imediatamente quando elas fizeram uma curva acentuada à direita e começaram a andar pelo corredor. Santana empurrou alguém para o lado, com um grunhido.

"Você pode fazer isso durante toda a semana, mas se quiser ir para festa que você está tão desesperada, vai vir com a gente."

A piada não teve efeito de fazê-la segui-las mais do que ela realmente queria, mas aparentemente sua vida estava em jogo e o que quer que fosse que estava na biblioteca, para onde ela estava sendo arrastada, tinha o potencial de salvá-la.

Elas caminharam em direção à parte de trás da biblioteca e Santana inicializou um computador enquanto Brittany puxava uma cadeira para Rachel sentar "Você é tão boa nisso," Brittany disse a Santana.

"Tudo esta nos dedos, baby," Santana comentou.

"Posso perguntar por que estou aqui?" Rachel perguntou enquanto se ajustava na cadeira para ficar mais confortável.

Santana abriu a página do blog de Jacob Ben Israel e acenou para Rachel se aproximar mais. "É por isso que você está aqui." Ela clicou em um vídeo.

"Bom dia, alunos do McKinley," Jacob cumprimentou no vídeo com os lábios rachados dolorosamente que fizeram Rachel estremecer. "Eu tenho aqui comigo, citação, o habitante bad ass do McKinley High: Noah Puckerman"

Puck se jogou para a câmera um segundo depois e estômago de Rachel de repente se mexeu por algum razão. Ele flexionou os músculos e as meninas ao redor dele assobiaram.

"Agora Noah Puckerman, ou 'Puck', como você gosta de ser chamado—"

"Rima com uma determinada palavra," disse ele mascando um chiclete. "A palavra que eu sou bom em fazer, senhoras."

"Existe algum ponto importante neste vídeo?" Rachel perguntou secamente, enquanto ela continuava a assistir aquele gotejar estúpido.

"Oh, sim," comentou Santana. "Fica bom. E então fica melhor."

Rachel cruzou os braços com um suspiro se acomodando em seu assento.

"Certo, maravilhoso. Então, Puck, eu ouvi falar que seus olhos saíram da deslumbrante Capitã Cheerio, Quinn Fabray, para a capitã do Glee, a perdedora residente da escola, e a menina dos meus olhos, Rachel Berry."

Brittany e Santana riram enquanto Rachel fazia uma careta para a tela do computador.

"Como diabos você conseguiu chamar a atenção desse judeu esquisito?" Santana perguntou enxugando uma lágrima divertida de seu olho.

"Pode ter sido o jeito de que tem as bolas sendo apertadas," Brittany soou para dentro.

Rachel olhou dela para o nada, sentindo-se traída e Brittany fez beicinho. "Eu não quis dizer nada com isso; nós somos amigas agora," ela terminou com um sorriso brilhante.

"Você sabe, meu companheiro judeu, ela veio até mim em um sonho com um vestido branco puro e aquele sorriso assustador," disse Puck e Rachel se voltou para ele. Ela franziu o cenho profundamente diante do adjetivo 'assustador' estar ligado a ela. Ela não era assustadora... apenas tensa de uma maneira que afastava as pessoas na maior parte do tempo. Além disso, esse era o sonho de Puck e ele deve ter ficado daquele jeito porque ela nunca sorria para ele. "Ela é minha Princesa judia americana e é hora de tomá-la como tal," Puck terminou.

Na tela, Puck sorriu para a câmera de uma forma que deve ter sido atraente porque as meninas no corredor foram à loucura novamente. Então, de repente a câmera foi desligada. Rachel se levantou abruptamente, alisando a parte de trás da saia. "Bem, obrigado por fazerem me atrasar para a aula. No entanto, preciso ir agora"

"Sente-se," Santana exigiu agarrando o antebraço de Rachel e a puxando.

Rachel caiu para trás em seu assento com um bufo de indignação. "Você não pode me tratar rudemente, Santana!"

"Shh!" uma mulher de repente chiou e Rachel se virou de seu assento para encontrar uma das bibliotecárias, uma velha mulher frágil com cabelo branco fino olhando para ela por cima de seus óculos de aros grossos e uma carranca pronunciando suas rugas. Rachel abriu a boca em espanto abertamente para ela com medo, antes de Brittany segurar delicadamente os lados de seu rosto e a virando de volta ao lugar.

"Preste atenção".

A tela do computador preta voltou à vida com os alunos ocupados passando pela câmera. Jacob ofegante podia ser ouvido enquanto corria pelo corredor e o som fez doer o estômago de Rachel.

"Eu tenho agora a chance de conversar com a ilustre Quinn Fabray que está apenas a duas salas para baixo," Jacob informou fôlego. "Quinn! Quinn Fabray!"

Os pálidos ombros tensos, que Rachel podia reconhecer como sinal de irritação de Quinn, viraram-se para enfrentar Jacob. As sobrancelhas finas mergulhadas em confusão quando ela olhou ao seu redor para se familiarizar com Jacob e com o que era provavelmente todo o seu equipamento e a câmera. "Quem diabos é você?" Quinn perguntou rudemente uma vez que ela fora focada por Jacob. Seus olhos, claros e avelã, desviaram para a câmera por alguns segundos de um jeito que tirou o fôlego de Rachel, antes dela se virar para Jacob.

"Um fã que te adora," Jacob garantiu dando um passo para trás diante da forma ameaçadora de Quinn, que aparentemente poderia se fazer crescer em tamanho apenas com um olhar ameaçador de desprezo. "Agora, recentemente entrevistei o seu ex-brinquedo, Noah Puckerman, e agora ele tem os olhos sobre Rachel Berry. Você poderia comentar?"

Toda expressão de Quinn mudou imediatamente. Seus ombros caíram, com as sobrancelhas inclinadas. Ela pegou o lábio inferior entre os dentes e seus olhos se arregalaram para mostrar um lampejo de emoção que Rachel nunca a tinha visto expressar antes. Em seguida, tinha ido embora, e ela mostrou os dentes perfeitos, mesmo em uma careta. Ela olhou para a câmera e deu um passo para frente. "Se Rachel Berry acha que pode namorar Noah Puckerman então ela se prepare que  outra coisa vem chegando," foi tudo que ela disse, a voz baixa e perigosa antes de se virar e ir embora.

Rachel olhou a forma dela se afastando e ficando menor até Jacob entrar na câmera. "Whooo, você sabe o que eles dizem—nem o inferno tem uma fúria igual a de uma mulher desprezada," exclamou abanando-se. "Parece que senhorita Fabray ainda tem tesão por um Noah Puckerman, e Rachel Berry é melhor tomar cuidado antes que ela chegue incendiando. Mas se você se queimar, Rachel...me procure", disse ele sem fôlego. "Eu tenho a pomada que você precisa."

"Nojento," Rachel murmurou para si mesma, a tela ficando preta mais uma vez. A consciência que ela parecia não ter previamente enquanto Quinn estava na tela voltou quando ouviu Santana gargalhando ao lado dela. Ela se perguntou com uma careta porque aquela bibliotecária assustadora não tinha dito a ela para calar a boca. "Nada disso é engraçado," ela resmungou.

"Oh, vamos lá," exclamou Santana. "Tudo isso é engraçado."

"É muito engraçado", Brittany admitiu alegremente. "Uma vez que Santana me explicou. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo primeiro."

"Qual foi o ponto de você ter me mostrado isso?" Rachel perguntou, ignorando completamente as duas declarações anteriores.

"A questão," Santana começou, de repente parecendo gravemente séria, "é que Quinn está parecendo uma merda de um morcego louco por toda essa coisa de Puck e Molly—por sinal quem é Molly? Um pedaço de você ou algo assim?"

Sua cabeça estava literalmente estourando quando ela olhou para o sorriso malicioso no rosto de Santana. "Não," disse ela com força pelo que parecia ser a bilionésima vez. "Ela é uma amiga." Ela observou a maneira com que Santana e Brittany se entreolharam e rapidamente alterou a sua última declaração. "Não é uma amiga como vocês duas são, mas uma amiga legítima e eu não brinco com ela. Você sabe, a garota que você quase jogou raspadinha naquele dia porque Quinn pediu?" ela disse a Santana. "Ela".

Santana soltou uma gargalhada. "Oh, eu me lembro agora." Ela riu. "Nossa, Berry, quando você deixar alguém, pelo menos, dê um passo para frente. Quinn é mais bonita do que aquela garota."

"Eu não estou deixando Quinn," ela quase gemeu, o rosto espalmando. Porque aquele mal-entendido nunca desapareceria?

"Você não está?" Brittany perguntou de repente. "Então porque é que Quinn está agindo tão estranha?"

Santana acenou a questão para fora, pegando Rachel pelo braço e obrigando-a a fazer contato visual. "Olha, Berry, eu não me importo com o que o inferno ou o que diabos você faz no seu tempo livre. O ponto é, eu quase tive um ataque de asma ontem com todos os suicídios que Quinn nos fez correr na prática. E eu não tenho mesmo asma. Então, eu decidi ser generosa e te dar até amanhã para corrigir o momento cadela de Quinn antes da prática Cheerios, ou eu vou estar culpando você por qualquer rotina infernal que eu tenha que sofrer. E você não quer que eu  defina minha mira em você, Berry. Isso não vai ser bonito."

Ela engoliu em seco, nervosa, mais com a ideia de enfrentar Quinn do que qualquer ameaça que Santana pudesse fazer. "Eu vou ligar para ela hoje à noite," garantiu.

Santana soltou depois disso. "Ótimo! Agora, o que você me diz sobre almoçarmos?"

Brittany sorriu e ficou de pé os membros longos voando por toda a parte enquanto ela esfregava seu estômago. "Eu poderia ter um pouco de comida", ela bocejou. "E talvez um cochilo."

"Você pode dormir durante a aula de bio," Santana disse enquanto elas ligavam o mindinho. "Vamos lá, Berry."

"O quê?" Rachel perguntou, incrédula, enquanto ficava de pé. "O que você quer dizer?"

"É hora do almoço," foi a resposta superficial de Santana.

Ela seguiu atrás delas ansiosamente perguntando: "Você está sugerindo que nós vamos comer juntas?"

"Algo como isso."

###

Seus dedos tremiam nervosos quando ela agarrou a bandeja do almoço. Tinha uma variedade de frutas e vegetais sobre ela, uma maçã que se abalou enquanto ela seguia atrás de Santana e Brittany que riu sobre algo que ela não entendeu. Todas foram caminhando em direção à longa mesa com pessoas esteticamente agradáveis que Rachel nunca na vida pensara ter a oportunidade de se sentar. Seu foco saiu de Brittany e Santana para o rabo de cavalo loiro e alto ordenadamente em cima da cabeça de Quinn. Sua postura era rígida em seu assento e as duas mãos estavam entrelaçadas sob o queixo enquanto ela estava envolvida em uma conversa das líderes de torcida. Rachel estava ficando cada vez mais perto e quanto mais perto chegava, mais forte o seu coração batia contra o peito em alguma forma de protesto por estar ali.

Tão logo contornaram algumas pessoas e se aproximaram, a cabeça de Quinn levantou. Os olhos dela passearam rapidamente por Santana e Brittany antes de se enterrarem no meio de Rachel. Um olhar de pânico leve atravessou o rosto de Quinn antes da amargura puxar o rosto tenso.

"Se importa se eu sentar?" Santana perguntou retoricamente se sentando. Ela escalou um olhar na direção de Quinn, murmurando, "Berry quer falar com você."

Rachel ansiosamente arrastou seus olhos sobre a expressão cada vez mais agravada no rosto de Quinn quando ela olhou para Santana.

Quinn limpou a garganta e se ajeitou na cadeira. Ninguém fez nada por um longo tempo. Todos os focos das meninas na mesa mudaram de Quinn para Rachel e de volta para Quinn, cujos olhos furavam Santana que a ignorou e continuou a comer e a conversar com Brittany.

Depois do que pareceu uma eternidade, Quinn olhou de Santana para Rachel e se levantou da sua cadeira. "Onde você quer conversar?"

Rachel arregalou os olhos para ela. "Hum, bem, eu—"

"Acho que ninguém aqui está excitado para ouvir a quantidade de merdas a respeito do Glee que vocês tem para discutir," Santana falou secamente. Ela se inclinou para a Brittany para sussurrar, "Rookies".

Um pequeno sorriso lutou para se formar no rosto de Rachel diante da noção de que Santana, na verdade, tentava ajudá-la. Era de uma forma que poderia ser compreendida principalmente como autosserviço, considerando que Santana queria que Quinn largasse do seu pé, mas ainda assim era bom ter alguém ao seu lado. "Lá fora, talvez?" ela perguntou a Quinn.

"Claro," Quinn respondeu evasivamente. Ela caminhou na frente com Rachel, falando por cima do ombro, com uma risadinha cruel, "Joga o resto da minha comida fora, Santana?"

"Eu quero falar sobre nós," foi tudo Rachel disse.

Quinn não disse nada depois disso e elas continuaram andando pelos corredores até que estavam fora. Elas entraram no campo de futebol, local que Rachel havia pensado e ela caminhou rapidamente em direção às arquibancadas. "Este é o lugar onde eu às vezes venho para pensar," disse a Quinn, enquanto caminhavam em direção as linhas médias. Ela alisou as costas de sua saia e sentou-se, olhando para Quinn, apesar do sol ofuscante nos olhos.

"É por isso que eu sempre te pego por aqui?" Quinn perguntou se sentando ao lado de Rachel. "Sempre achei que você estava assistindo Finn. Até que você me disse que era gay, então eu achei que você tinha passado o tempo todo me olhando."

Havia uma sugestão de um sorriso brincalhão escondido nos cantos dos lábios, agora que elas estavam sozinhas e Rachel a olhou com um sorriso próprio. "Às vezes eu assistia você," ela admitiu. "Mais tarde, no entanto. Quando eu comecei a vir aqui fora, eu realmente me dava uma chance para pensar e para olhar os jogadores de futebol e me perguntar por que eu não estava atraída por eles", terminou calmamente.

Quinn parecia calma ouvindo as palavras de Rachel e se virou para ela. Seu olhar caiu sobre o campo de futebol vazio pensativo. "Você pode ver tudo daqui de cima", observou ela calmamente. "Você pode aprender muito sobre si mesma apenas olhando... Você realmente não tem que fazer nada."

Rachel sorriu tristemente para a expressão nublada, quase petulante, que de repente tomavam o rosto de Quinn. Ela colocou na mente o seu pai e, por algum motivo naquele momento Quinn a encantou ainda mais. "Sim, mas às vezes a aprendizagem que vem através de ações produzem resultados mais concretos," ela disse, esperando que elas estivessem se referindo à mesma coisa.

Quinn se virou bruscamente para olhá-la. Seus olhos passearam por todo o rosto de Rachel em uma crítica silenciosa. "Eu gosto de beijar você", disse resolutamente com uma mordida em sua voz que sugeria o contrário. "Obviamente. Mas eu só..." Ela parou com um grunhido frustrado que soou muito mais atraente aos ouvidos de Rachel do que ele provavelmente deveria ser, considerando a situação. As palmas das mãos de Quinn bateram contra as arquibancadas de metal e seus dedos se enroscaram em torno da borda para segurá-la com firmeza.

Ela parecia ser, em geral, uma pessoa emocionalmente atrofiada e isso não fez Rachel se sentir melhor diante do fato de que nem todas as complicações de seu compromisso não-relacionamento se originaram da ambiguidade da sexualidade de Quinn e das questões que a detinham. No entanto, uma grande porcentagem de seus problemas vinham de Quinn e sua sexualidade e se Rachel pudesse lavrar logo a primeira questão, esperava que pudessem passar para a próxima.

Rachel respirou fundo e se aproximou. Sua mão desceu para descansar suavemente sobre Quinn e um sorriso encorajador iluminou seu rosto. "Eu sei que provavelmente é difícil dizer o que você está sentindo—"

Quinn riu amargamente. "Não me trate como se eu fosse paciente psiquiátrica, Rachel."

"Eu-eu não estou. Estou apenas tentando ajudar," Rachel sussurrou.

"Por que você irá para a festa na sexta-feira?" Quinn perguntou abruptamente.

Isso meio que a chateava quando tinha que responder às perguntas de Quinn como se ela fosse sua namorada,  mas Rachel se viu respondendo de qualquer jeito. "Porque eu nunca fui a uma festa da escola."

"E—o quê? Deixar Puck flertar com você é apenas uma maneira de ir na festa?" Quinn perguntou acusadora.

"Hey!" Rachel protestou imediatamente. "Eu não permiti que Noah fizesse na—"

"Quer dizer, eu pensei que você gostava de mim, mas—"

"Quinn, pare," Rachel interrompeu suavemente seu olhar se desintegrando lentamente no rosto de Quinn. Seus dedos apertaram os de Quinn que estavam presos ao banco calorosamente. "Eu gosto de você, e eu não fiz nada além de saltar através de aros apenas para encontrar uma maneira de estar com você, apesar de todas as estipulações que você colocou sobre nós por causa de sua sexualidade e do fato de que você diz não estar pronta para uma relação, embora isso que tenhamos já seja uma."

"Se isso que temos já é, então por que você quer mais?" Quinn perguntou, apertando o banco em indignação. "Por que isso não é o suficiente para você?"

"Porque eu quero ser capaz de te chamar de minha," Rachel disse com sinceridade. "Eu quero ser capaz de dizer que eu sou sua, mesmo que a única pessoa a quem eu consiga fazer essa reivindicação seja a mim mesma. Eu quero que você me trate com o respeito e cuidado por que eu espero que você me trate como sua namorada, Quinn. Eu não quero ser jogada para fora do vestiário sem sequer um adeus, porque você está com tanto medo de ser pega quando foi você que me beijou em primeiro lugar."

Quinn olhou para ela, a mandíbula apertada por um longo momento. Ela abriu a boca como se fosse dizer algo, mas então fechou de novo, esfregando os lábios, as sobrancelhas mergulhadas enquanto desviava o olhar. Rachel delicadamente espreitou a mão que estava presa ao banco e a segurou no colo, Quinn franzia os lábios. "Eu já disse que sinto muito por isso," ela disse calmamente. "Você não entende."

"Entender o quê?" Rachel perguntou. "Que você sente muito? Eu entendo isso e eu entendo mesmo, mas—"

"Desculpe-me, você tem pais que iriam queimá-la na fogueira como uma bruxa se descobrissem que você é gay?" Quinn perguntou sarcasticamente.

"Não," Rachel murmurou enquanto abaixava a cabeça, escolhendo, pelo amor de Quinn, apenas se concentrar no fato de que ela mais ou menos admitiu ser gay. "Mas eu entendo o que é a sensação de ter medo de dizer a seus pais."

"Seus pais são gays," Quinn zombou.

"E você acha que faz com que seja mais fácil?" Rachel desafiou. "Eu não contei aos meus pais que eu era gay, até meses depois de finalmente ser capaz de admitir isso para mim mesma. E mesmo assim, eu saí por engano, em um deslize e não numa declaração consciente da minha parte."

"Não é tão fácil assim", disse Quinn com força.

Rachel balançou a cabeça solenemente. "Não é. Mas, eventualmente, ignorar o que sente se torna mais difícil do que admitir para si mesma." Ela distraidamente arrastou os dedos ao longo de Quinn e observou a maneira como os olhos de avelã caíram para seu colo enquanto Quinn engolia em seco.

"Eu não—" Quinn mordeu o lábio e olhou para o modo como Rachel entrelaçava os dedos. "Eu só fico pensando em você com Molly ou Puck, e—"

"Eu sou gay," Rachel disse com um sorriso divertido.

"Você sabe o que eu quero dizer," Quinn resmungou. "Isso... me assusta, ok? Eu sinto que se eu não fizer algo em breve, você seguirá em frente. E tudo o que eu preciso é apenas um pouco mais de tempo."

Rachel apertava seus dedos ao redor dos de Quinn com um suspiro se perguntando quanto tempo Quinn demoraria para perceber o quanto ela estava investida nelas. "Quinn, eu disse que eu gosto de você e foi isso que eu quis dizer, ok? Só porque Molly é minha amiga não significa que vou desenvolver sentimentos por ela. E eu nunca irei ter sentimentos por Noah Puckerman, de todas as pessoas." Ela sorriu tentativamente. "Eu vou esperar. Eu só espero que você não me mantenha à espera por um tempo longo."

Quinn se aproximou, o vento aumentando. Seus olhos caíram dos de Rachel para seus lábios, em seguida, para suas mãos unidas no colo de Rachel. "Rachel," ela disse suavemente.

Emoção revolvia calorosamente o peito de Rachel apenas pela forma com que Quinn dissera seu nome tão deliberadamente. Ela apertou os dedos de Quinn em torno dos seus e se inclinou para frente sem pensar muito. Sua voz tremia quando falou. "Sim, Quinn?"

"Eu-"

A campainha tocou, sinalizando o final do almoço, e Rachel amaldiçoou cada clichê que já existiu quando Quinn se virou e olhou para a escola. Uma montanha de decepção caiu sobre Rachel e seu lábio inferior sobressaía-se por ter este momento arruinado.

Mas Quinn apenas girou de volta e olhou fixamente para ela por um segundo antes de apertar a sua mão em tentativa. Ela rapidamente inclinou-se para segurar o rosto de Rachel suavemente. "Eu gosto de você," ela sussurrou. "Ok?"

Ela acenou bobamente e Quinn soltou um suspiro aliviado e se inclinou para depositar um beijo rápido em Rachel. Seus lábios se tocaram e despertaram e Rachel vergou contra ela quando Quinn fez um som de, "Mmm," como se provasse a melhor coisa da terra.

Quinn se afastou, cílios longos tremulando aberto. "Me ligue," ela respirou, piscando um pequeno sorriso antes de ficar de pé e rapidamente andar para baixo das arquibancadas.

Rachel inalou rapidamente, respiração ofegante tentando acalmar seu coração furioso vendo Quinn caminhando.

Quinn gostava dela.

Quinn gostava dela.

Um sorriso idiota estourou em seu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Prometo responder todos os comentários esse fim de semana!

Se não conseguir postar amanhã, Sábado ou Domingo é duplo! :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What Doors May Open" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.