A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden
Capitulo 10
Minha conversa com Marlee me renovou. Estava disposta a contar meu pesadelo para Maxon e acabar logo com essa agonia. Tenho certeza que depois de tudo que disser a ele, iríamos permanecer alerta com o rei Clarkson. Comecei a procura-lo pelo palácio. Desde o café não nos vimos, porque ele estava em reunião com o rei e os conselheiros. Parei em um saguão para espera-lo. Logo ele sairia.
– Senhorita America? – alguém me chamou. Me virei para procurar a pessoa. Era Lucy.
– Lucy? O que esta fazendo aqui? – perguntei.
– É que a sala de costura é aqui perto senhorita. – disse ela segurando alguns tecidos nas mãos.
– Há! Esta bem.
– Esta tudo bem? Parece tensa. – disse ela me observando.
– Estou bem... só estou esperando o Maxon. – disse. Ela concordou.
– Esta bem senhorita, estou indo então. – disse ela já se virando para ir.
– Lucy? – chamei – espere! – ela parou, e se virou para me olhar.
– Sim. – disse ela.
Ainda não contei a ela sobre a volta de Aspen por que estava tão atordoada. Já que ela estava ali, acho que agora seria uma boa hora.
– Quero lhe contar algo que soube. – disse.
– E o que a senhorita soube?
–É sobre Aspen. – disse. Percebi que os olhos dela se iluminaram.
–Aspen ,senhorita? – disse ela com um sussurro.
–Sim, ele esta convocado para voltar ao palácio em breve – continuei – provavelmente chaguem amanhã.
Ela suspirou: - Ah! Senhorita America... que noticia maravilhosa! Estava com tanta saudade dele – Lucy olhava para cima como se estivesse sonhando, de repente olhou para mim e ficou séria – será que ele já se decidiu sobre nós?
– Bem, isso você vai descobrir quando ele voltar.
– É verdade.
– Não se preocupe Lucy, provavelmente ele vai lhe dar uma resposta. Não se preocupe. – disse pegando sua mão.
– É que eu...eu... o amo senhorita. – disse ela emocionada. Sorri
– Tenho certeza disso. E acredito que Aspen não se arrependera de ficar com você Lucy. – ela relaxou.
– Seria como um sonho realizado. –disse ela. Lucy fez uma reverencia a se foi.
Esperei Maxon mais ou menos por uma hora. Tinha alguns momentos que me levantava e caminhava um pouco. Mas estava decidida. Hoje conto tudo a Maxon. De repente percebi passos vindos pelo corredor e sons de pessoas falando. Avistei Maxon com um dos conselheiros. Levantei-me e logo ele me viu e sorriu.
– Há quanto tempo você está ai meu amor? –perguntou ele vindo em minha direção.
– Já faz um tempinho. – disse e continuei – Maxon, preciso falar com você.
– Esta tudo bem? – perguntou ele me puxando para mais perto.
– Mais ou menos.
Maxon parecia cansado. Estava com a gravata um pouco torta e puxada para baixo e tinha o cabelo desarrumado. Ele deu um suspiro.
– Esta tudo bem? – perguntei.
–Não aguento mais esses rebeldes – disse ele com uma careta.
– Os rebeldes outra vez? – continuei – O que eles fizeram agora?
– Há America! – disse ele passando a mão pelos cabelos – Eles andam mais misteriosos do que nunca. Desta vez recebemos uma carta anônima que está nos intrigando.
– Uma carta?O que dizia? – perguntei.
– Nela só tinha uma frase que dizia: “o fim está próximo, mas existe esperança para um novo começo”. – disse ele olhando para mim.
– É estranho mesmo. – disse.
– Recebemos mais cartas, umas com ameaças e outras com mais coisas esquisitas escritas. – Maxon esfregava os olhos parecendo estar com sono.
– O que mais tinha escrito? – perguntei curiosa.
– Dizia “A única coisa que brilha na elite é o nosso caminho para a liberdade” – disse ele com uma cara cansada. Já estava exausto de tanto me explicar.
– Os novos soldados estarão chegando amanhã – ele continuou – assim podemos ficar mais seguros.
– Isso é bom.
– Meu pai providenciou reforço redobrado, ele não quer dar motivos para os rebeldes nos surpreenderem – enfim, Maxon se sentou – ele quer nossa segurança quando chegar o dia do casamento.
O que?
O rei quer nossa segurança?
Ou ele quer só sua própria segurança?
Lembrei-me o que exatamente o que fui fazer ali.
– Maxon? – disse. O que fez olhar para mim – voltando o que eu estava falando – continuei – eu quero lhe falar sobre o meu...
– Alteza? – alguém chamou Maxon me perturbando. Um homem veio em sua direção. Provavelmente um dos conselheiros. Ele parou diante de nos dois e fez uma reverencia.
– Desculpe alteza, mas, seu pai mandou alguns papéis para o senhor avaliar. – disse o homem.
Maxon se levantou e pegou o papel: - Obrigado, vou ver isso o mais rápido possível. – e se virou para mim.
– Desculpe America, será que podemos conversar depois? – perguntou ele.
– Não Maxon! Tem que ser agora, senão perco a coragem. – disse também me levantando.
– É tão sério assim?
– Muito.
Maxon me observou e depois se sentou outra vez: - Esta bem America, o que ouve?
Sentei-me também e disse: - Lembra-se do pesadelo que tive há dois dias. Ele concordou com a cabeça e eu continuei – bem, quero lhe contar sobre ele, por que isso esta me atormentando e estou com meu coração apertado Maxon.
– Então me conte. – ele disse.
Nesse exato momento respirei fundo e comecei. Contei todo o meu pesadelo detalhe por detalhe. Maxon só me olhava e às vezes ele olhava para o chão. Algumas vezes ele parecia querer dizer algo mais não dizia. Enfim, contei tudo. Parecia que um peso tinha saído de minhas costas.
– America – disse ele coçando a cabeça – isso é só um sonho meu amor. Não quer dizer nada.
– Não foi um sonho Maxon, foi um pesadelo – continuei – e isso pode ser algum aviso.
– Aviso? – disse ele juntando as sobrancelhas.
– Sim, um aviso.
– America, meu pai não faria isso – disse ele balançando a cabeça em negativa – ele pode ser uma pessoa de gênio forte, mas nunca me trairia desta maneira. – ele continuou – sei que ele esta contra o nosso casamento, mas, ele tem que se conformar por que eu escolhi você para me casar.
– Hum!
– Minha esperança é que um dia ele reconheça minhas escolhas e as aceite. Que ele goste de você. – disse ele colocando uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha.
– Mas ele não tenta falar comigo – comecei a contar nos dedos – sempre está com um sorrisinho falso para mim, sempre me manda indiretas e fica fazendo eu me sentir a pessoa mais desprezível de todas – continuei – ele quer fazer algum mal para mim Maxon, eu sei!
– America, por favor! Já chega. – disse ele axausto.
– Maxon? Você não acredita em mim? – perguntei surpresa.
– Não é isso, eu só...
– Como não? – disse indignada.
– America, nós vamos nos casar em breve – ele continuou – e ele vai se acostumar com você.
Olhava para Maxon incrédula. Ele não acreditava em mim? Ou estava muito cansado a ponto de não raciocinar direito? Levantei-me e coloquei as mãos na cintura.
– Maxon Schreave. –chamei-o assim e ele logo olhou para mim com as sobrancelhas erguidas – acha mesmo se uma coisa assim não estivesse me incomodando, eu estaria aqui usando seu tempo? – disse. Já estava brava.
– America ele é meu pai, tenho fé nele – disse com uma calma típica dele.
– Mas eu não. – falei alto desta vez.
– America, por favor, pare! – disse ele se levantando e continuou – não quero discutir.
– Eu também não.
– Ótimo! Então chega.
– Eu só queria que acreditasse em mim. – disse abaixando a cabeça.
– Eu ouvi você, mas não quero que passe na sua cabeça que meu pai faria uma coisa dessas – ele olhava para mim – ele não é um assassino.
– Então o que me diz o que ele fez comigo no meu sonho? –perguntei e continuei – Maxon... só preciso que se prepare se algo acontecer, só isso. E que saiba que independente do que aconteça, eu amo você.
– Eu também te amo America – ele me abraçou e depois me fez olha-lo – e também amo meu pai e minha mãe. Quero ter uma família feliz.
– Coitada da rainha Amberly – disse triste.
–Por que coitada? – perguntou Maxon
– Deve ser difícil conviver com o gênio do seu pai.
– De novo voltamos ao meu pai America? – disse ele me largando.
– É sim, o seu pai é o motivo da minha paranoia sim.
– AMERICA POR FAVOR! – desta vez Maxon ergueu a voz de um jeito que eu nunca tinha ouvido. Chaguei a dar um passo para trás.
– Maxon? – disse baixinho me recuperando do susto
– America, não fale do casamento dos meus pais. Eles se amam sim. – disse ele olhando bem dentro dos meus olhos.
– Tudo bem, se você quer defender o seu pai, defenda – continuei – mas você sabe muito mais do que eu, o que ele realmente faz quando não gosta de algo – o encarei – suas costas são provas disto. – Maxon ficou de queixo caído.
– Ele não faz mais isso comigo America, você sabe disso. – ele disse
– Claro! Se não fosse a rainha ter descoberto, provavelmente você estaria com mais cicatrizes nas costas. – disse entre os dentes só de me lembrar do que o rei fazia com o próprio filho.
– Não quero mais falar sobre isso America – agora ele ficou irritado e virou de costas para mim.
– Seu pai é um MONSTRO! – disse bem alto
– Eu sou o que, senhorita America? – ouvi uma voz atrás de mim que me fez estremecer.
Me virei e Maxon também ,e vi o rei Clarkson atrás de mim com os braços cruzados. Ele me olhava bem dentro dos olhos. O encarei também.
– Você não me ouviu senhorita. Do que me chamou? – disse ele com uma frieza típica.
– Eu o chamei de mons...
– Meu pai – Maxon se intrometeu – não foi isso que ela quis dizer. – ele continuou e olhou para mim – Não é America? – eu só o encarei.
– Acho que agora ela perdeu a língua. – disse o “irônico” rei.
– O senhor é um monstro. – disse de primeira.
Maxon ficou com os olhos arregalados e olhou para seu pai. O rei parecia estar prestes a me derreter com seu olhar.
– Eu sou um monstro? – disse ele com um sorrisinho falso.
– Sim, é – falei sem rodeios. Maxon estava imóvel.
– Então é esta a moça que pretende se casar Maxon? – disse ele o encarando – Uma moça mal educada que não tem respeito pelos mais velhos e ainda por cima acha que tem o direito de julgar os outros. – disse com os olhos penetrantes.
– Não sou perfeita alteza, mas não sou falsa.
– Claro que você não é perfeita, nem deveria ser uma princesa, nem deveria estar aqui – ele disse com um olhar assassino. Senti vontade de chorar.
– Meu pai, por favor? – interviu Maxon.
– E você ainda defende esta menina Maxon? Você é muito burro mesmo! – disse ele encarando Maxon e continuou – você deveria ter escolhido alguém melhor como Kriss ou Celeste. – Maxon ficou de boca aberta com o comentário de seu pai e olhou para mim. Meu sangue ferveu.
– NÃO FALE ASSIM COM ELE – gritei.
– Como ousa levantar a voz para mim sua estúpida. – disse o rei indo para cima de mim. Maxon agarrou o braço de seu pai para ele não ir mais adiante.
– Papai, por favor, a America está só...
– Cale a boca Maxon – disse bruscamente e continuou – agora esta vendo a escolha que fez? – ele começou a caminhar para ir embora e se aproximou de mim. Afastei-me e o encarei. – Você ainda tem tempo filho, tempo para se livrar dela. – e foi embora.
Neste momento percebi que relaxei meus músculos. Estava tensa e tremendo. Maxon estava imóvel olhando para mim. Olhei para ele.
– Você ouviu o que ele disse Maxon? – falei calmamente – E você acredita que um dia ainda ele vai gostar de mim?
Maxon fechou os olhos com força, e suspirou profundamente. Estava a ponto de explodir.
– Você provocando a fúria dele, é obvio que não tem como dar certo. – disse ele ainda com olhos fechados.
– JÁ CHEGA! – disse aos gritos. Maxon logo abriu os olhos e olhou para mim.
– Já chega, digo eu America, hoje você passou dos limites! – disse Maxon com uma cara brava.
– Quem passou dos limites foi seu pai e o modo que ele me chamou! – disse já enchendo os olhos d’água.
– Foi você que procurou isso. – disse ele exaltado.
– Eu venho aqui, para falar com você, para me abrir com você - falei começando a chorar – sei que vai acontecer alguma coisa e vai ser por causa do seu pai. – já estava com a cara encharcada de lagrimas – e eu estou com medo Maxon.
Ele começou a se aproximar de mim. Seu rosto mostrou que estava triste também. Mas eu estava com muita raiva dele, nem se quer foi capaz de me entender, e ainda por cima fica defendendo seu pai depois de tudo o que disse. Ele foi prova de como fiquei depois daquele pesadelo. E a minha intuição estava a mil.
– America, olhe... – disse Maxon se aproximando para tocar meu rosto, mas eu desviei.
– Não toque em mim. – disse entre os dentes. Meus olhos estavam cobertos de uma barreira d’água e também estava com raiva.
– America me deixe falar.
– NÃO! – gritei outra vez e comecei a sair.
– America, pare, por favor – disse Maxon atrás de mim. Me virei bruscamente.
– Não quero falar com você hoje Maxon. Deixe-me. – o encarei – E não vou descer para jantar.
– Pare com isso America – disse ele implorando.
– Boa noite Maxon. – me virei e sai correndo em direção ao meu quarto.
Chegando a meu quarto, dispensei as criadas que tiveram a decência de não me fazer perguntas, mas só obedecer. Joguei-me na cama e chorei a noite inteira. Nunca me senti tão sozinha como naquele momento.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!