A Prisioneira escrita por L L Anjos


Capítulo 8
Trigêmeas


Notas iniciais do capítulo

Acho que estou enlouquecendo!



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Aqueles lindos olhos azuis pareciam me hipnotizar, não conseguia desviar o olhar mesmo que tentasse. Aquela bela jovem parecia ter algum poder sobre mim.

Caminhei até a janela tentando controlar o enorme desejo de deixar que aquela garota estranha e incrivelmente perfeita entrasse em meu quarto. Infelizmente foi mais forte que eu. Quando me dei conta, ela já estava mexendo em meu caderno de anotações.

Ouvi um barulho vindo do caminho das rosas. Eram as duas filhas do Xerife Estácio. (Sempre troco os nomes, Estácio = Xerife e Heloisio = O velho preguiçoso... Quem sabe escrevendo consigo lembrar, não é?).

Elas olhavam fixamente para cima, em minha direção como se estivessem em transe. A terceira irmã continuava mexendo em meu caderno, repentinamente ela começou a desenhar.

Caminhei até a escrivaninha na ponta dos pés, tentando não fazer nenhum barulho. Quando me aproximei pude ver alguns símbolos estranhos rabiscados em meu caderno. Nesse momento estava tão perto de Violeta, podia sentir o cheiro incrível que vinha dos seus longos cabelos azul.

Imediatamente ela se virou e por um momento achei que podia ver minha alma. Ela começou a dizer algumas palavras, porem o som que saía de sua boca era de três vozes diferentes. Foi difícil entender o que ela queria dizer, mas de alguma forma conseguia sentir.

Elas disseram:

– Não podemos sair da cidade, não conseguimos ver além das árvores. Nossos poderes não funcionam quando estamos diretamente envolvidas. Precisamos da sua ajuda Jonathan. – Meu coração gelou. – Você é diferente dos que vieram antes. Conseguimos ver poder em sua alma. – Tentei dizer alguma coisa, porem meus lábios pareciam colados.

Ela levantou e foi na direção da janela por onde havia entrado.

– Espere! –Tentei parecer tranquilo. No entanto meu coração nunca bateu tão rápido. – O que vocês querem de mim?

– Precisamos que encontre nossa mãe. Ela foi levada quando tínhamos 13 anos. – Seu olhar ficou distante, da mesma maneira que acontece quando revivemos uma cena na qual tentamos esquecer por anos. – Ele a levou, aquele monstro!

Minha voz ficou embargada, pois no fundo sabia que estavam falando daquele lobo maldito, que visitava meus sonhos quase toda noite na tentativa desenfreada de me matar.

– O que aconteceu com os que vieram antes de mim? – Nesse momento ela já saía pela janela, como se isso fosse a coisa mais simples do mundo, mas antes de desaparecer, ela respondeu:

– Estão todos mortos. – Ela deixou escapar um leve sorriso pelo canto da boca. – Espero que não se junte a eles.

Por um instante fiquei paralisado, atônito. Como ela conseguia fazer aquilo?

Recuperei meus sentidos rapidamente na esperança de conseguir fazer uma ultima pergunta, mas lá estavam elas, correndo, seus cabelos voavam com o vento. Corriam com tanto desespero que suas vidas pareciam estar em risco, mesmo assim eram graciosas. Seus pés não pareciam tocar o chão.

Voltei para a escrivaninha em busca de respostas. Minhas duvidas não tinham fim, o caderno teria que estar todo preenchido só para começar.

Eu? O que tem de tão especial em mim? Sou apenas um pesquisador de contos, solitário e quase sem dinheiro na conta.

Lembrei como era difícil viver sem o apoio da Emily, minha vida estava completamente desordenada. Gastei quase todo dinheiro que tínhamos tentando encontrar provas de que ela ainda estivesse viva, mas nada adiantou.

Preciso concluir esse Diário de Campo ou estou perdido.

Tenho que me concentrar e aceitar que todos esses acontecimentos bizarros são apenas truques. Sempre descubro a verdade por trás de cada mistério, não entendo porque dessa vez tudo parece tão real.

Depois de pensar por tanto tempo acabei adormecendo sem conferir se de fato Violeta tinha feito rabiscos em meu caderno.


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