Just Love escrita por Beija Flor


Capítulo 29
What Makes Me Happy


Notas iniciais do capítulo

Heeey peoples !!
Penúltimo capítulo :(
Dá pra acreditar que o próximo já o último ? Sério,estou muito triste,mas tudo tem o seu tempo certo e hora pra acabar. Just Love está nos seus últimos dias,e isso é bom e ruim.
Bom,espero que gostem :)



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Pov. Austin

– Você está mesmo bem ? - Minha mãe me perguntava pela milésima vez enquanto passava os braços em volta dos meus ombros. Ela colocou umas das mãos na minha testa.

– Estou. - Respondi,mais uma vez.

– Isso não é incrível ? - Ela se levantou do sofá,aonde estávamos sentados lado a lado. - Seu pai finalmente fez algo de bom !

Mimi estava admirada. Ela pegou o papel das minhas mãos e o leu de novo,e de novo. Seus olhos brilhavam a cada frase que passava. E depois,pegou a carta que meu pai havia me mandado junto com aquilo. Ela parecia feliz em ler aquilo. Segundo ela, Mike estava sendo gentil e um bom pai ao fazer isso.

– Ele só quer me comprar. - Resmunguei me levantando do sofá,de mal jeito.

– Você leu a carta não leu ? - Assenti. - O Mike que eu costumava conhecer,não escreveria palavras tão bonitas assim. E nem faria uma coisa dessas. Ele sempre achou que música não é um futuro. E você mesmo reclamava que ele nem sabia das coisas que você gostava. Isso prova o contrário, Austin. Seu pai conhece você.

Revirei os olhos.

– Isso é apenas uma coisa,mãe. Não é a única coisa que eu gosto. E não acredito que ele mesmo tenha escrito isso. - Falei,ficando frente a frente com ela.

Ela pareceu chateada.

– Não guarde mágoas,filho. Isso não faz bem.

Assenti,calmamente e subi as escadas direto para o meu quarto. Bati a porta com força causando um leve estrondo.

Me deitei na cama repassando na minha mente,o dia em que nós dois havíamos brigado. Aquele homem,não parecia mais meu pai. Ele me assustou,de alguma maneira,por mais que eu não demonstrasse isso. E agora,com essa carta e esse "presente",ele parecia diferente de novo. Não como ele era antes,mas uma versão muito mais doce e sentimental. E aquilo não era ele.

Mike havia me enviado uma carta,muito bem escrita,falando tudo o que ele estava sentindo,e os motivos dele estar se sentindo péssimo. E eu fiquei feliz por ele estar se sentindo assim. Ele merecia. Mas minha mãe me repreendeu dizendo que estava sendo muito cruel.

Mas ele não me enviou só essa carta,extremamente falsa. Junto com aquilo,também veio um papel completamente desconhecido,de alguma faculdade na Espanha. Era uma carta que dizia que eu fui aceito naquele lugar.

Meu pai havia me matriculado numa faculdade de música,na Espanha. Sem brincadeiras. Sua carta extremamente emocionante e falsa,provava isso. Justo ele,que nunca aprovou o fato de eu querer fazer alguma coisa que tenha a ver com música o resto da minha vida.

"Isso é uma tremenda idiotice e perda de tempo." Ele havia dito,na primeira vez que falei algo assim. Acho que eu tinha uns 14 anos na época. E nunca me esqueci daquele dia,ou daquelas palavras. Fiquei com elas na cabeça até me convencer de que talvez ele estivesse certo.

Por isso mesmo eu estava com essa dúvida. O que eu estudaria na faculdade ? E depois de um tempo,me perguntei se eu queria mesmo fazer uma faculdade. E minha mãe me garantiu que seria o melhor para mim e meu futuro. E que eu só devia pensar em algo que me agradasse.

Bom,nunca cheguei a uma outra coisa que me agradasse tanto ou mais quanto a música.

E aqui estava,bem na minha frente,uma enorme chance pra fazer o que eu sempre quis. O único problema era que,meu orgulho não queria aceitar isso. Eu queria ter feito isso sozinho. Eu não precisava da ajuda do Mike. E fiquei tentado a ligar pra ele e perguntar se aquilo era sério. Mas achei melhor não.

Peguei o notebook,e pesquisei sobre essa tal universidade.

Era mesmo real. Digo,era tudo real. Exatamente como na carta,e aquilo não era mesmo brincadeira. Olhei algumas fotos das salas de aulas,e li algumas matérias sobre o ensino de lá.

Parecia ótimo.

Automaticamente me perguntei,porque meu pai estava praticamente querendo me despachar para a Espanha. Talvez ele só quisesse que eu ficasse distante. Mas me lembrei de que ele tinha uma casa naquele país,na mesma cidade aonde ficava aquela faculdade. E também tinha algumas lembranças de quando era pequeno,e ele viajava pra lá. Tinha alguns negócios para resolver e passava boa parte do ano lá.

Foi então que me assustei. Mike parecia querer ficar perto de mim,isso sem contar suas palavras na carta e o presente.

Ele queria então, me pedir desculpas ? Não. Não. Aquela era a forma dele pedir desculpas.

( ... )

No dia seguinte,quando já estava anoitecendo,decidi ligar para Ally. Fiquei feliz,mas também surpreso por ela ter atendido logo no segundo toque.

Eu ia ligar pra você agora. - Ela disse,com sua voz suave do outro lado da linha,e me lembrei de como sentia falta de a ter bem aqui,do meu lado.

– Sério ? Acho que tivemos o mesmo pensamento.

Comunicação de mentes. - Ela disse,e pude ouvir o sorriso na sua voz. Ally parecia sempre estar contente quando nos falávamos,e eu provavelmente também estava sempre sorrindo. Éramos dois bobos apaixonados. E aquilo não parecia ruim,não para mim.

– Preciso te falar uma coisa. - Disse,e minha voz parecia ter assumido um tom autoritário de repente.

Comecei a lhe contar sobre tudo. Desde a carta do meu pai,até sobre a carta da universidade da Espanha. Ela ficou em silêncio,provavelmente tentando entender tudo aquilo. E algumas vezes,só a ouvi suspirar ou a sua respiração ficando mais pesada. Quando finalmente terminei,ela permaneceu em silêncio.

– Ally ?

Hmmm. - Ela murmurou. – Seu pai fez mesmo tudo isso ?

Sua voz falhou um pouco,e no mesmo instante,fiquei preocupado com o que ela estava achando de eu talvez ir pra Espanha. Afinal,é outro país.

– Fez. E eu não sei o que ... Não sei se devo aceitar. - Falei,enfim.

Eu nem sei o que dizer. Mas acho que foi legal da parte dele,demonstrar que se importa de verdade com você.– Sua voz parecia mais firme agora. - Mas ... Espanha ? É tão distante ... Isso parece surreal.– Ally tinha começado a falar embargado,e aquilo me deixou aflito.

– O que você faria se estivesse no meu lugar ? - Perguntei,imaginando se ela teria uma boa resposta. Mas a verdade é que eu estava tentando buscar ajuda. E ... E talvez eu não devesse mesmo ir. É realmente muito distante.

E-Eu não sei. Mas isso é algo incrível. - Falou,devagar. - Eu ficaria feliz.

– Não sei se posso ficar feliz em estar tão longe.

( ... )

O resto da semana havia sido devagar.

Parecia um filme de drama,os dias passavam totalmente tediosos e eu ainda não havia falado com meu pai. E depois daquele dia,só falei uma vez de novo com a Ally,e foi bem rápido,ela estava ocupada demais.

E eu não suportava isso. Queria muito mais do que só falar com ela. Queria vê-la,pessoalmente. Queria abraçá-la e beijá-la. E isso seria uma coisa que eu não faria por um bom tempo se fosse mesmo para a Espanha.

Ela deve ter passado por tudo isso quando foi aceita naquela faculdade em Nova York. E era um sentimento horrível,esse de deixar praticamente tudo pra trás.

– Você está mesmo pensando nisso. - Dez disse enquanto saímos da sala de aula. Eu estava louco para chegar em casa,e tentar ligar para a Ally de novo. Eu queria falar pra ela que não estava suportando essa distância,e que não conseguiria ir para a Espanha.

Mas isso a deixaria mal. Porque eu sabia que ela se sentia da mesma maneira,e isso ia me deixar parecendo um fraco.

– Sim,eu estou. - Suspirei. - Eu não sei o que fazer.

– Você falou com a Ally ? - Ele perguntou.

– Sim. Mas isso me deixa pior,porque ela parece triste. E eu odeio isso.

– Ela já está longe. E você só iria para outro lugar. De qualquer maneira,vocês já estão distantes.

Em certa parte,era verdade. Mas eu não queria concordar com aquilo e já estava querendo que um anjo caísse do céu para me ajudar.

Nunca pensei que passaria por algo assim.

– Austin - Minha mãe exclamou contente quando entrei em casa. Ela estava realmente atrás da porta,apenas esperando que eu chegasse. Dei um sorriso triste para ela. - Isso é pra você. - Ela me estendeu uma carta. - É da Ally.

Franzi a testa,confuso. Mas logo peguei a carta de sua mão e corri pelas escadas até meu quarto.

– Eu juro que não li ! - Minha mãe gritou lá de baixo quando eu já estava abrindo a porta do meu quarto.

E ela não tinha lido mesmo. Estava muito bem fechada. Sentei na minha cama,e finalmente a abri. Sorri ao ver a letra da Ally. E me perguntei por que ela havia mandado uma carta,se poderia ter escrito um e-mail ou telefonado.

"Austin,

Eu adoraria dizer que estou escrevendo isso aqui,com um sorriso no rosto enquanto penso na sorte que você tem por conseguir algo assim. Mas isso não é verdade. O que eu tenho no rosto,é uma expressão séria e pensativa. Melanie estava ao meu lado poucos minutos atrás,e ela mesma me disse isso.

Eu sei que existem meios mil vezes mais fáceis para lhe mandar isso. O e-mail,por exemplo. Já usamos isso para nos comunicar antes,além do telefone,é claro. Mas eu preferi isso mesmo. Escrever uma carta á mão. Não sei por que,mas acho que sou boa nisso. E na verdade,estou seguindo a ideia do seu pai.

Minhas mãos provavelmente vão estar doendo quando eu terminar,mas pensando bem,já estão,porque essa não é a primeira tentativa que tenho de te escrever. Talvez demore um pouco para chegar a você,mas estou mesmo ocupada essa semana para até mesmo,atender uma simples ligação.

Estou muito feliz por você. De verdade,fico feliz que tenha finalmente tomado a brilhante decisão de estudar música,assim como eu. Infelizmente,não vamos estar juntos no mesmo lugar. Você vai para Espanha,não é ? Ouvi dizer que o lugar é muito bonito. E que,com certeza os estudos são maravilhosos.

Gostaria de saber mais sobre,como você chegou a isso. A tomar essa decisão. Você me disse que foi um presente do seu pai,algo como uma reconciliação. Ele mesmo enviou sua inscrição pra lá. E você foi aceito. E mais uma vez,fico feliz por você. Mesmo que eu acredite,que de qualquer maneira,não deve ter concordado com isso muito bem. Posso imaginar todas as coisas que sua mãe lhe falou.

Nesse dia,quando me contou sobre isso,você havia me perguntado o que eu faria se estivesse no seu lugar : Tendo essa opção,que aparentemente é muito boa,mas não a querendo aceitar,justamente por ser um presente de alguém,que é seu pai,e que também nunca foi um dos melhores. Vocês tem problemas,assim como os que eu tinha com minha mãe no início da minha mudança para Miami. E isso pode ser resolvido. Talvez,essa seja a chance. Você deveria o perdoar.

Naquela hora,eu te disse apenas,que era algo incrível e que eu estaria feliz. Mas,depois de um tempo pensando,cheguei a conclusão que eu estaria exatamente como você. E Austin,você ainda tem o direito de ficar com raiva dele e de ainda ter dúvidas sobre isso.

Mas você deveria aceitar.

Deveria mesmo ir para Espanha,estudar algo que eu sei que você ama. Estou falando isso por mim,mas você deve pensar,é claro. Só estou tentando o fazer lembrar que,algumas oportunidades,só nos acontecem uma vez,e você pode pelo menos tentar.

Pesquisei um pouco sobre o programa de música de lá. Parece incrivelmente maravilhoso. E estou,honestamente,orgulhosa de você.

Vamos estar muito mais distantes,um do outro. Eu sei disso. Me dói pensar nas raras vezes em que vamos conseguir nos encontrar. E se eu já estou morrendo de saudades de você,agora,que ainda estamos no mesmo país ... Mal consigo imaginar como seria quando não estivermos mais.

Eu pensei muito nisso,mais do que você conseguiria imaginar. Posso garantir. Passei noites sem dormir,e quando caía no sono,até mesmo sonhava com essa terrível situação.

Mas eu apoio você,acho que deve estar aonde você se sinta bem,fazendo algo que goste. Isso é ser feliz. E eu te amo muito,estou feliz e orgulhosa. E mesmo estando longe de você,sei que sempre encontraríamos um jeito,e nossos corações continuariam ligados,de alguma forma.

Com carinho, Ally."

Fechei a carta com cuidado e a coloquei em cima do criado-mudo.

Eu podia a imaginar perfeitamente enquanto escrevia isso. Ficava feliz em saber o quanto eu me lembrava dos traços do seu rosto.

Ela disse que eu deveria estar aonde eu me sinta bem,fazendo algo que eu goste. E ela estava sendo forte e corajosa,ela me apoiava na ideia de ir para Espanha. Ally tinha escrito tudo o que eu gostaria,ela estava feliz por mim. Exatamente como eu fiquei por ela. Mas ambos também nos assustávamos com a ideia da distância.

Eu queria fazer música. E percebi que também queria fazer as pazes com meu pai. E seguindo o conselho da minha namorada,eu faria o que me faz feliz.


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Notas finais do capítulo

Estou muito triste aqui.
Primeiro: Esse capítulo ficou incrível,digo,pelo menos,eu acho. Mas estou triste pelo final.
Segundo: Muitos leitores me abandonaram :( E tipo,estamos bem no finalzinho da história e tem tão poucos comentários ...
Terceiro: O próximo já é o final,e eu prometo caprichar.
Por favor,comentem viu ? Se alguém achar que eu mereço uma recomendação ... Será muito bem-vindo !! Mil beijos e Até o Final ... :(

XOXO



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