Debaixo Do Mesmo Teto escrita por Giulianna Valadares


Capítulo 6
All I know since yesterday is everything has changed


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Mais um capítulo para vocês!
E ele vem com uma novidade! Criei uma playlist no Spotify com todas as músicas que serão tema de cada capítulo, já na ordem por capítulo. Assim fica mais fácil de vocês encontrarem as músicas e ainda dá pra ter um (pequeno) spoiler do que vem por aí!!!
O link é https://open.spotify.com/user/22oo2ycublodrzblv2et4l6vq/playlist/7fy6qkproOUW4unD6IbIce
Espero que gostem!

Sugestão de música: Everything has changed - Taylor Swift ft. Ed Sheeran

Aproveitem!! ♥



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— Você? - Andrew riu, mas de nervoso – até parece, garota! – Ele se sentia exposto, vulnerável, porque no fundo, ela estava certa. Mas Savannah não podia saber. Não agora.

Ela se calou. No fundo, guardava aquela esperança de filme romântico, onde a mocinha descobre que o mocinho sempre foi apaixonado por ela. Mas não era o caso.

— Então quem é? - ela insistiu. Se a ferida estava aberta, iria deixá-la sangrar até estancar.

— Eh, bem, você a conhece, então.. - ele suspirou - Não devia te dizer, mas... Bem...

— Anda logo, me conta! – Ainda existia uma fagulha de esperança no coração dela.

— É... é a Tiffany - respirou aliviado. O álibi era perfeito. Tiffany era a co-capitã das líderes de torcida e inimiga mortal de Savannah. A famosa "loira perfeita", corpo escultural, olhos verdes, pele dourada. Já fora grande amiga de Savannah, mas quando, no sexto ano, ela se tornou insuportável, Sav se afastou. Nunca odiou a menina. Tiffany, na verdade, é quem criou ódio pela garota quando elas voltaram à escola no 1º ano e Savannah estava linda, “roubando” todo o brilho dela. Típica história de ex-amigas.

— Nossa, essa doeu… - ela murmurou

— Doeu? Por quê? - ele disse, estacionando na garagem de casa, e virando-se para ela, depois desligar o carro.

— Deixa pra lá, preciso me resolver com a minha mãe - e ela saiu do carro, deixando Andrew pra trás. "De vez" ela pensou.

Lá dentro, Susan adormecera no colo de Mike, no sofá da sala. Ele estava cochilando, mas acordou assim que Savannah abriu a porta. A garota se arrependeu amargamente do que fez com a mãe assim que viu o seu estado e o estado da casa do futuro padrasto: Susan estava com o rosto bem avermelhado, os olhos inchados, com uma expressão triste, mesmo dormindo. O chão estava cheio de lenços de papel, e na mesinha de centro, barras de chocolate na metade, sorvete derretido e uma pilha de filmes, todos baseados nos livros do Nicholas Sparks.

— Ah, Mike, o que eu fiz? - Savannah sentou no chão em frente a mãe, acariciando o rosto que por vezes ela viu daquela mesma forma pelo acontecido com seu pai. Mas agora ela havia causado aquilo. Nada poderia ser pior do que aquela cena para a garota.

— Filhos são assim, minha querida, temos os nossos contratempos, mas não deixamos de amar vocês. Não é culpa sua ou dela, mas conversem. Demorou pra ela pegar no sono, mas acho que vai valer a pena.

Ele começou a acariciar o rosto de Susan e chamá-la e quando, ao acordar e dar de cara com a filha, abraçou-a como podia e desatou a chorar novamente.

— Oh, meu amor, que bom que você voltou! Você me perdoa? Por favor, eu deveria ter te falado antes de tomar qualquer decisão e...

Savannah a cortou.

— Não, mãe, essa é a sua vida e eu não posso impedir você de querer vivê-la. Quero te ver feliz sempre, seu sorriso é valioso demais pra mim.

— Ah, meu anjinho, - Susan, agora sentada no chão com a filha, chorava mais - eu te amo tanto!

Mike e Andrew começaram a subir, meio deslocados na situação, mas Savannah impediu-os.

— Por favor, fiquem os dois. Queria conversar com todos.

Eles sentaram no sofá, Mike ao lado de Susan, seguidos de Savannah e Andrew. Ela deu a mão à mãe e ao seu "irmão" e começou:

— Mike, eu queria te agradecer por fazer minha mãe tão feliz. Há muito tempo eu não via tanto brilho no olhar dela por causa de um simples passeio, ou um almoço na casa de alguém. Não quero atrapalhar nada disso. Quero ver vocês dois felizes. Além do mais, eu ainda preciso de um pai - e, olhando para Andrew, continuou - e Andrew, de uma mãe.

O garoto se surpreendeu com as palavras dela. Não esperava uma mudança tão repentina de comportamento, mas acabou gostando.

— Então, vamos prosseguir com isso. Vamos fazer do casamento de vocês o mais lindo da cidade de Irvine! - e eles aplaudiram. Finalmente pareciam começar a formar os laços de família os quais tanto precisavam.

— Nós seremos a família mais linda dessa cidade - disse Andrew, olhando para aqueles olhos azuis que nunca deixou de amar.

***

Mike resolveu convidá-las para dormir lá. Susan adorou a ideia, mas Savannah ficou desconfortável com o fato de ter que dormir na sala, ou pior, no quarto de Andrew.

— Não se preocupe, minha querida, nós já reformamos um dos quartos pra você - disse Mike - Ao lado do quarto do seu "irmão".

Eles riram, até Savannah. Talvez não fosse difícil, afinal, já agiam como irmãos desde sempre, com todas aquelas brigas e as tentativas patéticas de Andrew de defendê-la de todos, achando que só ele tinha o direito de brincar com a cara dela.

Subiram todos juntos, em direção ao novo quarto da garota. Ao abrir a porta, se deparou com um quarto muito semelhante ao seu em sua casa: Paredes brancas, com uma cama de dossel branca, as paredes cheias de frases dos livros que ela mais gostava e fotos dos amigos, uma escrivaninha com alguns de seus livros e um banheiro só dela. Não havia como não amar. Ela se voltou a mãe e ao seu padrasto, abraçando-os.

— Eu amei, gente, obrigada! Posso me sentir em casa agora.

— Essa era a intenção, meu amor! - Susan estava resplandescente. A alegria dela era incontestável. E a melhor parte é que o esforço de Savannah não parecia tão impossível agora.

— Bom, precisamos dormir, né, meu amor? - Mike beijou a futura esposa, e sorriu para os filhos - Boa noite pra vocês! - e saiu conduzindo uma Susan risonha.

— E se precisarem, estaremos no final do corredor! - Susan disse, entre risadas.

E ali estava Savannah e Andrew. Sozinhos. Frente a frente.

— Bem, eu preciso de um banho e de um pijama... - ela tentou tirar a tensão do ar, mas parecia impossível - Tem como você me emprestar algum?

— Sim, vai indo pro banho que eu já te levo - Andrew disse, indo para o seu próprio quarto. Ela se sentiu insegura com a possibilidade dele vê-la só de toalha. "Não importa mais, sua besta" ela riu com o pensamento "ele é da família agora".

Seguiu para o banheiro, tomou uma boa ducha quente, aproveitou para lavar os cabelos e tirar toda aquela sensação ruim daquele dia. Encontrou a toalha dobrada em cima da privada. Enxugou-se e enrolou-a em seu corpo. Parecia até mais leve quando saiu do banheiro. Mas a visão de Andrew só de samba-canção escorado no dossel de sua cama acabou com qualquer possibilidade de calma. Ele sorria, todo lindo e meio molhado, pra ela.

— Você fica linda de toalha e cabelo molhado, sabia? – Seu sorriso adquiriu uma faceta maliciosa. Ela riu, amarga.

— Muito engraçado, rapazinho. Mas nem vem! – e olhando para a cama, disse – E cadê meu pijama?

Ele fechou a cara e olhou profundamente para ela. Se aproximou e prensou-a na parede.

— E se eu não te der, irmãzinha? O que você vai fazer? - A boca dele esta a centímetros da dela. Ela estava em pânico e, ao mesmo tempo, tremia com algo que ela tinha medo que fosse desejo.

— Eu acabo com a sua raça - rosnou.

Ele a encarou. Ela tentou afastá-lo, mas não era páreo para ele. E então, como ela sempre sonhou, ele a beijou. Beijou com vontade, como nunca havia beijado ninguém antes. Ela, esquecendo de tudo, correspondeu com verocidade e paixão. Eles se entrelaçavam e o toque dele fazia o estomago dela se remexer, como se estivesse lotado de borboletas. Savannah levou menos de cinco segundos para se viciar nessa sensação. Ele a puxou para mais pertou, e a levantou, carregando-a até a cama. Os beijos ficavam mais intensos, a pegada, mais forte. As marcas no pescoço dele demorariam semanas para desaparecerem. Era insano e delicioso, com apenas a toalha dela e a cueca dele separando os dois de fazer uma loucura maior ainda. Foi aí que ele a surpreendeu.

— Era você, Savannah, sempre foi e sempre será você a garota dos meus sonhos - ele sussurrou. Ela tremeu mais ainda com a declaração. Era a realização de um sonho ouvir aquilo...

Sonho ou realidade? Ela sempre quis aquilo, mas e Peter? Não era ele o grande amor da vida dela, parceiro e amigo? Ao pensar no namorado, Savannah empurrou Andrew, que ficou surpreso com a rejeição.

— O que foi? – ele questionou, confuso, levantando-se da cama.

— Eu não posso… - ela disse, agarrando-se a toalha, indo para o mais longe possível dele – Não posso fazer isso, Andrew. Eu…

— Tem o Peter, não é? – ele sorriu tristemente – É, eu sei. Só achei que nunca mais iria ter uma chance dessas. A garota que eu sempre amei, aqui e comigo. Eu simplesmente não pude me conter…

— Eu também te amava, Andrew, mas você… - ela suspirou.

— Estraguei tudo, não? – ele completou. – Eu escolhi te perder. Me desculpe por isso.

Ele seguiu em direção à porta, mas ela o chamou.

— Ainda podemos tentar conviver amigavelmente, não? – Ela disse quando, na verdade, seu coração urrava, pedindo para que ele ficasse e a beijasse novamente.

Ele sorriu, novamente desanimado.

— Vou dormir, maninha - e piscando para ela, disse - boa noite!

Ela jogou o primeiro travesseiro que viu na porta que acabara de fechar, com raiva de si mesma. O arrependimento era grande e ficou um bom tempo pensando em Peter, e remoendo tudo o que Andrew fizera a ela. Mas havia um sentimento, bem lá no fundo, ao qual ela não podia negar.

Ela queria mais daquilo. Savannah queria mais de Andrew.


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Notas finais do capítulo

Curtiu? Comente e recomende! E não deixem de me contar o que acharam da playlist!

Até o próximo capítulo! Beijossssss ♥



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