Maré De Sentimentos escrita por R_Che


Capítulo 17
Aquela noite




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O quarto, naquela noite, parecia mais longe do que qualquer outro dia. Quando Quinn meteu o cartão à porta, para abri-la, Rachel deu um passo atrás instintivamente. Mas a loira não estava pela labor de desperdiçar aquela oportunidade. Depois de ter beijado Rachel e de a mesma não ter fugido nem reclamado, Quinn tomou-a da mão e levou-a até ao elevador. E agora, à porta do quarto, não podia deixar que esses passos em frente se transformassem em retrocessos. Pediu-lhe que entrasse à sua frente, de maneira generosa e cavalheiresca. Rachel entrou, mas as pernas da morena tremiam. Tremiam porque, embora ela não quisesse parar o que era inevitável, ela não sabia como fazê-lo. Todo o seu auto controlo se estava a desmoronar.

Q: Não faças isso. – disse Quinn baixinho, nas costas de Rachel, após fechar a porta da suite. A morena arrepiou-se.

R: Não faço o quê?

Q: Não penses. Não tentes arranjar mil maneiras para fugir de mim. Eu não vou, não quero e nunca pensei na possibilidade de te fazer sentir mal.

R: Eu não vou fugir.

Q: Porque não queres, ou porque não sabes como? – Rachel olhou-a nos olhos com sinceridade.

R: Pelas duas razões. – Quinn voltou a aproximar-se dela e colou o seu nariz ao dela. As respirações mesclaram-se e Rachel fechou os olhos com a proximidade.

Q: Eu amo-te. – mas Rachel não respondeu. Quando Quinn a viu abrir os olhos, reparou num brilho diferente, e não era ilusão, eram lágrimas a lutar por sair. O coração da loira doeu, e ela sentiu-o tão apertado que não conseguiu naquele momento não pousar os seus lábios nos, daquele que era, o amor da sua vida.

Rachel não conseguiu conter mais a água que queria sair pelos seus olhos, e deixou correr a primeira lágrima. Não era um mau presságio, era só a emoção acumulada. Quando Quinn se apercebeu, ia separar-se, mas a morena não deixou e intensificou o beijo. Numa luta suave pela saciação daquele desejo, as suas línguas encontraram-se e foi a partir desse momento que ambas perceberam que era inevitável o que viria a seguir.

Devagar, Quinn conduziu Rachel até à cama, e com ela, um rasto de roupa que calmamente era desvestida. Quando Quinn deslizou as mãos pela pele nua de Rachel, a morena arqueou as costas com o arrepio. Olhou para Quinn e percebeu que os papéis se tinham invertido. Agora era a loira que tinha os olhos aguados, mas o sorriso delatava a emoção. Era felicidade. Era amor.

Rachel esboçou um sorriso carinhoso e com os seus dedos limpou a cara de Quinn.

Q: Tu acreditas em mim se eu disser que sonhei com este momento a minha vida toda? – Rachel beijou-a. E a partir dali, as palavras sobravam.

–-

Um raio de sol invadiu a suite de hotel. Contrariamente a Quinn, que dormia placidamente, Rachel acordou devagar e percebeu rapidamente a sua nudez. Fechou os olhos e respirou fundo. Depois daquela noite, ela não podia negar mais que a sua tentativa de se manter firme no que respeita à sua não-relação com Quinn se tinha desmoronado durante a madrugada. Acordou completa. Indecisa. Apaixonada.

Não demorou muito até a morena sentir as mãos de Quinn na sua barriga. Quando olhou para a loira, Quinn sorriu e murmurou um “bom dia” cheio de esperança. Rachel devolveu ambas as coisas e deixou-se beijar pela sua mulher. O beijo transformou-se em beijinhos e abraços, sorrisos e suspiros, até que o ruído do alarme do iphone de Quinn as relembrou que existia realidade lá fora.

Q: A reunião.


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