Dois dias depois do acontecido, Pansy continua internada e sem previsão de alta. A morena não estava com a vida em risco, mas estava bastante ferida. Hermione ganhou uma permissão para passar o dia com a moça, porque apesar de tudo, uma das razões da morena estar ali foi pelo fato de Hermione ter insistido para que ela falasse sobre o segredo de Gina e Draco.

–Como ela está? –Uma voz masculina soou vinda da porta do quarto.

–Ela está bem. O que faz aqui? –Perguntou arredia. –Não sabia que vocês eram amigos. –Continuou sem dar tempo para uma resposta.

–Isso não tem nada haver com amizade. Eu achava que tinha e olha o que me aconteceu, eu estou uma bela cicatriz agora. –O ruivo defendeu-se.

–O que faz aqui então? –Hermione estava com a postura ereta e os músculos tensos.

–Ela ainda corre perigo, ela sabe as coisas que eu sei e eu não posso deixar que ela se machuque ainda mais. –O ruivo parecia estar sendo sincero.

–Por que você nos traiu? –Hermione sentiu as lágrimas chegarem aos olhos.

–Eu preciso conversar com você Hermione, será que podemos conversar? – Rony pediu.

–Podemos, mas eu vou pegar um café. –Levantou-se. –Não a deixe sozinha. –E saiu do quarto.

Rony sentou-se na cadeira onde Hermione estava, ele olhou para a morena que estava deitada e reparou em como ela é linda e ele nunca havia percebido antes. O ruivo balançou a cabeça tentando tirar os pensamentos que invadiam sua mente, mas seus olhos não queriam desviar dela. Ele não podia olhar pra ela assim, seu irmão sentia algo por ela, mas era quase impossível não olhar para os lábios fartos da morena, era tentador demais estar tão perto dela e não a tocar. E quando ele percebeu a ponta de seus dedos já estavam em contato com os dedos compridos de Pansy, as unhas verdes eram hipnotizantes.

–Weasley? O que faz aqui? –Pansy abriu os olhos vagarosamente.

–Eu... Eu... –O ruivo tentava falar.

–Você veio terminar o trabalho? Veio terminar de me matar? –Puxou a mão.

–Você acha que eu continuaria trabalhando para uma pessoa estúpida que me enfiou uma flecha? –O ruivo quase gritou.

–E o que faz aqui, se não veio pra me matar? –Arqueou a sobrancelha.

–Eu vim proteger você. –Pansy soltou um risinho irônico.

–Você? Me proteger? –Riu ainda mais.

–Escuta aqui. –O ruivo levantou-se da cadeira. –Do jeito que você está se comportando eu vou me mandar daqui e se –GG vier aqui, você morre. Só eu posso para-la. –Engoliu a seco.

–Duvido muito. –O local do ferimento doeu e ela colocou a mão.

–Tá doendo muito? Quer que eu chame um médico ou um enfermeiro? –Ele parecia realmente preocupado.

–Seu irmão sabe que você está aqui? –Pansy perguntou.

–Qual deles? Tenho vários. –Fez-se de desentendido.

–Não finja que não sabe. –Travou a mandíbula.

–Não. –Respondeu baixo.

–Você veio me proteger, mas sabe que ela não pode sair do internato. –Pansy esperou uma explicação.

–Mas há uma hipótese e eu não quero que você se machuque ainda mais. –Virou-se de costas pra ela.

–Você se sente culpado, não é? –Supôs.

–Eu não podia ter ajudado a começar tudo isso. Não achei que chegaria a tanto. –Abaixou a cabeça.

–E por que você ainda não a entregou? –Questionou.

–Você não entenderia os meus motivos. –Cruzou os braços.

–Se você tentasse me explicar, talvez eu entendesse. –A morena respirou fundo ao sentir uma enorme dor.

–Você sabe que eu não poderia trair alguém que amo, não outra vez. Já o fiz milhares de vezes. –Virou-se pra ela.

–Dessa vez é preciso Weasley. –Encarou-o.

–Eu... –Começou.

–Rony nós já podemos conversar. Venha aqui fora. –Hermione chamou e ele foi.

–Então Hermione, eu preciso contar a você quem GG é, e o porquê de tudo isso estar acontecendo. –O ruivo começou a falar.

–Comece me contando quem é. –Hermione pediu.

–GG é... –Ele estava prestes a dizer um nome.

–Saía daqui. –Pansy gritou de dentro do quarto e alguém vestido de enfermeiro saiu correndo do quarto.

–Pansy. –Hermione gritou.

–Vá até os guardas. –Rony ordenou a Hermione e correu na direção do quarto.

–Não entre Weasley. –Pansy pediu.

–Por quê? –O ruivo perguntou assustado.

–Você veio trazê-la. –Acusou-o.

–Não. –Negou.

–Então por que ela me mandou isso. –Pansy abriu o pergaminho.

–Me deixa ler? –Pediu e ela assentiu.

Queria Parkinson, desculpe-me pela flechada. Ou não.

Mas para que você morra em paz eu vou lhe contar um segredo: Nunca confie em um Weasley. Ele pode estar ao seu lado e lhe matar.

Com ódio... –GG

–E por que esse Weasley tem que ser eu? –Rony entregou-a o pergaminho.

–Você sempre esteve ao lado de GG. –Acusou-o ainda mais.

–Não sou eu. –Afirmou.

–Mas se for, pode avisar a GG que não desistirei de desmascara-la. –Ameaçou.

–Agora vejo por que meu irmão se apaixonou por você. –Disse encantado.

–Mas do que você está falando? –Pansy corou.

–Você é linda e é tão corajosa. –Estava maravilhado.

–Pare com isso Ronald. –Ordenou.

–Já tivemos um avanço. –Sorriu.

–O que? –Perguntou confusa.

–De Weasley passou para Ronald. –Mostrou um sorriso de canto.

–Pare com isso Weasley. –Ordenou.

–Voltamos ao ponto inicial? –Questionou divertidamente.

–No ponto inicial nós nem nos falávamos. –Revirou os olhos.

–Acho que GG não volta. Eu já vou. –Caminhou até ela.

–Tchau. –Despediu-se.

–Finja que não me odeia. Por favor. –Pediu sorrindo.

–Eu não te odeio Weasley. –Disse.

–Você finge bem. –O ruivo foi saindo.

–Eu não estou fingindo. –Disse baixinho.

–Até logo Pansy. –Engoliu á seco. –Me desculpe. Parkinson. –Corrigiu-se.

–Pansy. Pode me chamar assim. –E sorriu pra ele.

–Então... Até logo Pansy. –E saiu do quarto.

–Até logo Ronald. –Sorriu para o nada.

–Eu me esqueci do meu celular. –O ruivo entrou no quarto novamente.

–Nossa, sua inteligência é espetacular. –Pansy ironizou.

–Fica boa logo. –O ruivo aproximou-se dela. –Posso? –Pediu permissão para dar um beijo na testa da morena.

–Pode. –Pansy ficou visivelmente sem graça.

O ruivo beijou a testa da menina, mas ele estava tão perto dela, tão perto da boca dela. Era quase um pecado não aproveitar a chance e ele o fez. Não um beijo de cinema, mas um selinho rápido.

–Eu... Desculpe-me. Foi impulso. –Rony desculpou-se sem nem ao menos entender o que havia feito e o por que.

Pansy tentou falar, mas não conseguiu e o ruivo apenas saiu do quarto com passos apressados, estava quase correndo.

–O falso enfermeiro fugiu. –Hermione avisou. –O que aconteceu? –Perguntou curiosa.

–Depois eu falo com você. –E saiu correndo.

–Rony. –Hermione chamou assustada.

Hermione foi para o quarto de Pansy e encontrou a garota atônita, branca como papel e os dedos levados aos lábios.

–A sua mãe já está vindo. –Hermione disse da porta.

–Eu queria saber por que você está aqui, mas no momento não consigo formular nenhuma frase, muito menos uma pergunta. –Pansy respirou fundo.

–Você quer falar? –Hermione sentou-se.

–O Weasley gostava de você. –Hermione deu de ombros. –Antes ele gostava da Lovegood. –Contou. –Mas então por que ele me beijou? -Tapou a boca quando percebeu

–Rony te beijou? –Hermione perguntou sorrindo. –Então o Weasley que GG falava era ele. –Deduziu.

–Não, era o outro Weasley. –Explicou.

–Qual deles? –Hermione estava achando a situação ironicamente engraçada.

–Fred. –Respondeu corando.

–Então você está dividida entre dois irmãos? Você sabe que vai ter que quebrar o coração de um dos ruivos, não sabe? –Hermione arqueou a sobrancelha.

–Então eu quebro o coração dos dois. Não gosto de nenhum Weasley. Nenhum. –Disse marrenta.

–Um dia você vai ter que encarar os dois e eles vão querer uma resposta, e você vai ter que dar uma e você vai ter que encarar a realidade. Você gosta de um dos dois. –Hermione aconselhou. –Você já beijou os dois? –Questionou.

–Fred me beijou, de verdade. Beijão. Ronald me deu um selinho. –Contou.

–Um selinho te deixou tão confusa e com essa aparência de apaixonada? –Perguntou atônita.

–Confusa. Apaixonada não. –Insistiu.

–E quando Fred te beijou o que você sentiu? –Hermione perguntou.

–Eu senti... E-Eu não sei. –Encarou o teto.

–Pansy... Eu sei que nós ainda não somos amigas e você não gosta de mim por causa do Draco... –Hermione começou a falar.

–Eu não odeio você e nós podemos ser amigas. –Pansy interrompeu.

–Isso é bom. Então como amiga, olhou pra dentro de si e entenda o que você sente por cada um deles e então descobrir de quem você gosta. –Sorriu pra ela.

–Hermione... Deixa pra lá. –Fechou os olhos.

–Durma, vai ser bom pra você. –Hermione sugeriu e a garota assentiu.

Muitas coisas mudariam quando ela retornasse ao internato. GG ainda a odiava, e agora ela teria que escolher apenas um dos Weasley e algo dizia a ela que dependente de sua escolha as coisas iriam ficar piores para ela. De uma maneira ou de outra GG não aceitaria que ela ficasse com um Weasley. Ela estava condenada, mas ela o amava e sabia disso e lutará contra GG e contra quem vier para ficar com ele. O seu Weasley.