Never Let Me Go escrita por Line Martins


Capítulo 61
Capítulo 60


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, nem vou escrever notas iniciais tão longas hoje. Só um IMENSO "me desculpem" por ter demorado MUITO pra postar. Foi um hiatus, né? Mesmo que eu não tenha anunciado... mas é pq não tinha a intenção de fazer um hiatus msm.
Tá complicado demais pra escrever/postar, vocês não tem nem noção.
Enfim, curtam o capítulo. Bjs ;*



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POV – Hermione

Pela madrugada, tive que sair do apartamento para fazer uma tomografia do cérebro. O resultado do exame foi bom, eu não tinha nenhuma alteração cerebral, então ficou comprovado que os desmaios e tonturas foram causados pela gravidez e pelo meu próprio descuido com a saúde. Como o exame foi um pouco demorado, o Dr. Moody achou melhor que eu fosse dormir, e fazer a ultrassonografia pela manhã.

Fui levada de volta ao apartamento, onde Rony havia ficado esperando. Tínhamos uma refeição em cima da mesa, então comemos e fomos dormir, cada um em sua cama. Eu estava quase adormecendo quando senti Rony se deitando ao meu lado e colocando seu braço ao meu redor, peguei no sono logo em seguida.

Acordei pela manhã com o telefone do apartamento tocando, Rony já estava de pé e o atendeu.

– Alô? – ele atendeu, enquanto eu me sentava na cama, bocejando – Sim... ah, tudo bem... ok, obrigado. – ele desligou

– O que foi? – perguntei, minha voz embargada por causa do sono

– Pensei que estivesse dormindo – ele disse, e veio até mim, me dando um beijo na testa.

– O toque do telefone me acordou

– Bem, está mesmo na hora. Alguém está nos trazendo o café da manhã e roupas limpas pra você.

– Ótimo – falei, me levantando

Fui até o guarda roupa e vesti o jaleco (N/A: acho que é esse o nome que falam pra aquela roupa que os pacientes usam no hospital) azul de paciente, pois eu usava apenas minha lingerie. Rony vestiu a calça e a camisa social que tinha usado para ir na apresentação, e aguardamos até alguém bater na porta.

Rony abriu a porta e duas enfermeiras entraram, uma trazendo duas bandejas com comida, e outra trazendo uma sacola.

– Bom dia – a primeira enfermeira disse – Eu trouxe o café da manhã de vocês – ela colocou as bandejas sobre a mesa

– E eu trouxe algumas roupas que uma amiga de vocês veio trazer. – a outra enfermeira disse, entregando a sacola pra Rony - O dr. Moody acabou de marcar uma ultrassonografia pra você, então vocês devem deixar o apartamento assim que terminarem de comer.

– Eu já posso vestir minhas roupas, ou devo continuar com isso? – apontei para o que eu vestia

– Ah, já pode vestir suas roupas sim, não tem problema. Ah, outra coisa, a amiga de vocês que trouxe as roupas gostaria de subir para o apartamento.

– Que bom, ela pode vir? – Rony perguntou

– Se vocês forem breves, ela pode sim.

– Tudo bem.

– Então, vou trazê-la aqui, tudo bem? – a enfermeira disse, enquanto ela e a outra saiam do quarto

– Olha, Gina trouxe roupas pra mim também – Rony disse, tirando uma calça jeans e uma camisa da sacola

– Me dê isso aqui, não vejo a hora de vestir minhas roupas – peguei a sacola e tirei o que Gina havia mandado. Troquei minhas roupas íntimas, vesti um short jeans e uma camiseta e calcei um par de sandálias. Coloquei as roupas usadas do ballet dentro da sacola.

Rony também tirou as roupas usadas e vestiu a calça limpa que Gina havia mandado.

Eu e Rony estávamos comendo nosso café da manhã quando alguém bateu na porta.

– Deve ser Gina – Rony disse, e correu para atender.

E era Gina, mas ela não estava sozinha.

– Meu bebê! – minha mãe entrou correndo e me abraçou antes que eu pudesse me levantar direito da cadeira.

– Ah, minha filha. Fiquei tão preocupado! – meu pai veio logo atrás dela, se juntando ao abraço

– Mãe? Pai? O que estão fazendo aqui? – perguntei, enquanto me levantava para retribuir o abraço devidamente

– Estávamos preocupados. Gina nos ligou dizendo que viria te visitar e saímos de casa as pressas para virmos também. Nós a encontramos quando ela estava subindo para o apartamento, e viemos junto. – minha mãe explicou

– Bem... tudo bem então. – falei

Houve um silêncio de alguns segundos, até que meu pai pigarreou alto.

– Qual o problema? – perguntei, eu sabia que meu pai só pigarreava daquele jeito quando estava incomodado

– O que esse rapaz ainda está fazendo aqui? – ele apontou para Rony – Ainda mais vestindo apenas as calças. Onde está a camisa dele? Ele não iria apenas te trazer para o hospital?

– Eu me chamo Ronald Weasley, sr. Granger, como já lhe disse na noite passada. E achei melhor passar a noite aqui com a Mione. Acredite ou não, eu sou a pessoa mais indicada para ficar com ela nesse momento – Rony disse, pegando a camisa limpa para vestir

– Como assim “nesse momento”? – minha mãe perguntou

– Mãe, precisamos conversar. Todos nós. – falei, sentindo meu coração acelerar

Rony se aproximou de mim e se abaixou para falar em meu ouvido

– Tem certeza de que quer contar agora? – ele sussurrou

– Sim – eu respondi, e me voltei novamente para meus pais – Pai... mãe... o que tenho para falar é muito sério.

– Sugiro que vocês se sentem – Gina falou, apontando para as cadeiras onde eu e Rony estávamos sentados há alguns minutos

– Ah meu Deus, estou ficando nervosa! – minha mãe pôs a mão sobre o coração e se sentou

– Não vou sentar coisa nenhuma! – meu pai elevou um pouco o tom de voz – E é melhor que me conte logo o que está acontecendo. Você está doente? É isso, minha filha? É grave?

– Vire esta boca pra lá, Joseph! – minha mãe gritou. Seu rosto estava vermelho, os olhos marejados. – Pelo amor de Deus, minha filha. Conte-nos logo!

(N/A: Se vocês leram os livros de HP, sabem que a JK nunca deu os nomes dos pais da Mione. Então na fic, eles serão Joseph e Phoebe)

– Tudo bem, tudo bem. Por favor, não fiquem nervosos. Eu não estou doente, eu só estou... gr... grávida. Eu estou grávida! – Terminei a frase com um longo suspiro

Minha mãe escancarou a boca em “O” e suas mãos, ainda sobre o coração, começaram a tremer ferozmente. Meu pai me encarou sem reação, a mandíbula trincada e os olhos esbugalhados.

– Pai... mãe... por favor, digam algo – pedi, depois de vários segundos de silêncio

Rony colocou o braço direito em volta do meu ombro, me reconfortando. Eu estava prestes a chorar quando minha mãe se pôs a falar:

– Eu vou ser avó? É isso? Eu vou ser avó?

– Sim, sra. Granger. Não é uma notícia ótima?! – Gina exclamou, tentando amenizar a tensão

– Quem é o pai? – meu pai perguntou, encarando a parede, sem querer voltar os olhos para mim

– Sou eu – Rony falou – Eu sou o pai da criança. E eu não deixarei que falte nada para esta criança ou para a Mione. Eu a amo, e seremos muito felizes juntos, eu te garanto. – ele apertou meu ombro com mais força

– Ah, meu bebê! – minha mãe se levantou da cadeira, já em lágrimas, e correu para me abraçar – Meu bebê vai ter um bebê. Como é que eu esperaria por isso?

– Ah, mãe! – comecei a chorar também, enterrando meu rosto no ombro de minha mãe

Ficamos abraçadas por um tempo, mas me afastei da minha mãe para que eu pudesse encarar meu pai. Ele continuava encarando a parede, agora podíamos ver uma lágrima rolando por sua bochecha.

– Pai? – o chamei, ele não se moveu – Papai, por favor. – chamei mais uma vez – Você está me odiando agora, não está? – eu mal podia enxergar em meio as lágrimas que encharcavam meus olhos.

Meu pai enfim se moveu, suspirando profundamente. Em seguida voltou o seu olhar para mim. Ele parecia triste, mas não com raiva.

– É claro que não te odeio, meu amor. – ele disse – Eu apenas não queria que a minha filhinha crescesse tão rápido.

– Ah, pai! – me joguei em seus braços, e ele retribuiu, sussurrando em meu ouvido que me amava.

Abracei meu pai enquanto chorava, e ele só me soltou quando percebeu que eu havia me acalmado.

– Então – Rony falou – acho que estamos todos resolvidos, não é?

– Resolvidos? Eu ainda tenho muito para conversar com você, rapaz. – meu pai retrucou - Temos que conversar sobre o futuro de vocês dois. De vocês três, na verdade – ele apontou para minha barriga

– Bem, eu... – Rony começou a falar, mas nesse momento o telefone do apartamento tocou

– Deixe que eu atendo – Gina correu para o telefone – Alô?... É sim... Ah, tudo bem, ela já vai... Ok. E podemos acompanha-la?... Ótimo, obrigada, tchau. – ela colocou o telefone de volta no gancho

– O que foi? – perguntei

– Acho que vamos ver um bebê! – Gina anunciou, sorrindo de orelha a orelha e batendo palmas de excitação

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Estávamos todos encolhidos na sala da ultrassonografia. Eu estava deitada em uma cama com um obstetra ao meu lado direito, e meus pais, Rony e Gina do meu lado esquerdo.

Minha camisa estava levantada enquanto o doutor passava um gel transparente por toda a minha barriga. Era frio, e o aparelho que ele utilizava para espalhar o gel me fazia cócegas, eu estava me segurando para não rir.

– Bem, acho que podemos começar. Estão preparados? – O doutor disse, e todos fizemos que sim com a cabeça. – Ok, vou deixar os equipamentos prontos para gravar, assim vocês poderão levar um dvd da ultrassom pra casa.

Eu estava super nervosa, era a primeira vez que veria o bebê.

Rony percebeu o meu estado e segurou a minha mão, mas ele estava tremendo, e isso não me ajudou a ficar mais calma.

– Ron, você está bem? – Gina perguntou, enxugando o suor da testa do irmão com as mãos

– Não sei – ele sussurrou, parecia apavorado, tanto quanto eu.

– Está tudo pronto. Vamos começar, Hermione? – o doutor perguntou

– Sim – respondi

– Então vamos lá – ele apertou alguns botões e na tela do monitor, uma imagem cinzenta e identificável para mim apareceu. – Deixe-me ajeitar aqui – ele disse, enquanto mexia o equipamento em forma de bastão pela minha barriga, na altura do útero.

– AH MEU DEUS, OLHE LÁ! AQUELE É O NARIZ? – Rony berrou, apontando o dedo para o monitor

O médico, minha mãe e meu pai começaram a rir.

– Duvido muito que seja, Rony – o doutor disse, ainda sorrindo – Hermione ainda não completou a sexta semana de gravidez, só o que podemos ver é o saco gestacional. Olhe. – ele mostrou para Rony – Esse círculo preto, está vendo? Ainda não poderão ver nada com clareza, mas temos certeza de que há um bebê aqui.

– Não temos como ouvir os batimentos ainda, não é doutor? – minha mãe perguntou

– Infelizmente, não. Na próxima consulta, com certeza conseguirão ouvir.

– Não importa se não consigo vê-lo, ele é tão lindo! – eu disse, e no instante seguinte já estava chorando – Não sei o que há de errado comigo. Por que não consigo parar de chorar?

– São os hormônios, Hermione. Crises de choro podem ser bem frequentes. Mas você tem que ter em mente que quanto mais tranquila você estiver, mais tranquilo o bebê estará.

– Bem, então meu bebê já nascerá com rugas de preocupação!

– Não diga isso – Rony me repreendeu – Você ficará bem descansada e tranquila durante a gravidez, vou garantir que isso aconteça.

A partir daí, meus pais, Rony, Gina e o doutor começaram a conversar. Me voltei mais uma vez para o monitor com a imagem da ultrassom e parei de prestar atenção no que eles diziam, não ouvi mais nenhuma palavra, apenas encarei o monitor.

Ali estava o meu bebê. Meu lindo bebê. Uma criaturinha tão pequena, vivendo dentro de mim.

Sempre imaginei como seria estar grávida. Nunca pensei que teria a oportunidade de experimentar a sensação tão cedo, mas ainda assim, sempre quis saber como seria carregar um filho dentro de mim.

É algo natural, comum, faz parte da vida humana, mas mesmo assim se parece com um milagre, algo extraordinário, surreal.

Foi a primeira vez em que realmente senti que havia uma vida dentro de mim e que eu era responsável por ela. Não só isso, como também foi a primeira vez em que percebi que amava aquele bebê mais do que amava a mim mesma ou a qualquer outra pessoa. A primeira vez em que percebi que dali pra frente, minha vida seria completamente diferente e que nada importaria mais do que cuidar daquela pessoinha. Primeira vez em que me imaginei como mãe, primeira vez em que imaginei como seria o rostinho do meu bebê, primeira vez em que quis apenas abraça-lo e nunca mais soltá-lo. E eu sabia que essas seriam as primeiras vezes de muitas.

– Ei, Mione? Mione! – alguém interrompeu meu falatório interno

– An? Oi – voltei a prestar atenção no mundo real

– Ah meu amor, você está bem? – minha mãe se esticou para limpar as lágrimas que agora inundavam meu rosto

– Sim, eu... eu estou bem.

– No que estava pensando? – Rony perguntou, parecendo muito preocupado.

– Só em como eu estou feliz – sorri para ele, enquanto eu terminava de enxugar meu rosto. – E em como eu amo o nosso filho – estiquei as mãos para coloca-las sobre minha barriga, sem me importar com o gel que ainda estava espalhado por ela.

Rony sorriu de orelha a orelha, e então também começou a chorar.

– Acho melhor encerrarmos a consulta antes que isso fique emocional demais. Mais do que já está. – meu pai disse, claramente se segurando para não chorar também.

– Tudo bem, vou desligar os aparelhos e pegar uma capa para pôr o dvd da ultrassom. Tome isto, Hermione – o doutor me deu vários lenços de papel para que eu me limpasse do gel. Ele saiu da sala, seguido por meus pais e Gina. Rony continuou lá.

– Deixe-me te ajudar – ele perguntou, pegando outro pedaço de papel toalha e limpando minha barriga enquanto eu limpava minhas mãos.

Ficamos em silêncio por um instante.

– Temos que contar aos seus pais. – eu disse, me levantando da maca

– Sim, é verdade - Rony fungou, enxugando as lágrimas – Mamãe vai ficar nervosa no início, mas vai soltar fogos de felicidade depois, tenho certeza.

– E quanto ao seu pai?

– Bem, é com ele que estou preocupado. Ele provavelmente vai fazer um escândalo daqueles.

– Não tenha medo do seu pai. Vamos ficar bem enquanto tivermos um ao outro.

– Eu sei – ele se inclinou para beijar minha testa

Suspirei

– Esse definitivamente foi o dia mais feliz da minha vida – falei

– Acho que posso dizer o mesmo – ele sorriu – Sabe, sinto o mesmo que você. Amo muito o nosso bebê, mesmo que ele ainda seja um borrão cinza em forma de feijão.

Nós dois rimos.

– Ele será muito amado - eu disse

– Sim, assim como você. Te encherei de mimos o tempo todo, e nem pense em reclamar – ele me abraçou

– Hum, já estou até imaginando. Eu acordando de madrugada mandando você comprar um bolo de chocolate com muito recheio e muita cobertura. Pode ter certeza de que terei muitos desejos com chocolate.

– E eu estarei de prontidão para realizar todos os seus desejos – ele me deu um selinho

– Ótimo – eu ri

– Já disse isso algumas vezes dentro de 24 horas, mas posso dizer mais algumas. Eu te amo, Hermione Granger.

– Eu te amo mais. – o beijei


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Notas finais do capítulo

Fimm do capítulo. Tentarei postar o próximo o mais rápido possível.
Gente, me sigam no twitter, o meu é @twipotterr (me avisem quem são lá se me seguirem). Assim, vocês poderão me cobrar os capítulos, perguntar quando vou postar e etc. E se não tiverem twitter, façam um, gente. Pq o fandom do twitter é O MELHOR ♥
Só isso, deixem comentários plmdds. Adoro vcs, bjsss ;*