Never Let Me Go escrita por Line Martins


Capítulo 60
Capítulo 59


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, não tenho muito o que dizer aqui hoje, mas acho que vão gostar do capítulo que estão prestes a ler.
E me desculpem pela demora :/
Adoro vocês, boa leitura ♥



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POV – Hermione

– GRÁVIDA? O QUÊ? É IMPOSSÍVEL! – berrei ainda mais alto

Rony se jogou na cadeira ao lado da maca, encarando o chão.

– Nada é impossível, Srta. Granger – o Dr. Moody afirmou – Vou pedir que passe esta noite aqui no hospital, tudo bem? Já está tarde e quero que faça um ultrassom. Além de outros exames também, precisamos dar um jeito de impedir esses desmaios e...

– Eu não estou grávida, não estou! Você pode me responder desde quando desmaios são sintomas de gravidez? – perguntei, em tom desafiador

– Na verdade, não é um sintoma comum. Mas durante os primeiros meses de gravidez, a pressão sanguínea da mulher pode cair, e aí os desmaios acontecem. E como você passou por uma virose, não se medicou devidamente, não se alimentou direito e ainda por cima fez muito exercício físico, é bem justificável.

– Mas eu... mas... ah! – suspirei – Doutor, você tem certeza? Certeza absoluta?

– Tenho 99% de certeza, srta. Granger. Terei 100% depois que você fizer a ultrassonografia do bebê. Eu posso fazer o pedido do exame agora mesmo na recepção, e você fará ainda hoje. Seria adequado que passasse a noite aqui, está muito cansada. – ele dizia enquanto fazia anotações em minha ficha - Amanhã faremos mais alguns exames para investigar se a causa dos desmaios e das tonturas não é outra. Acho que teremos que fazer uma tomografia do cérebro, e também, peço que marque uma consulta com um ginecologista de sua preferência o quanto antes. É muito importante que a mulher tenha um ginecologista a acompanhando durante a gravidez para entender o que está acontecendo com o seu corpo. E um obstetra também, é claro! Bem – ele olhou para mim – acho que já falei demais. E não fique triste, srta. Granger, um filho é sempre um presente.

Só então percebi que estava chorando, e limpei as lágrimas.

– Vou providenciar o seu exame, vocês dois podem ficar a sós. – ele saiu da sala

– Vocês dois? – perguntei, e então lembrei que Rony estava ao meu lado. Ainda sentado na cadeira, sem se mexer, vermelho como um tomate.

– Um filho. – falei, baixinho – Um filho! – repeti, agora em alto e bom som, e me levantei da maca – Eu recebo uma notícia dessas proporções e você não diz uma palavra, Ronald. UMA MÍSERA PALAVRA! – joguei as mãos para o ar

Rony tremeu na cadeira e então se levantou também.

– O que quer que eu diga, hein? Quer que eu te dê os parabéns, mamãe? – ele disse a última palavra lentamente, a voz carregada de raiva e sarcasmo.

– Qual o seu problema, Rony?! A minha vida acabou de mudar completamente, em uma questão de minutos, e você começa a agir desse jeito?!

– O QUE QUER QUE EU FAÇA? QUER QUE EU FIQUE FELIZ POR VOCÊ? VOCÊ NÃO PERCEBEU O QUANTO ISSO ME DEIXOU ARRASADO?

– E QUANTO A MIM? VOCÊ SE PREOCUPA COMIGO? SE PREOCUPA COM O QUE EU ESTOU SENTINDO? QUER QUE EU CRIE ESSA CRIANÇA SOZINHA? – berrei no mesmo tom que ele. Sentia os olhos das outras pessoas em nós, mas não me importei.

– AGORA EU ENTENDI TUDO! – Rony gritou – É POR ISSO QUE MESMO SABENDO A VERDADE SOBRE O QUE ACONTECEU NAQUELA NOITE, VOCÊ SE RECUSA A FICAR COMIGO. EU JÁ ENTENDI. VOCÊ TEM OUTRO, NÃO TEM? DURANTE ESSE TEMPO TODO, EM QUE EU ESTIVE SOFRENDO POR VOCÊ, CORRENDO ATRÁS DE VOCÊ, VOCÊ ESTEVE COM OUTRO CARA. QUEM É? ME DIGA, QUEM É?

– DO QUE ESTÁ FALANDO? – perguntei, completamente confusa

– É ÓBVIO, NÃO É? VOCÊ ESTÁ CARREGANDO O FILHO DE OUTRO CARA! – ele disse, as lágrimas rolando por seu rosto, e se jogou novamente cadeira, parecendo exausto.

Fiquei em silêncio para digerir o que Rony havia dito. Ele achava que eu estava grávida de outra pessoa?! Ri daquilo, era ridículo.

– Então você acha engraçado? – ele olhou pra mim, o rosto cheio de dor

– Rony, eu... não sei o que dizer – falei

– Pode começar me dizendo o nome do pai do seu filho. Eu o conheço? Quem é?

– Rony... – eu sorri, e me ajoelhei ao lado da cadeira, encarando seus olhos azuis – Bem, você quer saber o nome dele, não quer?

– Acabe logo com essa tortura. Quem é? – ele perguntou, enxugando o rosto sem romper nosso contato visual

– O nome do pai do meu filho é... Ronald. – sorri, esperando que ele compreendesse

– O quê? Ainda por cima começou a namorar um cara que tem o mesmo nome que eu? Isso é alguma espécie de vingança, Hermione? Por que se for...

– Ronald! – o interrompi – Você é o pai do meu filho.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, e então disse:

Eu?

– Sim, você. Você foi o único a quem me entreguei, em toda a minha vida. Eu não me envolvi com ninguém depois de você, e é óbvio que o filho é seu.

– O filho... é meu? – ele perguntou, a voz ainda cheia de incredulidade

– Ah, por Deus, Ronald! Quer que eu repita mais quantas vezes? – me levantei do chão, impaciente

– Hermione, nós vamos... ter um bebê? – ele se levantou da cadeira, ficando de frente pra mim

– Aparentemente sim – falei, desejando poder bater nele por fazer tantas perguntas idiotas

– AH MEU DEUS, NÓS VAMOS TER UM BEBÊ! – ele gritou, rindo, e me abraçou

Fiquei surpresa por um instante, mas retribuí seu abraço. Nem sabia há quanto tempo não sentia aquela sensação familiar de ser tomada por seus braços, de encaixar minha cabeça na curva de seu ombro, de sentir os batimentos de seu coração. Senti alívio. O abraço dele era como uma calmaria no meio da confusão em que minha vida havia se tornado.

– Espere um instante – ele me soltou subitamente, o sorriso indo embora de seu rosto – Ah meu Deus, nós vamos ter um bebê! – ele repetiu, agora com muito menos entusiasmo.

– É, pois é... – falei

– Hermione, o que vamos fazer com a faculdade? Com nossa vida? O que vai acontecer? Oh Deus, como vou contar isso pros meus pais? – ele começou a andar de um lado para o outro

– Os meus pais... – me lembrei – Ah, eles vão ficar tão desapontados! Como eu pude ser tão irresponsável? Aliás – me voltei para Rony – a culpa é sua!

– Minha?

– Sim, foi você que me engravidou!

– Bem, acho que no momento você estava tão satisfeita quanto eu, Hermione.

– Mas você não era virgem. Eu era!

– E...?

– Não devia saber que deveríamos usar camisinha nas relações sexuais? Ou você sai por aí engravidando todas que vão pra cama com você?

– Na verdade, eu... bem, acho que você foi a primeira com quem eu não usei camisinha – ele admitiu

– Ah, obrigada pela preferência – falei, sarcasticamente

– A culpa não foi só minha! Você também deveria saber que usar camisinha é necessário, afinal vemos isso em todo lugar. Mas você também não lembrou disso quando fomos pra cama.

– Acho que eu estava muito envolvida no momento para perceber

– Bem, eu também estava. Você não pode ficar com raiva de mim!

– Ah, e por que não?

– Por que naquela noite, tudo o que eu estava pensando era em tornar aquele momento especial pra você. Me perdoe se esqueci completamente do preservativo, mas é difícil me concentrar quando você está... – ele se aproximou de mim – nua, linda, e completamente entregue a mim. – ele sussurrou

Por um momento perdi o fôlego.

Estava pensando no que responder quando alguém pigarreou, era uma enfermeira.

– Me desculpem por interromper, mas tenho que leva-los a um dos apartamentos individuais. Acredito que vocês precisem de... privacidade – ela disse

Olhei em volta. Os outros dois pacientes que estavam naquela sala estavam nos encarando.

Será que eles haviam ouvido tudo? – pensei, enrubescendo

– Sigam-me – a enfermeira disse, e fomos a seguindo pelo corredor

~~~~~~~~~~~~~~~~~

Quando ficamos a sós no apartamento do hospital em que eu passaria a noite, Rony se aproximou de mim e me segurou pelos ombros.

– O que foi? – perguntei, assustada

– Temos que descobrir o que vamos fazer – ele disse

– Rony, eu mal tive tempo para digerir o que aconteceu ainda.

– Eu sei, mas temos que saber o que fazer agora. Eu estou tão confuso quanto você, mas...

– Bem, é óbvio que terei que arranjar um emprego melhor, o salário da biblioteca não é tão bom assim. Talvez tenha que ter mais de um emprego, não sei. Graças a Deus eu sou bolsista na faculdade, então posso continuar estudando, pelo menos até o bebê nascer. Provavelmente terei que voltar a morar com os meus pais, pois assim não precisarei pagar o aluguel do apartamento. Sem contar que não é justo com as meninas que elas tenham que dividir o espaço já pequeno do apartamento com um bebê.

– Mas Hermione... – Rony tentou falar

– Deixe-me terminar – o interrompi – Você obviamente deverá me ajudar. No seu caso, você não precisa trabalhar pois ganha mesada do seu papaizinho, então pode me ajudar com esse dinheiro. Não vou te privar da sua vida particular, você continua fazendo o que você quiser desde que me ajude a sustentar o bebê. Se quiser, você... você pode até não ser presente na vida dele, se não estiver disposto a enfrentar a responsabilidade de cuidar de uma criança. É óbvio que ser mãe solteira não será fácil, mas... bem, eu consigo me virar. Eu sempre consigo. – falei, duvidando das minhas próprias palavras

– Hermione, não é exatamente sobre isso a que eu estava me referindo quando disse que temos que descobrir o que vamos fazer. – Rony disse

– Estava se referindo a quê, então?

– A nós dois.

– Como assim?

– Hermione, acabamos de descobrir que nós vamos ter um filho juntos. Não acha que essa é a ocasião perfeita para decidirmos como ficamos?

– Bem, acho que podemos ser bons amigos. – falei, começando a suar de nervosismo -Se você quiser ter contato com o bebê...

– É óbvio que quero ter contato com o bebê. Que tipo de monstro pensa que eu sou? Eu nunca a deixaria sozinha nesse momento. E não quero ficar longe de um filho que foi fruto da noite mais linda e do amor mais puro que já vivi – ele se aproximou mais, até ficarmos cara a cara – Eu te amo – ele disse, e eu pude sentir seu hálito quente em meu rosto, me deixando arrepiada.

– Rony, não tenho certeza – sussurrei

– De que te amo?

– De que isso é a escolha certa a se fazer. Já deu errado uma vez, não acha que vai acontecer de novo?

– Nosso namoro deu errado por interferência de uma vadia invejosa, e eu não vou permitir que isso aconteça de novo. Não acha que esse bebê é a prova que nos faltava de que nosso amor é pra sempre? Não há nada que ligue mais um casal do que um filho.

– Você acha que estamos preparados pra essa criança? Eu não tenho certeza de nada, estou tão confusa. É muita coisa pra digerir.

– Eu sei, meu amor. – ele colocou as mãos em volta do meu rosto – Mas você tem a mim, e eu nunca vou deixar você desamparada. Também temos nossas famílias, nossos amigos... acho que teremos muito apoio.

– Essa não é a reação que eu esperava de você. Não faz sentido eu estar toda nervosa e você estar calmo.

– Quem disse que eu não estou nervoso? Não é por que eu estou tentando te acalmar que eu estou calmo. Eu estou surtando por dentro! Um filho é... muita coisa. Mas desde que eu tenha você, eu sei que não há o que temer.

– Eu não apostaria muito nisso – sorri – Vai gostar de trocar fraldas?

– Não...

– E não vamos esquecer do fato de que você detesta crianças.

– Ei, eu estou melhorando nisso desde que comecei a ser voluntário do St. Mungus! Crianças não são tão ruins assim, no fim das contas.

– Tudo bem, então. – parei de sorrir – Está disposto a tentar fazer as coisas funcionarem, então?

– Não vamos tentar, vamos conseguir. E você? Está disposta a voltar comigo? Está disposta a voltar a ser minha?

– Eu nunca deixei de ser sua – sussurrei, e o beijei.

Foi provavelmente o beijo mais longo que já demos. Um beijo desesperado, como se dependêssemos daquilo para viver. Um beijo de saudade, um beijo de semanas de espera. Percebi que provavelmente nunca mais conseguiria viver um dia sem tocar aqueles lábios. E eu não viveria.

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POV - Gina

Estávamos na sala de espera há mais de uma hora desde que Rony havia saído para encontrar Hermione, quando ele finalmente retornou. Levantamos rapidamente e fomos até ele.

– Como ela está? – perguntei

– Ela está ótima, não era nada de mais. Quer dizer... era algo de mais, mas não era nada ruim. Pelo menos não parece ruim. Eu não sei explicar muito bem, mas ela está bem. – meu irmão se enrolou com as palavras

– Não entendi absolutamente nada do que disse. – Neville falou

– Bem, o que importa é que ela está bem – Luna disse

– Sim – Rony voltou a falar – Olhem, ela já foi encaminhada para um dos apartamentos do hospital. Vai passar a noite aqui, acho que vai fazer dois exames. Nesse momento ela está tomando um banho, vai vestir a roupa de paciente.

– Ah, aquela coisa azul horrorosa? – Cho perguntou, com uma expressão de desdém

– Ela tem que vestir para fazer os exames. Mas uma de vocês tem que trazer uma roupa pra ela voltar pra casa amanhã, pois a única que ela tem é a roupa da apresentação de ballet.

– Pode deixar, amanhã de manhã traremos roupas pra ela – a oriental afirmou

– Olha gente, tem... mais uma coisa. Mas sugiro que vocês sentem antes de eu contar.

– Ah Ronald, por Deus! – exclamei - Conte logo!

– Não, sentem-se primeiro - ele disse

Fizemos o que ele pediu.

Ele deu um suspiro pesado, cruzou as mãos e disse:

– Hermione está esperando um bebê.

– O QUÊ? – gritamos todos

Uma enfermeira fez “shhh” para nós enquanto passava.

– Rony, mas que p...? - Harry não terminou a frase, colocando as mãos no cabelo em sinal de desespero

– Não. Posso. Acreditar. – Cho falou, pausadamente

– Ela está grávida de você?! – Neville perguntou

– Sim, está – Rony deu um sorriso tímido

– Você não sabe cuidar de você mesmo, como vai cuidar dessa criança? – falei, exasperada

– Não consigo te imaginar como pai – Cormac se pronunciou, acho que pela primeira vez

– Ah meu Deus, isso é incrível! Vamos ter um bebê! – Luna levantou da cadeira e saltitou até Rony para abraça-lo – Obrigada por fazer essa criança, Rony. Nós vamos cuidar muito bem dela. – ela falou e o soltou, o rosto cheio de alegria e excitação, ao contrário de todos nós, que estávamos em choque.

– Como? – Rony perguntou, confuso

– Ué, o bebê vai morar conosco, não vai? – ela se voltou para mim e para Cho – Meninas, eu posso fazer as mamadeiras? Se quiserem, posso trocar as fraldas também. Por favoooooor – Luna juntou as duas mãos, implorando

– Luna – Rony tocou o ombro da loira – me desculpe, mas não acho que Hermione vai continuar morando com vocês após o nascimento do bebê.

– O quê? Por quê?

– Bem, ela precisa de um espaço maior para cuidar dessa criança. Ela quer voltar a morar com os pais, mas ainda vamos decidir o que fazer.

– Os pais de Hermione! – me lembrei – Tenho que os deixar informados sobre ela. Mas como vou contar... isso?

– Acho melhor não contar a parte da gravidez, Gina. – Harry falou – Ela tem que contar isso para os pais.

– E eu não acredito que eles estejam acordados há essa hora – Cho disse – É melhor ligar amanhã e dizer que a Mione está bem. Aí depois ela conta para eles sobre a gravidez como preferir.

– É verdade – concordei

– Então gente, vocês já podem ir pra casa hoje. Eu vou passar a noite com a Mione aqui.

– Tudo bem, nos vemos amanhã? – falei, indo abraçar meu irmão

– Sim – ele respondeu

– Não sei o que vai acontecer daqui pra frente. Mas boa sorte, maninho – falei em seu ouvido

– Obrigado

Quando o soltei, todos os meus amigos foram cumprimenta-lo com palavras de apoio. Mas nós parecíamos muito mais chocados e abalados que Rony.

Quando estávamos indo embora, Cho decidiu que dormiria na casa de Cormac. Eu e Luna dormiríamos no loft, então nos despedimos de nossa amiga e fomos de carro com Neville e Harry. Ficamos em silêncio durante todo o trajeto, menos Luna que ficou cantarolando.

Ao chegarmos no loft, podíamos ouvir o rangido constante da cama de Draco no andar de cima.

– Por Deus, eles passaram a noite toda transando?! – Harry perguntou

– O que você esperava? – Neville respondeu

– Bem, boa sorte. Você vai ter que ouvir isso a noite toda, já que seu quarto é ao lado do dele.

– Quer saber? Vamos dormir no quarto de Rony. Graças a Deus a empregada veio aqui e trocou a roupa de cama, pois eu não sei o que poderia encontrar naqueles lençóis – Nev falou, e puxou Luna para dentro do quarto de Rony

Quando eles entraram, eu e Harry fomos para o quarto dele.

Joguei-me na cama assim que entrei, exausta.

– Você está bem? – Harry perguntou

– Sim, estou. Só estou muito chocada. E cansada.

– Não quer tomar um banho?

– Sabe que estou cansada demais até para tomar banho?

Ele se deitou ao meu lado

– Você deveria estar feliz. Vai ser titia.

– Eu sei, amor. Mas tudo isso é muito confuso. O Rony estava parecendo confortável, mas eu sei que deve estar uma confusão enorme na cabeça dele.

– Possivelmente, mas ele me parece feliz.

– Ele está feliz por que vai ter um filho com Hermione, mas não sabe o que fazer. Eu conheço meu irmão.

– Por que não vamos dormir? Uma longa noite de sono pode ajudar a te acalmar.

– Já está de madrugada, e eu tenho que acordar cedo para ir ao apartamento pegar roupas para a Mione.

– Hum, é verdade. Mas não precisa ser tão cedo. Vamos dormir. – ele levantou e tirou os meus sapatos, depois tirou os dele.

Tirei as minhas joias e as coloquei no criado mudo ao lado da cama. Depois, Harry me ajudou a tirar o meu vestido e fiquei somente de lingerie. Ele tirou o smoking para ficar só de cueca, e então nos deitamos e nos enrolamos nos lençois.

Pus minha cabeça em seu ombro e o abracei, fechei os olhos logo em seguida.

Antes de dormir, voltei a pensar sobre tudo o que tinha acontecido naquele dia.

A bela apresentação de ballet. Hermione desmaiando. Hermione no hospital. Hermione grávida. Queria saber como ela estava se sentindo, queria perguntar a ela se ela estava realmente bem, mas só teria essa oportunidade pela manhã.

Pelo o que eu sei, Hermione e Rony só haviam feito sexo uma vez, e foi a primeira vez dela. E só isso foi suficiente para deixa-la grávida. Eles não devem ter usado camisinha, é a única explicação. – pensei – Se eles tivessem usado e a camisinha tivesse furado ou algo do tipo, Rony saberia e tomaria as precauções imediatamente. Como por exemplo, pílulas anticoncepcionais.

Isso nunca havia acontecido comigo, e nem aconteceria. Mas... das últimas vezes que eu e Harry fizemos, não me lembro de termos usado preservativo. Não, não me lembro. Será que... será que não usamos? Ah, Gina, pare de se preocupar. Não há como você estar grávida. Qual a probabilidade de você e seu irmão terem filhos na mesma época? Deus, ou sei lá quem esteja no comando, não aprontaria uma dessas com os Wesley. Fique tranquila. – foi a última coisa que pensei antes de adormecer

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POV – Hermione

Rony saiu do apartamento para dizer aos meus amigos que eu estava bem e que podiam ir embora. O apartamento, como chamavam no hospital, era na verdade uma suíte grande com duas camas, uma tv, um guarda-roupa, um frigobar e um banheiro espaçoso.

A enfermeira havia me dito anteriormente para tomar um banho e vestir a roupa que os pacientes internados vestiam.

Quando Rony saiu, fui até o banheiro. Eu estava exausta, e pela primeira vez, as minhas roupas de ballet não eram confortáveis.

Eu não estava mais com as minhas sapatilhas desde que acordei, e teria que me lembrar de perguntar quem as havia pegado.

Tirei o tutu, que era dourado e todo ornamentado, e depois o collant, que também tinha detalhes lindos em dourado. Usava uma lingerie simples e pequena por baixo, era muito fina e transparente, pois não podia aparecer enquanto eu usasse as roupas da apresentação. Tirei a lingeria também e então desfiz o meu coque. Ainda estava apertado, apesar de não estar mais arrumado como estava no momento da apresentação.

A sensação de estar nua e ter os cabelos soltos foi reconfortante. Parecia que toneladas haviam saído de cima de mim.

Deixei a banheira enchendo enquanto tomava uma ducha breve, depois, quando já estava cheia, entrei e me deliciei com a sensação da água morna em minha pele.

Fiquei bons minutos lá dentro quando ouvi Rony entrando no apartamento. Me levantei e saí da água, me enrolando na toalha.

– Mione? – ele me chamou

– Sim? – respondi, e saí do banheiro

Ele sorriu para mim.

– O que foi? – perguntei

– Você está tão linda – ele disse, se aproximando

– Você vai dizer isso toda vez que me ver? – perguntei, enrubescendo

– Se você permitir...

– Bem, não vejo problema algum. – falei e fui até o banheiro pegar outra toalha para secar meu cabelo, depois voltei ao quarto.

Rony se sentou na cama e ficou me olhando.

Enquanto eu enxugava o cabelo, a toalha que estava enrolada em meu corpo soltou e caiu.

– Ah, Deus! – abaixei correndo para pegá-la e amarrar novamente, ficando mais vermelha que nunca

– Mione, eu já te vi nua, se não se lembra – Rony deu um sorrisinho de lado, enquanto me olhava dos pés a cabeça

– Pare com isso, por favor – me virei de costas, com a toalha já amarrada

– O que foi? – ele disse, e em um instante pude sentir sua respiração em minha nuca, enquanto ele colocava os braços ao meu redor. Me arrepiei instantaneamente.

– Eu... eu não sei – falei

Ele me girou para que eu ficasse de frente para ele.

– Você é linda. Maravilhosamente linda. Não precisa ter vergonha de mim. Você é a mulher mais incrível que já vi, Mione. E a noite em que te vi nua pela primeira vez, foi a melhor noite da minha vida. Não acho que algo de ruim pode acontecer se eu te ver nua mais algumas vezes.

– Além de eu engravidar de um segundo filho? – falei, minha voz cheia de sarcasmo amargo

– Ei, podemos não falar da sua gravidez por um instante? Esqueça isso por agora. Só me beije.

– O quê?

– Me beije – ele repetiu, e com um movimento rápido das mãos, tirou minha toalha novamente

Não o repreendi. Ao invés disso, tirei seu smoking e a camisa que estava por baixo e pus meus braços ao redor dele.

– Você é minha? – ele perguntou

– Inteiramente – respondi, ofegante, e o beijei


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Notas finais do capítulo

Fimm (:
Gente, to tentando fazer capítulos mais longos pra a fic não ficar longa demaaaais. Então o próximo capítulo provavelmente vai ser parecido com o capítulo 58, em que aconteceram várias coisas.
Espero vocês nos comentários, bjsss ;*