Never Let Me Go escrita por Line Martins


Capítulo 58
Capítulo 57


Notas iniciais do capítulo

Genteeee, demorei um pouquinho pra postar né? Depois desse capítulo, vou demorar mais um pouquinho pra postar de novo. Acontece que eu vou viajar (infelizmente) e não vai ter como.
Deixa eu agradecer a vocês pelos comentários do último capítulo e dizer que vocês são uma das poucas partes da minha vida que me fazem feliz agora (vocês não acreditariam se eu contasse).
É só isso, boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402354/chapter/58

Eram 6hrs da manhã quando Harry batia na porta do quarto de Rony com toda a força que conseguiu juntar. Ele já estava ali batendo há cerca de 5 minutos quando Neville e Draco desceram do andar de cima, ainda de pijama, para ver o que estava acontecendo.

– O que é que você está fazendo? - Neville perguntou, esfregando os olhos

– Cara, eu pensei que era um terremoto - Draco falou, enquanto bocejava

– Deixe de besteira, só estou tentando acordar o Rony, ele não devia ter trancado a porta. - Harry explicou

– Não acho que vá adiantar, você sabe que o quarto dele é a prova de som. - Neville disse

Nesse instante, Gina saiu do quarto de Harry e foi até os garotos.

– Às vezes parece que eu sou a única que pensa nessa casa... - ela falou - eu liguei pro celular dele, depois de três chamadas ele acordou, e eu disse que vou quebrar a porta do quarto se ele não sair pra falar conosco. Ele já deve estar saindo.

Harry se afastou da porta. Draco revirou os olhos e subiu as escadas para voltar pro quarto.

– E aonde vocês vão? São seis da manhã e vocês já estão vestidos pra sair? - Neville perguntou

– Vamos levar Rony a um passeio. Espero que ele caia em si e veja que não pode voltar a ser a pessoa que ele era, só por que terminou com a Hermione. - Harry explicou

– Bem, boa sorte então. Pode pegar meu carro se quiser, as chaves estão na estante - Neville disse e também subiu as escadas

Rony abriu a porta do quarto logo em seguida

– Que porra vocês querem? - ele berrou

Parecia mais acabado que nunca. Cheirava a tequila, os cabelos emaranhados, os olhos vermelhos com olheiras enormes.

– Vamos te levar pra sair - Gina disse

– De novo?! Já não basta ontem, quando o Harry me acordou pra me levar pra casa. E hoje vocês me acordam numa hora dessas pra... Aliás, que horas são?

– Seis e dez - Gina disse, com um sorriso no rosto

– SEIS DA MANHÃ, QUEREM ME MATAR?

– Você vai, Rony. Se arrume para irmos. - Harry disse

– Eu não sei nem aonde vocês querem me levar

– É uma surpresa

– Odeio surpresas. Eu não vou, e me deixem dormir. - Rony foi fechar a porta, mas Gina a segurou, e com um movimento rápido, levantou o celular e tirou uma foto de Rony.

– O que foi isso? - Rony disse, assim que o flash disparou.

– Tirei uma foto sua, maninho. Na sua melhor forma, inclusive. Tenho certeza de que mamãe e papai adorarão ver o filhinho deles desse jeito. A cara de bêbado realmente te favorece. - Gina lançou um sorriso malvado para o irmão

– O que quer dizer?

– Quero dizer que vou mandar essa foto pra nossos pais e mostrar a eles como você chega todas as noites. Tenho certeza que mandarão você sair do loft e voltar pra casa no mesmo instante.

Rony semicerrou os olhos e encarou a irmã por alguns instantes. Então suspirou e disse:

– Me deem meia hora – e fechou a porta

– Uau amor, você foi incrível! – Harry disse enquanto ele e a namorada iam até a sala

– Meu irmão funciona bem a base de chantagens

– Percebi

~~~~~~~~~~~~~~~~~

Uma hora depois, os três estavam no carro de Neville no meio do caminho. Harry dirigindo, Gina no banco do carona e Rony atrás.

– Me sinto como uma criança – Rony reclamava – Sou obrigado a sair de casa, não sei onde estão me levando e nem posso me sentar no banco da frente.

– Ah Rony, cale a boca! – Gina revirou os olhos

– Mas não posso saber nem aonde vamos?

– Você vai acabar reconhecendo o caminho. Mas agora, cale a boca. – Harry disse

– Não. Por que estão fazendo isso?

– Só queremos impedir que você se torne o grande imbecil que era.

– Mas eu não vou me tornar aquela pessoa de novo. Olhem, eu não maltrato mais as pessoas, vocês sabem... que mal há em ir a algumas festas, beber um pouco, dormir com algumas garotas? Isso não é ruim.

– De pouco em pouco você vai piorando. E vamos admitir que você já está exagerando, não é? Agora cale a maldita boca! – Gina disse

– Argh

Após de algumas ruas, Rony começou a prestar mais atenção ao lado de fora da janela.

– O caminho me parece familiar, mas não consigo me lembrar... – ele disse

– Já já chegaremos – Harry falou, e só alguns minutos depois estacionou o carro e desceu

– É aqui? Aonde estamos? – Rony desceu também, e então viu um casarão há alguns metros de onde estavam – St. Mungus! – ele exclamou, e saiu correndo até a entrada (N/A: Lembram do Lar St. Mungus para crianças?)

– Parece que deu certo, Harry. Olhe como ele foi correndo até lá – Gina sorriu para o namorado

– Eu imaginei que daria, agora vamos atrás dele.

Quando Harry e Gina alcançaram Rony, ele estava na recepção. Estava olhando em volta, admirado.

Duas meninas passaram correndo por ele e uma parou de súbito, reconhecendo-o.

– Tio Rony! – ela foi abraça-lo

– Ah, oi. Gabrielle, como vai? – ele retribuiu o abraço

– Vou bem – ela disse, e saiu correndo novamente.

– Rony! Gina! Harry! – uma voz os chamou

Eles olharam e viram a sra. Figg, dona do Lar, vindo até eles.

– Pensei que não viriam mais aqui. – ela deu um abraço em cada um – Olhem, deixem-me agradecer novamente a vocês pela contribuição que a faculdade de vocês deu da última vez que vieram aqui, aquele dinheiro foi muito útil. Com ele, reformamos a brinquedoteca, abastecemos o estoque da enfermaria e ainda começamos a construção de uma sala para dança e ballet, as meninas estão muito animadas... Sem contar nas doações de alimentos, que até hoje não acabaram.

– Que bom que o dinheiro e as doações lhe foram úteis, ficamos muito felizes – Gina disse

– E onde estão os outros amigos de vocês? Lembro-me bem de cada um... Tem dois loirinhos, certo? Luna e Draco. O namorado da Luna, o Neville; Uma oriental linda, a Cho, que veio aqui com você na sua primeira vez, Rony; E a sua namorada, Hermione. Ela não vem? Quando contei a ela o que pretendia fazer com o dinheiro da doação, ela me prometeu que daria aulas de ballet para as meninas quando a sala ficasse pronta. Uma ótima garota... – a sra. Figg sorria de orelha a orelha

– Não, ela não vem. Mas, hum... onde está o Hugo? – Rony mudou de assunto rapidamente

– Hugo?

– Sim, o Hugo. Um garotinho que conheci aqui, eu lhe comprei alguns livros. Ele está hospedado no quarto 13.

– Ah sim, Hugo O’Shea! Um amor de menino. Se você estava interessado em vê-lo, deu sorte de ter vindo visita-lo justo hoje.

– Por quê?

– Bem, Hugo vai embora amanhã bem cedinho. A mãe dele vem busca-lo, ele vai morar com ela após três anos vivendo aqui. É um período menor do que a maioria das outras crianças passa. – ela explicou

– Ele vai embora? Será que você não tem como me dar o endereço pra onde ele vai? Eu realmente não queria perder contato com ele, é um garoto de quem gosto muito. – Rony pediu

– Ah Rony, sinto muito, mas não posso. Na verdade, não tenho o endereço exato e mesmo que tivesse eu não poderia te contar, é informação confidencial do hóspede.

– Não posso pedir para a mãe dele?

– Bem, se aparecer aqui amanhã de madrugada e encontrar com ela, pode. Mas não sei se conseguirá manter contato com o pequeno Hugo, ele vai se mudar com a mãe para a França, para morar com os avós.

Rony pareceu murchar

– Sei como se sente, querido. Também sinto muita falta de todos que partem. – a sra. Figg disse, afagando o ombro dele. – Mas ainda pode vê-lo, ele deve estar no quarto. As crianças acabaram de acordar, sabe? Enquanto isso, Gina e Harry podem me ajudar a servir o café da manhã.

Rony saiu correndo para o segundo andar, tropeçando em alguns degraus e quase esbarrando em algumas crianças. Quando chegou ao corredor dos dormitórios, foi até o quarto 13 e bateu na porta.

Um menino moreno que Rony provavelmente já tinha visto por ali antes abriu a porta, lhe deu bom dia e saiu para o andar de baixo.

Hugo estava sentado em sua cama, amarrando os cadarços. Rony pigarreou.

– Rony! – o garoto exclamou quando o viu, e levantou correndo, tropeçando no cadarço e quase caindo, mas Rony o segurou.

– Cuidado! – Rony riu e o abraçou

– Senti sua falta – ele disse

– Eu também senti a sua – eles voltaram para a cama e se sentaram lado a lado

– Não sei se você sabe, mas eu vou embora amanhã – Hugo disse

– Eu sei.

– Pensei que não fosse te ver antes de viajar. Eu ficaria muito triste.

– Eu também – Rony disse, e se abaixou para amarrar os cadarços que Hugo ainda não tinha amarrado. – Vai morar com a sua mãe. Está feliz?

– Sim, estou. Eu finalmente vou viver com ela, e vou morar com os meus avós que eu não vejo desde que era muito pequeno. Eles moram na França.

– E você sabe falar francês?

– Tenho praticado – ele riu

– Vai poder ir para a escola de verdade, agora.

– Eu sei, vai ser legal. Por outro lado, vou sentir falta de todos aqui. Foram três bons anos.

– É, eu imagino. Não gosto de despedidas.

– Nem eu – Hugo suspirou

Após uma pausa, Rony disse:

– E então, já leu todos os livros que te dei?

– Sim. Quer dizer, estou lendo o último.

– Nossa, você é rápido! Se eu soubesse que viria pra cá hoje, teria comprado mais livros pra você.

– Não sabia que vinha?

– Não, me arrastaram pra cá de surpresa.

– Por quê?

– Querem que eu fique melhor.

– Melhor de quê?

– Estou passando por um momento... conturbado.

– Como assim?

– Nossa, como você faz perguntas! – Rony riu

– Só não estou conseguindo entender.

– Não precisa entender. Eu só estou muito triste por uma razão e estou me distraindo com as coisas erradas.

– Hum... tudo bem, então. Você realmente parece acabado. - Hugo disse, dando uma risadinha - Por que não se distrai com a sua namorada bonita? Hermione, né?

– Bem, por que... não estamos mais juntos.

– Ahh, então é por isso que está triste e está se distraindo com as coisas erradas?

– Exatamente

– Está vendo?! Eu consigo entender, você só precisa me contar. – Hugo riu novamente

– Haha, tem razão – Rony o abraçou.

Após alguns segundos, uma sirene ressoou pelo local.

– É o sinal pro café da manhã. – Hugo disse

– Já tinha isso aqui da última vez que eu vim?

– Não, instalaram depois. Acho que foi com o dinheiro que você e seus amigos doaram.

– Ah sim, legal. Então vamos descer.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Rony, Harry e Gina ajudaram a dar comida às crianças menores, depois ajudaram a recolher as mamadeiras, pratos, talheres, etc.

Harry passou amanhã ajudando na enfermaria, Gina ajudando na ala dos bebês e Rony, brincando com os garotos de 6 a 12 anos. Entre eles, Hugo, que cada vez mais ficava admirado com o ruivo.

Depois do almoço, Gina foi com algumas funcionárias e voluntários, colocar as crianças de 3 a 5 anos para tirarem uma soneca. Harry leu para algumas crianças e Rony subiu com Hugo para o quarto dele, para ajuda-lo a fazer a mala.

– Eu não tenho muita coisa aqui, sabe? – Hugo disse, enquanto eles enrolavam meias para pôr na mala – Tenho só dois pijamas, algumas camisas e algumas bermudas, três pares de meias e dois sapatos. É só o necessário.

– Não ganha roupas novas?

– Bem, quando recebemos doações, sim. Ou quando minha mãe me manda roupas, mas é bem raro. Normalmente só acontece no natal ou no meu aniversário.

– Faz muito tempo que não passa o natal com sua mãe? – perguntou Rony, agora dobrando camisas

– Não. Quer dizer, passei três natais aqui no Lar, e minha mãe veio em um deles. O segundo, eu acho. Foi bem legal.

– Hum... agora vai poder passar todos os natais com ela.

– É, mas acho que vai ser meio solitário. Aqui no Lar eu passo o natal com tanta gente, e daqui pra frente seremos somente eu, minha mãe e meus avós.

– Você não tem mais familiares na França?

– Não faço a mínima ideia.

– Bem, se tiver, seus avós devem chama-los no natal. Uma coisa que aprendi com minha mãe, é que natal é uma festa em que devemos chamar muita gente.

– Você tem muitos irmãos?

– Não, só a Gina. Mas tenho muitos tios, primos e muitos amigos da família que passam o natal conosco. E você? Tem irmãos?

– Bem, não sei. Sei que sou o filho único da minha mãe, mas não cheguei a conhecer meu pai. Então não sei se ele teve mais filhos depois de mim, ou se sequer está vivo.

– Bem, não vamos falar de coisas tristes, certo?

– Certo. Olhe, só falta uma calça e então minha mala estará pronta – Hugo falou, pegando a última calça e colocando-a por cima das outras roupas.

– Ótimo, tudo pronto. – Rony estava fechando a mala, mas parou na metade

– Emperrou? – Hugo perguntou

– Não, está faltando alguma coisa.

– Mas eu guardei tudo.

– Eu sei, é que... queria te dar mais alguma coisa, para não se esquecer de mim, mas não tenho nada aqui. Bem, vai ter que ser isso. – Rony foi até a escrivaninha do quarto, pegou um caderno e arrancou uma folha.

– Ei, isso é do Nick, meu colega de quarto! – Hugo protestou

– Ele não vai nem saber – Rony disse, pegando uma caneta. Escreveu um bilhete para Hugo, que dizia.

“Seja muito feliz ao lado de sua família, faça muitos amigos e tenha uma vida brilhante. Você é inteligente, gentil, generoso e um ótimo amigo, merece tudo de bom. Não se esqueça de mim, Hugo. Você é muito especial. Com amor, Ronald Weasley”

Rony dobrou o papel, colocou dentro da mala e a fechou.

– O que está escrito? – Hugo perguntou

– Só leia quando chegar na França. E depois que ler, guarde com muito carinho. É algo simples, mas é pra você não se esquecer de mim.

– Tudo bem.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Depois daquilo, a tarde se seguiu e Rony voltou a ajudar nas tarefas do Lar. Ao anoitecer, Harry o chamou para dizer que deveriam voltar pra casa. Após se despedir de todas as crianças, Rony se voltou pra Hugo e lhe deu um abraço apertado.

– Boa viagem, garoto. Seja muito feliz. – ele disse em seu ouvido

– Obrigado.

Rony o soltou

– Ah, Rony, antes de ir... posso te pedir uma coisa? – Hugo perguntou

– Sim, é claro.

– Não sei com o que você está se distraindo, mas você disse que era com coisas erradas. E se é errado, é ruim. E se é ruim, não é nada que seja legal. Então, se afaste das coisas ruins. É só o que te peço. Pode prometer isso pra mim?

Rony demorou alguns segundos para responder, então sorriu e respondeu:

– Posso. Eu prometo, Hugo. Muito obrigado. – ele disse, com os olhos cheios de lágrimas


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom gente, foi só isso. Eu não achei essa capítulo tão bom não, mas eu to em uma bad, então eu acho que não ia conseguir fazer nada bom mesmo...
Feliz natal pra vocês, gente. Aproveitem muuuuuuito, vocês merecem. E feliz ano novo também, caso eu não poste antes disso.
Me desejem feliz natal e feliz ano novo também, pq eu to precisando. Vai que dá certo e eu tenho um ano melhor do que eu acho que vai ser né...
E se não der certo.... bem, aí eu começarei o segundo dos três piores anos da minha vida. (:
É, já chega, não vou ficar enchendo vocês com meus problemas.
Bjs e feliz natal!